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25 março 2013

1905 e o Curso Comercial no Paraná


No início de 1905, o Chefe do Estado do Paraná baixou um decreto com a criação do Instituto Commercial (Lei 587 de 18 de março de 1905). Em 1906 o instituto estava funcionando com 59 alunos matriculados. Naquela época, Minas (através da Academia de Commercio de Juiz de Fóra, de 1894), São Paulo (Escola de Commercio, de 1902) e o Distrito Federal (ou Rio de Janeiro) já possuíam ensino comercial regular. Destaque-se que somente a Argentina (desde 1872) e os Estados Unidos possuíam ensino comercial na América.

O ensino comercial seria de três anos, com um curso preparatório e um “curso superior”.  O detalhamento do conteúdo encontra-se a seguir:

Curso Preparatório: caligrafia; português – exercício de ortografia e redação; línguas estrangeiras; princípios de contabilidade; aritmética; álgebra elementar; geometria elementar; noções de física e química; história e geografia; desenho.

Curso Superior: caligrafia; línguas estrangeiras; contabilidade; matemática aplicada ao comércio; estudo de mercadorias; análise e manipulações; estudo de transportes; utensílios comerciais; geografia comercial; história do comércio; elementos de direito civil e processo; legislação comercial, marítima e industrial; legislação financeira e aduaneira; economia política; desenho.

Perceba o leitor a ênfase elevada na troca comercial, incluindo aquela com outros países. Na fase de criação, os documentos existentes na Biblioteca Nacional mostram com mais detalhes os conteúdos que eram ministrados no país, através dos parâmetros das “experiências feitas nos diversos países e como é dado na Academia de Commercio de Juiz de Fóra”. Gostaria de destacar particularmente três disciplinas: contabilidade, matemática aplicada e análise e manipulações.

Em contabilidade geral e prática de escritório, os estudos são divididos em três partes: comercial (transportes por terra, operações de compra e venda, instituições especiais do comércio), financeira (bancos, câmbio, bolsa de seguros, contabilidade pública e administrativa e da contabilidade da indústria em geral) e trabalhos práticos (correspondência e conhecimento completo – teórico e prático – dos livros comerciais).

O conteúdo de matemática aplicada era ensinado juros, descontos, contas correntes, cheques, metais preciosos e sistema monetário, operações da Bolsa e cambio, operações financeiras a longo prazo, fundo do Estado, valores industriais, empréstimos, loterias, operações de companhias de seguros.

O nome análise das manipulações é realmente estranho. Mas o conteúdo é bastante atual: “é um curso essencialmente prático, permitindo aos alunos a decomposição dos produtos comerciais, ensaios, reconhecimento das falsificações que constantemente se praticam”. 

Crianças de oito anos publicam estudo científico sobre abelhas

Os pequenos provaram que para fazer ciência não há idade. O grupo de crianças do Reino Unido é o mais jovem a publicar um artigo científico. O trabalho deles, que aparece na revista Biology Letters, prova que as abelhas reconhecem as flores que oferecem pólen através das cores.

No relatório eles escrevem “descobrimos que as abelhas usam uma combinação de cores e de noções espaciais para decidir de quais flores se alimentar. Também descobrimos que a ciência é divertida, pois nós conseguimos fazer o que ninguém tinha feito antes”.
Se você entende inglês, vale a pena ler o trabalho original. Ele é completamente escrito com o discurso das crianças, incluindo vocalizações dos sons das abelhas.

