29 janeiro 2013
Mentira e Negócios
Desde criança aprendemos de mentir é feio. Chamar alguém de mentiroso é uma ofensa. Uma pessoa que não fala a verdade pode ser excluída de um grupo social, perder uma eleição, ser processado pelo sistema legal, entre outras punições possíveis. As religiões associam a mentira com algo que deve ser evitado pelos seus adeptos e os meios de comunicação social gostam de pegar alguém mentindo.
Para a contabilidade, a questão da mentira é também muito importante. Muitas fraudes contábeis estão associadas a mentiras que as empresas contam para o mercado, sob a forma de números. De certa forma, a auditoria externa é um processo para verificar se a administração de uma empresa está mentindo para os usuários. E a auditoria interna procura saber se os funcionários estão mentindo para os administradores.
Uma pesquisa recente, conduzida por um professor da Universidad Autonoma de Madrid e pela Université du Québec à Montréal, tentaram descobrir quais as características que fazem um mentiroso. E chegaram a uma conclusão surpreendente.
Usando um experimento bastante simples, em que os participantes receberiam mais recompensa financeira se mentissem sobre a cor que foi sorteada, os pesquisadores tentaram verificar se gênero, religiosidade e origem do curso influenciaram o comportamento. López-Pérez e Spiegelman, os pesquisadores, não encontraram que estas variáveis influenciam na mentira dos participantes da pesquisa, exceto o tipo de curso. Os alunos de Negócios e Economia (Business and Economics) apresentaram os maiores níveis de mentira.
Neste tipo de curso, os alunos são ensinados a serem maximizadores. É interessante notar que somente os engenheiros tiveram um desempenho desonesto próximo aos alunos de negócios e de economia. Mesmo os estudantes de direito – que surpresa – tiveram um nível de honestidade maior.
Talvez isto reforce aqueles que defendem o ensino da ética nestes cursos. E seja um presságio para tomarmos cuidado com aqueles que conduzem os negócios de uma empresa ou traçam as políticas econômicas de um país.
Leia mais em: LÓPEZ-PÉREZ, Raúl; SPIEGELMAN, Eli. Do Economists lie More? Working Paper. Universidad Autonoma de Madrid, 2012
Para a contabilidade, a questão da mentira é também muito importante. Muitas fraudes contábeis estão associadas a mentiras que as empresas contam para o mercado, sob a forma de números. De certa forma, a auditoria externa é um processo para verificar se a administração de uma empresa está mentindo para os usuários. E a auditoria interna procura saber se os funcionários estão mentindo para os administradores.
Uma pesquisa recente, conduzida por um professor da Universidad Autonoma de Madrid e pela Université du Québec à Montréal, tentaram descobrir quais as características que fazem um mentiroso. E chegaram a uma conclusão surpreendente.
Usando um experimento bastante simples, em que os participantes receberiam mais recompensa financeira se mentissem sobre a cor que foi sorteada, os pesquisadores tentaram verificar se gênero, religiosidade e origem do curso influenciaram o comportamento. López-Pérez e Spiegelman, os pesquisadores, não encontraram que estas variáveis influenciam na mentira dos participantes da pesquisa, exceto o tipo de curso. Os alunos de Negócios e Economia (Business and Economics) apresentaram os maiores níveis de mentira.
Neste tipo de curso, os alunos são ensinados a serem maximizadores. É interessante notar que somente os engenheiros tiveram um desempenho desonesto próximo aos alunos de negócios e de economia. Mesmo os estudantes de direito – que surpresa – tiveram um nível de honestidade maior.
Talvez isto reforce aqueles que defendem o ensino da ética nestes cursos. E seja um presságio para tomarmos cuidado com aqueles que conduzem os negócios de uma empresa ou traçam as políticas econômicas de um país.
Leia mais em: LÓPEZ-PÉREZ, Raúl; SPIEGELMAN, Eli. Do Economists lie More? Working Paper. Universidad Autonoma de Madrid, 2012
Organização Mundial do Comércio
Nove personalidades - seis homens e três mulheres -, entre elas um brasileiro, defenderão esta semana, em Genebra, sua candidatura para dirigir a Organização Mundial do Comércio (OMC), em substituição ao francês Pascal Lamy.
