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14 outubro 2013

Nobel de Economia

O Nobel de Economia deste ano foi para Fama, Hansen e Shiller. Fama, pela contribuição para os estudos de eficiência de mercado já merecia o prêmio há anos. Mais recentemente, Fama desenvolveu inúmeras pesquisas com French, que não recebeu o prêmio. Shiller teve um papel relevante na discussão sobre bolhas. Hansen desenvolveu Generalized method of moments (GMM). Os três possuem em comum a busca de conhecimento na área de preços de ativos.

Rir é o melhor remédio

Logos com obesidade:



História da Contabilidade: A profissão contábil na sociedade brasileira

Ainda estar por ser feito um estudo amplo sobre como a sociedade brasileira enxergou a profissão contábil. Há tempos a contabilidade representa uma forma importante de ascensão social. Já comentamos aqui, em outra postagem, que no século XIX era comum o ensino de contabilidade no início do ensino formal.

Muitos jovens da classe média baixa faziam o curso técnico (ou superior) para ter condições de encontrar um emprego no setor de serviço e na indústria. Alguns deles abandonaram o curso por falta de aptidão (como foi o caso de Erasmo Carlos) ou concluíram seu curso, mas não trabalharam na área (como o caso de Bob Nelson) (1).

Encontrei um texto que mostra um pouco isto. Numa narrativa para Revista da Semana, denominado “O Amor é Assim...”, Lucile D´Arlemont fala de um jovem que se apaixonou por uma moça, mas a família não aceitava o namoro pela falta de recursos financeiros. O jovem resolveu ganhar o mundo, enquanto a moça ficou no vilarejo. Passados oito anos, o jovem volta:
Voltava endinheirado, e até com o diploma de um curso de contador! (...) Lutara, passara privações, estudara, ilustrara-se, sempre com o pensamento nela. (2)

(1) Sobre Erasmo Carlos vide http://www.contabilidade-financeira.com/2013/06/jovem-guarda-e-contabilidade.html. Vide também http://www.contabilidade-financeira.com/2013/04/contabilidade-na-era-do-radio.html. Sobre Bob Nelson, A Scena Muda, ed 26, 1949, p. 105.
(2) D´ARLEMONT , Lucile. O Amor é Assim... Revista da Semana, ed. 29, 1949, p. 22.

História da Contabilidade: Curso por Correspondência em Contabilidade

O ensino da contabilidade passou por muitas mudanças ao longo do tempo. Na década de 1940, além da legalização dos cursos superiores – e sua criação em diversos locais do país – tivemos outra discussão interessante: a validade dos cursos por correspondência.
Fonte: Estado de S. Paulo, 6 de julho de 1941, ed. 22034, p. 11.

Até a criação do Conselho Federal de Contabilidade e dos regionais não existia nada que impedisse que uma pessoa fizesse o curso técnico por correspondência. Em 1929, por exemplo, um anúncio mostrava um curso por correspondência (1):

A partir do instante que a legislação passou a exigir o registro no Conselho, os cursos por correspondência passaram a enfrentar sérias resistências. Por exemplo, em 1947, logo após sua implantação, o Conselho de São Paulo divulgava o seguinte comunicado:

Em face de constantes pedidos de registro, neste Conselho, de diplomas ou certificados fornecidos por escolas ou curso de contabilidade por correspondência, faço ciente a todos os interessados que tais títulos são destituídos de qualquer valor legal, não sendo, por isso, registráveis, para os efeitos do disposto no art. 13, do decreto-lei n. 9.295, de 27 de maio de 1946. São Paulo, 24 de outubro de 1947. PEDRO PEDRESCHI – Presidente (2)

A reação constante do comunicado do CRC foi até branda. O Sindicato dos Contabilistas e o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Comercial do Estado de S. Paulo promoveram uma campanha para “moralização do ensino comercial, movendo guerra sem quartel aos mercadores de títulos e diplomas” (3). Era um movimento para desmascarar “os mercenários do ensino que, à custo de anúncios em jornais, locupletam-se com gordas quantias, prometendo formar, em prazo relâmpago, contadores e guarda-livros” (4).

(1) Estado de S. Paulo, 6 de julho de 1929, ed. 20706, p. 16.
(2) Estado de S. Paulo, 26 de outubro de 1947, ed. 22.222, p. 10.
(3) Jornal de notícias, 15 de outubro de 1948, ed. 763, p. 5.
(4) Idem.

