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27 outubro 2013

Bancos dos EUA

Postamos neste mÊs o caso do JP Morgan, que está pagando mais de despesa legal do que salários. A figura mostra as multas dos grandes bancos dos EUA. Quase 100 bilhões de dólares.

Igualdade entre os sexos

Um relatório sobre a igualdade entre os sexos no mundo mostrou que o país mais igualitário é a Islândia, seguido da FinlÂndia, Noruega e Suécia. O Brasil está em 62o. lugar

OGX

O Estado de S. Paulo publicou um texto sobre a OGX com o título "OGX está mais perto da recuperação judicial". Segundo o texto, quinta termina o período de carência para o pagamento de 45 milhões de dólares vencidos no dia 1o de outubro e os credores terão direito a pedir falência. Apesar do título, o jornal analisa as possibilidades que a empresa possui para arrumar o dinheiro.

Mas a imprensa estrangeira parece mais cétida. Segundo o Wall Street Journal (via aqui), a OGX estaria preparando a bancarrota.

26 outubro 2013

Rir é o melhor remédio

Amor é

Fato da Semana

Fato: O grande assunto da semana foi o leilão do campo de petróleo Libra. O governo fez um leilão onde apareceu um concorrente e vendeu o direito de exploração pelo preço mínimo. O governo tenta evitar a palavra “privatização”; talvez realmente não seja, já que a maior dos valores irá para uma estatal.

Qual a relevância disto? Para a contabilidade, o leilão possui alguns aspectos relevantes para a contabilidade. (1) O contrato que será executado terá o lucro distribuído. Isto dependerá da apuração dos custos e teremos aqui algumas boas discussões futuras sobre “planilha de custos”, “rateio de custos indiretos” entre outros assuntos. (2) A maneira como foi estruturado o leilão reduziu o número de concorrentes. As discussões sobre “leilão” é um assunto que interesse, tangencialmente, a contabilidade (e é uma das áreas focais para a economia). (3) A operação de extração conjunta de petróleo em alto mar poderá ser um belo estudo de caso sobre a contabilização.

Positivo ou Negativo?  A forma como foi realizado o leilão foi polêmica, mas parece que os analistas destacaram a ausência de concorrência.


Desdobramentos – Acredito que no longo prazo a questão da planilha de custos poderá despertar discussões. E no próximo ano, com as eleições, o assunto voltará a ser discutido. Quem sabe o governo aprenda com a experiência e melhore as regras para obter um melhor preço no leilão. 

Teste da semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.

1. Parece que esta foi uma semana das listas. Para começar, a cidade mais poluída do mundo fica
Índia
Irã
Mongólia

2. A Petrobrás foi considerada a maior empresa do mundo em
Ativo
Dívida
Receita

3. A cidade que possui maior número de grandes empresas
Londres
Nova Iorque
Toquio

4. O país com maior número de pessoas inteligentes (o Brasil ficou em 20o.)
Coréia do Sul
Estados Unidos
Japão

5. O morto que mais gerou riqueza para sua família em 2012 foi
Elizabeth Taylor
Jonhny Cash
Michael Jackson

6. Este executivo ganhou uma remuneração de 2,3 bilhões de dólares em 2012:
Bill Gates, da Microsoft
Larry Ellison, da Oracle
Mark Zuckerberg, do Facebook

7. O número de combinações tributárias existentes no Brasil
1 milhão
10 milhões
100

8. A EY deu um parecer com conclusão adversa para esta empresa referente a contabilização da venda de uma empresa
Banco Noroeste
Multitec
Taurus

9. Esta empresa não terá direito a indenização em dobro sobre notas promissórias cobradas indevidamente por parte da General Eletric Capital Corporation, segundo decisão do STJ
Transbrasil
Varig
Vasp

10. O governo de Taiwan multou esta empresa por publicar falsos elogios
Nokia
Samsung
Sharp

Acertando 9 ou 10 questões = medalha de ouro; 7 ou 8 = prata; 5 ou 6 = bronze

Respostas: (1) Irã; (2) Dívida; (3) Toquio; (4) Estados Unidos; (5) Michael Jackson; (6) Zuckerberg (7) 10 milhões; (8) Taurus; (9) Transbrasil; (10) Samsung