"É uma grande competição. Há nove pessoas que querem o cargo" declarou na sexta-feira em Davos, Pascal Lamy, que foi diretor geral da OMC por dois mandatos de quatro anos.
Os 9 candidatos aspiram à direção de uma OMC que têm pela frente o desafio de concluir a Rodada Doha, iniciada em 2000 para liberalizar em particular o comércio agrícola. A Rodada está estagnada pela falta de acordos entre os países emergentes e os desenvolvidos e travada pelas tendências protecionistas que se exacerbam em épocas de crise, como a que o mundo vive atualmente.
Segundo regras tácitas, o cargo agora deve ser ocupado por um país emergente, o que explica que a maioria dos candidatos venha destas nações.
O brasileiro Roberto Azevedo foi o último a anunciar sua candidatura no dia 28 de dezembro. Este reconhecido diplomata é desde 2008 representante permanente do Brasil na OMC, onde se ocupa, entre outros casos, do litígio com os Estados Unidos sobre o algodão.
Cada candidato 'vende' seu currículo. A candidata da Costa Rica, a ministra do Comércio Exterior, Anabel González enfatiza sua experiência como ministra e embaixadora do pequeno país centro-americano, bem sucedido em termos comerciais nas negociações da Rodada Uruguai que deu origem à atual OMC, no Tratado de Livre Comércio (TLC) com a União Europeia e em outros tratados.
Já o candidato mexicano Herminio Blanco negociou o acordo de livre comércio da América do Norte (TLCAN), o TLC com a União Europeia, entre outros. Nos últimos doze anos, trabalhou no setor privado e assessorou empresas que vão para o exterior e estrangeiras que chegam ao México.
Os demais candidatos são o ganense Alan John Kwadwo Kyerematen, ex-ministro de Comércio e Indústria de seu país; a indonésia Mari Elka Pangestu, ministra do Turismo, que já ocupou a pasta de comércio; o neo-zelandês Tim Groser, ministro de Comércio; a embaixadora queniana Amina Mohamed; o jordano Ahmad Thougan Hindawi, ex-ministro de Comércio e o sul-coreano Taeho Bark, ministro do Comércio.
Na terça-feira os candidatos se apresentarão diante do Conselho Geral para defender suas candidaturas. A partir desse momento, terão uma ideia mais clara do apoio com que contam para prosseguir.
O processo de seleção será concluído com uma decisão do Conselho Geral até 31 de maio de 2013.
Na terça-feira se apresentarão os candidatos de Gana, Costa Rica e Indonésia. Na quarta-feira, será a vez de outros quatro (Nova Zelândia, Quênia, Jordânia e México) e na quinta-feira 31 dos candidatos da Coreia do Sul e do Brasil.
O escolhido terá diante de si o desafio da próxima reunião ministerial da OMC, no final do ano na ilha indonésia de Bali, onde são esperadas as decisões sobre o futuro da Rodada Doha.
Fonte: Aqui
"É uma grande competição. Há nove pessoas que querem o cargo" declarou na sexta-feira em Davos, Pascal Lamy, que foi diretor geral da OMC por dois mandatos de quatro anos.
Os 9 candidatos aspiram à direção de uma OMC que têm pela frente o desafio de concluir a Rodada Doha, iniciada em 2000 para liberalizar em particular o comércio agrícola. A Rodada está estagnada pela falta de acordos entre os países emergentes e os desenvolvidos e travada pelas tendências protecionistas que se exacerbam em épocas de crise, como a que o mundo vive atualmente.
Segundo regras tácitas, o cargo agora deve ser ocupado por um país emergente, o que explica que a maioria dos candidatos venha destas nações.
O brasileiro Roberto Azevedo foi o último a anunciar sua candidatura no dia 28 de dezembro. Este reconhecido diplomata é desde 2008 representante permanente do Brasil na OMC, onde se ocupa, entre outros casos, do litígio com os Estados Unidos sobre o algodão.
Cada candidato 'vende' seu currículo. A candidata da Costa Rica, a ministra do Comércio Exterior, Anabel González enfatiza sua experiência como ministra e embaixadora do pequeno país centro-americano, bem sucedido em termos comerciais nas negociações da Rodada Uruguai que deu origem à atual OMC, no Tratado de Livre Comércio (TLC) com a União Europeia e em outros tratados.
