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21 outubro 2013

Burocracia: um fim em si mesma

Começou com um ouvinte do programa CBN Brasil, que se apresentou como pequeno empresário da indústria e fez uma espécie de consulta: que tal se ele vendesse a fábrica, o que lhe daria uns R$ 3 milhões, e passasse a viver de aplicações financeiras, hoje em fundos imobiliários?
Por que faria isso se, como ele mesmo disse, a fábrica ia bem e dava dinheiro?
Por cansaço e desânimo, respondeu. Contou então que, como pequeno empresário, precisa estar em cima de tudo, da produção à contabilidade, das vendas aos fornecedores. E que ele não aguentava mais a trabalheira, não na produção de suas peças, mas na burocracia em volta, na dificuldade da gestão.
Colocamos a história no ar, na última terça-feira, Mara Luquet comentou, e imediatamente começamos a receber e-mails com casos parecidos. Alguns deles reclamavam da queda de atividade em seus setores — como um rapaz produtor de parafusos e outras peças para portas de vidro, com vendas em queda por causa do declínio da construção civil.
Mas mesmo esse dizia que ainda estava no lucro. Na verdade, como os demais, também estava mais cansado da trabalheira, digamos, institucional: lidar com as leis e regulamentos, suas autoridades, os tribunais, os fiscais, o pessoal do Fisco. É o maior desânimo, explicava um fabricante de roupas, também jovem, empreendedor: “Parece que a gente não trabalha no negócio, trabalha para os outros que ficam ali… atrapallhando”.
Parecia a esses empreendedores, da economia real, que a vida de investidor financeiro, rentista, era mais fácil e mais segura.
Estava com isso na pauta quando escuto, pela tevê, o comentário de um dos chefes do crime em São Paulo, grampeado numa conversa com um colega: “Tô no maior desânimo, irmão, só trabalho para os caras; neste ano, já paguei uns 700 contos pra eles”.
Sim, são situações bem diferentes. Não estamos nem de longe comparando empreendedores honestos com empresários do crime. Mas reparem: nos dois casos tem uma falha do Estado e das instituições. No primeiro, a burocracia (no sentido amplo) atrapalha uma atividade legal e produtiva, que deveria ser facilitada; no segundo, atrapalha uma atividade ilegal que deveria ser coibida, mas é preservada exatamente para dar lucro a agentes do Estado.
A queixa se iguala: “Estamos trabalhando para os caras”. Mesmo quando não é corrupta, a burocracia tende a se tornar um fim em si mesma. Quando se chega a esse ponto, ela não existe mais para regular e controlar a atividade legal ou coibir a ilegal, mas a atividade privada, qualquer que seja, só existe para dar sentido (e vantagens) à burocracia e seus agentes.
A que ponto chegamos: o fabricante de parafusos e o distribuidor de cocaína no maior desânimo…
Fonte: aqui

Universidades de ponta tem menos aulas

Um dos maiores gaps do ensino superior brasileiro veio à tona quando estudantes brasileiros de graduação foram para universidades de ponta pelo Ciência sem Fronteiras.
A maioria deles conta que estranhou a quantidade reduzida de disciplinas das instituições dos países estrangeiros.
Um estudante universitário de uma escola como a Universidade Harvard, nos EUA, considerada a melhor do mundo, tem em média 15 horas/aula por semana.
Para se ter ideia do que isso significa, quem faz engenharia na Poli-USP tem quase três vezes mais aulas.
A filosofia de universidades como Harvard é que cada hora de aula demanda em média uma hora extra de estudos e de leituras do aluno. Ou seja, as 15 horas viram 30 horas.
Além disso, a universidade espera que o aluno se envolva em atividades de pesquisa, empresas-júnior, trabalho sociais e culturais e que faça esporte.
Com tudo isso, a formação fica completa e a grade fica cheia.
Enquanto isso, o aluno da Poli mal consegue ter tempo para estudar para as disciplinas obrigatórias porque elas tomam o dia inteiro.
Fazer atividades fora da engenharia, então, esquece.
Essa questão é comumente abordada pelos chefes do Ciência sem Fronteiras.
Na reunião anual de cientistas da SBPC, que neste ano aconteceu em Recife (PE), o presidente da Capes, Jorge Almeida Guimarães, discutiu o assunto e defendeu a redução da grade obrigatória de aulas.
O problema, de acordo com Guimarães, é fazer com que as universidades brasileiras topem essa redução.
O diretor da Poli e candidato à reitor da USP, José Roberto Cardoso, falou sobre o assunto nesta quarta-feira, 16, no primeiro dia de debates dos candidatos à reitoria da universidade.
De acordo com Cardoso, a redução das horas-aulas liberaria os professores para fazer mais pesquisa. E, quem sabe, poderia até fazer com que a quantidade de vagas se expandisse.
Eu não vejo outro caminho para o ensino superior brasileiro que não seja a redução da quantidade de disciplinas obrigatórias.
E você?

