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16 julho 2013

Coréia do Norte

Para um estado comunista internacionalmente condenado e recluso, a economia da Coréia do Norte não está muito mal. A economia cresceu 1,3% no ano passado, de acordo com o Banco Central da Coréia do Sul, que analisa os dados recolhidos por instituições sul-coreanas. Isto corresponde ao segundo ano de crescimento e seu ritmo mais rápido desde 2008. Essa taxa é melhor do que a economia do Brasil, que cresceu apenas 0,9% no ano passado

Fonte: Aqui

15 julho 2013

Rir é o melhor remédio

No Japão, onde a leitura da mão continua sendo um dos mais populares meios de adivinhação, algumas pessoas descobriram uma maneira de mudar o seu destino. É uma ideia simples: mudar a palma da mão, mudando a leitura e mudando o futuro. Tudo que você precisa é de um cirurgião plástico competente com um bisturi elétrico que tem um conhecimento básico de quiromancia.

Fonte: Aqui

História da Contabilidade - Guarda-livros, Escriturário, Amanuense e Conferente

Na segunda metade do século XIX o número de profissionais que trabalhavam na contabilidade de uma empresa brasileira cresceu substancialmente (1). Quando o número de funcionários cresce é natural que comece a surgir graduações entre aqueles com maior poder e os subalternos. Isto também ocorreu com a contabilidade.

Sabemos que o profissional era conhecido como “guarda-livros”, que era o corresponde ao bookkeeper (2) da língua inglesa. Mas afirmar que o guarda-livros era o profissional contábil do passado é uma simplificação, já que um departamento de contabilidade de uma grande empresa possuía vários tipos de profissionais (3).

Um deles era o escriturário. Algumas empresas nos dias de hoje ainda possuem este cargo na sua estrutura e geralmente corresponde a função de nível subalterno, relacionada com a burocracia. No passado, o escriturário era aquele que fazia a “escrita” da empresa e esta é a origem da palavra. Os mais antigos associam o termo “fazer escrita de uma empresa” como sendo igual a “fazer a contabilidade de uma empresa”. Isto significa dizer que o escriturário correspondia a uma função onde se fazia os lançamentos contábeis.

Outro profissional era o amanuense (4), responsável pela copia de textos à mão. É bom lembrar que na época não existia nem computador nem máquina de datilografar. Então, para a função do amanuense era necessária ter boa caligrafia.
Finalmente tem-se o conferente, uma profissão que ainda existe nos dias de hoje. O número deste profissional era bem menor que o amanuense (5).

Considere a empresa citada anteriormente Central do Brasil, uma empresa férrea. Em 1902 a divisão de contabilidade tinha (6) como chefe o bacharel em engenharia João Baptista Maia de Lacerda. Junto à ele trabalhavam dois oficiais, um amanuense e um contínuo. Esta divisão estava subdividida em seções. A primeira seção tinha um contador (7), seu ajudante, oito primeiros escriturários, dez segundos escriturários, doze terceiros escriturários, um arquivista, 24 amanuenses, 25 praticantes, um impressor, um ajudante, um autografista e um contínuo. A segunda seção era comandada por um guarda-livros, com um ajudante, 2 primeiros escriturários, dois segundos escriturários, um terceiro escriturário, um amanuense e um contínuo. A contagem revela um total de cem empregados, mas existiam escriturários em outras divisões.

Uma repartição menor, a Repartição Geral dos Telegraphos, vinculada ao Ministerio da Instrucção Publica, Correios e Telegraphos (8) possuía na seção de contabilidade um chefe, um ajudante, um tesoureiro, um fiel (9) e dez escriturários (10). A contadoria do Correio Federal, na mesma época, possuía 32 funcionários, sendo oito amanuenses, nove praticantes e dez oficiais (11).

(1) Em postagem anterior mostramos isto.
(2) Vide http://pt.wikipedia.org/wiki/Guarda-livros
(3) No Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, edição 48, p. 396, mostra uma organização onde a seção de contabilidade era dividida em Chefe, Escriturário, Amanuenses e Conferente.
(4) http://pt.wikipedia.org/wiki/Amanuense
(5) Conforme a organização existente no Almanak, citada em (3), existia uma proporção de 1 para 4 entre o escriturário e o amanuense e a mesma relação entre o conferente e o amanuense.
(6) Conforme Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, edição de 1902, p. 1220 e seguintes.
(7) É sempre bom destacar que “contador” não corresponde ao que hoje conhecemos como profissional formado em contabilidade. Era um cargo público, geralmente voltado para área de arrecadação.
(8) Grafia da época.
(9) Trata-se de um cargo que ainda existe nos dias de hoje, como por exemplo na gestão de armazéns. Vide http://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_do_armaz%C3%A9m
(10) Também Almanak (...) , 1902, p. 669. Os três exemplos citados são de entidades vinculadas ao governo. Isto pode sugerir um número mais elevado de funcionários do que o necessário, em razão do tradicional apadrinhamento na área pública.

