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03 março 2013

Usando Métodos Quantitativos – 2


A pergunta mais importante que alguém faz quanto se depara com a necessidade de usar algum método quantitativo é: qual o método que devo usar? Esta postagem irá comentar sobre a forma de responder a esta questão.

1 – Veja os textos de pesquisas anteriores
Uma forma de determinar o método que deve ser usado é observar o que os pesquisadores já usaram para responder a perguntas similares. Naturalmente que quanto mais citado for a pesquisa, menor a chance de errar na escolha. Existem dois problemas nesta alternativa: (1) podemos deixar de lado formas modernas de tratamento quantitativo; (2) muitas vezes as escolhas que foram feitas no passado eram decorrentes do tipo de dado que o pesquisador tinha.

2 – Livros
Alguns livros possuem um bom resumo de técnicas que podem ser usadas. Particularmente gosto muito da introdução do livro de Análise Multivariada, de Hair et alii. Naquela obra os autores fazem uma descrição de abrangente de algumas técnicas. Entretanto, mesmo o livro citado é incompleto, pois ignora técnicas como testes de médias.

3 – Softwares
Alguns softwares possuem a função de técnico (coach). Após uma série de perguntas, o software indica qual deve ser a técnica a ser usada. Esta é uma função presente no SPSS, um dos softwares mais usados em trabalhos acadêmicos. Existe aqui um ponto negativo: a função está associada somente aos métodos que existem no software. Apesar disto, acredito que mais de 90% dos casos podem ser resolvidos por esta função.

4 – Consulte um especialista
Esta é uma possibilidade bastante adequada. Descreva o seu problema para um amigo com conhecimentos em métodos quantitativos e peça uma dica para ele. Apesar de funcionar em alguns casos, particularmente não gosto muito desta possibilidade: os especialistas têm preferências, que podem passar na resposta ao seu questionamento. Ademais, nem todo conhecedor de métodos quantitativos sabe de todas as técnicas. Uma possibilidade é usar uma empresa Junior de estatística para ajudá-lo na escolha.

Acredito que uma destas abordagens seja suficiente para que você possa ter uma resposta para sua questão. Ou a junção das técnicas. 

Esta é a segunda postagem de uma série sobre métodos quantitativos. A primeira foi sobre o uso de editor de texto para escrever uma redação quantitativa. 

Futebol e Coração

O gráfico mostra o número de eventos cardiovasculares na Alemanha nos anos de 2003, 2005 e 2006. entre maio e julho. O que interessa é a linha vermelha. No dia do número 1 ocorreu o jogo de futebol Alemanha 4 x 2 Costa Rica, pela Copa do Mundo. No número dois, o jogo entre Alemanha e Polônia (1 a 0 foi o placar), pela mesma competição. É possível perceber que a quantidade de eventos cardiovasculares aumentou expressivamente nestas datas. O número foi a vitória sobre o Equador, mas a Alemanha já estava classificada e o jogo não era tão importante. O jogo contra a Suécia está assinalado com o número 4. Os números cinco e seis atingem o máximo: vitória sobre a Argentina nos penaltis e derrota para Itália. Jogo correspondendo ao número 7 é a disputa do terceiro lugar, quando a Alemanha ganhou de Portugal, de 3 a 1. Foi menos emocionante que a disputa da final, entre França e Itália.

O estudo foi publicado no New England Journal of Medicine e pode ser baixado aqui (via aqui).

Influência do idioma na propensão à poupança


Keith Chen, professor associado da escola de negócios de Yale, testa a hipótese que as diferenças entre os idiomas em relação a construção de estruturas gramaticais para o presente e futuro afetam a taxa de poupança dos falantes de cada língua. Abaixo o resumo da pesquisa que será publicada na American Economic Review:

Languages differ widely in the ways they encode time. I test the hypothesis that languages that grammatically associate the future and the present, foster future-oriented behavior. This prediction arises naturally when well-documented effects of language structure are merged with models of intertemporal choice. Empirically, I find that speakers of such languages: save more, retire with more wealth, smoke less, practice safer sex, and are less obese. This holds both across countries and within countries when comparing demographically similar native households. The evidence does not support the most obvious forms of common causation. I discuss implications for theories of intertemporal choice.