Real science has the potential to not only amaze, but also transform the way one thinks of the world and oneself. This is because the process of science is little different from the deeply resonant, natural processes of play. Play enables humans (and other mammals) to discover (and create) relationships and patterns. When one adds rules to play, a game is created. This is science: the process of playing with rules that enables one to reveal previously unseen patterns of relationships that extend our collective understanding of nature and human nature. When thought of in this way, science education becomes a more enlightened and intuitive process of asking questions and devising games to address those questions. But, because the outcome of all game-playing is unpredictable, supporting this ‘messyness’, which is the engine of science, is critical to good science education (and indeed creative education generally). Indeed, we have learned that doing ‘real’ science in public spaces can stimulate tremendous interest in children and adults in understanding the processes by which we make sense of the world. The present study (on the vision of bumble-bees) goes even further, since it was not only performed outside my laboratory (in a Norman church in the southwest of England), but the ‘games’ were themselves devised in collaboration with 25 8- to 10-year-old children. They asked the questions, hypothesized the answers, designed the games (in other words, the experiments) to test these hypotheses and analysed the data. They also drew the figures (in coloured pencil) and wrote the paper. Their headteacher (Dave Strudwick) and I devised the educational programme (we call ‘i,scientist’), and I trained the bees and transcribed the childrens' words into text (which was done with smaller groups of children at the school's local village pub). So what follows is a novel study (scientifically and conceptually) in ‘kids speak’ without references to past literature, which is a challenge. Although the historical context of any study is of course important, including references in this instance would be disingenuous for two reasons. First, given the way scientific data are naturally reported, the relevant information is simply inaccessible to the literate ability of 8- to 10-year-old children, and second, the true motivation for any scientific study (at least one of integrity) is one's own curiousity, which for the children was not inspired by the scientific literature, but their own observations of the world. This lack of historical, scientific context does not diminish the resulting data, scientific methodology or merit of the discovery for the scientific and ‘non-scientific’ audience. On the contrary, it reveals science in its truest (most naive) form, and in this way makes explicit the commonality between science, art and indeed all creative activities.

Segundo as crianças, sua visão de ciência mudou completamente com a pesquisa. Como não foram confrontadas apenas com fatos e puderam realmente fazer parte do processo de construção do conhecimento, elas ficaram mais interessadas.

Fontes: Aqui e Aqui

Atuação

"Ser profissional significa colocar suas ideias pessoais de lado e ser esperto". Essa visão pragmática do mundo do trabalho é do psicólogo britânico Oliver James [foto], 59, autor do livro recém-lançado "Office Politics" (política corporativa), em que divide os chefes em personalidades como psicopatas, narcisistas ou maquiavélicos.
Leia trechos da entrevista.

Folha - A política não foi sempre importante nas empresas?
Oliver James - À medida que se sai de um cenário de empregos nos quais é fácil medir a contribuição de alguém, como o número de bonecas ou de barcos que você produz em um dia, a política se torna mais importante. Agora, a maioria das pessoas trabalha na indústria de serviços e a influência de alguém para o lucro da empresa é mais difícil de mensurar. Por isso, o modo como a sua contribuição é percebida tem um efeito maior em quanto você ganha ou na hora de decidir uma promoção.

Isso inclui mentir?
É preciso aceitar a política e ver isso como uma parte importante do seu dia a dia, mesmo que você não seja muito ambicioso, ou você vai ser intimidado e manipulado. Todos nós contamos mentiras e temos de atuar um pouco. Não é necessário mudar radicalmente, mas, sim, desenvolver um personagem, aprender a interpretar.

*Mas isso é cansativo... *
O que é cansativo é outras pessoas menos talentosas terem trabalhos mais interessantes do que você. Não é cansativo se você aprender a ser autêntico por meio de um personagem. E você já o tem, mesmo sem saber. É preciso descobrir qual é o seu papel e ajustá-lo.

O melhor é ser legal com as pessoas ou que elas tenham medo de você?
Ser legal pode funcionar, mas não necessariamente. Bajular um narcisista pode ser uma boa ideia, se você souber atuar bem agindo dessa forma. Por isso a performance é tão importante: se você não for convincente como bajulador, se você não é dessa forma geralmente, a pessoa vai perceber e o plano pode dar errado.

Como fazer isso, então?
Um narcisista quer sentir que é importante, que é maravilhoso. Você pode dizer isso a alguém que ele conheça e que pode retransmitir a informação. Esse "louvor" vai chegar ao seu chefe.

E como lidar com alguém maquiavélico?
O mais é importante é saber que eles são assim, e muito do que eles estão dizendo sobre você simplesmente não é verdade. É preciso estar ciente de que mentiras podem estar sendo ditas sobre você no escritório, de que seus colegas podem estar recebendo informações mentirosas. Saber disso é metade da batalha. A outra é começar a corrigi-las.


Fonte: Aqui

Panair

Documentos reunidos pelo empresário Rodolfo da Rocha Miranda, filho de Celso da Rocha Miranda (1917-1986), um dos dois donos da companhia aérea Panair do Brasil, indicam que a falência da empresa, decretada em 1965, resultou de perseguição do governo militar (1964-1985). Os alvos eram Celso e seu sócio Mario Wallace Simonsen, ligados a Juscelino Kubitschek, presidente da República de 1956 a 1961 e posteriormente opositor da ditadura instalada após o golpe militar que derrubou o presidente constitucional, João Goulart, chefe de Estado de 1961 a 1964.

