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02 fevereiro 2013

Fato da Semana

Fato: Atraso no pagamento a fornecedores da Petrobras 

Qual a relevância disto? A Petrobras vem sendo usada pelo governo – seu principal acionista – há tempos. Nos últimos anos, a empresas teve o preço interno da gasolina congelado pela equipe econômica, impedindo de repassar ao consumidor o aumento nos custos. Além disto, as duas últimas gestões aumentaram substancialmente o número de funcionários, as despesas não essenciais, enquanto reduzia as despesas com manutenção e evitava dar baixa em ativos improdutivos.

Esta semana a Reuters verificou que diversos fornecedores não estavam recebendo no prazo. Isto traz consequências para a cadeia produtiva, gerando corte em investimentos e desconfianças dos parceiros.

Positivo ou Negativo? – Negativo. Tratar mal os fornecedores, atrasando os pagamentos, é uma atitude de empresa em sérias dificuldades financeiras.  Isto é um prenúncio de desespero da gestão financeira da empresa.

Desdobramentos – Os fornecedores da empresa irão descontar, na margem de lucro em futuras negociações, o fato da Petrobras não ser uma empresa pontual e correta com os seus pagamentos. Além disto, os financiadores tenderão – diante da bagunça financeira da empresa – colocar clausulas nos contratos que pode ou aumentar o custo do financiamento ou restringir os pagamentos a terceiros.

Esta semana não foi muito prodiga em fatos. As diversas amortizações (Deutsche, Vale e Anglo), os problemas de auditoria na OMC, o lucro do Bradesco e a vitória da Ernst&Young seriam outras possibilidades. 

O sentido profundo das coisas

Uma sociedade que deixa de se questionar sobre o sentido profundo das coisas está fadada ao retrocesso

Nos últimos 400 anos, milhares de homens e mulheres usaram o método científico para construir um corpo de conhecimento único que transformou a humanidade. Baseado na formulação de hipóteses e nos seus testes empíricos, o método oferece um processo de construção progressiva, em que descrições cada vez mais abrangentes dos fenômenos naturais são obtidas.

Da física de Newton, que descreve a gravidade como uma ação à distância entre corpos com massa, à relatividade de Einstein, que descreve a gravidade como resultado da curvatura do espaço em torno de objetos com massa, uma quantidade cada vez maior de fenômenos naturais foi compreendida.

O mesmo ocorre com a mecânica newtoniana e sua extensão para a mecânica quântica, que descreve os átomos e suas partículas. Ou da biologia com Darwin e a subsequente revolução na genética. Dessa compreensão e de suas aplicações vem a tecnologia, parte indissolúvel de nossas vidas.

Esse acúmulo de conhecimento não ocorreu ao acaso. Ideias, por mais belas e convincentes que possam parecer, só se tornam parte do corpo de conhecimento científico após serem testadas no laboratório.

Mais precisamente, uma teoria só é aceita enquanto não for provada errada ou incompleta. Não existem explicações finais; apenas descrições satisfatórias dentro do que podemos testar. Com o avanço da tecnologia, esses testes tornam-se cada vez mais refinados. É justamente dessa maior precisão que falhas nas teorias aceitas podem surgir. Sem o constante refinamento das tecnologias usadas, ficamos sem meios de testar novas ideias. E o avanço do conhecimento estagna.

Essa é uma preocupação constante dos cientistas, especialmente daqueles cujas ideias e teorias envolvem testes que empregam tecnologias avançadas e, em geral, caras. Quem não fica maravilhado com as imagens espetaculares de galáxias e nebulosas distantes do Telescópio Espacial Hubble ou de um dos telescópios gigantes no topo de montanhas no Havaí e no Chile? E a descoberta do bóson de Higgs, a tal "partícula de Deus"?

Galáxias a 10 bilhões de anos-luz ou partículas subatômicas que existem por menos de um bilionésimo de segundo parecem ser realidades distantes do nosso dia a dia, com contas a pagar, trânsito, questões sociais e políticas diversas. Há quem diga que são essas as questões fundamentais, que investir no conhecimento mais abstrato é perda de tempo e de insumos fiscais.

Não há dúvida de que problemas sociais e políticos precisam de nossa atenção. Não há dúvida também de que projetos científicos de larga escala são caros. Porém, a resposta não precisa ser "isso ou aquilo". Não precisa e não deve.

Se deixarmos de questionar o sentido profundo das coisas e nos dedicarmos apenas ao imediato, abandonaremos um dos aspectos mais nobres da humanidade: a necessidade de nos questionar sobre o mundo, sobre nosso papel nele e nossas origens. Deixaremos de construir pontes entre as várias vertentes do conhecimento, que enriquecem nossa visão de mundo. Uma sociedade que deixa de se indagar sobre as grandes questões está fadada ao retrocesso. O espírito humano precisa do novo para crescer.


MARCELO GLEISER é professor de física teórica no Dartmouth College, em Hanover (EUA), e autor de "Criação Imperfeita".

Indicado por Bruno Ramos, a quem agradecemos.

Apple x Samsung


Líder em volume de vendas de celulares no mercado norte-americano desde 2008, a Samsung ficou para trás nessa corrida no final do ano passado. Pela primeira vez, a Apple foi a empresa que mais vendeu aparelhos, com 34% do mercado nos Estados Unidos no quarto trimestre de 2012. A rival Samsung ficou com uma fatia de 32,3%. Os dados foram divulgados hoje pela consultoria Strategy Analytics.