Já o candidato mexicano Herminio Blanco negociou o acordo de livre comércio da América do Norte (TLCAN), o TLC com a União Europeia, entre outros. Nos últimos doze anos, trabalhou no setor privado e assessorou empresas que vão para o exterior e estrangeiras que chegam ao México.
Os demais candidatos são o ganense Alan John Kwadwo Kyerematen, ex-ministro de Comércio e Indústria de seu país; a indonésia Mari Elka Pangestu, ministra do Turismo, que já ocupou a pasta de comércio; o neo-zelandês Tim Groser, ministro de Comércio; a embaixadora queniana Amina Mohamed; o jordano Ahmad Thougan Hindawi, ex-ministro de Comércio e o sul-coreano Taeho Bark, ministro do Comércio.
Na terça-feira os candidatos se apresentarão diante do Conselho Geral para defender suas candidaturas. A partir desse momento, terão uma ideia mais clara do apoio com que contam para prosseguir.
O processo de seleção será concluído com uma decisão do Conselho Geral até 31 de maio de 2013.
Na terça-feira se apresentarão os candidatos de Gana, Costa Rica e Indonésia. Na quarta-feira, será a vez de outros quatro (Nova Zelândia, Quênia, Jordânia e México) e na quinta-feira 31 dos candidatos da Coreia do Sul e do Brasil.
O escolhido terá diante de si o desafio da próxima reunião ministerial da OMC, no final do ano na ilha indonésia de Bali, onde são esperadas as decisões sobre o futuro da Rodada Doha.
Fonte: Aqui
Segurança de Abílio Diniz
Nem durante as férias esfria o clima no Grupo Pão de Açúcar (GPA), entre o controlador Casino e Abilio Diniz, o presidente do conselho de administração GPA. O novo capítulo diz respeito à segurança pessoal, por conta de política adotada em dezembro e que opõe Abilio e a administração de GPA.
Ficou decidido em assembleia que cada beneficiário não deveria gastar mais do R$ 1,3 milhão ao ano com segurança. E desde 1º de janeiro, Abilio tem pago o valor excedente do próprio bolso. Como tem gastos anuais da ordem de R$ 30 milhões com segurança, paga a diferença.
A discussão diz respeito à infra-estrutura de controle que Abilio tem, aliada ao acesso de sua equipe às dependências da empresa. Há décadas, a estrutura de segurança dele e de sua família está dentro da companhia.
Na quarta-feira, 23, Vitor Fagá, diretor financeiro e de relações com investidores da varejista, enviou a Abilio, após aprovação do presidente da GPA, Enéas Pestana, uma notificação de que a equipe administrativa envolvida na segurança não teria mais acesso às dependências da empresa a partir de quinta-feira, dia 24.
Abilio respondeu na sexta-feira, 25. Disse estar surpreso, diante do que havia sido combinado anteriormente e exigiu saber de quem partira a decisão. Alegou ser parte da conduta do controlador prejudicar sua atuação e pediu a anulação dessa medida. Caso suas solicitações não sejam atendidas, afirma em carta que "serão tomadas as medidas necessárias à proteção de [seus] direitos, sendo certo que, inclusive, Enéas [Pestana], Vitor [Fagá] e os demais administradores, eventualmente envolvidos na tomada da decisão ora em questão, são pessoalmente responsáveis, civil e criminalmente, por todas as consequências que possam advir de seu ato". O documento foi encaminhado a todos os membros do conselho de administração.
Em 20 de dezembro, Abilio e a administração concordaram em trabalhar na minuta de um termo de compromisso sobre como se daria a transição de sua estrutura de segurança. Abilio alugaria um imóvel para abrigar toda a equipe e a sala de controle das informações, inclusive uma torre de radiofrequência. Abilio redigiu uma minuta em que pedia a transição em duas fases. Uma até 28 de fevereiro, para que tivesse tempo de preparar toda a mudança e outra até maio. Entretanto, essa versão nunca foi assinada e o assunto ficou dormente até o dia 21 deste mês, quando voltou a ser alvo de debate entre Fagá e a advogada de Abilio.
Junto com o pedido de retirada da equipe, a carta de Fagá a Abilio continha uma outra versão do termo de compromisso, diferente daquela encaminhada pelo empresário anteriormente.
