Os dois grandes bancos públicos de varejo do país iniciaram em 2012 um processo de redução das taxas de juros determinado pelo seu controlador, o governo — e, remando contra a maré, aceleraram fortemente a concessão de crédito. O resultado dessa equação, segundo muitos analistas, era o aumento da inadimplência, o que até agora não apareceu. O lucro também vai bem, com crescimento em relação ao desempenho de 2011.
Tanto Banco do Brasil (BB) como a Caixa Econômica Federal mantiveram no ano passado os atrasos superiores a 90 dias nas operações de crédito em níveis abaixo da média do sistema financeiro. E mesmo que a estratégia de redução dos spreads — diferença entre o custo de captação e o juro efetivamente cobrado dos clientes — iniciada em abril tenha reduzido as margens, essa queda vem sendocompensada pelo aumento do volume das operações.
O presidente do BB, Aldemir Bendine, lembrou que a instituição nos últimos cinco anos entregou bons resultados. “Crítica a gente responde com resultado. Elevamos o crédito com seletividade, baixamos os níveis de inadimplência e temos um bom nível de provisões”, disse ontem em entrevista a jornalistas.
Em 2012, o banco lucrou R$ 12,205 bilhões, o maior resultado alcançado em um único ano pela instituição (ver reportagem na página ao lado). Recorde também registrou a Caixa, com lucro de R$ 6,066 bilhões e crescimento de 17%. A expansão é significativa, ainda mais quando se leva em conta que os concorrentes privados tiveram aumentos modestos no lucro ou até mesmo queda.
(...) A analista Karina Freitas, da Concórdia Corretora, afirma que havia uma preocupação com a inadimplência nos bancos públicos, mas que os resultados do quarto trimestre minimizaram esse temor. “Achávamos que o BB seria mais agressivo no crédito ao consumidor, que tem risco maior, mas o banco cresceu forte em todas as linhas, por isso a inadimplência baixa”, avalia. (...)
Juro baixo garante lucro recorde de bancos públicos - Brasil Econômico - Ana Paula Ribeiro | 22/02/2013
Uma análise mais crítica foi feita na Folha de S Paulo (Análise: Balanços mostram resultado da intervenção governamental
OTTO NOGAMI):
Entretanto, quando comparamos a evolução do lucro líquido dessas instituições com a expansão de suas carteiras de crédito, e consequente aumento na participação no mercado brasileiro de crédito, verifica-se que os lucros cresceram de forma relativamente modesta.
No caso do Banco do Brasil, a carteira de crédito (sem contar com as operações no exterior) aumentou 24,9%, contra um crescimento de 0,7% no lucro líquido em 2012, enquanto a carteira da CEF cresceu 42% no mesmo período, contra um aumento no lucro líquido de 17,1%.
Combinando esses resultados com o fato de essas duas instituições terem apresentado níveis de inadimplência menores que a média do setor no país, aparentemente a conta não fecha, pois o lucro líquido deveria ter sido muito maior.
24 fevereiro 2013
Reino Unido rebaixado
A Moody's Investors Service rebaixou os ratings dos bônus governamentais em moeda local e em moeda estrangeira do Reino Unido para Aa1, de Aaa. A perspectiva dos ratings agora é estável.
A agência citou três fatores para sua decisão: "a debilidade contínua da perspectiva de crescimento do Reino Unido, com um período de crescimento fraco que a Moody's agora espera que vai se estender até a segunda metade da década", "os desafios que as perspectivas fracas de crescimento no médio prazo apresentam para o programa de consolidação fiscal do governo" e "como consequência da carga elevada e crescente da dívida, uma deterioração na capacidade do balanço patrimonial do governo para absorver choques, o que não deverá ser revertido antes de 2016".
A Moody's ressalvou que "a qualidade de crédito do Reino Unido permanece extremamente alta, com o rating Aa1", por causa de fatores como "uma economia altamente competitiva e bem diversificada, um histórico forte de consolidação fiscal e uma estrutura institucional robusta, uma estrutura de dívida favorável e com uma demanda doméstica forte por dívida do governo, com a estrutura de maturação média mais alta (15 anos) entre todos os soberanos de ratings elevados".
Moody's rebaixa rating do Reino Unido - Por Renato Martins
A agência citou três fatores para sua decisão: "a debilidade contínua da perspectiva de crescimento do Reino Unido, com um período de crescimento fraco que a Moody's agora espera que vai se estender até a segunda metade da década", "os desafios que as perspectivas fracas de crescimento no médio prazo apresentam para o programa de consolidação fiscal do governo" e "como consequência da carga elevada e crescente da dívida, uma deterioração na capacidade do balanço patrimonial do governo para absorver choques, o que não deverá ser revertido antes de 2016".