No quarto trimestre de 2012, as vendas de celulares cresceram 4%, considerando todas as fabricantes, o que representa 52 milhões de unidades. Em 2011, foram vendidos 50,2 milhões de aparelhos no mesmo período. O crescimento, segundo a Strategy Analytics, é consequência de uma demanda robusta por aparelhos equipados com redes de dados 4G e 3G.

Assim, de acordo com a estimativa, a Apple vendeu 17,7 milhões de telefones no período, contra 16,8 milhões da Samsung. A consultoria credita o sucesso da Apple à popularidade do sistema operacional do iPhone e da App Store, além do marketing em torno do modelo iPhone 5. A LG continua com o terceiro lugar no mercado norte-americano de celulares, com 9% do total no quatro trimestre de 2012.


Fatia do mercado de celulares em 2012 (nos EUA):

Samsung: 31,8%
Apple: 26,2%
LG: 12,3%
Outras: 29,8%

Fonte: Estadão e Strategy Analytics

Leasing

Conforme uma pesquisa realizada pela Grant Thornton International Business Report (IBR) (via aqui), uma empresa possui em média 20 operações de leasing. Um levantamento em 3450 empresa, de 44 países, mostra que 78% delas possuem leasing, mas somente 42% sabem que as normas contábeis sobre o assunto deverão alterar, segundo proposta do International Accounting Standards Board (IASB) e Financial Accounting Standards Board (FASB)

Governança Corporativa na Índia

Em janeiro, o Securities and Exchange Board of India (Sebi) colocou em audiência pública uma proposta nada convencional. O regulador do mercado de capitais do país considera monitorar o nível de aderência das empresas às normas de governança impostas pelas bolsas por meio de ratings fornecidos por classificadoras de risco, como Moody’s e Standard & Poors. De acordo com o jornal local Express India, se a norma for aprovada, 5 mil companhias listadas terão de ser avaliadas.

As medidas do regulador estão conectadas com o esforço do governo indiano para melhorar a governança corporativa das companhias locais. Em dezembro do ano passado, foi aprovado o Companies Bill, que reformou a lei empresarial da Índia. O novo diploma instituiu, dentre outras regras, o rodízio de firmas de auditoria a cada quatro anos e a fixação de um teto máximo de remuneração para diretores, atrelado ao lucro da companhia. Além disso, ficou estabelecido que as empresas devem direcionar pelo menos 2% de seus lucros para iniciativas de responsabilidade social — ou explicar por que isso não foi feito.

Fonte: Aqui

01 fevereiro 2013

Rir é o melhor remédio

Um desenho animado da Disney. São 6 minutos, mas vale a pena ir até o final.

Gráficos em trabalhos acadêmicos


É muito comum que nos trabalhos acadêmicos sejam usados gráficos. Entretanto, seu uso deve ser feito com cautela. Este texto discute os principais gráficos que podem ser usados, quando devem ser utilizados e os perigos. Para simplificar, consideramos nos exemplos situações sem título e números.

Gráfico de Pizza
Este tipo de gráfico deve ser usado quando pretendemos mostrar a participação de cada um dos elementos num total. E só use nesta situação, nenhuma outra. A figura abaixo mostra que a área verde é maior; isto significa que esta variável possui maior participação no total.

Em geral este tipo de gráfico não deve ser usado. Evite-o por duas razões: primeiro, o gráfico pode ser substituído por uma tabela ou até mesmo por informação dentro do texto; segundo, por ocupara muito espaço, o gráfico cria a impressão de que o autor do texto está “enrolando”. Lembre-se: na dúvida, não use.

Gráfico de barra
Este é o gráfico útil para destacar a evolução ao longo do tempo de uma variável. O ideal é usar quando o número de períodos é maior que cinco, mas não muito acima da dezena.

A figura abaixo mostra que a variável estudada cresceu ao longo do tempo, exceto nos dois últimos períodos. O gráfico realmente passa uma mensagem.

O gráfico pode ser usado em mais de uma variável, mas não se deve abusar. Veja o exemplo a seguir. O número excessivo torna difícil analisar o conteúdo do gráfico. Assim, em lugar de informar, a figura atrapalha.

Gráfico de Linha
Este também é um gráfico que deve ser usado para mostra evolução ao longo do tempo. Mas aqui, o número de períodos é muito grande. Mas da mesma forma que o gráfico de barras, não se deve usar num mesmo gráfico, muitas variáveis.

Gráfico de área
O gráfico de área pode ser útil para mostrar a evolução de duas ou mais variáveis, onde se quer mostrar também a participação de cada variável no total. O exemplo a seguir mostra que com o passar do tempo a variável representada pela cor vermelha tem aumentado ao longo do tempo.Em razão da dificuldade de usar este tipo de gráfico, evite-o.

Gráfico XY
Este é um gráfico onde se deseja destacar a existência (ou não) de relação entre duas variáveis. E só deve ser usado nestas ocasiões.

A figura mostra um gráfico onde duas variáveis guardam entre si uma grande relação. Este gráfico irá ressaltar que a correlação – a medida estatística que mede esta relação – será elevada.

Outros tipos de gráficos
Existem muitos outros tipos de gráficos. Entretanto, os apresentados aqui são os mais comuns de serem encontrados em trabalhos acadêmicos (exceto o gráfico de pizza, praticamente inexistente nos artigos de melhor qualidade). A melhor regra para usar os gráficos em trabalhos: apesar de serem uteis, não exagere. Prefira o simples.