Neste sábado, Pestana respondeu à notificação de Abilio, alegando que a empresa procurou representantes e não teve retorno, o que teria originado a necessidade da carta de Fagá. E pede ao empresário que escolha três datas ainda em janeiro para "discutir todas as questões de forma definitiva". Fim das férias.
Procurado, o empresário informou, por meio de sua assessoria, que "lamenta o vazamento de documentos da companhia". Na resposta, reforça que vem arcando com os custos extras da política desde o início do mês e que a discussão atual diz respeito apenas ao procedimento de transição da estrutura.
Pão de Açúcar dá prazo para Abilio definir segurança pessoal - 28 de Janeiro de 2013 - Valor Econômico - Graziella Valenti | De São Paulo
Se alguém quisesse escrever sobre o princípio da Entidade certamente teria no Grupo Pão de Açúcar uma grande quantidade de história.
Ficou decidido em assembleia que cada beneficiário não deveria gastar mais do R$ 1,3 milhão ao ano com segurança. E desde 1º de janeiro, Abilio tem pago o valor excedente do próprio bolso. Como tem gastos anuais da ordem de R$ 30 milhões com segurança, paga a diferença.
A discussão diz respeito à infra-estrutura de controle que Abilio tem, aliada ao acesso de sua equipe às dependências da empresa. Há décadas, a estrutura de segurança dele e de sua família está dentro da companhia.
Na quarta-feira, 23, Vitor Fagá, diretor financeiro e de relações com investidores da varejista, enviou a Abilio, após aprovação do presidente da GPA, Enéas Pestana, uma notificação de que a equipe administrativa envolvida na segurança não teria mais acesso às dependências da empresa a partir de quinta-feira, dia 24.
Abilio respondeu na sexta-feira, 25. Disse estar surpreso, diante do que havia sido combinado anteriormente e exigiu saber de quem partira a decisão. Alegou ser parte da conduta do controlador prejudicar sua atuação e pediu a anulação dessa medida. Caso suas solicitações não sejam atendidas, afirma em carta que "serão tomadas as medidas necessárias à proteção de [seus] direitos, sendo certo que, inclusive, Enéas [Pestana], Vitor [Fagá] e os demais administradores, eventualmente envolvidos na tomada da decisão ora em questão, são pessoalmente responsáveis, civil e criminalmente, por todas as consequências que possam advir de seu ato". O documento foi encaminhado a todos os membros do conselho de administração.
Em 20 de dezembro, Abilio e a administração concordaram em trabalhar na minuta de um termo de compromisso sobre como se daria a transição de sua estrutura de segurança. Abilio alugaria um imóvel para abrigar toda a equipe e a sala de controle das informações, inclusive uma torre de radiofrequência. Abilio redigiu uma minuta em que pedia a transição em duas fases. Uma até 28 de fevereiro, para que tivesse tempo de preparar toda a mudança e outra até maio. Entretanto, essa versão nunca foi assinada e o assunto ficou dormente até o dia 21 deste mês, quando voltou a ser alvo de debate entre Fagá e a advogada de Abilio.
Junto com o pedido de retirada da equipe, a carta de Fagá a Abilio continha uma outra versão do termo de compromisso, diferente daquela encaminhada pelo empresário anteriormente.
Neste sábado, Pestana respondeu à notificação de Abilio, alegando que a empresa procurou representantes e não teve retorno, o que teria originado a necessidade da carta de Fagá. E pede ao empresário que escolha três datas ainda em janeiro para "discutir todas as questões de forma definitiva". Fim das férias.
Procurado, o empresário informou, por meio de sua assessoria, que "lamenta o vazamento de documentos da companhia". Na resposta, reforça que vem arcando com os custos extras da política desde o início do mês e que a discussão atual diz respeito apenas ao procedimento de transição da estrutura.
Pão de Açúcar dá prazo para Abilio definir segurança pessoal - 28 de Janeiro de 2013 - Valor Econômico - Graziella Valenti | De São Paulo
Se alguém quisesse escrever sobre o princípio da Entidade certamente teria no Grupo Pão de Açúcar uma grande quantidade de história.
