29 setembro 2013
Estrutura Conceitual: Ativo - Parte 3
Incerteza
Uma das consequências da nova definição de ativo do Iasb é a
mudança de paradigma sobre a questão da incerteza. Assim, a parte “do qual se
esperam” não irá permanecer na definição. E mesmo na definição de recurso econômico
evita expressões como estas ao usar “capaz de produzir”.
Uma das grandes dificuldades das normas contábeis é lidar
com a questão da incerteza. Niyama e Silva (2013, p. 61) informam que existem
mais de 30 expressões para descrever probabilidades (inevitável, praticamente
certo, altamente realista, substancialmente, etc), mas não existe um roteiro
para fazer esta distinção. A probabilidade de um evento acontecer pode variar
entre 0% a 100%. Quando a probabilidade aproxima-se dos extremos, a decisão
contábil torna-se mais fácil. Mas talvez muitos eventos contábeis tenham probabilidades
numa zona intermediária, mais próxima dos 50% de probabilidade do que de um dos
extremos. Como a contabilidade deve tratar destas situações? A nova estrutura
conceitual resolveu evitar este assunto, deixando para cada norma específica.
Mais do que isto, a estrutura proposta informa que isto deve
inclusive ser válido para a questão do reconhecimento. Isto muda o entendimento
atual de que a questão da probabilidade é um dos requisitos para o
reconhecimento, conforme destaca Niyama e Silva (2013, p. 127).
O Iasb avança nestas questões ao propor a existência de dois
tipos de incerteza: a incerteza que um ativo existe e a incerteza se um ativo
irá gerar entrada de caixa. A incerteza da
existência, como o próprio nome diz, é aquela onde há dúvidas se o ativo
existe ou não. Este tipo de incerteza pode surgir dos lítigios, por exemplo.
A incerteza do fluxo surge da dúvida se haverá benefício
econômico. O Iasb acredita que este tipo de incerteza seja mais comum. Pode incluir
opções, mas também um bilhete de loteria esportiva. Em Niyama e Silva (2013, p.
134) existe uma discussão sobre o caso do bilhete de loteria esportiva. Apesar
do Iasb considerar este caso como uma ilustração simples, a sua discussão pode
ser relevante por permitir analisar melhor a definição. Na atual estrutura, o
bilhete de loteria claramente não poderia ser considerado um ativo. Na
proposta, o próprio Iasb define que não existe incerteza da existência, mas sim
incerteza de fluxo. Portanto, o bilhete de loteria seria um ativo.
Outras situações onde existe a incerteza do fluxo mostra que
realmente este aspecto é relevante para o ativo das entidades. A pesquisa e
desenvolvimento de um projeto, contas a receber, estoques, entre outros.
Referências
NIYAMA, Jorge Katsumi; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2013.
Continua...
Melhore a sua memória: técnicas
Dory (Procurando Nemo) e Leonard (Amnésia) |
Em resumo, todos podem aprender a memorizar. Para isso, é preciso entender como o cérebro armazena informações primeiro.
O cérebro é um sistema complicado com muitas peças trabalhando em conjunto. Duas dessas peças – os neurônios e as sinapses – são chaves durante o processo de criação da memória. Os neurônios são as partes do cérebro que enviam e recebem sinais elétricos. As sinapses são os caminhos que os conectam.
Quando as memórias são recuperadas, uma série de neurônios envia sinais ao longo do cérebro, criando uma sequência que representa a memória. Quanto mais forte for a sinapse, maior a chance de que a memória pode ser recuperada.
O uso consistente de sinapses cria frequentemente conexões mais fortes. Assim, por exemplo, recordar o seu antigo número de celular é mais fácil do que um número de conta bancária, porque a memória do telefone foi recuperada com mais frequência. Sinais fracos não têm a capacidade de criar a cascata de neurônios essenciais para iniciar uma memória.
E isso explica inclusive um problema muito comum nos dias de hoje – a existência de tantas tecnologias para armazenar e recuperar rapidamente informações acaba fazendo com que os humanos não decorem mais nem mesmo os dados que usam diariamente.