A Moody's ressalvou que "a qualidade de crédito do Reino Unido permanece extremamente alta, com o rating Aa1", por causa de fatores como "uma economia altamente competitiva e bem diversificada, um histórico forte de consolidação fiscal e uma estrutura institucional robusta, uma estrutura de dívida favorável e com uma demanda doméstica forte por dívida do governo, com a estrutura de maturação média mais alta (15 anos) entre todos os soberanos de ratings elevados".
Moody's rebaixa rating do Reino Unido - Por Renato Martins
Novo membro do Iasb
A ameaça de retirar o poder dos Estados Unidos no International Accounting Standards Board (IASB) em razão do atraso da convergência parece que ainda irá demorar. Um novo membro, originário da Xerox, foi nomeado e irá assumir em Abril. O mandato terminará em 2017, podendo ser renovado por mais três anos. O novo membro chama-se Gary Kabureck.
Kabureck tem experiência já serviu no Fasb e PCAOB. Ele apoia as normas internacionais. Dos 16 membros do Board, quatro são dos Estados Unidos.
Kabureck tem experiência já serviu no Fasb e PCAOB. Ele apoia as normas internacionais. Dos 16 membros do Board, quatro são dos Estados Unidos.
23 fevereiro 2013
Etiqueta e postura
Um toque de classe a mais na contabilidade – Publicado originalmente em 12 de maio de 2011.
Uma pessoa educada faz toda a diferença em qualquer ambiente, seja no mundo acadêmico ou no dos negócios. Eu trabalhei em uma empresa que ensinava etiqueta a todos os novos funcionários. Acho isso uma ideia fantástica. Não só porque teríamos lidar com muitos clientes, também porque conhecer um pouco mais de certas regras certamente deixa o convívio mais agradável. Que tal compartilharmos algumas dessas dicas? Para quem se interessar em ler mais, escrevo com base nos livros The Etiquette Edge: The Unspoken Rules for Business Success (Beverly Langford) e Classy (Derek Blasberg).
Em uma conversa:
- Olhe nos olhos.
- Não fique tão perto a ponto de sentir o desodorante do outro.
- Fale em um tom apropriado.
- Não boceje ou pareça cansado, mesmo se estiver.
- Só faça comentários inapropriados com as pessoas apropriadas. Quando em dúvida, espere.
- Saiba do que está falando.
- Não fale palavrões. Não use gírias. Exercite seu vocabulário e aprenda novas palavras.
- Saiba manter a conversa fluindo. Quando o assunto ficar exaltado, mude.
- Saiba encerrar educadamente uma conversa.
- Aprenda a querer ouvir: Para ouvir bem é necessário uma quantidade enorme de energia mental, concentração, vontade e certo grau de altruísmo. Evite aparentar-se superior. Não conclua que o que a outra pessoa diz é irrelevante ou que aquela pessoa não possa te dizer algo que você já não sabe.
Em uma apresentação (muitas são dicas feitas em sala de aula pelo professor Paulo Lustosa, a quem agradeço):
- Mantenha-se no centro do “palco” (ou da área específica para a apresentação). Fale olhando para todos os que estão presentes em sala.
- Não coloque a mão no bolso!
- Não “dance” (quando estamos apresentando temos mania de ficar nos mexendo pra frente e pra trás), não fique de costas, não passe em frente ao projetor.
- Não leia a sua apresentação no Power Point. Tenha domínio, saiba falar com naturalidade e de forma acessível.
- Use o tom correto. Não grite (por causa do nervosismo algumas pessoas elevam muito o tom de voz) nem sussurre. Caso a sua voz seja naturalmente baixa e você não consiga mudar isso de forma alguma, fale no meio da sala (ao invés de no centro do palco) ou utilize um microfone. Ou, em outras palavras, resolva o seu problema. Não se esconda atrás dele.
- Não dê desculpas como, por exemplo, “estou passando mal”, “estou nervosa”, “não dormi bem”, “não deu tempo de me preparar”. O espectador não precisa saber disso e, se você tiver sorte, nem irá perceber.
- Pronuncie bem, treine fonética (vale um treinamento digno de My Fair Lady).
- Se vista adequadamente. Valorize a sua apresentação.
Na mesa:
- Em um almoço, nunca deixe seu celular em cima da mesa. A não ser que tenha parentes no hospital, não há justificativa para isso.
- Guardanapos pertencem ao colo e devem ser colocados em seu lugar assim que você se sentar.
- Mantenha a comida no centro do prato.
- Enquanto você come, a faca pertence ao prato. E nunca coloque a faca na boca!
