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08 maio 2013

Rir é o melhor remédio

O mundo é plano

Currículo Racial


Na plataforma Lattes, o poeta e diplomata Vinícius de Moraes seria preto:

"Eu, por exemplo, o capitão do mato

Vinicius de Moraes
Poeta e diplomata
O branco mais preto do Brasil"



Currículo racial
Editorial O Estado de S.Paulo, 5 de maio de 2013

Parece não haver desvão da sociedade brasileira que esteja livre do germe do racialismo patrocinado pelo Estado. A mais recente investida se deu na Plataforma Lattes, sistema que agrega informações sobre o universo acadêmico, organizado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Na Plataforma, os pesquisadores devem manter seu perfil acadêmico e atualizá-lo regularmente com sua produção, para que as instituições de fomento possam medir seus méritos antes de conceder financiamentos. É o chamado Currículo Lattes, sem o qual praticamente nenhum pesquisador hoje no País é reconhecido. Pois agora o CNPq solicita dos acadêmicos uma informação que nada tem de científica ou meritória: a "raça" ou a "cor".

Os pesquisadores que tiveram de atualizar seu Currículo Lattes nos últimos dias depararam-se com essa exigência esdrúxula: "O campo 'Cor ou Raça' é de preenchimento obrigatório para a publicação do Currículo Lattes. Essa informação é solicitada para atender à Lei n.º 12.288, de 20 de julho de 2010". Trata-se da lei que institui o chamado Estatuto da Igualdade Racial, um projeto que, prenhe de boas intenções, oficializou a desigualdade racial no Brasil.

Ao estabelecer uma série de mecanismos que visam a "combater a discriminação de cidadãos afro-brasileiros", o estatuto parte do princípio de que os cidadãos brancos são invariavelmente favorecidos nos concursos e no trabalho graças somente à cor de sua pele, e não a seus méritos pessoais. Portanto, para combater essa suposta discriminação, criou-se outra, que nada tem de hipotética. Pretendeu-se resgatar uma "dívida histórica", referente à escravidão, à custa do artigo constitucional segundo o qual "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza".
Essa aberração jurídica foi corroborada pelo Supremo Tribunal Federal em 2012, ao avalizar a adoção de cotas para negros e pardos nas universidades públicas. "A pobreza tem cor no Brasil", justificou a ministra Rosa Weber, como se a pobreza fosse uma característica inerente aos negros. Poucas vezes a consolidação de um estereótipo social negativo como esse contou com o apoio de tão doutos jurisconsultos.

O resultado é que a sociedade está agora legalmente dividida em negros e pardos de um lado e brancos de outro. Por esse motivo, pareceu natural ao governo exigir uma declaração racial formal dos pesquisadores e acadêmicos - como parte de seu currículo pessoal. A Secretaria da Promoção da Igualdade Racial informa que esse dado agora é necessário para "orientar os órgãos públicos federais na adoção de ações de promoção da igualdade racial" e que isso "atende a uma das mais antigas reivindicações do movimento negro brasileiro". A julgar pela explicação da secretária de Políticas de Ações Afirmativas, Angela Nascimento, isso significa que o Estado poderá discriminar pesquisadores em razão de sua raça ou de sua cor na hora de decidir se deve ou não financiá-los, pois o "quesito raça/cor" é "instrumento fundamental da ação governamental no planejamento, avaliação e alcance de tais políticas públicas".

Sofisticou-se, assim, o racialismo. Até aqui, as políticas de ação afirmativa tinham como base apenas levantamentos demográficos genéricos, feitos pelo IBGE, nos quais se preservava o anonimato. Agora, no caso dos pesquisadores, seus nomes estarão vinculados a rótulos como "negro", "branco" ou "amarelo", como se essas definições fizessem parte de suas qualificações. Em artigo no jornal O Globo (18/4), sob o apropriado título O ovo da serpente, a antropóloga Yvonne Maggie se disse "chocada" com a exigência do CNPq, expressando dúvidas pertinentes: "Como essa informação será utilizada? Será sigilosa?".

Há a opção "não desejo responder à pergunta", mas quem garante que o pesquisador que se recusar a informar sua raça não será discriminado por isso? O fato é que a pergunta nem sequer deveria ter sido feita, pois que mérito acadêmico há em ser "branco", "negro" ou "amarelo"?


Erro em planilha

Após o erro grosseiro cometido por dois economistas de Harvard (que Mankiw defendeu, afinal ele também é de Harvard), novas histórias sobre o uso errôneo da planilha Excel em ambientes de trabalho.

Segundo Baseline Scenario uma investigação do JP Morgan descobriu que a instituição financeira implantou um novo modelo de Value-at-Risk (VaR). O modelo era operado por uma série de planilhas do Excel, feitas manualmente, através do Control C Control V. O modelo foi aprovado, mas num determinado ponto dos cálculos a planilha usava a soma em lugar da média. O resultado final foi um VaR menor. O prejuízo ultrapassou a 1 bilhão de dólar.

