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10 abril 2013

Auditor

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou na manhã desta terça-feira, em votação simbólica, projeto que obriga o presidente da República a escolher o secretário da Receita Federal entre os integrantes da carreira de auditor da instituição. A justificativa do projeto, de autoria do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), ex-secretário da Receita, é diminuir a potencial influência política na escolha.

"Efetivamente, a nosso entendimento, é imperativa a necessidade de se buscar a profissionalização das funções públicas relativas a posições estratégicas no aparelho estatal federal, e, nesse ambiente, certamente avulta, pela sua importância na área tributária e nas atividades ligadas à arrecadação, o cargo de secretário da Receita Federal", afirmou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da proposta.

A matéria segue para apreciação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Caso seja aprovada nessa segunda comissão, e não haja recurso de senadores para que a proposta seja votada em plenário, o texto seguirá para apreciação da Câmara dos Deputados.

Fonte: Aqui

09 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

SEC

O Senado dos Estados Unidos confirmou a indicação da Mary Jo White para SEC. Existia uma preocupação que a indicação poderia enfrentar resistências, por conta das vinculações de White com algumas firmas de Wall Street.

White irá assumir o posto de Elisse Walter que, por sua vez, tinha assumido a SEC com a saída de Mary Schapiro em dezembro de 2012.

Existe uma expectativa que a experiência de Mary Jo White seja útil para uma posição mais forte da SEC com as fraudes financeiras. Esta talvez seja a sua principal preocupação. A decisão sobre a posição dos Estados Unidos com respeito as normas contábeis internacionais deverá ficar em segundo plano.

08 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

A educação nas províncias na segunda metade do século XIX

O Brasil sempre foi centralizado. Talvez por este motivo seja uma surpresa agradável descobrir que existia uma vida bastante agitada nas diversas províncias do segundo império. Uma análise nas diversas publicações provincianas permite comprovar que o ensino de contabilidade era algo normal, não uma exceção. As poucas pessoas que tinham condição de fazer o ensino, primário e médio, podiam ter contato com as noções básicas das partidas dobradas e aprender a técnica da escrituração.

Veja o caso da província do Pará. Em 1867 foi fundado o Colégio de Santa Maria de Belém (1), na Rua do Rosário, através de um acordo entre o presidente da província e o Cônego Antonio Feliciano de Souza. O colégio deveria dar instrução primária e entre os conteúdos citados estava a escrituração mercantil.

Vizinho, a província do Maranhão também já tinha o ensino da contabilidade um pouco antes. No Colégio Nossa Senhora da Gloria (2), localizado na Rua Grande, e dedicado a educação das meninas daquela província, a leitura e contabilidade era ensinada pela Dona Raymunda Emilia Abranches Moura. Já no Collegio Episcopal de N. S. dos Remedios (3), localizado na Rua de San Pantaleão 39, a primeira cadeira do ensino primário contava com leitura, escrita e contabilidade. No Liceu Maranhense (4) existia a disciplina de Calculo Mercantil e Escripturação por partida dobrada, ministrada por Luiz José Joaquim Rodrigues Rocha.

Algo comum naquela época, onde os recursos não eram tão fartos, é que a aula poderia ocorrer na escola ou na casa do próprio professor. O Liceu da Bahia (5), cuja disciplina era ministrada pelo professor Antonio Joaquim Damasio. Na mesma Bahia, a Associação Comercial já dispunha de uma sala de aula específica para contabilidade, conforme consta um proclama (6) da Caixa de Economias, “instalada no dia 29 de novembro de 1853, no salão d´aula de contabilidade da associação comercial”.

A mostra que o ensino de contabilidade florescia nas províncias no segundo reinado é a criação do Curso Commercial Pernambucano (7), através da lei provincial 414, de 30 de abril de 1857. O curso tinha três cadeiras somente, uma das quais era contabilidade, escrituração e prática de operações comerciais.

O que se percebe é que no segundo império o ensino de noções de contabilidade era comum nas províncias. Mas não a educação específica e aprofundada, como nós conhecemos hoje.

(1) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1868, edição 1, p. 192, Pará.
(2) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1858, edição 1, p. 156, Maranhão
(3) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1858, edição 1, p. 180, Maranhão
(4) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1858, edição 1, p. 39, Maranhão
(5) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1854, edição 1, p. 168, Bahia
(6) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1854, edição 1, p. 227, Bahia
(7) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1860, edição 1, p.581, Pernambuco

Resumo: O Mundo é Plano III

Por Isabel Sales

Como as Empresas se Ajustam

            “Todos querem o crescimento econômico, mas ninguém deseja mudanças”. Infelizmente é impossível conseguir uma coisa sem a outra. Esse capítulo é um esforço para apresentar algumas estratégias utilizadas por empresas que conseguiram prosperar nos dias de hoje.