- Antigamente o correto era esperar que todos estivessem servidos para que se pudesse comer, hoje em dia desde que duas ou três pessoas já estejam servidas, não há problema.
- Nenhuma refeição deve ir diretamente da travessa para a sua boca.
- Não critique o modo de outros a mesa, não importa quão ruim seja.
- Se você encontrar um conhecido em um restaurante, apenas acene ou cumprimente rapidamente. Não fique na mesa dele batendo papo.
Gerais:
- Não estale os dedos. Não tenha má postura (sente-se direito). Sorria.
- É importante parecer calmo e centrado (principalmente se não estiver).
- Ser pontual é fundamental. Mesmo que os outros não sejam.
- Saiba a diferença entre elogiar e bajular. Elogios merecidos são bem vindos, o ser humano gosta de ser reconhecido. Para isso, seja específico (fuja do “bom trabalho pessoal!”) e sincero.
- Tenha conversas privadas em locais privados. Para isso, fique atento ao uso do celular.
- Em e-mails, seja cortês como seria em uma carta. Escreva “por favor”, “obrigada”, “boa dia”, “tenha uma ótima semana”. Aplique isso ao “mundo real”. Cumprimente as pessoas.
Para finalizar – 10 assuntos que devem ser evitados no ambiente profissional:
- Detalhes sobre problemas de saúde;
- Detalhes sobre a sua vida sexual;
- Problemas conjugais ou de relacionamento;
- Finanças pessoais (tanto positivas quanto negativas);
- Visões religiosas pessoais;
- Tópicos políticos que evoquem opiniões fortes;
- Vida pessoal de outros colegas;
- Fofoca sobre o chefe;
- Piadas preconceituosas;
- Compras excessivas.
Bom, todos nós sabemos bem sobre esses últimos pontos, mas não o praticamos constantemente. Aí, vira e volta, estamos insatisfeitos com o nosso ambiente de trabalho ou presenciamos amigos com tal desgosto.
Deixo aqui o meu toque “corrente do bem” e proponho que exercitemos essas atitudes diariamente. Um mundo em que as pessoas sabem respeitar seus semelhantes, tenham cordialidade e benevolência não te parece mais construtivo?
Estar bem vestido é uma bela forma de cortesia. |
Em uma conversa:
- Olhe nos olhos.
- Não fique tão perto a ponto de sentir o desodorante do outro.
- Fale em um tom apropriado.
- Não boceje ou pareça cansado, mesmo se estiver.
- Só faça comentários inapropriados com as pessoas apropriadas. Quando em dúvida, espere.
- Saiba do que está falando.
- Não fale palavrões. Não use gírias. Exercite seu vocabulário e aprenda novas palavras.
- Saiba manter a conversa fluindo. Quando o assunto ficar exaltado, mude.
- Saiba encerrar educadamente uma conversa.
- Aprenda a querer ouvir: Para ouvir bem é necessário uma quantidade enorme de energia mental, concentração, vontade e certo grau de altruísmo. Evite aparentar-se superior. Não conclua que o que a outra pessoa diz é irrelevante ou que aquela pessoa não possa te dizer algo que você já não sabe.
Em uma apresentação (muitas são dicas feitas em sala de aula pelo professor Paulo Lustosa, a quem agradeço):
- Mantenha-se no centro do “palco” (ou da área específica para a apresentação). Fale olhando para todos os que estão presentes em sala.
- Não coloque a mão no bolso!
- Não “dance” (quando estamos apresentando temos mania de ficar nos mexendo pra frente e pra trás), não fique de costas, não passe em frente ao projetor.
- Não leia a sua apresentação no Power Point. Tenha domínio, saiba falar com naturalidade e de forma acessível.
- Use o tom correto. Não grite (por causa do nervosismo algumas pessoas elevam muito o tom de voz) nem sussurre. Caso a sua voz seja naturalmente baixa e você não consiga mudar isso de forma alguma, fale no meio da sala (ao invés de no centro do palco) ou utilize um microfone. Ou, em outras palavras, resolva o seu problema. Não se esconda atrás dele.
- Não dê desculpas como, por exemplo, “estou passando mal”, “estou nervosa”, “não dormi bem”, “não deu tempo de me preparar”. O espectador não precisa saber disso e, se você tiver sorte, nem irá perceber.
- Pronuncie bem, treine fonética (vale um treinamento digno de My Fair Lady).
- Se vista adequadamente. Valorize a sua apresentação.
Na mesa:
- Em um almoço, nunca deixe seu celular em cima da mesa. A não ser que tenha parentes no hospital, não há justificativa para isso.
- Guardanapos pertencem ao colo e devem ser colocados em seu lugar assim que você se sentar.