Bradesco
O lucro contábil de R$ 11,38 bilhões, obtido pelo Bradesco em 2012, é o quarto maior da história entre os bancos de capital aberto brasileiros, mostra um levantamento da consultoria Economatica.
O maior lucro da história foi obtido pelo Itaú Unibanco em 2011, quando a instituição financeira obteve ganho de R$ 13,8 bilhões. O segundo maior foi do Banco do Brasil, no mesmo ano, com R$ 12,7 bilhões.
A terceira posição fica também com o Itaú, em 2010, quando o banco lucrou R$ 11,7 bilhões.
Os valores são nominais, não ajustados pela inflação.
Fonte: Aqui
Sobre o assunto, a ISto É conclama:
Bradesco lucra mais, mas ganha menos
Realmente estranho. O texto esclarece o que se pretendia dizer:
A combinação entre juros menores, manutenção da inadimplência em um patamar elevado, mas estável, e a agressividade dos bancos estatais na concessão de crédito fez o Bradesco divulgar, nesta segunda-feira (28), um resultado mais magro para o exercício de 2012 em relação aos números de 2011. Em termos absolutos, o lucro para o ano cresceu 3,2%, de R$ 11,03 bilhões em 2011 para R$ 11,38 bilhões em 2012. No entanto, a rentabilidade patrimonial recuou dois pontos percentuais, de 21% em 2011 para 19% em 2012.
Ou seja, o título correto seria "Bradesco lucra mais, mas o retorno é menor"
O maior lucro da história foi obtido pelo Itaú Unibanco em 2011, quando a instituição financeira obteve ganho de R$ 13,8 bilhões. O segundo maior foi do Banco do Brasil, no mesmo ano, com R$ 12,7 bilhões.
A terceira posição fica também com o Itaú, em 2010, quando o banco lucrou R$ 11,7 bilhões.
Os valores são nominais, não ajustados pela inflação.
Fonte: Aqui
Sobre o assunto, a ISto É conclama:
Bradesco lucra mais, mas ganha menos
Realmente estranho. O texto esclarece o que se pretendia dizer:
A combinação entre juros menores, manutenção da inadimplência em um patamar elevado, mas estável, e a agressividade dos bancos estatais na concessão de crédito fez o Bradesco divulgar, nesta segunda-feira (28), um resultado mais magro para o exercício de 2012 em relação aos números de 2011. Em termos absolutos, o lucro para o ano cresceu 3,2%, de R$ 11,03 bilhões em 2011 para R$ 11,38 bilhões em 2012. No entanto, a rentabilidade patrimonial recuou dois pontos percentuais, de 21% em 2011 para 19% em 2012.
Ou seja, o título correto seria "Bradesco lucra mais, mas o retorno é menor"
Petróleo e Política
Um texto interessante do Quartz mostra que a Exxon e a BP estão assumindo posições distintas no Iraque. Isto significa que as empresas estão assumindo posições antagônicas na luta pelo petróleo no Oriente Médio. Em 2011 a Exxon assinou acordo com a região autônoma do Curdistão. Isto permitiu uma certa legitimidade ao governo do Curdistão.
Redução do ICMS e maior uso dos reservatórios em hidrelétricas
O Brasil tem a maior reserva mundial de energia elétrica em forma de água, urânio, biomassa, vento e combustíveis fósseis (carvão, óleo, gás). São tecnologias maduras e economicamente viáveis. No entanto, ainda se consegue produzir aqui uma das eletricidades mais caras do mundo, com racionamentos e apagões. Pesquisa recente realizada em janeiro de 2013 pela UnB e Universidade de Campinas (Unicamp) listou os principais problemas que impedem que o sistema elétrico de funcionar com mais eficiência. Todos estão ligados a questões de infraestrutura, governabilidade, gestão elétrica e têm soluções.
Para criar base de um novo sistema elétrico brasileiro, o trabalho da UnB e da Unicamp pesquisou a fundo as leis, as políticas públicas e a forma de governança do governo brasileiro. Como resultado, apresenta caminhos para que o Brasil tenha eletricidade barata, farta, constante e que beneficie de forma justa os pequenos ou grandes consumidores que representam 18% da energia demandada no Brasil. Foram entrevistadas 65 empresas do setor e 105 profissionais da área.
