25 janeiro 2013
Obesidade e liderança
Boa forma é documento.
Novas pesquisas sugerem que uns quilinhos a mais ou uma cintura um pouco maior afeta a percepção que as pessoas têm sobre a liderança de um executivo e sua energia no trabalho.
Treinar para maratonas e fazer exercícios de madrugada ainda não são partes explícitas da descrição do cargo de um diretor, mas especialistas em liderança e recrutadores de executivos dizem que se manter em forma hoje é um requisito virtual para quem quer chegar ao topo da pirâmide corporativa.
"Como as demandas para liderança podem ser extenuantes, o aspecto físico é tão importante quanto todo o resto", diz Sharon McDowell-Larsen, uma fisiologista de exercícios que dirige um programa de condicionamento físico para executivos no Center for Creative Leadership, uma organização sem fins lucrativos dedicada à preparação de profissionais para cargos de liderança.
Executivos que têm cintura larga e altos índices de massa corporal tendem a ser vistos como menos eficientes no trabalho, tanto em desempenho quanto em relacionamentos interpessoais, segundo dados compilados pelo CCL. O IMC, uma medida comum de gordura do corpo, é baseado em altura e peso.
Embora o peso continue sendo um assunto tabu no trabalho, ele é difícil de se ignorar. Um executivo pesado é considerado menos capaz por causa de presunções sobre como o peso afeta a saúde e a estamina, diz Barry Posner, um professor de liderança da Faculdade de Administração Leavey da Universidade Santa Clara, nos Estados Unidos. Ele diz que não sabe de nenhum diretor-presidente com excesso de peso nas empresas do ranking Fortune 500. "Nós temos estereótipos sobre gordura", acrescenta, "então, quando vemos um diretor acima do peso, nossa reação inicial não é positiva".
O pessoal do CCL detectou uma correlação depois de coletar centenas de revisões de desempenho entre colegas e resultados de exames físicos de diretores-presidentes e outros executivos de alto escalão que participaram de seu workshop de uma semana no Colorado. Dois pesquisadores universitários, usando dados de 757 executivos coletados entre 2006 e 2010, concluíram que o peso pode, de fato, influenciar as percepções de subordinados, colegas e superiores.
Tim McNair, um gerente geral da fábrica de violões C.F. Martin & Co., na Pensilvânia, diz que ele se motivou a fazer algumas mudanças quando viu sua barriga num vídeo durante um exercício recente de apresentações em público no workshop da CCL.
Ele se perguntou se seus colegas tiveram a mesma reação à sua aparência, diz ele. "Será que eles pensaram: 'Se ele não consegue [controlar seu apetite], como pode fazer seu trabalho?'"
Assim, o executivo de 44 anos que diz que as avaliações dele feitas por seus colegas foram um tanto duras, voltou recentemente para uma academia local, passando a frequentá-la depois do trabalho pelo menos três dias por semana para correr na esteira, fazer bicicleta ou alongar. Ele também parou de comer x-burguers duplos, filés, sorvete, coca-cola e bolos, optando por uma dieta mais saudável de grãos e legumes. Ele diz ter perdido cerca de 12 quilos em quatro meses.
A necessidade de manter a forma é algo relativamente novo para executivos, diz a brasileira Ana Dutra, diretora-presidente da consultoria de liderança Korn/Ferry . Já foi o tempo em que um líder executivo passava cada minuto do dia no trabalho, sacrificando exercício, férias e família em nome da firma. Esperava-se que empregados admirassem e imitassem sua devoção. Agora, o que se espera dos executivos é que tirem folga para "se revitalizar", diz Dutra.
Ela associa a mudança à morte repentina de executivos famosos, como o diretor-presidente da McDonald's Corp. Jim Cantalupo, que morreu de um ataque do coração em 2004, 16 meses depois de assumir o cargo. Seu sucessor, Charlie Bell, morreu menos de um ano depois, de câncer, aos 44. Em 1997, o presidente da Coca-Cola Co., Roberto Goizueta, um fumante, morreu semanas depois de ser diagnosticado com câncer de pulmão.
Os diretores de hoje também são figuras mais públicas do que seus antecessores e precisam estar prontos para as câmeras, bem apanhados ao cortejar investidores e preparados para responder a uma emergência da companhia. Excesso de peso pode transmitir fraqueza ou "falta de controle", diz Amanda Sanders, uma consultora de imagem que já trabalhou com altos executivos de empresas da "Fortune 500".
