02 abril 2013
Evolução da publicação
Uma forma de perceber o que está ocorrendo no mundo científico é analisar a evolução das publicações. Observar a questão da publicação de artigos, em especial em periódicos de primeiro nível, permite inclusive traçar um perfil sobre as tendências.
Dois economistas da Universidade da Califórnia fizeram um apanhado dos textos que foram publicados nos cinco periódicos de maior prestígio na área econômica, de 1970 até os dias de hoje. E eles identificaram algumas tendências, das quais destaco:
Número de submissões – apesar de não terem a informação para o período completo, existe uma clara tendência de aumento no número de submissões. O gráfico abaixo mostra que o número aumentou substancialmente desde o novo século, sobrecarregando o trabalho dos editores e dos avaliadores.
Número de artigos publicados – Esta é uma informação estranha: este número diminuiu ao longo do tempo. Apesar de a redução ser relativamente reduzida, como o número de submissão aumentou isto significa que está cada vez mais difícil publicar nos periódicos de primeiro nível.
Aumento no número de páginas por artigo – Apesar do número de páginas de cada periódico ter permanecido relativamente constante, o número de páginas de cada artigo cresceu ao longo do tempo. Isto talvez signifique que os textos estão mais profundos, mas possui uma consequência perversa: o número de artigos por periódico reduz, tornando mais difícil a publicação em periódicos de ponta. É bom lembrar que ao contrário do que ocorre no Brasil, onde o número de periódicos eletrônicos é substancial, os principais periódicos estrangeiros ainda usam papel. Isto talvez explique a dificuldade de aumentar o número de artigos por ano.
Aumento na citação – como o crivo está mais rigoroso, uma consequência é que o número de citação por artigo tem aumentado. A figura mostra que os artigos publicados entre 1990 a 2005 são muito mais citados que os textos publicados antes de 1990. Obviamente que os textos publicados após 2005 não são tão citados em razão de serem muito recente.
Número de autores – conforme já observado em outras pesquisas, o número de autores por artigo aumentou ao longo do tempo.
Leia mais em
CARD, David; VIGNA, Stefano della. Nine facts about top journals in economics.
Dois economistas da Universidade da Califórnia fizeram um apanhado dos textos que foram publicados nos cinco periódicos de maior prestígio na área econômica, de 1970 até os dias de hoje. E eles identificaram algumas tendências, das quais destaco:
Número de submissões – apesar de não terem a informação para o período completo, existe uma clara tendência de aumento no número de submissões. O gráfico abaixo mostra que o número aumentou substancialmente desde o novo século, sobrecarregando o trabalho dos editores e dos avaliadores.
Número de artigos publicados – Esta é uma informação estranha: este número diminuiu ao longo do tempo. Apesar de a redução ser relativamente reduzida, como o número de submissão aumentou isto significa que está cada vez mais difícil publicar nos periódicos de primeiro nível.
Aumento no número de páginas por artigo – Apesar do número de páginas de cada periódico ter permanecido relativamente constante, o número de páginas de cada artigo cresceu ao longo do tempo. Isto talvez signifique que os textos estão mais profundos, mas possui uma consequência perversa: o número de artigos por periódico reduz, tornando mais difícil a publicação em periódicos de ponta. É bom lembrar que ao contrário do que ocorre no Brasil, onde o número de periódicos eletrônicos é substancial, os principais periódicos estrangeiros ainda usam papel. Isto talvez explique a dificuldade de aumentar o número de artigos por ano.
Aumento na citação – como o crivo está mais rigoroso, uma consequência é que o número de citação por artigo tem aumentado. A figura mostra que os artigos publicados entre 1990 a 2005 são muito mais citados que os textos publicados antes de 1990. Obviamente que os textos publicados após 2005 não são tão citados em razão de serem muito recente.
Número de autores – conforme já observado em outras pesquisas, o número de autores por artigo aumentou ao longo do tempo.
Leia mais em
CARD, David; VIGNA, Stefano della. Nine facts about top journals in economics.
Curso
CVM abre Inscrições para Curso de Atualização sobre o Mercado de Capitais
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou o regulamento e abriu inscrições para a 12ª edição do Programa TOP (Treinamento de Professores), curso com duração de cinco dias, sobre o mercado de capitais.