História da Contabilidade – Relatório do Banco da Republica do Brazil

Em 29 de abril de 1900, o jornal O Paiz publica o relatório do Banco da Republica do Brazil, referente ao ano de 1899 (1). O relatório inicia-se com o Parecer do Conselho Fiscal. Este conselho recomenda, no seu segundo parágrafo, a aprovação das contas do “anno bancario findo”. Este relato do conselho fiscal inclui uma breve análise do desempenho da instituição financeira, relacionando com a situação econômica do país.

A seguir tem-se o Relatório do Presidente da instituição financeira, dirigido aos acionistas. Após breves comentários sobre a situação da instituição, o texto explica, de forma detalhada, a distribuição do resultado. É também comentado sobre o “movimento da caixa”, das letras, do auxilio às indústrias, dos empréstimos efetuados, entre outros itens. É um relatório bastante longo, que corresponderia as notas explicativas e ao próprio relatório da administração atual.

Logo após tem-se o balanço em 30 de junho de 1899 e 31 de dezembro de 1899, seguido da Demonstração de Lucros e Perdas do ano bancário findo em 31 de dezembro. Esta demonstração segue o padrão da época, muito próximo a um razonete.

Finalmente, a exposição do Ministro da Fazenda, Joaquim Murtinho (2), sobre um acordo ocorrido em 1899 entre a instituição financeira e o Tesouro.

(1) O Paiz, 29 de abril de 1900, p. 4-5. Naquela época era o jornal de maior circulação. Os textos entre aspas estão com grafia da época.
(2) Murtinho foi um dos melhores ministros que o Brasil já teve. Organizou as finanças públicas, que tinha sido objeto da gestão Rui Barbosa. Veja em http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Murtinho

Boeing

O gráfico mostra a reação do mercado ao saber do acidente do avião da Boeing:

Hannah Brencher: Cartas de amor para estranhos

A mãe de Hannah Brencher sempre escreveu cartas para ela. E então quando ela se encontrou numa depressão profunda depois da universidade, ela fez o que pareceu natural -- escreveu cartas de amor e as deixou para que fossem encontradas por estranhos. Este ato se tornou uma iniciativa global, "O Mundo Precisa De Mais Cartas De Amor", que leva cartas escritas à mão para aqueles que estão precisando de um impulso.


Como aconteceu o desastre Eike

Eike Batista está abalado e alterna momentos de euforia e depressão. Sai pouco de sua casa, na zona sul do Rio de Janeiro, evitando aparecer em restaurantes e correr na lagoa Rodrigo de Freitas.

Ele não deixou, porém, de dar expediente no grupo EBX, e tem participado das negociações para vender seu império numa das maiores liquidações de ativos do país.

O estado de espírito de Eike é um reflexo da profunda crise de confiança que derrubou as ações de suas empresas e o atolou em dívidas. As empresas X devem R$ 23 bilhões. Na holding, precisa pagar outros R$ 5 bilhões.

A razão para a derrocada é simples: com base em alguns bons projetos, Eike prometeu resultados exorbitantes, mas não entregou. A OGX seria a "mini-Petrobras", a MMX, a "mini-Vale", o porto do Açu, a "Roterdã dos trópicos", a OSX, a "Embraer dos mares".

Ele previu que a MMX atingiria 33,7 milhões de toneladas em 2013. Produziu no ano passado apenas 7 milhões.

A OGX prometeu produzir entre 40 mil e 50 mil barris por dia neste ano. Em maio, estava com 10 mil.

Para entender o que ocorreu com o grupo, é preciso entender quem é Eike Batista.

A Folha conversou com 13 pessoas próximas a ele: executivos, ex-executivos e interlocutores no governo. A maior parte falou sob condição de não ter o nome citado.

Eike e o grupo EBX não deram entrevista. Alguns o classificam como megalomaníaco --o que ele admite na autobiografia "O X da questão": "Um pouco de megalomania e ousadia é recomendável".

VENDEDOR DE SEGUROS

Mineiro de Governador Valadares, Eike mudou-se criança para a Europa, acompanhando o pai, Eliezer Batista. Iniciou a faculdade de engenharia na Alemanha, mas não terminou. Vendia seguros para se manter.

Voltou ao Brasil no início dos anos 80 para buscar ouro na Amazônia. Na época, Eliezer o outorgou num pedaço de papel um "diploma de idiota" por se embrenhar naquelas fronteiras.

A mãe, Jutta Fuhrken, dizia aos filhos que deveriam ser melhores que o pai, tarefa difícil se tratando de Eliezer, que presidiu a Vale e construiu a mina de Carajás.

Eike prosperou, virou dono de mineradora de ouro e chegou ao primeiro bilhão de dólares. Mas só passou a ser conhecido ao se casar com a ex-modelo Luma de Oliveira.

O casamento ganhou os jornais e a TV. Eike chegou a participar de um leilão de um biquíni no Domingão do Faustão usado pela esposa.