"É a imagem de liderança que você projeta", diz Mark Donnison, um executivo de 47 anos membro do conselho da Canadian Blood Services, que já perdeu mais de 10 quilos desde que começou uma rotina de exercícios cardiovasculares, peso e ioga no ano passado. "As pessoas reparam no seu modo de viver."
Empresas buscam líderes com resistência física para melhor dirigir negócios mundiais e resolver problemas complexos, diz Posner, que deu consultoria à Dow Chemical Co. sobre treinamento de líderes globais de grande potencial em 2010 e 2011. Esses líderes foram instruídos a reservar tempo regularmente para se exercitarem, algo que ajuda a suportar as constantes viagens e demandas de um cargo internacional. O treinamento incorporava até coisas como aulas de Zumba, Pilates, tai chi e ioga, diz Dawn Baker, diretor global da Dow para gestão de talentos.
[...]
Em geral, os executivos do estudo do Center for Creative Leadership já eram mais saudáveis do que o americano médio. Eles bebiam e fumavam menos e eram mais propensos a se exercitar com frequência. Cerca de metade foi considerada acima do peso ou obesos, ou seja, com um IMC maior que 25. Os executivos mais esguios da amostra, assim considerados por terem um IMC abaixo de 25, eram vistos mais favoravelmente pelos colegas, obtendo média de 3,92 por desempenho em tarefas numa escala de cinco pontos; líderes mais pesados obtiveram média de 3,85. Membros do grupo mais magro também tiveram notas melhores no quesito habilidades interpessoais.
O estudo foi ponderado por fatores como idade, raça, sexo, cargo e traços de personalidade. Os resultados foram semelhantes em setores diferentes, diz Eden King, um dos pesquisadores do estudo e professor associado de psicologia na Universidade George Mason.
Claro que a percepção de competência não se iguala a uma medida de sucesso de liderança. Executivos que participaram do estudo dizem que é difícil dizer quanto da percepção deriva de seu peso físico e quanto vem da insegurança que eles mesmos projetam.
Fonte: WSJ
Novas pesquisas sugerem que uns quilinhos a mais ou uma cintura um pouco maior afeta a percepção que as pessoas têm sobre a liderança de um executivo e sua energia no trabalho.
Treinar para maratonas e fazer exercícios de madrugada ainda não são partes explícitas da descrição do cargo de um diretor, mas especialistas em liderança e recrutadores de executivos dizem que se manter em forma hoje é um requisito virtual para quem quer chegar ao topo da pirâmide corporativa.
"Como as demandas para liderança podem ser extenuantes, o aspecto físico é tão importante quanto todo o resto", diz Sharon McDowell-Larsen, uma fisiologista de exercícios que dirige um programa de condicionamento físico para executivos no Center for Creative Leadership, uma organização sem fins lucrativos dedicada à preparação de profissionais para cargos de liderança.
Executivos que têm cintura larga e altos índices de massa corporal tendem a ser vistos como menos eficientes no trabalho, tanto em desempenho quanto em relacionamentos interpessoais, segundo dados compilados pelo CCL. O IMC, uma medida comum de gordura do corpo, é baseado em altura e peso.
Embora o peso continue sendo um assunto tabu no trabalho, ele é difícil de se ignorar. Um executivo pesado é considerado menos capaz por causa de presunções sobre como o peso afeta a saúde e a estamina, diz Barry Posner, um professor de liderança da Faculdade de Administração Leavey da Universidade Santa Clara, nos Estados Unidos. Ele diz que não sabe de nenhum diretor-presidente com excesso de peso nas empresas do ranking Fortune 500. "Nós temos estereótipos sobre gordura", acrescenta, "então, quando vemos um diretor acima do peso, nossa reação inicial não é positiva".
O pessoal do CCL detectou uma correlação depois de coletar centenas de revisões de desempenho entre colegas e resultados de exames físicos de diretores-presidentes e outros executivos de alto escalão que participaram de seu workshop de uma semana no Colorado. Dois pesquisadores universitários, usando dados de 757 executivos coletados entre 2006 e 2010, concluíram que o peso pode, de fato, influenciar as percepções de subordinados, colegas e superiores.