Quando a empresa pediu concordata, o governo instituiu um decreto que impedia empresas aéreas de usar esse instrumento legal. Foi então decretada a falência da Panair. Depois, quando a empresa conseguiu pagar seus credores e, por lei, poderia voltar a operar, o governo criou novo decreto impedindo empresa aérea que houvesse falido de retomar os voos. Relatórios do governo indicam que a Panair não era insolvente e operava sem irregularidades. (...)

A Panair era a maior companhia aérea brasileira, com 5.000 funcionários, quando teve suas licenças de voo cassadas pelo governo militar, em 10 de fevereiro de 1965, sem nenhum aviso prévio. As rotas foram distribuídas às demais companhias, principalmente à Varig. Cinco dias depois, foi decretada a falência da Panair, sob o argumento de que a empresa estava em grave situação econômica e isso representaria risco à segurança dos voos. Essa situação nunca foi comprovada.


Fonte: Aqui. Foto Aqui

Evidenciação

O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) apresentou na semana passada o projeto de lei 5061, que elimina a obrigatoriedade da publicação dos balanços de empresas privadas e públicas nos jornais impressos. Em pronunciamento no plenário da Câmara Federal, ele argumentou que “isso gerará uma economia enorme para os cofres das empresas”.

Fonte: Aqui

Aneel, Rede e Bertin

Para ajudar nas negociações pela troca de comando da Rede Energia, a Aneel cancelou contratos que impediram o lançamento de até R$ 2,5 bilhões em dívidas no balanço das concessionárias.

O "perdão" foi dado em duas etapas no final do ano passado e abriu um precedente jurídico para que outras distribuidoras venham se valer dos mesmos artifícios futuramente, caso se envolvam em problemas financeiros.

Em fevereiro deste ano, a agência cancelou os contratos entre o grupo Bertin (que hoje pertence à JF) e quatro concessionárias da Rede --Celtins (TO), Cemat (MT), Bragantina e Nacional (SP).

O Bertin construiria usinas termelétricas e vendeu a energia que seria gerada por um preço acima da média do mercado para as quatro distribuidoras da Rede Energia.

Esses contratos gerariam débitos que variavam de R$ 1 bilhão a R$ 1,8 bilhão, segundo apurou a Folha.

O problema é que o Bertin não construiu as usinas e, em 2012, às vésperas da efetivação do contrato (fornecimento de energia), as distribuidoras também não tinham como honrá-lo, porque estavam sob intervenção.

Recentemente, a agência também permitiu que a empresa deixasse de contabilizar no balanço a maioria dos contratos de empréstimos feitos entre as concessionárias do Grupo Rede, que totalizam cerca de R$ 700 milhões.

Esses contratos foram uma manobra financeira da Rede para que suas concessionárias endividadas e sem caixa suficiente pudessem pagar os encargos setoriais -que venciam em intervalos de tempo diferentes- para ter direito ao reajuste tarifário.

Até o fechamento desta edição, a Aneel não respondeu sobre os motivos que levaram aos cancelamentos das dívidas.


Decisão da Aneel evita débito de até R$ 2,5 bilhões - AGNALDO BRITO / JULIO WIZIACK

Resumo: O Mundo é Plano

Por Isabel Sales

O MUNDO É PLANO
Uma breve história do século XXI

Thomas L. Friedman


COMO O MUNDO SE ACHATOU


No primeiro capítulo Friedman trata de uma viagem que fez com uma equipe do canal de televisão Discovery Times para a Índia e outros países do Oriente. Um dos seus propósitos era pesquisar os componentes lógicos, a inteligência, os algoritmos complexos, o trabalho intelectual, os call centers, os protocolos de transmissão, as últimas novidades da engenharia óptica presentes no país.
Foi realizada uma entrevista com o CEO de uma das pérolas do mundo da tecnologia da informação indiana, que afirmou que os indianos estavam ajudando a “aplainar o terreno”. A Índia estava cada vez mais entrosada com os desenvolvimentos tecnológicos. Países estrangeiros contratam seus funcionários para as suas empresas, sem que esses precisem deixar o país devido às facilidades de comunicação tecnológicas.
“Tudo o que puder ser digitalizado também poderá ser terceirizado para alguém mais esperto ou mais barato, ou as duas coisas”.
            O primeiro capítulo fala principalmente da terceirização dos serviços de call centers americanos para a Índia. Trata da facilidade da terceirização desses serviços em decorrência da tecnologia que cria facilidades para a comunicação com qualquer parte do mundo, da organização logística, do incentivo à participação universitária em decorrência da vantagem da diferença de fusos (os universitários assistem aulas durante o dia e trabalham a noite já que nos EUA é dia), dos treinamentos de inglês para os atendentes, focalizando a acentuação do sotaque referente à região que estarão lidando.
            No segundo capítulo são abordadas “dez forças que achataram o mundo:
   