Fonte: aqui

Elizabeth Loftus: A ficção da memória

A psicóloga Elizabeth Loftus estuda a memória. Mais especificamente, ela estuda as falsas memórias, isto é, quando pessoas se lembram de coisas que não aconteceram, ou quando a lembrança contém detalhes que não correspondem à realidade. Isso é mais comum do que você possa imaginar, e Loftus compartilha algumas histórias e estatísticas surpreendentes, levantando várias questões éticas de extrema importância que devemos nos lembrar de levar em consideração.



20 outubro 2013

Rir é o melhor remédio

Propaganda fantástica contra a censura

Fundação Nobel precisa de dinheiro

A Fundação Nobel, que em 2012 usou fundos hedge para aumentar seu capital, estuda a possibilidade de conseguir doações de instituições beneficentes porque as estratégias anteriores não permitiram arrecadar recursos suficientes.

A fundação sediada em Estocolmo, que no início do mês reduziu seus prêmios para 2013, no ano passado cortou 20% do valor em dinheiro para preservar seu capital. Desde então, os laureados tiveram de se contentar com 8 milhões de coroas (US$ 1,23 milhão) em cada categoria.


A fundação foi fundada com o dinheiro auferido por Nobel pela invenção do dinamite. Assim, os fundos possuem um limite, que podem ser prolongados com aplicações financeiras.

Embora tenha intensificado a dependência dos fundos hedge, as ações seguem constituindo a maior parte. No fim de 2012 a fundação tinha 3,1 bilhão de coroas em investimentos. Do total, 51% estavam investidos em ações, em comparação com 47% no final de 2011, enquanto 16% eram representados por títulos de renda fixa, ante 20% no ano anterior. A fundação investiu 33% em ativos alternativos, o mesmo que no ano anterior.

Do total do capital da Fundação Nobel, 94% baseia-se na contribuição original feita por Alfred Nobel.



NIKLAS MAGNUSSON E VERONICA EK - BLOOMBERG NEWS TRADUÇÃO ANNA CAPOVILLA - ESTOCOLMO - Fundação Nobel pode buscar doações

Petrobras: a empresa com mais dívidas do mundo

A Petrobrás é agora a empresa mais endividada do mundo, segundo relatório divulgado pelo Bank of America Merril Lynch. "A dívida da Petrobrás cresceu rapidamente com a empresa implementando um ambicioso programa de investimento de US$ 237 bilhões para o crescimento de sua produção offshore", informa o documento.

Há uma distinção entre "empresa com mais dívidas" e "empresa mais endividada". A empresa mais endividada é uma medida relativa; por exemplo, passivo sobre ativo. Já empresa com mais dívidas é um número absoluto. O correto seria o título do texto.

Segundo o BofA, um importante fator para a Petrobrás reverter a tendência de alta da sua alavancagem seria impulsionar o seu Ebitda (geração de caixa), o que ocorreria com um aumento de produção.

Mais um que acredita neste indicador (?). Ao colocar entre parênteses "geração de caixa" tem-se um outro erro. Ebitda não é caixa, não é contabilidade, não é nada. É uma invenção. Mas aqui o relatório parece desconhecer a realidade da empresa: como está vendendo produtos por um valor abaixo do custo, o aumento da produção tende a aumentar o problema.

"Sem uma produção maior, a alavancagem continuará a crescer a menos que ocorra um forte aumento nos preços da gasolina e uma forte redução no programa de capex (investimento)", segundo o documento. Para a equipe de análise, a produção da estatal deveria crescer para 3,8 milhões de barris por dia para que a alavancagem da empresa comece a cair.

É questionável, já que o gargalo da empresa é o preço.

"Os próximos 6 a 18 meses serão, esperançosamente, o início de uma importante virada para a Petrobrás em termos de produção", ainda de acordo com o documento.

Outro ponto relevante é o aumento dos preços. "De acordo com a diretoria, um aumento adicional de preços é possível no curto prazo", afirma a analista que assina o documento, Anne Milne, que julga difícil "dada a fraqueza no crescimento da economia, pressão inflacionária, um real fraco e risco de protestos sociais".

Afinal, é possível um aumento no curto prazo ou é difícil?

Outro ponto que poderia ajudar na redução do endividamento da petrolífera seria a redução do programa de investimentos. "A empresa identificou US$ 29,5 bilhões em projetos que estão com baixa valorização", destaca a analista. Ela frisa que movimento de venda de ativos e de joint ventures pode ajudar a Petrobrás, além de um amplo programa de redução de custos.

A redução do investimento muitas vezes não é possível, em razão da falácia do custo perdido. E como se trata de uma empresa com participação do estado, seu uso político impede uma maior redução do custo.

FERNANDA GUIMARÃES - O Estado de S.Paulo - 19 de outubro de 2013 - Petrobrás é a empresa com mais dívidas no mundo

As cidades mais poluídas

Fonte: Aqui