O programa é destinado a professores vinculados a instituições de ensino de nível superior, de graduação ou pós-graduação, que lecionem ou tenham lecionado disciplinas relacionadas ao mercado de capitais. O curso tem como objetivo atualizar este público, por meio de aulas e palestras com profissionais de mercado, além de contribuir para o desenvolvimento de multiplicadores junto às instituições de ensino.
O treinamento é promovido pelo Comitê Consultivo de Educação e será realizado na cidade de São Paulo, entre os dias 01 e 05/07/2013. A participação é gratuita e as inscrições poderão ser efetuadas até 07/06/2013. Os interessados em devem preencher o formulário eletrônico que se encontra no link abaixo. Todos os inscritos que preencherem os requisitos do regulamento receberão, ao final do curso, um certificado de participação pelas instituições que integram o Comitê.
O Comitê Consultivo de Educação é formado por membros da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), ANCORD - Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias , Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), BM&FBOVESPA S.A. Bolsa de Mercados e Futuros da Bolsa de Valores de São Paulo e Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI).
Informamos também que o livro “Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro”, lançado pelo Comitê Consultivo de Educação a partir da experiência acumulada em edições do Programa TOP, já está disponível para download. O livro aborda, em uma perspectiva educacional, as principais características do mercado de capitais no Brasil, tratando dos temas: Sistema Financeiro Nacional, Valores Mobiliários, Fundos de Investimento, Companhias Abertas, Governança Corporativa, Relações com Investidores, Bolsa de Valores e Funcionamento do Mercado, Oferta Pública, Derivativos e Análise de Investimentos. Este material pode ser obtido gratuitamente no Portal do Investidor, no link disponível abaixo. Contamos com o apoio de vocês para divulgá-lo para outros professores e também entre os alunos.
Aproveitamos a oportunidade para indicar a página CVM Educacional no Facebook, que divulga assuntos e eventos educacionais: facebook.com/CVMEducacional
Informações sobre o Curso, Regulamento e Inscrições:
bit.ly/CVM-TOP-XII
Download do Livro do Programa TOP: “Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro”
bit.ly/LivroCVM
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou o regulamento e abriu inscrições para a 12ª edição do Programa TOP (Treinamento de Professores), curso com duração de cinco dias, sobre o mercado de capitais.
O programa é destinado a professores vinculados a instituições de ensino de nível superior, de graduação ou pós-graduação, que lecionem ou tenham lecionado disciplinas relacionadas ao mercado de capitais. O curso tem como objetivo atualizar este público, por meio de aulas e palestras com profissionais de mercado, além de contribuir para o desenvolvimento de multiplicadores junto às instituições de ensino.
O treinamento é promovido pelo Comitê Consultivo de Educação e será realizado na cidade de São Paulo, entre os dias 01 e 05/07/2013. A participação é gratuita e as inscrições poderão ser efetuadas até 07/06/2013. Os interessados em devem preencher o formulário eletrônico que se encontra no link abaixo. Todos os inscritos que preencherem os requisitos do regulamento receberão, ao final do curso, um certificado de participação pelas instituições que integram o Comitê.
O Comitê Consultivo de Educação é formado por membros da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), ANCORD - Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias , Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), BM&FBOVESPA S.A. Bolsa de Mercados e Futuros da Bolsa de Valores de São Paulo e Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI).
Informamos também que o livro “Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro”, lançado pelo Comitê Consultivo de Educação a partir da experiência acumulada em edições do Programa TOP, já está disponível para download. O livro aborda, em uma perspectiva educacional, as principais características do mercado de capitais no Brasil, tratando dos temas: Sistema Financeiro Nacional, Valores Mobiliários, Fundos de Investimento, Companhias Abertas, Governança Corporativa, Relações com Investidores, Bolsa de Valores e Funcionamento do Mercado, Oferta Pública, Derivativos e Análise de Investimentos. Este material pode ser obtido gratuitamente no Portal do Investidor, no link disponível abaixo. Contamos com o apoio de vocês para divulgá-lo para outros professores e também entre os alunos.