Um dos grandes problemas do sistema é o alto custo da energia no Brasil. "Uma das variáveis do sucesso é uma tarifa menor", afirma o professor Luiz Vicente Gentil, da Faculdade de Agronomia da UnB e um dos autores do estudo. "O baixo crescimento de 1,1% do PIB em 2012 está em parte relacionado ao alto preço. A China, que possui menos recursos energéticos que o Brasil e possui uma população muito maior, cresceu 7,7% em 2012". Segundo dados colhidos no estudo, o consumidor brasileiro paga U$ 141 por MWh, enquanto nos Estados Unidos esse valor é de U$ 74, e no México, de U$ 45. Ou seja, mesmo a redução média de 11% na tarifa anunciada pelo governo ainda mantém a energia nacional como uma das mais caras do mundo.
Uma solução, segundo a pesquisa, seria reduzir a carga tributária sobre a geração de energia. A conta de luz carrega 45% de impostos, taxas, encargos e subsídios. O governo desonerou alguns deles entre os mais de 30 existentes, com redução média de 11% a partir de fevereiro de 2013. "Poderia ter eliminado 50% deles em um horizonte de 10 anos. O mais pesado deles é o ICMS variando de 18% até 33%, a critério dos Estados", diz o pesquisador. Ele defende também a redução de 50% do ICMS da conta de energia em 10 anos por dois motivos: primeiro porque a redução deste imposto seria proporcional ao crescimento socioeconomico do país; segundo, porque que o ICMS da conta de luz não tem impacto significativo na arrecadação estadual. "Em função desse valor altíssimo, grandes indústrias, principalmente multinacionais, estão fechando as portas no Brasil e se mudando para outros países de energia mais barata. Em algumas delas este insumo chega até 40% dos custos, superior até à folha de pagamento", afirma Gentil.
Outra questão a ser enfrentada é a do abastecimento. "Os apagões de 2009 e 2012 deixaram mais de 70 milhões de pessoas sem luz. Antes disso, em 2001, houve racionamento de energia, causado pela falta de planejamento, baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, tarifa cara e ausência de investimentos nas infraestruturas", afirma Gentil. Ele lembra que o problema pode piorar com a migração de 40 milhões para a classe C, gerando uma demanda adicional média por eletricidade de 4,5% ao ano. "Isso sobrecarregou o sistema sem a correspondente expansão na transmissão. Para uma população que cresce a 0,8% ao ano, essa é uma grande pressão de energia per capita. As infraestruturas e serviços ficaram obsoletos. Isto significa que os sintomas que haviam em 2000, estão de volta, rondando a sociedade com um provável novo apagão", relata o pesquisador. Um agravante é o delicado momento de renovação das concessões das hidrelétricas e rede básica, que somam 82% de toda geração elétrica. Para Gentil, é necessário promover uma estratégia política exclusiva para administrar esse tipo de risco.
A questão que mais aparece nas entrevistas é a das licenças ambientais necessárias para novos empreendimentos. São documentos que podem ser caros e demorados, expedidos nas Secretarias de Meio Ambiente e IBAMA. O estudo sugere que a lei seja corrigida e as licenças não possam demorar mais de 30 dias corridos para a sua liberação ou reprovação; algumas demoram até um ano e sete meses. Os entrevistados registram que até rota de passarinho e alguns peixes podem embargar obras gigantes já aprovadas e em construção de muitos milhões.
MERCADO LIVRE – O estudo revela que os países desenvolvidos operam a eletricidade no mercado livre, com concorrência entre as empresas, enquanto os emergentes preferem o controle estatal, sem transparência e com racionamentos. Não raro utilizam-se da máquina pública para interesses políticos partidários, encarecendo os custos. Nos países desenvolvidos, as agências reguladoras não são do Estado; são independentes para beneficiar o coletivo e não grupos, seja do governo ou de corporações privadas. Alguns países praticam o marco regulatório em forma de pêndulo, optando de tempos em tempos pelo liberal ou pelo regulado, conforme o partido político naquele momento no poder. O Brasil, pela sua economia e evolução social, já deveria estar no mercado livre de eletricidade, aponta o estudo UnB/Unicamp.