Tim McNair, um gerente geral da fábrica de violões C.F. Martin & Co., na Pensilvânia, diz que ele se motivou a fazer algumas mudanças quando viu sua barriga num vídeo durante um exercício recente de apresentações em público no workshop da CCL.
Ele se perguntou se seus colegas tiveram a mesma reação à sua aparência, diz ele. "Será que eles pensaram: 'Se ele não consegue [controlar seu apetite], como pode fazer seu trabalho?'"
Assim, o executivo de 44 anos que diz que as avaliações dele feitas por seus colegas foram um tanto duras, voltou recentemente para uma academia local, passando a frequentá-la depois do trabalho pelo menos três dias por semana para correr na esteira, fazer bicicleta ou alongar. Ele também parou de comer x-burguers duplos, filés, sorvete, coca-cola e bolos, optando por uma dieta mais saudável de grãos e legumes. Ele diz ter perdido cerca de 12 quilos em quatro meses.
A necessidade de manter a forma é algo relativamente novo para executivos, diz a brasileira Ana Dutra, diretora-presidente da consultoria de liderança Korn/Ferry . Já foi o tempo em que um líder executivo passava cada minuto do dia no trabalho, sacrificando exercício, férias e família em nome da firma. Esperava-se que empregados admirassem e imitassem sua devoção. Agora, o que se espera dos executivos é que tirem folga para "se revitalizar", diz Dutra.
Ela associa a mudança à morte repentina de executivos famosos, como o diretor-presidente da McDonald's Corp. Jim Cantalupo, que morreu de um ataque do coração em 2004, 16 meses depois de assumir o cargo. Seu sucessor, Charlie Bell, morreu menos de um ano depois, de câncer, aos 44. Em 1997, o presidente da Coca-Cola Co., Roberto Goizueta, um fumante, morreu semanas depois de ser diagnosticado com câncer de pulmão.
Os diretores de hoje também são figuras mais públicas do que seus antecessores e precisam estar prontos para as câmeras, bem apanhados ao cortejar investidores e preparados para responder a uma emergência da companhia. Excesso de peso pode transmitir fraqueza ou "falta de controle", diz Amanda Sanders, uma consultora de imagem que já trabalhou com altos executivos de empresas da "Fortune 500".
"É a imagem de liderança que você projeta", diz Mark Donnison, um executivo de 47 anos membro do conselho da Canadian Blood Services, que já perdeu mais de 10 quilos desde que começou uma rotina de exercícios cardiovasculares, peso e ioga no ano passado. "As pessoas reparam no seu modo de viver."
Empresas buscam líderes com resistência física para melhor dirigir negócios mundiais e resolver problemas complexos, diz Posner, que deu consultoria à Dow Chemical Co. sobre treinamento de líderes globais de grande potencial em 2010 e 2011. Esses líderes foram instruídos a reservar tempo regularmente para se exercitarem, algo que ajuda a suportar as constantes viagens e demandas de um cargo internacional. O treinamento incorporava até coisas como aulas de Zumba, Pilates, tai chi e ioga, diz Dawn Baker, diretor global da Dow para gestão de talentos.
[...]
Em geral, os executivos do estudo do Center for Creative Leadership já eram mais saudáveis do que o americano médio. Eles bebiam e fumavam menos e eram mais propensos a se exercitar com frequência. Cerca de metade foi considerada acima do peso ou obesos, ou seja, com um IMC maior que 25. Os executivos mais esguios da amostra, assim considerados por terem um IMC abaixo de 25, eram vistos mais favoravelmente pelos colegas, obtendo média de 3,92 por desempenho em tarefas numa escala de cinco pontos; líderes mais pesados obtiveram média de 3,85. Membros do grupo mais magro também tiveram notas melhores no quesito habilidades interpessoais.
O estudo foi ponderado por fatores como idade, raça, sexo, cargo e traços de personalidade. Os resultados foram semelhantes em setores diferentes, diz Eden King, um dos pesquisadores do estudo e professor associado de psicologia na Universidade George Mason.
Claro que a percepção de competência não se iguala a uma medida de sucesso de liderança. Executivos que participaram do estudo dizem que é difícil dizer quanto da percepção deriva de seu peso físico e quanto vem da insegurança que eles mesmos projetam.