Regra nº 1.
Quando o mundo se achata – e você se sente achatado – procure uma pá e cave dentro de si mesmo. Não tente construir muralhas.
Ao invés de se sentir vítima da modernização o certo é tomar uma atitude e buscar soluções estratégicas e modernas. O exemplo é uma empresa de fotografias que inicialmente apenas tirava as fotos enquanto outros especialistas mexiam com outros processos como o tratamento da imagem. Com o tempo a empresa se modernizou, adotou máquinas digitais e programas de tratamento eletrônico da imagem, mas não se sentia confortável pois seu forte era tirar a fotografia. Atualmente vendem visão estratégica, o instinto criativo e a inspiração artística. Vende soluções inspiradas e criativas, personalidade. Sua competência básica foca aquilo que não pode ser digitalizado.

Regra nº 2.
Os pequenos se comportam como grandes (...) Uma maneira para que as firmas pequenas sobrevivam no mundo plano é aprender a comportar-se como se fossem realmente grandes. E a chave para agir como grandes sendo pequenas é a rapidez em aproveitar todos os novos instrumentos de colaboração a fim de chegar mais longe,mais depressa, mais ampla e profundamente.
O exemplo utilizado é o da Aramex, o primeiro serviço de entregas domésticas do mundo árabe. O cofundador, Fadi Ghandour, teve a ideia de entrar em contato com empresas norte-americanas que não operavam no Oriente Médio e oferecer-se para fazer serviços de entrega para elas, aproveitando o fato de que uma firma árabe conheceria bem a região e saberia ficar afastada de coisas desagradáveis como a invasão do Líbano por Israel, a guerra entre Irã e Iraque e a invasão do Iraque pelos norte-americanos. A Airborne respondeu afirmativamente, e Ghandour utilizou esse fato para construir sua própria empresa. Em seguida comprou ou associou-se com pequenas firmas de entregas desde o Egito e Turquia até a Arábia Saudita, criando sua própria rede regional. As ponto-com decolaram e o mercado simplesmente não reconhecia o valor da Aramex. A Airborne foi comprada por outra empresa e encerrou suas transações com os prestadores de serviços. Com isso Ghandour percebeu que não somente podia fazer coisas novas, como também precisava fazer coisas que nunca imaginara antes.  Ele utilizou uma geração de novos engenheiros industriais e de software jordanianos recém-formados para desenvolver seu próprio sistema que foi recepcionado com sucesso. Os parceiros ficaram satisfeitos e assim nasceu a aliança Global de Distribuição, com a Aramex fornecendo o apoio nos arredores de Amã.
Em suma, Fadi Ghandour aproveitou diversas novas formas de colaboração – cadeias de fornecimento, terceirização, empreitadas e todos os esteróides – para fazer com que sua pequena companhia de 200 milhões de dólares anuais crescesse muito.
  
Regra nº 3.
E os grandes se comportarão como pequenos (...) Uma maneira pela qual as grandes empresas aprenderam a prosperar no mundo plano foi se habituando a agir como se fossem pequenas e permitindo a seus clientes agir como grandes.
A Starbucks transforma os clientes em designers da bebida e permite que eles mandem prepará-la sob medida conforme suas especificações exatas. A firma criou uma plataforma que permite ao cliente individual servir-se da maneira que preferir, com seu próprio ritmo, segundo seu próprio gosto. Na verdade, transformou seus clientes em empregados e ao mesmo tempo os fazem pagar por isso!
            
Regra nº 4.
As melhores companhias são os melhores colaboradores. No mundo plano, cada vez mais negócios serão levados a efeito no interior das empresas ou entre elas, por uma razão muito simples: as novas camadas de criação de valor – seja na tecnologia, no marketing, na biomedicina ou nas manufaturas – estão se tornando de tal maneira complexas que nenhuma firma ou departamento individual será capaz de dominá-las sozinho.
As empresas se unem para criar. O exemplo mais expressivo são os videogames. Os fabricantes dos jogos acabaram por descobrir que ao combinar a música certa com o jogo adequando, não apenas vendiam mais exemplares daquele jogo como também podiam utilizar a música adicionalmente para vender num CD ou ser baixada no computador do usuário. Assim, algumas grandes empresas recentemente começaram a organizar suas próprias divisões musicais, e alguns artistas acham que a melhor maneira de divulgar suas músicas seria lançá-la em algum novo jogo digital, em vez do rádio. Quanto mais os diferentes polos de conhecimento se ligarem no mundo plano, mais especializações e especialistas aparecerão, mais inovações surgirão de suas diferentes combinações e mais a gerência terá de cuidar da capacidade de fazer exatamente isso.