Aproveitamos a oportunidade para indicar a página CVM Educacional no Facebook, que divulga assuntos e eventos educacionais: facebook.com/CVMEducacional
Informações sobre o Curso, Regulamento e Inscrições:
bit.ly/CVM-TOP-XII
Download do Livro do Programa TOP: “Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro”
bit.ly/LivroCVM
Negócio da Argentina
Na quarta-feira, dia 27 de março, o executivo Carlos Fabián, do grupo argentino Indalo, esteve no 22o andar da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, para fechar o negócio de sua vida. É lá que funciona a Gerência de Novos Negócios da Petrobras, a unidade que promove o maior feirão da história da estatal – e talvez do país. Sem dinheiro em caixa, a Petrobras resolveu vender grande parte de seu patrimônio no exterior, que inclui de tudo: refinarias, poços de petróleo, equipamentos, participações em empresas, postos de combustível. Com o feirão, chamado no jargão da empresa de “plano de desinvestimentos”, a Petrobras espera arrecadar cerca de US$ 10 bilhões. De tão estratégica, a Gerência de Novos Negócios reporta-se diretamente à presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster. Ela acompanha detidamente cada oferta do feirão. Nenhuma causou tanta polêmica dentro da Petrobras quanto a que o executivo Fabián viria a fechar em sua visita sigilosa ao Rio: a venda de metade do que a estatal tem na Petrobras Argentina, a Pesa. ÉPOCA teve acesso, com exclusividade, ao acordo confidencial fechado entre as duas partes, há um mês. Nele, prevê-se que a Indalo pagará US$ 900 milhões por 50% das ações que a Petrobras detém na Pesa. Apesar do nome, a Petrobras não é a única dona da Pesa: 33% das ações dela são públicas, negociadas nas Bolsas de Buenos Aires e de Nova York. A Indalo se tornará dona de 33% da Pesa, será sócia da Petrobras no negócio e, segundo o acordo, ainda comprará, por US$ 238 milhões, todas as refinarias, distribuidoras e unidades de petroquímica operadas pela estatal brasileira – em resumo, tudo o que a Petrobras tem de mais valioso na Argentina.
O negócio provocou rebuliço dentro da Petrobras por três motivos: o valor e o momento da venda, a identidade do novo sócio e, sobretudo, o tortuoso modo como ele entrou na jogada. Não se trata de uma preocupação irrelevante – a Petrobras investiu muito na Argentina nos últimos dez anos. Metade do petróleo produzido pela Petrobras no exterior vem de lá. Em 2002, a estatal brasileira gastou US$ 1,1 bilhão e assumiu uma dívida estimada em US$ 2 bilhões, para comprar 58% da Perez Companc, então a maior empresa privada de petróleo da Argentina, que já tinha ações negociadas na Bolsa. Após sucessivos investimentos, a Perez Companc passou a se chamar Pesa, e a Petrobras tornou-se dona de 67% da empresa. Nos anos seguintes, a Petrobras continuou investindo maciçamente na Pesa: ao menos US$ 2,1 bilhões até 2009. Valeu a pena. A Pesa atua na exploração, no refino, na distribuição de petróleo e gás e também na área petroquímica. Tem refinarias, gasodutos, centenas de postos de combustível. Em maio de 2011, a Argentina anunciou ter descoberto a terceira maior reserva mundial de xisto – fonte de energia em forma de óleo e gás –, estimada em 23 bilhões de barris, equivalentes à metade do petróleo do pré-sal brasileiro. A Pesa tem 17% das áreas na Argentina onde se identificou esse produto. No ano passado, por fim, a Pesa adquiriu uma petroleira argentina, a Entre Lomos, que proporcionou um aumento em sua produção.
Apesar dos investimentos da Petrobras, quando a economia da Argentina entrou em declínio, há cerca de dois anos, as ações da Pesa desvalorizaram. As desastrosas políticas intervencionistas da presidente Cristina Kirchner contribuíram para a perda de valor da Pesa. De 2011 para cá, as ações da empresa caíram mais de 60%. É por isso que técnicos da Petrobras envolvidos na operação questionam se agora é o melhor momento para fazer negócio – por mais que a Petrobras precise de dinheiro. Seria mais inteligente, dizem os técnicos, esperar que a Pesa recupere valor no mercado. Reservadamente, por medo de sofrer represálias, eles também afirmam que os bens da Petrobras na Argentina – as distribuidoras, refinarias e unidades de petroquímica que constituem a parte física do negócio – valem, ao menos, US$ 400 milhões. Um valor bem maior, portanto, que os US$ 238 milhões acordados com a Indalo. “Se o governo não intervier tanto, a Pesa pode valer muito mais”, diz um dos técnicos. A Petrobras, até dezembro do ano passado, tinha um discurso semelhante. Na última carta aos acionistas, a Pesa diz: “Estamos otimistas em relação ao futuro da Petrobras Argentina. E agora renovamos o compromisso de consolidar uma companhia lucrativa, competitiva e sustentável, comprometida com os interesses do país (Argentina)...”. Em outro trecho da carta, informa-se que os resultados do ano passado foram “encorajadores” e permitiram, como nos cinco anos anteriores, a distribuição de dividendos milionários aos acionistas.