Dormir mal afeta seu corpo


Quem já foi dormir de madrugada e teve de acordar cedo no dia seguinte sabe como uma noite de sono ruim pode mexer com o seu humor e acabar com sua disposição. Quão mal, porém, esse tipo de situação pode fazer ao seu corpo? De acordo com um grupo de pesquisadores do Reino Unido, uma noite de sono ruim pode alterar até mesmo o funcionamento dos seus genes.

Para chegar a essa conclusão, a equipe analisou amostras de sangue de 26 voluntários que normalmente dormem bastante (até 10 horas por noite) antes e depois de passarem uma semana com menos de 6 horas de sono por noite. Resultado: pelo menos 711 genes foram afetados.

“Mostramos que uma semana de sono insuficiente altera a expressão de genes em células sanguíneas humanas e reduz a amplitude dos ritmos circadianos [ciclos de aproximadamente 24 horas em que se baseia o metabolismo de um ser vivo] na expressão de genes”, escrevem os autores, em artigo publicado no periódico PNAS.

O sistema imunológico e a resposta do corpo a danos foram prejudicados nos voluntários. “Claramente, o sono é essencial para reconstruir o corpo e manter um estado funcional, [e com sono insuficiente] todo tipo de dano parece ocorrer”, explicou Colin Smith, um dos pesquisadores do estudo. “Se não pudermos renovar e substituir células, isso pode levar a doenças degenerativas”.[BBC]

Gorjeta eletrônica


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Fonte: Aqui

02 março 2013

Rir é o melhor remédio

Inspiração

Fato da Semana

Fato: Resultado da Vale

Qual a relevância disto? A Vale é uma das maiores empresas de mineração do mundo, a maior produtora de minério de ferro e a segunda de níquel. Nesta semana a empresa anunciou um lucro de quase 10 bilhões de reais, bem abaixo dos 38 bilhões de 2011, o pior resultado desde 2004. Juntamente com o resultado do ano, a empresa divulgou um prejuízo de 5,6 bilhões de reais no último trimestre de 2012, o primeiro resultado negativo trimestral deste 2002.

Como é comum nas situações onde uma empresa não tem um bom desempenho, a culpa foi do ambiente externo; no caso da Vale, na crise financeira. Na divulgação do resultado é interessante as palavras do seu presidente, que afirmou que o desempenho da empresa decorreu da decisão da empresa de buscar a transparência. Segundo a Folha de S Paulo:

Ferreira fez questão de ressaltar que havia uma "Vale do passado" e que agora começa a surgir uma "Vale do futuro". Neste novo cenário, diz, enquadra-se o rebaixamento do valor de ativos (em carvão, alumínio e níquel principalmente).

A amortização de ativos no valor de 8,2 bilhões foi apontada como a principal causa do resultado da empresa. As ações da empresa registram redução nos últimos dias.

Positivo ou Negativo? – A divulgação do resultado da empresa mantém algumas práticas antigas das empresas. A primeira delas é culpar o ambiente externo quando o resultado foi abaixo do esperado. Isto novamente ocorreu no caso da Vale. O segundo aspecto é deixar para fazer amortizações de ativos quando ocorrem mudanças na direção das empresas. Recentemente a Petrobras resolveu reconhecer que diversos poços de petróleo não eram viáveis, somente após a saída de Sérgio Gabrielli. Agora, a saída de Agnelli permitiu a empresa registrar prejuízos que ocorreram no passado. Terceiro, é a nova diretoria afirmar que “tudo vai ser diferente”. Acredite se quiser. Todos são pontos negativos.

Desdobramentos – A reação do mercado ao anúncio mostra que ocorreu uma desilusão com a divulgação. A empresa perdeu pontos junto aos investidores.

Outros candidatos a fato da semana? A questão dos resultados do BNDES seria uma alternativa forte. Também são candidatos: a decisão inglesa contra as Big Four e a investigação sobre a inadimplência dos bancos públicos.