Entrevista com Marcelo Moreira

Teoria assintótica, identificação em modelos de equações simultâneas, inferência em modelos de séries temporais não estacionários, estimação em modelos de painéis e testes em modelos de fatores. Parece complexo, mas esses são seus principais temas de pesquisa. Marcelo Moreira é Doutor em Economia e Mestre em Estatística pela University de California at Berkeley. Hoje utiliza as aulas da Fundação Getúlio Vargas para transmitir seus conhecimentos, mas no seu passado foi professor em Harvard e Columbia. Consciente da importância de fomentar a produção científica no país, o professor ressalta que os desafios que um pesquisador encara no Brasil ou em países como os Estados Unidos são muito similares: lutar contra as pressões para abordar projetos menores.
Globo Universidade - Você realizou o seu curso de doutorado em Economia e mestrado em Estatística pela University of California at Berkeley, uma das universidades mais respeitadas do mundo, cujos departamentos de Economia e Estatística figuram entre os melhores nestas duas ciências. Como foi a sua trajetória até chegar lá?
Marcelo Moreira – Certamente a minha trajetória não foi planejada. Como acontece com a maioria das pessoas no Brasil, eu tive que escolher a minha carreira muito cedo. E optei por fazer graduação e mestrado em Economia. Só mais tarde, durante o mestrado, é que eu decidi seguir a carreira acadêmica. A lição que eu aprendi ao longo da minha vida é que devemos prestar atenção nas oportunidades que surgem no nosso caminho.
GU - Antes de lecionar na Escola de Pós-graduação em Economia da Fundação Getúlio Vargas, você lecionou nas universidades de Harvard e Columbia. Como foram estas experiências e o que elas acrescentaram na sua carreira como pesquisador e professor?
MM – Talvez a melhor frase que resuma a importância destas experiências seja: “Se eu consegui ver mais longe, foi porque estive apoiado em ombro de gigantes”. Falo isso porque, certamente, não teria seguido o mesmo caminho sem o apoio do meu orientador do doutorado, em Berkeley. Passei dois anos trabalhando na minha tese de doutorado e nós conversávamos semanalmente sobre a pesquisa. Assim, o meu trabalho em Harvard e na Columbia foi apenas uma continuação deste processo, no qual tive a sorte de trabalhar com alguns dos melhores pesquisadores em estatística e economia da atualidade.
GU - Embora você seja doutor e professor de economia, a sua pesquisa sempre esteve relacionada às áreas de Métodos e Modelos Matemáticos, Econométricos e Estatísticos. Como se deu a descoberta de suas aptidões para métodos quantitativos?
MM – Quando eu iniciei o meu doutorado, a minha intenção era fazer pesquisa em economia do trabalho e avaliação de políticas públicas. Este foi um passo natural, principalmente depois que eu trabalhei durante todo o meu mestrado nesta área com José Marcio Camargo, Edward Amadeo, Gustavo Gonzaga e Ricardo Paes e Barros. Mas eu tinha consciência de que ainda precisava fortalecer a minha base quantitativa. Então, ao mesmo tempo em que eu fazia o doutorado em economia, também cursava matérias nos departamentos de estatística e matemática. E alguns desses cursos acabaram mudando a minha forma de pensar. Foi quando eu comecei a me interessar por métodos econométricos e estatísticos referentes a áreas mais aplicadas.
GU - Como é a sua rotina de pesquisa? Estar afastado dos grandes centros de produção de conhecimento interfere de alguma forma?
MM – Como as pesquisas envolvem criatividade, eu prefiro não estabelecer uma rotina. Eu tento trabalhar em alguns projetos simultaneamente, mas, geralmente, tem um em especial que toma boa parte da minha energia. Também tenho alguns projetos que ficam na gaveta até achar uma forma de conseguir resolver o problema de forma satisfatória. A Fundação Getúlio Vargas tem uma política muito interessante de permitir que os pesquisadores passem até três meses do ano visitando universidades no exterior. E eu uso esse período para ir a conferências, fazer seminários e trabalhar com co-autores. Da mesma forma, existe um programa de seminários que nos permite trazer pesquisadores para passar uma semana visitando o nosso departamento.
GU - Os seus temas de pesquisa são extremante técnicos. Há como tentar explicá-lo para o público leigo? Quais as aplicações deste instrumental teórico em pesquisas práticas?
MM – Boa parte da minha pesquisa é focada em métodos quantitativos que ajudem a avaliar dados da forma mais eficiente possível. Apesar de eu ter interesse em métodos quantitativos, a pergunta inicial sempre se refere a um problema bem prático e específico. Por exemplo, um projeto que desenvolve formas de se calcular retornos para a educação quando as características do trabalhador não são observáveis pelo pesquisador. Outro projeto é o que permite extrair informações quando há ruídos excessivos em redes de telecomunicações.
 
Marcelo Moreira (Foto: Arquivo pessoal)Marcelo Moreira alerta sobre a necessidade de investimento em pesquisas (Foto: Arquivo pessoal)
GU - Você é um professor jovem e já tem publicações importantes em duas das mais respeitadas revistas acadêmicas de economia e estatística, como a Econometrica e Annals of Statistics. Quais são os desafios de se publicar em revistas deste nível?
MM – Este talvez seja o maior desafio para se fazer pesquisas no Brasil. Isso porque existe uma grande preocupação em relação ao número de publicações ao invés de focar na sua qualidade e impacto. E isso leva a uma mediocrização da pesquisa. Por exemplo, eu demorei pouco mais de cinco anos para terminar uma pesquisa que solucionava um problema que ainda estava em aberto no campo da estatística e econometria. Esse projeto apresentava um risco enorme, porque muitas pessoas já haviam tentado solucioná-lo, porém sem apresentar respostas satisfatórias. Enquanto eu estava focado nesta pesquisa, também fui pressionado para trabalhar em outros projetos menores. Os desafios de se fazer pesquisa no Brasil são os mesmos que nos EUA só que com um fator a mais: o pesquisador precisa lutar contra as pressões para se trabalhar em projetos menores.

Isso me lembra um colega de Harvard que certa vez me disse que os departamentos americanos top 10-20 só se interessam por pesquisas de ponta e que o número de publicações não importa. Ele ressaltou, porém, que essa preocupação muda em departamentos menores. Eu entendo que o mesmo acontece aqui no Brasil. O problema surge quando as avaliações do governo e das agências de fomento são influenciadas pelos departamentos medianos.
GU - Em relação à inserção do Brasil na comunidade científica internacional, qual é a importância de termos pesquisadores brasileiros publicando nestas revistas?
MM – O Brasil não pode mais ser um importador de tecnologias. Precisamos criar um corpo maior de pessoas fazendo pesquisas de ponta e publicando nas melhores revistas científicas do mundo, que ainda são as internacionais.