Em 2005, depois de se divorciar, ele criou a MMX. Era o início da trajetória de empreendedor serial. Eike levou seis companhias à Bolsa. Criou outras sete. No total, levantou R$ 27 bilhões. O empresário aproveitou o apetite chinês por commodities e investiu em projetos estruturantes para o país.

Ele tirou dinheiro do bolso para colocar nas suas empresas. Foi assim na MMX, quando subscreveu R$ 200 milhões em debêntures para debelar uma crise.

Acreditava nos seus projetos e convencia os outros. Em 2008, vendeu por US$ 5,5 bilhões duas minas para Anglo American. O negócio ilustra o talento de Eike para vender.

Ele chegou até a levar a então presidente da Anglo, Cynthia Carroll, para passear em sua lancha em Angra dos Reis. Encantada com o projeto, ela assinou o cheque.

A Anglo tenta até hoje tirar minério --e dinheiro-- do investimento. Em 2012, foi obrigada a fazer uma baixa contábil de mais de US$ 4 bilhões por causa da mina comprada de Eike. Carrol renunciou.

Mas a maior aposta foi a OGX, que levou 21 blocos em leilão. As áreas eram nas "franjas" do pré-sal, o que gerou críticas na Petrobras. "O leilão deveria ter sido cancelado. Eike é cria do compadrio do governo", diz Ildo Sauer, ex-diretor da estatal.

Também vieram da Petrobras para a OGX vários executivos, como Rodolfo Landim e Paulo Mendonça.

Com a OGX, Eike traçou uma meta: ser o homem mais rico do mundo. Em 2009, passou a ser o mais rico do Brasil. Em 2012, o sétimo do mundo, com US$ 30 bilhões, segundo a revista Forbes.

A OGX, sob comando do geólogo Paulo Mendonça, exagerou no otimismo.

Na maior parte das petroleiras, engenheiros de reservatório, responsáveis por calcular as reservas, estão subordinados à produção e "jogam água fria" no entusiasmo dos geólogos. Na OGX, respondiam a Mendonça.

O primeiro poço do campo de Tubarão Azul chegou a produzir 18 mil barris ao dia. Mas a equipe falhou em prever que o declínio da produção seria rápido. Com base em estimativas irrealistas, a OGX encomendou plataformas e se endividou.

"É como preparar uma festa para 2 mil pessoas e só comparecerem 100", diz um ex-executivo.

As ações da petroleira desabaram depois do anúncio de que vai interromper a produção em vários campos. Na sexta, fecharam a R$ 0,43. Segundo especialistas, a área é rica em petróleo, mas o óleo é pesado e a rocha tem pouca porosidade. Ou seja, a produção é difícil e cara.

CALÇAS CURTAS

O estilo de gestão de Eike também pode ter comprometido o negócio. Ele costumava levar seus funcionários ao limite, pedindo audácia nos projetos. Quando recebia más notícias, dizia: "Vocês têm calças curtas".

Nos últimos quatro anos, o grupo EBX perdeu 25 executivos. Os salários eram acima do mercado, mas, na avaliação deles, a divisão da riqueza criada foi desigual.

Em 2009, por exemplo, Eike reduziu o bônus de seus principais executivos. Em seguida, os convocou a aplicar dinheiro na MMX. A maior parte se negou.

O empresário também é resistente a entregar participações nas empresas. O caso mais ruidoso foi o de Rodolfo Landim. Eike teria prometido 1% da holding ao executivo. Na época, a fatia valia US$ 270 milhões. Landim o processou e perdeu.

Há dois meses, Eike pediu ajuda ao governo.

Sempre cultivou boas relações em Brasília e chegou a pagar R$ 500 mil num terno de Lula num leilão beneficente. Dilma foi à inauguração da plataforma da OGX.

O BNDES aprovou R$ 10 bilhões em empréstimos a seus projetos. A decisão foi socorrê-lo, porque sua falência seria ruim para o país.

A Petrobras foi acionada e ministros foram mobilizados. Mas o governo foi atropelado por protestos, e o risco político tornou-se grande demais. As negociações com a Petrobras, contudo, seguem.

Sem apoio do governo, Eike vem sendo obrigado a vender ativos. No início de junho, foi ao encontro de Graça Foster, presidente da Petrobras, junto com André Esteves, do banco BTG. Dias depois, viajou ao exterior para encontrar Ivan Glasenber, CEO da Glencore, para quem tenta passar parte da MMX.

A avaliação de executivos e banqueiros é que parte dos projetos de Eike é importante para o país e vai sobreviver, mas na mão de outros. Ele pode sair dessa com um bom dinheiro, mas perdeu o toque de Midas.


Fonte: Folha de S Paulo, 14 de julho de 2013

Comenta-se que Eike conseguiu grande parte da sua forte graças ao apoio do pai, quando participava do governo, e ao apoio político, nos últimos anos.