Alguns especialistas até creem que essas tecnologias nos mudaram cognitivamente: tendo pouca necessidade de lembrar das informações, às vezes parece que nós nos esquecemos de como fazer isso (o que certamente atrapalha na hora que realmente precisamos memorizar algo, como para fazer uma prova).
Essa barreira à memorização é antiga: mesmo Sócrates não gostava de escrever porque temia que isso enfraqueceria sua memória.
Se você, pelo contrário, está precisando fortalecer a sua, confira essas três técnicas para melhorar sua memória:
1. O Palácio da Memória [a cara de The Mentalist]
Os antigos gregos e romanos não tinham o luxo de um smartphone ou ferramentas de pesquisa, então recorriam a técnicas mentais para memorizar informações. A técnica comum do tempo era o “Palácio da Memória”, também conhecido como “método de loci” ou “mapeamento mental”.
Funciona assim:
Visualize um espaço familiar em sua vida, ou seja, sua casa ou seu local de trabalho.
Encolha cinco salas ou áreas neste espaço, e cinco grandes itens em cada sala para servir como “arquivos” para a sua memorização.
Atribua um número a cada um desses cinco grandes itens de uma série, começando em um cômodo e indo para o outro em ordem crescente. Por exemplo, em seu quarto, sua cama pode ser 1, cadeira 2, mesa 3, abajur 4 e cortina 5. No banheiro ao lado, o vaso sanitário é 6, a pia 7, etc. É importante manter um fluxo (seguir a ordem dos objetos, para que, quando você se lembre do cômodo, se lembre também da ordem e do número).
Neste ponto, o Palácio é construído. Agora, vamos preenchê-lo.
Imagine o que é que você quer se lembrar.
Associe essa memória com um item em um cômodo.
Por exemplo, se você quiser se lembrar dos nomes dos principais times de futebol paulistas para impressionar seu namorado fanático, pode associar cada um com um item do palácio, como:
Palmeiras crescendo na sua cama (Palmeiras)
Uma cadeira branca e preta (Corinthians)
Um mapa de São Paulo na sua mesa (São Paulo)
Um abajur em forma de peixe ou com o tema praia (Santos)
Uma cortina com estampa de pontes pretas (Ponte Preta)…
A visualização é muito importante nesse método. Quanto mais vivas essas cenas aparecem em sua imaginação, mais provável é que você se lembrará delas. Cenas bizarras são as que funcionam melhor.
2. Crie um Sistema de Peg
Uma técnica ideal para memorização de listas, o Sistema de Peg funciona de forma similar ao Palácio da Memória, criando uma associação entre o que você quer memorizar e o que sua mente já sabe.
Para usar o Sistema de Peg, você atribui palavras para uma lista de números, criando uma imagem mental para cada uma. Então, você pode anexar o que você deseja memorizar a essas imagens mentais pré-memorizadas, criando uma conexão viva em sua mente.
Os pontos de partida podem ser palavras que rimam com cada número ou possuem forma correspondente à forma de cada número. Um exemplo de números e rimas seria:
1 = atum
2 = arroz
3 = bebês…
Depois de memorizar esses “pontos iniciais”, você pode começar a associar a lista do que você realmente quer memorizar. Digamos que você queira decorar uma lista de artigos de papelaria que você precisa comprar. Imagine as seguintes cenas:
Folha sulfite: milhares de folhas com desenhos de latas de atum
Tinta para impressora: um prato de arroz colorido com tinta
Caneta: bebês desenhando com canetas…
3. Método da primeira letra
As técnicas acima funcionam muito bem para memorizar itens individuais. Mas se você precisa decorar um texto grande, uma opção melhor é o método de texto da primeira letra.
Esse método não é visual, como os outros dois indicados acima. A chave para essa técnica é a primeira letra de cada palavra e trabalho duro.