História da Contabilidade: Curso Superior de Contabilidade

O curso superior em contabilidade surgiu no Brasil na década de 20, pelo Instituto Brasileiro de Contabilidade (1). Entretanto, somente com as reformas educacionais ocorridas na década de 40 é que o curso superior foi institucionalizado. Durante as pesquisas que realizei, não consegui encontrar muitas notícias sobre o que ocorreu com o curso pioneiro do Instituto Brasileiro após a realização das primeiras turmas. Mas durante os anos trinta outros “cursos superiores” apareceram. Em Porto Alegre, na década de 30, o Colégio Narciso Berlese promoveu um curso superior na área (2).

Na década de 1940 o governo decide fazer uma reforma no ensino de contabilidade do Brasil. Para isto, inicialmente transforma o antigo curso de guarda-livros num curso técnico de contabilidade e retira do segundo ciclo comercial os cursos de contador e atuário (3).

Fonte: Estado de S. Paulo, 23 de janeiro de 1949, ed. 22603, p.5

A reforma permite a abertura de curso superior pelo país. Não existe uma sistematização do progresso dos novos cursos, mas sabe-se que na década seguinte já era comum a contratação de profissionais com nível superior (4). Assim como em 1947, logo após a aprovação da legislação, já estavam sendo formados contadores no Paraná (5)

Fonte: O Malho, ed. 49, 1944, p. 49.

(1) Vide, por exemplo, O Paíz, ed. 14795, 23 de abril de 1925, p. 5. Este assunto já foi tratado anteriormente aqui.
(2) A Federação, ed. 55, 6 de março de 1936, p. 2.
(3) conforme Diário de Notícias, ed. 7029, 21 de setembro de 1945, p. 6. Trata-se do Decreto 7938.
(4) Em 1958 uma empresa de “âmbito internacional” contratava pessoas com curso superior de contabilidade. Vide Correio da Manhã, ed. 19911, 23 de fevereiro de 1958, p. 17.
(5) Diário do Paraná, ed. 642, 10 de dez de 1947, p. 2.

Normas Contábeis do Japão

O Japão possui muitas normas contábeis. As empresa japonesas podem adotar as normas japonesas, os padrões dos Estados Unidos ou as normas do Iasb. A existência de tantas opções levanta a questão sobre a escolha de uma das normas.

Em 2007 o Japão, através do Accounting Standards Board of Japan (ASBJ) assinou um acordo com o Iasb para buscar a convergência. Em 2009 o regulador financeiro do Japão apresentou um cronograma de adoção das normas internacionais e determinou 2012 como prazo para decisão. Em 2011 o ministro das Finanças sinalizou que o prazo seria prorrogado. Parte da decisão do Japão se deve a indecisão dos Estados Unidos em aceitar as normas internacionais. As autoridades começaram a falar de uma adoção voluntária. E mais recentemente comentou-se a possibilidade de falar de normas internacionais com adaptações, as J-IFRS.

As objeções à adoção das normas internacionais são diversas: custo de implantação, falta de adaptação à cultura japonesa, algumas normas contábeis que despertam dúvidas e os resultados obtidos até o momento pelas IFRS.

Leia mais aqui

Executiva mais poderosa

A mulher mais poderosa do mundo nos negócios é uma brasileira:

A presidente da Petrobras, Graça Foster, foi eleita pela revista norte-americana Fortune a mulher mais poderosa do mundo fora dos Estados Unidos. A revista fez dois rankings, um com executivas norte-americanas e outro com internacionais. A classificação levou em consideração quatro critérios: a importância e o tamanho do negócio liderado pela executiva na economia global, o sucesso e a condução dos negócios, a trajetória de carreira da executiva e sua influência social e cultural.

Este foi o segundo ano consecutivo em que Graça Foster foi apontada pela revista como a executiva mais poderosa do ranking global, entre 50 candidatas de diversos países e setores, como a Inglaterra, Austrália, Suécia, Turquia.


Em outro texto, os efeitos que isto pode trazer:

Para a economista Maria Beatriz David, professora do Departamento de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a escolha da presidenta da Petrobras, Graça Foster, pela revista norte-americana Fortune como a executiva mais poderosa do mundo, poderá fortalecer a situação da estatal com os mercados financeiros, "porque hoje a situação é complicada. Ela [a Petrobras] está muito endividada e para tomar recursos novos, isso dificulta".

Acho muito otimismo associar as duas coisas. Talvez a eleição possa ajudar a executiva dentro do governo e tão somente.

Segundo a economista, ao eleger Graça Foster como a mulher de negócios mais poderosa em termos globais, a revista Fortune reconhece que ela é uma administradora eficiente. "Então, para os investidores, é um sinal positivo".

São coisas diferentes: poder e eficiência. E o próprio resultado da empresa mostra que Foster tem poder, mas não eficiência.