Uma recomendação dos pesquisadores é que as hidrelétricas devem gerar eletricidade com o movimento da água de seus reservatórios, e não com o chamado fio d'água, onde existe um grande investimento para gerar apenas um pouco de energia em função do rio onde se localizam, que por sua vez é produtivo apenas na época das águas. "Esta situação de fio d'água é uma aberração de política pública para um país de grandes dimensões e carente de energia barata, farta e ambiental, como a gerada pela água", afirma Gentil. Por causa da baixa eficiência das hidrelétricas, o país é obrigado a ter termelétricas para compensar a falta de eletricidade. Para Gentil, é preciso mudar a lei que permite apenas a geração por meio do fio d'água. Outra ação indicada no estudo é a adoção da Net Metering (NEM), associada ao conceito de Geração Distribuída (GD). Ou seja geração próxima à demanda, não só para fontes renováveis como outros combustível e menores de 10 MW de potência instalada por unidade. Os Estados Unidos já usam o sistema desde 2005, e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) possui alguns avanços nessa área, porém ainda tímidos. Esta filosofia do NEM e da GD fará uma benéfica revolução no sistema elétrico do Brasil.
A última ação para ajudar o Brasil a entrar nos trilhos é a governabilidade. Segundo o estudo, O quadro político não tem agilidade proporcional à rapidez das mudanças sociais, tecnológicas e econômicas. Entre elas, a expansão do consumo de energia é maior que a existência de infraestruturas. Entre outros efeitos deste quadro, surge um vácuo legislativo e um desempenho político nem sempre transparente. O governo às vezes precisa emitir medidas provisórias casadas com o legislativo. "A maioria dos segmentos sociais percebe este quadro da conjuntura mas não tem condição de mudar a situação. Talvez um novo apagão como o de 2001 traga um pouco de bom senso, consciência do bem comum e da cooperação suprapartidária entre os que decidem os destinos da cara eletricidade paga pelos 193 milhões de brasileiros", afirma o professor Gentil.
Fonte: Aqui
Para criar base de um novo sistema elétrico brasileiro, o trabalho da UnB e da Unicamp pesquisou a fundo as leis, as políticas públicas e a forma de governança do governo brasileiro. Como resultado, apresenta caminhos para que o Brasil tenha eletricidade barata, farta, constante e que beneficie de forma justa os pequenos ou grandes consumidores que representam 18% da energia demandada no Brasil. Foram entrevistadas 65 empresas do setor e 105 profissionais da área.
Um dos grandes problemas do sistema é o alto custo da energia no Brasil. "Uma das variáveis do sucesso é uma tarifa menor", afirma o professor Luiz Vicente Gentil, da Faculdade de Agronomia da UnB e um dos autores do estudo. "O baixo crescimento de 1,1% do PIB em 2012 está em parte relacionado ao alto preço. A China, que possui menos recursos energéticos que o Brasil e possui uma população muito maior, cresceu 7,7% em 2012". Segundo dados colhidos no estudo, o consumidor brasileiro paga U$ 141 por MWh, enquanto nos Estados Unidos esse valor é de U$ 74, e no México, de U$ 45. Ou seja, mesmo a redução média de 11% na tarifa anunciada pelo governo ainda mantém a energia nacional como uma das mais caras do mundo.
Uma solução, segundo a pesquisa, seria reduzir a carga tributária sobre a geração de energia. A conta de luz carrega 45% de impostos, taxas, encargos e subsídios. O governo desonerou alguns deles entre os mais de 30 existentes, com redução média de 11% a partir de fevereiro de 2013. "Poderia ter eliminado 50% deles em um horizonte de 10 anos. O mais pesado deles é o ICMS variando de 18% até 33%, a critério dos Estados", diz o pesquisador. Ele defende também a redução de 50% do ICMS da conta de energia em 10 anos por dois motivos: primeiro porque a redução deste imposto seria proporcional ao crescimento socioeconomico do país; segundo, porque que o ICMS da conta de luz não tem impacto significativo na arrecadação estadual. "Em função desse valor altíssimo, grandes indústrias, principalmente multinacionais, estão fechando as portas no Brasil e se mudando para outros países de energia mais barata. Em algumas delas este insumo chega até 40% dos custos, superior até à folha de pagamento", afirma Gentil.