(...) Procurada por ÉPOCA em três oportunidades, a assessoria da Petrobras limitou-se a responder que “não vai emitir comentários sobre assuntos relacionados com o seu Programa de Desinvestimento”. Graça Foster e o executivo Ubiratan não responderam às ligações. (...)
Ele [Lopez] apresentou uma proposta em 7 de janeiro, aumentou o valor numa segunda proposta, um mês depois – e fechou a compra das ações por US$ 900 milhões em 22 de fevereiro. Com o acordo, López e a Petrobras discutem agora os detalhes do contrato a ser assinado. Se tudo correr como previsto, resta apenas a aprovação do Conselho de Administração da Petrobras, que se reunirá no final de abril. (...)
O maior problema do negócio da Petrobras com o “czar do jogo”, e com todas as operações do feirão, é a falta de transparência. Como demonstra o caso da Argentina, não há critérios claros para a escolha das empresas que farão negócio com a Petrobras. Esse modelo sigiloso e sem controle resultou em calamidades, como a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Em 2004, a Astra Trading pagou US$ 42 milhões pela refinaria. Meses depois, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade do negócio. Tempos depois, um desentendimento entre as sócias levou a questão à Justiça. A Petrobras perdeu e foi condenada a comprar não só a parte da sócia, como a pagar multa, juros e indenização. Em junho, a Petrobras anunciou que pagaria mais US$ 820 milhões. (...)
O feirão da Petrobras - DIEGO ESCOSTEGUY, COM MURILO RAMOS, LEANDRO LOYOLA, MARCELO ROCHA E FLÁVIA TAVARES - Época
O negócio provocou rebuliço dentro da Petrobras por três motivos: o valor e o momento da venda, a identidade do novo sócio e, sobretudo, o tortuoso modo como ele entrou na jogada. Não se trata de uma preocupação irrelevante – a Petrobras investiu muito na Argentina nos últimos dez anos. Metade do petróleo produzido pela Petrobras no exterior vem de lá. Em 2002, a estatal brasileira gastou US$ 1,1 bilhão e assumiu uma dívida estimada em US$ 2 bilhões, para comprar 58% da Perez Companc, então a maior empresa privada de petróleo da Argentina, que já tinha ações negociadas na Bolsa. Após sucessivos investimentos, a Perez Companc passou a se chamar Pesa, e a Petrobras tornou-se dona de 67% da empresa. Nos anos seguintes, a Petrobras continuou investindo maciçamente na Pesa: ao menos US$ 2,1 bilhões até 2009. Valeu a pena. A Pesa atua na exploração, no refino, na distribuição de petróleo e gás e também na área petroquímica. Tem refinarias, gasodutos, centenas de postos de combustível. Em maio de 2011, a Argentina anunciou ter descoberto a terceira maior reserva mundial de xisto – fonte de energia em forma de óleo e gás –, estimada em 23 bilhões de barris, equivalentes à metade do petróleo do pré-sal brasileiro. A Pesa tem 17% das áreas na Argentina onde se identificou esse produto. No ano passado, por fim, a Pesa adquiriu uma petroleira argentina, a Entre Lomos, que proporcionou um aumento em sua produção.