- Mantenha a comida no centro do prato.
- Enquanto você come, a faca pertence ao prato. E nunca coloque a faca na boca!
- Antigamente o correto era esperar que todos estivessem servidos para que se pudesse comer, hoje em dia desde que duas ou três pessoas já estejam servidas, não há problema.
- Nenhuma refeição deve ir diretamente da travessa para a sua boca.
- Não critique o modo de outros a mesa, não importa quão ruim seja.
- Se você encontrar um conhecido em um restaurante, apenas acene ou cumprimente rapidamente. Não fique na mesa dele batendo papo.
Gerais:
- Não estale os dedos. Não tenha má postura (sente-se direito). Sorria.
- É importante parecer calmo e centrado (principalmente se não estiver).
- Ser pontual é fundamental. Mesmo que os outros não sejam.
- Saiba a diferença entre elogiar e bajular. Elogios merecidos são bem vindos, o ser humano gosta de ser reconhecido. Para isso, seja específico (fuja do “bom trabalho pessoal!”) e sincero.
- Tenha conversas privadas em locais privados. Para isso, fique atento ao uso do celular.
- Em e-mails, seja cortês como seria em uma carta. Escreva “por favor”, “obrigada”, “boa dia”, “tenha uma ótima semana”. Aplique isso ao “mundo real”. Cumprimente as pessoas.
Para finalizar – 10 assuntos que devem ser evitados no ambiente profissional:
- Detalhes sobre problemas de saúde;
- Detalhes sobre a sua vida sexual;
- Problemas conjugais ou de relacionamento;
- Finanças pessoais (tanto positivas quanto negativas);
- Visões religiosas pessoais;
- Tópicos políticos que evoquem opiniões fortes;
- Vida pessoal de outros colegas;
- Fofoca sobre o chefe;
- Piadas preconceituosas;
- Compras excessivas.
Bom, todos nós sabemos bem sobre esses últimos pontos, mas não o praticamos constantemente. Aí, vira e volta, estamos insatisfeitos com o nosso ambiente de trabalho ou presenciamos amigos com tal desgosto.
Deixo aqui o meu toque “corrente do bem” e proponho que exercitemos essas atitudes diariamente. Um mundo em que as pessoas sabem respeitar seus semelhantes, tenham cordialidade e benevolência não te parece mais construtivo?
Fato da Semana
Fato: Temporada dos balanços
Qual a relevância disto? Este é o período do ano onde as principais notícias das empresas estão nos números contábeis. Começam a surgir os casos de empresas com bom desempenho (em 2012, BB e CEF, por exemplo) e notícias ruins (Banco Votorantim é um dos casos).
Para quem acredita que a contabilidade não é relevante, pois não diz respeito a uma notícia nova, as discussões sobre os resultados mostram que a realidade não é bem esta. A contabilidade tem um papel relevante, seja confirmando as notícias (casos da Petrobras) ou trazendo surpresas.
Positivo ou Negativo? – Positivo. Este é o momento de mostrar a relevância das demonstrações contábeis. De ler notícias significativas no caderno de “economia” dos jornais. De discutir com amigos contadores as surpresas. De renovar nossos exemplos para sala de aula.
Desdobramentos – A temporada de balanços não acabou. Mais notícias ainda estão chegando nos próximos dias.
Outros candidatos a fato da semana? Os desdobramentos da aquisição da Heinz, com a investigação sobre informação privilegiada; a eterna escaramuça entre o Casino e Abílio Diniz; e a criação da malha fina para pessoas jurídicas.
Qual a relevância disto? Este é o período do ano onde as principais notícias das empresas estão nos números contábeis. Começam a surgir os casos de empresas com bom desempenho (em 2012, BB e CEF, por exemplo) e notícias ruins (Banco Votorantim é um dos casos).
Para quem acredita que a contabilidade não é relevante, pois não diz respeito a uma notícia nova, as discussões sobre os resultados mostram que a realidade não é bem esta. A contabilidade tem um papel relevante, seja confirmando as notícias (casos da Petrobras) ou trazendo surpresas.
Positivo ou Negativo? – Positivo. Este é o momento de mostrar a relevância das demonstrações contábeis. De ler notícias significativas no caderno de “economia” dos jornais. De discutir com amigos contadores as surpresas. De renovar nossos exemplos para sala de aula.
Desdobramentos – A temporada de balanços não acabou. Mais notícias ainda estão chegando nos próximos dias.
Outros candidatos a fato da semana? Os desdobramentos da aquisição da Heinz, com a investigação sobre informação privilegiada; a eterna escaramuça entre o Casino e Abílio Diniz; e a criação da malha fina para pessoas jurídicas.
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