Fonte: WSJ
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Der Terror in Afrika erreicht eine neue Stufe
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Obama geht als Kämpfer in die zweite Amtszeit
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Kein Steuerrabatt für Dienstwagen
Calouro em Contábeis
Nathaly Gomes Tenório, de 14 anos, e Deoclides Maciel Oliveira, de 89, são calouros da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Ela optou por Artes Visuais e ele, por Ciências Contábeis, e os dois já fizeram a matrícula em Campo Grande e Três Lagoas, respectivamente. A mãe de Nathaly, a advogada criminal Edelária Gomes, afirma que a filha "não é nenhum super Q.I., mas tem maturidade". Ex-pracinha da Força Expedicionária Brasileira, Oliveira comemorou: "Sou um jovem velho. Adoro a vida".
(...) Assim como Nathaly, Oliveira também começa o ano com perspectivas animadoras. Segundo amigos do ex-funcionário da antiga Estrada de Ferro Nordeste do Brasil, Oliveira concluiu o ensino médio e foi aprovado no Enem. Levará para a universidade a experiência do tempo em que fazia trabalhos internos nos escritórios da Nordeste do Brasil.
CALOUROS TERÃO DE 14 A 89 ANOS - 23 de janeiro de 2013 - João Naves de Oliveira - Estado de S Paulo
Parabéns Deoclides !!
(...) Assim como Nathaly, Oliveira também começa o ano com perspectivas animadoras. Segundo amigos do ex-funcionário da antiga Estrada de Ferro Nordeste do Brasil, Oliveira concluiu o ensino médio e foi aprovado no Enem. Levará para a universidade a experiência do tempo em que fazia trabalhos internos nos escritórios da Nordeste do Brasil.
CALOUROS TERÃO DE 14 A 89 ANOS - 23 de janeiro de 2013 - João Naves de Oliveira - Estado de S Paulo
Parabéns Deoclides !!
24 janeiro 2013
A força da Apple
Os gráficos abaixo mostram o excelente desempenho da Apple:
Receita trimestral e lucro
Margem de Lucro por trimestre
Receita por produto
Receita de venda de iPhone e estimativa dos analistas
Receita de venda de iPad e estimativa dos analistas
Fonte: Aqui
Receita trimestral e lucro
Receita por produto
Receita de venda de iPhone e estimativa dos analistas
Fonte: Aqui
Receita Federal
Os ganhos de sofisticação nas autuações da Receita Federal sobre os grandes contribuintes do país nos últimos anos têm induzido o órgão arrecadador a interferir nos negócios deste grupo formado por grandes empresas, e responsável por cerca de 70% de todo o montante arrecadado anualmente pelo Fisco.
As companhias com faturamento igual ou superior a R$ 100 milhões por ano - ao redor de 12,5 mil - viram suas declarações de pagamento de imposto tornarem-se alvo prioritário da Receita no ano passado, atingindo o valor recorde em autuações, de R$ 87,02 bilhões, devido à erros de documentação ou sonegação. O foco da vigília da Receita foram operações específicas das empresas e suas "ações de inteligência", envolvendo negócios internos.
"A Receita ao invés de entender as intenções das empresas (no caso de falhas na declaração), ela diz como tal empresa deveria conduzir seus negócios", afirma Ana Cláudia Utumi, sócia-responsável pela área tributária do escritório TozziniFreire.
Segundo ela, o Fisco deveria analisar apenas as razões econômicas das companhias quando um erro nas contas tributárias é identificado. Porém, completa ela, o órgão tem ido "muito além" da análise econômica praticada em outros países. "E isso já é um dos motivos para o uso de recursos - contra as autuações da Receita - pelos contribuintes", ressalta Ana Cláudia.
A advogada esclarece que o crescimento das autuações sobre as empresas (16,8%), entre 2011 e o ano passado, é resultado da criação, em 2010, de delegacias específicas para fiscalizar os "negócios" de tais contribuintes.
Seus auditores fiscais procuram indícios de economia tributária abusiva, quando o único intuito é o menor pagamento de impostos pelas empresas.
Ante olhos mais atentos do Fisco, cabe às empresas, segundo especialistas, maior atenção sobre certas operações.
Entram na lista ações como a reorganização societária com uso de ágio após a compra; aquisição de insumos; manuseio de juros de capital próprio; preços de transferência e receitas financeiras não consideradas no lucro real.