Apesar dos investimentos da Petrobras, quando a economia da Argentina entrou em declínio, há cerca de dois anos, as ações da Pesa desvalorizaram. As desastrosas políticas intervencionistas da presidente Cristina Kirchner contribuíram para a perda de valor da Pesa. De 2011 para cá, as ações da empresa caíram mais de 60%. É por isso que técnicos da Petrobras envolvidos na operação questionam se agora é o melhor momento para fazer negócio – por mais que a Petrobras precise de dinheiro. Seria mais inteligente, dizem os técnicos, esperar que a Pesa recupere valor no mercado. Reservadamente, por medo de sofrer represálias, eles também afirmam que os bens da Petrobras na Argentina – as distribuidoras, refinarias e unidades de petroquímica que constituem a parte física do negócio – valem, ao menos, US$ 400 milhões. Um valor bem maior, portanto, que os US$ 238 milhões acordados com a Indalo. “Se o governo não intervier tanto, a Pesa pode valer muito mais”, diz um dos técnicos. A Petrobras, até dezembro do ano passado, tinha um discurso semelhante. Na última carta aos acionistas, a Pesa diz: “Estamos otimistas em relação ao futuro da Petrobras Argentina. E agora renovamos o compromisso de consolidar uma companhia lucrativa, competitiva e sustentável, comprometida com os interesses do país (Argentina)...”. Em outro trecho da carta, informa-se que os resultados do ano passado foram “encorajadores” e permitiram, como nos cinco anos anteriores, a distribuição de dividendos milionários aos acionistas.
(...) Procurada por ÉPOCA em três oportunidades, a assessoria da Petrobras limitou-se a responder que “não vai emitir comentários sobre assuntos relacionados com o seu Programa de Desinvestimento”. Graça Foster e o executivo Ubiratan não responderam às ligações. (...)
Ele [Lopez] apresentou uma proposta em 7 de janeiro, aumentou o valor numa segunda proposta, um mês depois – e fechou a compra das ações por US$ 900 milhões em 22 de fevereiro. Com o acordo, López e a Petrobras discutem agora os detalhes do contrato a ser assinado. Se tudo correr como previsto, resta apenas a aprovação do Conselho de Administração da Petrobras, que se reunirá no final de abril. (...)
O maior problema do negócio da Petrobras com o “czar do jogo”, e com todas as operações do feirão, é a falta de transparência. Como demonstra o caso da Argentina, não há critérios claros para a escolha das empresas que farão negócio com a Petrobras. Esse modelo sigiloso e sem controle resultou em calamidades, como a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Em 2004, a Astra Trading pagou US$ 42 milhões pela refinaria. Meses depois, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade do negócio. Tempos depois, um desentendimento entre as sócias levou a questão à Justiça. A Petrobras perdeu e foi condenada a comprar não só a parte da sócia, como a pagar multa, juros e indenização. Em junho, a Petrobras anunciou que pagaria mais US$ 820 milhões. (...)
O feirão da Petrobras - DIEGO ESCOSTEGUY, COM MURILO RAMOS, LEANDRO LOYOLA, MARCELO ROCHA E FLÁVIA TAVARES - Época
Balanço do BNDES
(...) Na ânsia de fazer a conta chegar ao resultado prometido, o Conselho Monetário Nacional, às vésperas da virada do ano, permitiu que o BNDES lançasse em seu balanço um quarto das ações que possuía em carteira sem atualizar o seu valor de referência, isto é, sem levar em conta as grandes oscilações das cotações desses papéis no mercado. Isso inflou o lucro do BNDES em R$ 2,38 bilhões, o que foi útil para o governo, mas pode ter consequências negativas para a instituição. Essa prática lança dúvidas sobre a correção de seu balanço e pode limitar a sua capacidade de captar recursos no exterior. Com o mercado externo menos acessível, o Tesouro Nacional poderá ser obrigado a repassar um volume ainda maior de recursos para a instituição, que no ano passado recebeu nada menos do que R$ 55 bilhões.
O truque não passou despercebido pela auditora independente, que, em seu parecer sobre o balanço do banco, fez constar uma ressalva sobre essa forma de contabilização desigual do valor das ações. De fato, os lançamentos deveriam obedecer a um só critério, de acordo com os padrões contábeis internacionalmente aceitos, isto é, todas as ações que representam participação do banco em outras empresas deveriam ser lançadas pelo seu valor de mercado no momento de fechamento do balanço, independentemente da oscilação de suas cotações. A abertura de exceção para que um quarto dos papéis seja contabilizado de outra maneira é inteiramente discrepante das melhores práticas contábeis.
Não por acaso, as ações contabilizadas de "forma especial" são as mais afetadas pela desvalorização das cotações na Bovespa. Com a duplicidade de critérios, o banco pode pagar mais dividendos ao Tesouro, engordando o superávit primário.
Essas circunstâncias foram levadas em conta pela agência de classificação de risco Moody's, que rebaixou a nota do BNDES e do BNDESPar em dois degraus, passando-a de A3 para Baa2. Como motivos para sua decisão, a Moody's mencionou a "deterioração da qualidade de crédito intrínseca e, particularmente, o enfraquecimento de suas posições de capital de nível l". Essas razões podem ser discutíveis, mas inegavelmente criam um obstáculo à tomada de crédito no mercado internacional. (...)