Mas não são os únicos casos. Segundo a revista Fortune, quando o Barclays resolveu comprar o Lehman Brothers, durante a crise financeira, os analistas detalharam os ativos que gostariam de comprar, mas em lugar de excluir 200 células, ocultaram-nas. Quando o arquivo foi convertido para PDF as células apareceram e o Barclays foi forçado a comprar ativos tóxicos que não queria.

Na área pública, o estado de Utah subestimou o número de alunos que seriam matriculados nas escolas públicas, reduzindo o orçamento de educação. Aparentemente foi um erro de “referência”.

Receitas

As receitas das 500 maiores empresas listadas pela revista Fortune se aproximaram do recorde e o Wal-Mart desbancou a ExxonMobil como a varejista de maior receita, disse a revista nesta segunda-feira.

A Apple ficou entre as 10 maiores empresas, pela primeira vez, saltando do 17º lugar no ano passado para o 6º.

As receitas combinadas da lista Fortune 500 foram de U$820 bilhões em 2012, um pouco menor que o recorde de 2011 de U$824,5 bilhões em 2011.

As receitas subiram para 6,8% das vendas, bem acima da média histórica de 5,5%, informou a revista.

"Para o futuro, a questão primordial para as 500 empresas é se a era do lucro abundante vai continuar", disse o editor sênior da Fortune, Shawn Tully.

Tully previu que as empresas seriam forçadas a aumentar seus quadros e pagar salários mais altos se a economia continuar melhorando.

O Wal-Mart ficou no primeiro lugar da lista, com receita de U$469,2 bilhões, U$19,3 bilhões a mais que a Exxon. Contudo, o lucro da Exxon, de U$44,9 bilhões, superou a do varejista, de U$17 bilhões.

Exxon e Wal-Mart têm ocupado as duas primeiras posições nos últimos anos. Este é o nono ano que o Wal-Mart lidera a lista.

As empresas de energia continuam tendo um papel de destaque no grupo, com a Chevron em terceiro lugar e a refinaria Phillips 66 no quarto posto.

Entre as top 10 também estão a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, a Apple, General Motors, General Electric e Ford Motor.

A revista destacou a recuperação dos serviços financeiros, que liderou os setores, com U$200 bilhões em lucros totais, à frente do setor de tecnologia.

O JPMorgan Chase ficou na 18º posição, o Bank of America na 21º, Wells Fargo, 25º e Citigroup ficou em 26º.


Wal-Mart supera ExxonMobil em lista da Fortune - Por AFP

Imposto na Nota Fiscal

Empresas de grande porte já emitem o cupom fiscal discriminando o valor do imposto pago pelo consumidor quando este compra algum produto. Esta informação terá de constar dos cupons fiscais emitidos por todas as empresas a partir do dia 8 de junho, como previsto pela Lei 12.741, sancionada pela presidente Dilma Rousseff no final do ano passado. As companhias que já informam ao contribuinte o valor do imposto – em fase experimental – são as Lojas Renner, a Riachuelo e a Telhanorte.

(...) Juliano Montroni, coordenador de sistemas da Riachuelo, também destaca a simplicidade para a implantação do sistema. Na opinião dele, "empresas menores, com menos volume de emissões de nota, terão ainda mais facilidade". Montroni falou também sobre a importância da nova informação que passou a constar nos seus cupons fiscais. "É uma forma de reeducar o brasileiro. Tendo o imposto impresso na nota, o consumidor terá algo tangível nas mãos para cobrar retornos do governo por aquilo que contribuí", afirmou o representante da Riachuelo.

O texto da Lei 12.741 nasceu dentro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), sendo que seus preceitos foram antecipados pelo movimento de Olho no Imposto, que percorreu diversos municípios para divulgar o peso dos impostos sobre o preço dos produtos e serviços consumidos no dia a dia. O movimento, liderado pela Associação Comercial, teve a participação do IBPT, Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis no Estado de São Paulo (Sescon-SP) e outras 102 entidades que lutaram pela regulamentação da discriminação dos tributos nas notas ou cupons fiscais. O movimento coletou 1,5 milhão de assinaturas pedindo a aprovação da lei, o que foi conseguido ao final de 2012.

Sobre o imposto na nota fiscal, Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior do IBPT destacou o caráter educacional da medida. "Com o tempo, as pessoas deixarão de dilapidar o patrimônio público, passarão a valorizar o bem comum e a defendê-lo. Entenderão que os impostos são necessários e conseguirão associar os valores que pagam com uma boa ou má aplicação dos recursos", afirmou.


Fonte: Diário do Comércio, via Alexandre Alcantara