"As empresas terão, cada vez mais, de tomar mais cuidado com sua prestação de dados", afirma Richard Dotoli, advogado do setor Tributário do Siqueira Castro Advogados.
Uma vez autuada, a empresa pode entrar com impugnação em delegacia de julgamento da Receita, em 1ª instância. No caso de novo recurso, o contribuinte pode levar o caso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o antigo Conselho de Contribuintes, em Brasília.
"As autuações fiscais sobre grandes contribuintes, considerando seus valores, têm preferência na ordem de julgamento dos processos", explica Felippe Breda, advogado tributarista do Emerenciano, Baggio e Associados.
No entanto, a análise de cada processo pode demorar de três meses, em 1ª instância, até quatro anos, em média.
Segundo Ana Cláudia, a Receita tem sinalizado querer aumentar o valor das autuações - ao custo das grandes empresas - e não sua quantidade. Ela pondera, porém, que parte "relevante" dos processos administrativos ou judiciais envolvendo as autuações do Fisco resultam em derrota do órgão federal ou na redução "substancial" do valor da multa por sonegação - de 150% do valor do imposto para 75%.
Autuações da Receita geram interferências nos negócios
Rafael Abrantes - Brasil Econômico - 23 de janeiro de 2013
As companhias com faturamento igual ou superior a R$ 100 milhões por ano - ao redor de 12,5 mil - viram suas declarações de pagamento de imposto tornarem-se alvo prioritário da Receita no ano passado, atingindo o valor recorde em autuações, de R$ 87,02 bilhões, devido à erros de documentação ou sonegação. O foco da vigília da Receita foram operações específicas das empresas e suas "ações de inteligência", envolvendo negócios internos.
"A Receita ao invés de entender as intenções das empresas (no caso de falhas na declaração), ela diz como tal empresa deveria conduzir seus negócios", afirma Ana Cláudia Utumi, sócia-responsável pela área tributária do escritório TozziniFreire.
Segundo ela, o Fisco deveria analisar apenas as razões econômicas das companhias quando um erro nas contas tributárias é identificado. Porém, completa ela, o órgão tem ido "muito além" da análise econômica praticada em outros países. "E isso já é um dos motivos para o uso de recursos - contra as autuações da Receita - pelos contribuintes", ressalta Ana Cláudia.
A advogada esclarece que o crescimento das autuações sobre as empresas (16,8%), entre 2011 e o ano passado, é resultado da criação, em 2010, de delegacias específicas para fiscalizar os "negócios" de tais contribuintes.
Seus auditores fiscais procuram indícios de economia tributária abusiva, quando o único intuito é o menor pagamento de impostos pelas empresas.
Ante olhos mais atentos do Fisco, cabe às empresas, segundo especialistas, maior atenção sobre certas operações.
Entram na lista ações como a reorganização societária com uso de ágio após a compra; aquisição de insumos; manuseio de juros de capital próprio; preços de transferência e receitas financeiras não consideradas no lucro real.
"As empresas terão, cada vez mais, de tomar mais cuidado com sua prestação de dados", afirma Richard Dotoli, advogado do setor Tributário do Siqueira Castro Advogados.
Uma vez autuada, a empresa pode entrar com impugnação em delegacia de julgamento da Receita, em 1ª instância. No caso de novo recurso, o contribuinte pode levar o caso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o antigo Conselho de Contribuintes, em Brasília.
"As autuações fiscais sobre grandes contribuintes, considerando seus valores, têm preferência na ordem de julgamento dos processos", explica Felippe Breda, advogado tributarista do Emerenciano, Baggio e Associados.
No entanto, a análise de cada processo pode demorar de três meses, em 1ª instância, até quatro anos, em média.
Segundo Ana Cláudia, a Receita tem sinalizado querer aumentar o valor das autuações - ao custo das grandes empresas - e não sua quantidade. Ela pondera, porém, que parte "relevante" dos processos administrativos ou judiciais envolvendo as autuações do Fisco resultam em derrota do órgão federal ou na redução "substancial" do valor da multa por sonegação - de 150% do valor do imposto para 75%.
Autuações da Receita geram interferências nos negócios
Rafael Abrantes - Brasil Econômico - 23 de janeiro de 2013
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