Fontes do mercado e do próprio governo admitem que a maquiagem do balanço torna mais difícil a colocação de papéis do BNDES. Além disso, há restrições regulamentares que investidores institucionais, como fundos de pensão, devem obedecer para a aquisição de papéis de instituições cujos resultados sejam colocados em dúvida.
Ainda que os obstáculos venham a ser superados em negociações com investidores externos, o custo para o banco tende a ser maior. O mais lamentável em tudo isso é a ligeireza e a irresponsabilidade com que o governo agiu para obter um resultado a curto prazo, desprezando normas fundamentais para assegurar a credibilidade do balanço de uma instituição do porte e da importância do BNDES.
O balanço do BNDES - 1 de Abril de 2013 - O Estado de São Paulo
O truque não passou despercebido pela auditora independente, que, em seu parecer sobre o balanço do banco, fez constar uma ressalva sobre essa forma de contabilização desigual do valor das ações. De fato, os lançamentos deveriam obedecer a um só critério, de acordo com os padrões contábeis internacionalmente aceitos, isto é, todas as ações que representam participação do banco em outras empresas deveriam ser lançadas pelo seu valor de mercado no momento de fechamento do balanço, independentemente da oscilação de suas cotações. A abertura de exceção para que um quarto dos papéis seja contabilizado de outra maneira é inteiramente discrepante das melhores práticas contábeis.
Não por acaso, as ações contabilizadas de "forma especial" são as mais afetadas pela desvalorização das cotações na Bovespa. Com a duplicidade de critérios, o banco pode pagar mais dividendos ao Tesouro, engordando o superávit primário.
Essas circunstâncias foram levadas em conta pela agência de classificação de risco Moody's, que rebaixou a nota do BNDES e do BNDESPar em dois degraus, passando-a de A3 para Baa2. Como motivos para sua decisão, a Moody's mencionou a "deterioração da qualidade de crédito intrínseca e, particularmente, o enfraquecimento de suas posições de capital de nível l". Essas razões podem ser discutíveis, mas inegavelmente criam um obstáculo à tomada de crédito no mercado internacional. (...)
Fontes do mercado e do próprio governo admitem que a maquiagem do balanço torna mais difícil a colocação de papéis do BNDES. Além disso, há restrições regulamentares que investidores institucionais, como fundos de pensão, devem obedecer para a aquisição de papéis de instituições cujos resultados sejam colocados em dúvida.
Ainda que os obstáculos venham a ser superados em negociações com investidores externos, o custo para o banco tende a ser maior. O mais lamentável em tudo isso é a ligeireza e a irresponsabilidade com que o governo agiu para obter um resultado a curto prazo, desprezando normas fundamentais para assegurar a credibilidade do balanço de uma instituição do porte e da importância do BNDES.
O balanço do BNDES - 1 de Abril de 2013 - O Estado de São Paulo
01 abril 2013
Xadrez II
O torneio de candidatos para decidir o desafiante ao campeão de xadrez Anand chegou ao fim ontem. Dois jogadores estavam disputando o primeiro lugar: o ex-campeão Kramnik e o jovem Carlsen. Kramnik é um russo que possui um estilo cauteloso, mas que tinha obtido três vitórias nos últimos três jogos. O norueguês Carlsen possui 22 anos e a maior pontuação entre os jogadores de xadrez: o seu rating é maior que Kasparov.
Na última rodada Carlsen iria enfrentar um jogador russo. Já Kramnik teria como adversário um ucraniano. O critério de desempate seria o número de vitórias e isto favoria Carlsen, que tinha 4 x 3 vitórias. Isto significava que se Carlsen obtivesse o mesmo resultado do adversário seria o desafiante ao título. Mas com 33 lances, Carlsen jogando de brancas estava em clara desvantagem. E dois lances depois comete mais um erro, permitindo a vitória do adversário em 48 lances. Bastava que Kramnik empatasse seu jogo. Mas o russo, jogando de pretas, comete um erro no 35o. lance e mais 12 lances depois reconhece sua derrota.
Como os dois jogadores não somaram pontos, terminaram o torneio com 8,5 pontos, empatados. E Carlsen levou o direito de desafiar o campeão. Um final bizarro.