Outra questão a ser enfrentada é a do abastecimento. "Os apagões de 2009 e 2012 deixaram mais de 70 milhões de pessoas sem luz. Antes disso, em 2001, houve racionamento de energia, causado pela falta de planejamento, baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, tarifa cara e ausência de investimentos nas infraestruturas", afirma Gentil. Ele lembra que o problema pode piorar com a migração de 40 milhões para a classe C, gerando uma demanda adicional média por eletricidade de 4,5% ao ano. "Isso sobrecarregou o sistema sem a correspondente expansão na transmissão. Para uma população que cresce a 0,8% ao ano, essa é uma grande pressão de energia per capita. As infraestruturas e serviços ficaram obsoletos. Isto significa que os sintomas que haviam em 2000, estão de volta, rondando a sociedade com um provável novo apagão", relata o pesquisador. Um agravante é o delicado momento de renovação das concessões das hidrelétricas e rede básica, que somam 82% de toda geração elétrica. Para Gentil, é necessário promover uma estratégia política exclusiva para administrar esse tipo de risco.
A questão que mais aparece nas entrevistas é a das licenças ambientais necessárias para novos empreendimentos. São documentos que podem ser caros e demorados, expedidos nas Secretarias de Meio Ambiente e IBAMA. O estudo sugere que a lei seja corrigida e as licenças não possam demorar mais de 30 dias corridos para a sua liberação ou reprovação; algumas demoram até um ano e sete meses. Os entrevistados registram que até rota de passarinho e alguns peixes podem embargar obras gigantes já aprovadas e em construção de muitos milhões.
MERCADO LIVRE – O estudo revela que os países desenvolvidos operam a eletricidade no mercado livre, com concorrência entre as empresas, enquanto os emergentes preferem o controle estatal, sem transparência e com racionamentos. Não raro utilizam-se da máquina pública para interesses políticos partidários, encarecendo os custos. Nos países desenvolvidos, as agências reguladoras não são do Estado; são independentes para beneficiar o coletivo e não grupos, seja do governo ou de corporações privadas. Alguns países praticam o marco regulatório em forma de pêndulo, optando de tempos em tempos pelo liberal ou pelo regulado, conforme o partido político naquele momento no poder. O Brasil, pela sua economia e evolução social, já deveria estar no mercado livre de eletricidade, aponta o estudo UnB/Unicamp.
Uma recomendação dos pesquisadores é que as hidrelétricas devem gerar eletricidade com o movimento da água de seus reservatórios, e não com o chamado fio d'água, onde existe um grande investimento para gerar apenas um pouco de energia em função do rio onde se localizam, que por sua vez é produtivo apenas na época das águas. "Esta situação de fio d'água é uma aberração de política pública para um país de grandes dimensões e carente de energia barata, farta e ambiental, como a gerada pela água", afirma Gentil. Por causa da baixa eficiência das hidrelétricas, o país é obrigado a ter termelétricas para compensar a falta de eletricidade. Para Gentil, é preciso mudar a lei que permite apenas a geração por meio do fio d'água. Outra ação indicada no estudo é a adoção da Net Metering (NEM), associada ao conceito de Geração Distribuída (GD). Ou seja geração próxima à demanda, não só para fontes renováveis como outros combustível e menores de 10 MW de potência instalada por unidade. Os Estados Unidos já usam o sistema desde 2005, e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) possui alguns avanços nessa área, porém ainda tímidos. Esta filosofia do NEM e da GD fará uma benéfica revolução no sistema elétrico do Brasil.
A última ação para ajudar o Brasil a entrar nos trilhos é a governabilidade. Segundo o estudo, O quadro político não tem agilidade proporcional à rapidez das mudanças sociais, tecnológicas e econômicas. Entre elas, a expansão do consumo de energia é maior que a existência de infraestruturas. Entre outros efeitos deste quadro, surge um vácuo legislativo e um desempenho político nem sempre transparente. O governo às vezes precisa emitir medidas provisórias casadas com o legislativo. "A maioria dos segmentos sociais percebe este quadro da conjuntura mas não tem condição de mudar a situação. Talvez um novo apagão como o de 2001 traga um pouco de bom senso, consciência do bem comum e da cooperação suprapartidária entre os que decidem os destinos da cara eletricidade paga pelos 193 milhões de brasileiros", afirma o professor Gentil.
Fonte: Aqui
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