Recordar, ao invés de repetir, é o conceito fundamental para qualquer tipo de memorização. O ato de ler algo que você quer memorizar dispara conexões diferentes do que o ato de se lembrar do que leu.
Ou seja, se você quiser memorizar um grande pedaço de texto, é melhor tentar recordar mentalmente daquilo que acabou de ler do que reler o texto várias vezes. Para ajudar, você pode usar a primeira letra de cada palavra.
Por exemplo, se você quiser decorar o discurso “Eu tenho um sonho” de Martin Luther King, a frase “Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da sua pele, mas sim pelo conteúdo de seu caráter” se torna “E t u s q m q p c v u d v e u n o e n s j p c d s p, m s p c d e c”.
Agora, em vez de ler o texto na íntegra, você olha para a frase só com as primeiras letras e tenta recordá-la. Seu cérebro estará exercendo suas sinapses de uma forma que levará a uma melhor memorização. Esse método fica mais fácil com a prática.
Bônus: Outros métodos
Pesquisas psicológicas têm apoiado a teoria da “memória relacionada ao humor”: se você quer se lembrar de algo, volte para o humor em que você estava quando experimentou o que quer se lembrar.
Há também o sistema de ligação, que funciona de uma maneira semelhante ao Sistema de Peg, sem uma ordem numérica. Digamos que você precisa memorizar uma lista de termos arbitrários, como cão, bolo, casa, chuva, etc. Você deve visualizar uma ligação ou interação entre cada item consecutivo, por exemplo, um cão comendo um bolo, um bolo de recheio de uma casa, uma tempestade de casas, etc.
Ron White, ex-campeão americano de memorização, tem um método interessante para lembrar números. Ele atribui a cada amigo um número, e quando precisa memorizar um novo número, imagina mentalmente seus amigos em uma ordem particular.
A memorização muitas vezes se volta para fundamentos como visualizar, associar e recordar. Para melhorar a sua, você precisa encontrar aquilo que funciona melhor para você. Inclusive, você pode inventar seu próprio método ou misturar itens de diferentes técnicas.
Texto: HyperScience. Imagem: Shirtoid.
O produto mais vendido no Wal-Mart
Uma informação curiosa: o produto mais vendido na Walmart, durante os últimos anos, foi a banana. Segundo a empresa, o produto saudável, fácil de embalar e são baratos. Hoje, os estadunidenses consomem mais bananas que maçãs e laranjas, juntos.
Disney e Brasil
35,7% das viagens de brasileiros para os Estados Unidos passam por Orlando, Flórida. A presença de brasileiros fez com que a Disney aumentassem o número de funcionários que falam português:
Fonte: Aqui
28 setembro 2013
Estrutura Conceitual do Iasb: Ativo - Parte 2
Recurso Econômico
Conforme comentado anteriormente, a definição proposta de
ativo possui como principal alteração o uso do termo recurso econômico no lugar
dos benefícios econômicos esperados. Ao fazer esta substituição, o Iasb torna
necessário definir recurso econômico.
Segundo o Iasb, recurso econômico é “um direito ou outra fonte de valor, que é
capaz de produzir benefícios econômicos”.
Isto inclui o direito de usar um objeto físico, como um
imóvel, as instalações ou os estoques, o valor residual de uma máquina
arrendada, o direito de se beneficiar das obrigações de outra parte, da
propriedade intelectual e outras fontes, como know-how, listas de clientes, relacionamento
com fornecedores e clientes e mão de obra existente.
Os benefícios econômicos podem ser obtidos usando o ativo
para obter produtos ou serviços, para aumentar o valor de outros ativos, para
cumprir as obrigações, para reduzir despesas, para alocar ativos para
terceiros, para receber serviços de outros ativos, para usar o ativo como
garantia, entre outras situações.
A definição de recurso econômico garantiria o reconhecimento
do arrendamento como ativo. Assim, o que importa é que tanto a propriedade de
uma máquina quanto o direito de usá-la, mesmo por um período curto de tempo,
gera benefícios.
(Continua...)
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