Na última rodada Carlsen iria enfrentar um jogador russo. Já Kramnik teria como adversário um ucraniano. O critério de desempate seria o número de vitórias e isto favoria Carlsen, que tinha 4 x 3 vitórias. Isto significava que se Carlsen obtivesse o mesmo resultado do adversário seria o desafiante ao título. Mas com 33 lances, Carlsen jogando de brancas estava em clara desvantagem. E dois lances depois comete mais um erro, permitindo a vitória do adversário em 48 lances. Bastava que Kramnik empatasse seu jogo. Mas o russo, jogando de pretas, comete um erro no 35o. lance e mais 12 lances depois reconhece sua derrota.
Como os dois jogadores não somaram pontos, terminaram o torneio com 8,5 pontos, empatados. E Carlsen levou o direito de desafiar o campeão. Um final bizarro.
Reajuste de bolsas de pós-graduação
A partir de 1º de abril, a bolsa de mestrado passará de R$ 1.350 para R$ 1.500, a de doutorado, de R$ 2.000 para R$ 2.200, e por fim, a bolsa de pós-doutorado será reajustada de R$ 3.700 para R$ 4.100. Este é o segundo reajuste em menos de um ano. Em maio de 2012, o governo federal também concedeu um reajuste de 10% para mestrandos, doutorandos, pós-doutorandos e alunos de iniciação científica.
Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o novo reajuste faz parte da política para aumento do número de mestres e doutores na educação superior. “O reajuste de bolsas é fundamental para estimular jovens talentos”, salientou.
Nos últimos quatro anos, a Capes expandiu o Sistema Nacional de Pós-Graduação e aumentou a oferta de bolsas. Em 2008, havia cerca de 40 mil bolsistas no país. Em 2011, foram concedidas 72.071 bolsas de pós-graduação e 30.006 no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Em 2012, foram mais de 127 mil bolsas em todas as modalidades. Já o CNPq, em todas as modalidades, no mesmo período, aumentou a oferta de bolsas de 63 mil para cerca de 81 mil.
Qualificação – A bolsa é um instrumento para viabilizar a execução de projetos científicos, tecnológicos e educacionais nas pesquisas e projetos apoiados pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O MEC e o MCTI, por meio da Capes e CNPq, mantém programas de qualificação na educação superior, entre eles, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e o Ciência sem Fronteiras, que concede bolsas no exterior para alunos de graduação em cursos das áreas de exatas.
Antes do reajuste do ano passado, o último reajuste de bolsas de pós-graduação no país havia sido em junho de 2008, quando as de mestrado passaram de R$ 940 para R$ 1,2 mil e as de doutorado de R$ 1,3 mil para R$ 1,8 mil. Entre 2004 e 2008, houve três aumentos, em que as bolsas obtiveram reajuste de 67% sobre os valores de 2002.
(ACS/MEC)
Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o novo reajuste faz parte da política para aumento do número de mestres e doutores na educação superior. “O reajuste de bolsas é fundamental para estimular jovens talentos”, salientou.
Nos últimos quatro anos, a Capes expandiu o Sistema Nacional de Pós-Graduação e aumentou a oferta de bolsas. Em 2008, havia cerca de 40 mil bolsistas no país. Em 2011, foram concedidas 72.071 bolsas de pós-graduação e 30.006 no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid). Em 2012, foram mais de 127 mil bolsas em todas as modalidades. Já o CNPq, em todas as modalidades, no mesmo período, aumentou a oferta de bolsas de 63 mil para cerca de 81 mil.
Qualificação – A bolsa é um instrumento para viabilizar a execução de projetos científicos, tecnológicos e educacionais nas pesquisas e projetos apoiados pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O MEC e o MCTI, por meio da Capes e CNPq, mantém programas de qualificação na educação superior, entre eles, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e o Ciência sem Fronteiras, que concede bolsas no exterior para alunos de graduação em cursos das áreas de exatas.
Antes do reajuste do ano passado, o último reajuste de bolsas de pós-graduação no país havia sido em junho de 2008, quando as de mestrado passaram de R$ 940 para R$ 1,2 mil e as de doutorado de R$ 1,3 mil para R$ 1,8 mil. Entre 2004 e 2008, houve três aumentos, em que as bolsas obtiveram reajuste de 67% sobre os valores de 2002.
(ACS/MEC)
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