Força nº 1.
9 de Novembro de 1989
Quando os muros ruíram e as “janelas” se abriram
“A queda do Muro de Berlim, em 9 de novembro de 1989, liberou forças que acabariam libertando todos os povos dominados pelo Império Soviético – mas, na realidade, fez também muito mais que isso: inclinou a balança do poder mundial para o lado dos defensores da governança democrática, consensual, voltada para o livre mercado, em detrimento dos adeptos do governo autoritário, com economias de planejamento centralizado”.
“A queda do Muro de Berlim abriu caminho não só para que mais pessoas pudessem explorar os fundos de conhecimento umas das outras, como também para a adoção de parâmetros comuns com relação a como gerir economias, como fazer a contabilidade, como conduzir o sistema bancário, como construir computadores pessoais e como redigir trabalhos de economia”.
Nesse mesmo período o sistema Windows se estabeleceu como principal sistema operacional. Dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo tornaram-se programadores, a fim de colocar o PC para fazer o que quer que desejassem em sua própria língua.
  
Força nº 2.
9 de Agosto de 1995
O dia em que o Netscape foi para a bolsa
            Em meados da década de 90 houve a modificação de uma plataforma de computação baseada em PC para outra baseada na Internet. O primeiro browser a se disseminar foi desenvolvido pela Netscape, que abriu seu capital em bolsa em 9 de agosto de 1995. Após uma semana foi lançado o Windows 95 que incluía suporte à Internet.
            “O Netscape desempenhou outro papel fundamental no achatamento do mundo: ajudou a tornar a Internet efetivamente interoperável”.
            O capítulo fala sobre o desenvolvimento do Netscape, a abertura do capital e como uma ação que esperava ser vendida a US$ 28 iniciais alcançou US$ 71. No fechamento do dia estava a US$ 56, exatamente o dobro do inicialmente estipulado.
            Naquele período houve aumento dos investimentos nas ações da Internet. Segundo Bill Gates os booms e bolhas podem ser perigosos para a economia (empresas ponto-com falindo, pessoas perdendo empregos), mas também tendem a acelerar o ritmo das inovações. “Foi isso que aconteceu com o boom das ações da Internet: provocou um gigantesco excesso de investimentos em empresas de cabos terrestres e submarinos de fibra óptica, acarretando uma redução drástica no custo das chamadas telefônicas ou transmissão de dados para qualquer parte do mundo”. O investimento exagerado em cabeamentos dá frutos até hoje, graças à natureza peculiar da fibra óptica.
  
Força nº 3.
Softwares de Fluxo de Trabalho
Vamos trocar figurinhas: coloque o seu aplicativo para conversar com o meu.
“Com a derrubada dos muros e o PC, o Windows e o netscape permitindo que seus usuários se ligassem como nunca antes, não demorou muito para que toda essa gente conectada já não se contentasse mais em apenas navegar e trocar e-mails, mensagens instantâneas, fotos e músicas por meio da Internet. Queriam também desenhar, projetar, criar, vender e comprar coisas, monitorar estoques, cuidar dos impostos de alguém e analisar a radiografia de um paciente de outro lado do mundo. E mais: queriam fazer isso de e para qualquer lugar, de e para qualquer computador, sem qualquer empecilho.” Era necessária uma Internet capaz de ligar qualquer um dos programas a qualquer programa de outra pessoa, só assim seria possível trabalhos em conjunto.
Em fins da década de 90 foram desenvolvidos a linguagem de descrição de dados XML, e seu respectivo protocolo de transporte, o SOAP. Esses foram fundamentos técnicos para a interação entre os diversos programas, a qual por sua vez seria a pedra angular do fluxo de trabalho via web. “Agora o trabalho podia ir para onde bem entendesse”.
  