Regra nº 5.
Num mundo plano, as melhores empresas se mantêm saudáveis fazendo exames raio X dos pulmões e em seguida vendendo os resultados aos clientes.
Laurie Tropiano, vice-presidente da IBM, e sua equipe tiram uma radiografia da empresa cliente para que ela possa estudar seu próprio esqueleto corporativo. Cada departamento, cada função é esmiuçada, colocada em uma caixa e identificada para saber se representa um custo para a empresa ou uma fonte de rendimentos, ou um pouco de cada uma das duas coisas, e trata-se de uma competência central própria da companhia ou de uma função baunilha que qualquer um poderia realizar, possivelmente melhor e a custo mais baixo.
O Banco da Índia enfrentava crescente competição de tantos de bancos públicos e privados, quanto de empresas multinacionais. Havia compreendido que precisava adotar serviços bancários baseados na web, padronizar e aperfeiçoar seus sistemas de computadores, reduzir o custo das transações e tornar-se em geral mais accessível aos clientes. Por isso, fez o que qualquer multinacional faria – submeteu-se a uma radiografia dos pulmões e resolveu terceirizar todas as funções que em sua visão não faziam parte de sua competência central ou para as quais simplesmente não possuía a capacidade interna para executá-las no nível mais elevado.

Regra nº 6.
As melhores companhias terceirizam para vencer e não para encolher-se. Terceirizam para inovar com maior rapidez e a custos mais baixos a fim de crescer, ganhar fatias de mercado e contratar mais funcionários de diferentes especialidades, e não para economizar despedindo empregados.
As companhias terceirizam para adquirir talentos na área do conhecimento a fim de que seus negócios cresçam mais depressa, e não simplesmente pra reduzir custos e encolher. As melhores companhias estão procurando meios de combinar o melhor que existe na Índia com o melhor que há em Dakota do Norte e o melhor que há em Los Angeles. Isso é o que o mundo plano ao mesmo tempo permite e exige, e as empresas que o praticam da maneira correta acabam obtendo fatias mais amplas de mercado e mais funcionários em toda parte, e não o oposto.

Regra nº 7.
Terceirização não é somente para a Benedict Arnolds. Também serve para os idealistas.
Uma das mais recentes figuras a emergir no palco mundial nos últimos tempos é o empresário social. Em geral é alguém que possui um grande desejo de causar um impacto social positivo no mundo. Um exemplo é Jeremy Hockenstein, jovem que inicialmente seguiu um caminho tradicional ao estudar em Harvard e em seguida trabalhar para a firma de consultoria McKinsey, mas que depois abriu com seus amigos a Digital Divide Data com a ideia de transcrever em computadores material do qual firmas dos Estados Unidos necessitavam em formato digital, para que pudessem ser armazenados em bancos de dados e recuperados ou pesquisados em computadores. O material seria escaneado nos Estados Unidos e os arquivos transmitidos pela Internet. Eles então contrataram os primeiro vinte digitadores, muitos dos quais eram refugiados de guerra cambojanos, e compraram vinte computadores e uma linha para Internet. Os digitadores cambojanos não precisavam saber inglês, somente digitar caracteres em inglês; trabalhavam em duplas, cada qual digitando o mesmo artigo e, em seguida, o programa de computador comparava os textos para certificar-se de que não havia erros. 

Elétricas

Uma forte crise de confiança tem abalado o setor elétrico brasileiro e colocado em risco investimentos na expansão do parque gerador. Desde a edição da Medida Provisória 579, em setembro, com as regras de renovação das concessões, o governo publicou uma série de decretos, resoluções e portarias envolvendo mercado livre, distribuidores e geradores que podem ter efeito negativo em várias áreas, afirmam especialistas.

A turbulência atingiu em cheio as ações do setor. Levantamento da empresa de informação financeira Economática mostra que, após a MP, as elétricas já perderam R$ 34 bilhões do valor de mercado, sendo R$ 8,7 bilhões da Eletrobrás e R$ 8,4 bilhões da Cemig.

Até 2021, a capacidade instalada no País terá de ser ampliada em 58%, para 182 mil MW
O resultado preocupa diante da necessidade de investimentos do setor nos próximos anos, afirma o analista de um grande banco de investimentos, que prefere não se identificar. Até 2021, a capacidade instalada no País terá de ser ampliada em 58%, para 182 mil MW.

Desde 2004, quando o modelo elétrico foi implementado pela presidente Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia, o setor não vivia sob tanta pressão. "Hoje o setor está muito instável. Algumas medidas têm motivações que não necessariamente seguem a lógica econômica, mas política", afirma o sócio da comercializadora Compass, Marcelo Parodi.

Em parte das decisões, um dos objetivos foi evitar que a queda média de 20% nas tarifas obtida com a renovação das concessões fosse corroída, por exemplo, pelo alto custo das térmicas a óleo —essas unidades tiveram de aumentar a produção por causa do baixo volume de chuvas que derrubou o nível dos reservatórios.

Desde a MP, o setor vive um vaivém de medidas sem fim. A redução das tarifas é legítima. O problema é que as decisões apenas vão adiar o repasse ao consumidor, avaliam especialistas.


Estado de S Paulo, via aqui