Força nº 4.
Código Aberto
Comunidades de colaboração que se auto-organizam
“O movimento do código aberto envolve milhares de pessoas de todo o mundo que se reúnem on-line para escrever de tudo juntos, desde seu próprio software e seus próprios sistemas operacionais até seus próprios dicionários e fórmulas de refrigerante – sempre criando tudo da estaca zero, em vez de aceitarem formatos ou conteúdos impostos de cima para baixo pelas hierarquias corporativas.  A expressão ‘código aberto’ traduz a intenção de empresas ou grupos específicos de disponibilizarem on-line o código-fonte e permitirem que todos os que tiverem alguma contribuição a dar o aprimorem e deixem que milhões de outros simplesmente o baixem, de graça, para seu uso pessoal.”
O movimento do software livre tornou-se um sério desafio à Microsoft e outras grandes empresas da área. O questionamento é o seguinte: “como estimular a inovação se todo mundo está trabalhando de graça e dando seu trabalho de presente?”. A Microsoft reconhece que certos aspectos do movimento são intrigantes, “sobretudo no tocante à escala, à colaboração da comunidade e à comunicação”. Mas acreditam basicamente numa “indústria de software comercial, e algumas variáveis do modelo código aberto batem de frente com o modelo econômico que permite às empresas realizar suas atividades nesse campo”.
Como comenta a The Economist (10 de junho de 2004): “não faltam radicais que acreditam até que  código aberto representa um novo modelo de produção pós-capitalista”.
  
Força nº 5.
Terceirização
O ano 2000
            A Índia é um país praticamente desprovido de recursos naturais que elevou à perfeição uma arte – a de explorar os cérebros da sua gente, por meio de uma qualificação de uma parcela relativamente vasta das suas elites nos campos das ciências, engenharia e medicina.    
“O ano 200 deflagrou a disputa por cérebros indianos que cuidassem da programação dos computadores para enfrentar o bug do milênio. A Índia era o único lugar com profissionais em quantidade suficiente para o cumprimento da missão. Em seguida veio a explosão das ponto-com, logo após o ano 2000: a índia é um dos poucos lugares onde se encontram, por qualquer preço, engenheiros de sobra com domínio da língua inglesa. Aí a bolha ponto-com estoura, deixando o mercado acionário em pandarecos, e os recursos para investimento desaparecem. Tanto as empresas americanas de TI que sobreviveram ao desastre quanto as de capital de risco ainda dispostas a financiar organizações iniciantes dispunham agora de muito menos verba pra gastar. Os engenheiros indianos eram necessários não só pr serem muitos, mas exatamente em virtude de seu custo inferior.”
“Diante das enormes pressões de custo e da consolidação do processo de achatamento do mundo, o contexto econômico forçou as pessoas a tomar medidas que elas jamais pensaram que teriam de ou poderiam tomar. (...) A globalização ficou sobrecarregada”, tanto para a produção quanto para o trabalho intelectual. Os administradores descobriram que podiam ir ao MIT (Massachusetts Institute of Technology) e conhecer quatro engenheiros chineses competentíssimos que estavam prestes a voltar para seu país e a trabalhar de lá pelo mesmo custo de se contratar um único engenheiro nos EUA.
  
Força nº 6.
Offshoring
Correndo com antílopes e comendo com os leões
            Na terceirização uma empresa terceiriza uma determinada função, até então realizada por seus próprios funcionários, quando contrata uma outra empresa para realizar em seu lugar exatamente a mesma função, que é em seguida reintegrada ao conjunto das suas operações como um todo. No offshoring uma empresa pega uma de suas fábricas de Canton, Ohio, e transfere para o exterior – para Cantão, na China, por exemplo -, onde produzirá exatamente o mesmo produto, exatamente da mesma maneira, só que com a mão-de-obra mais barata, uma carga tributária menos, energia subsidiada e menos gastos com os planos de saúde dos funcionários.
            A seção fala, principalmente, sobre a entrada da China na OMC e o investimento das empresas americanas em offshoring nesse país. “Há ali mas de 160 cidades de população superior a 1 milhão de habitantes. Hoje, a gente vai a cidades da costa leste de que nunca ouviu falar e descobre que lá se fabrica a maior parte das armações de óculos do mundo, ao passo que na cidade vizinha é produzida a maior parte dos isqueiros do mundo, e na seguinte são feitos quase todos os monitores de computador da Dell, enquanto outra está se especializando em telefones celulares”.