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21 janeiro 2013

Axioma de House

O mundo se divide entre comprados e vendidos, que se revezam nessa posição, e todos mentem sobre a sua real condição. [Axioma de House]

Por Gustavo Franco

No mercado, como já observado, tudo se sabe. Entretanto, diferentemente do high society, onde o exibicionismo é a regra, no mercado os operadores estão mais para pragmáticos jogadores de pôquer ou para poetas fingidores como Fernando Pessoa, que chegam a fingir a dor que deveras sentem, e nada indicam sobre as dores (e posições) existentes e sentidas, apenas revelando as descritas na poesia.

As verdadeiras crenças e a efetiva natureza, montante e direção das apostas dos operadores de mercado, nunca serão reveladas corretamente diante de uma pergunta direta. Todos mentem, conforme o bordão criado pelo doutor Gregory House, o controvertido especialista em diagnósticos de uma das mais bem-sucedidas séries de televisão dos últimos tempos.

A verdade do mercado está sempre nas posições assumidas, nunca no discurso: o mercado só fala nos autos. E para evitar que a mentira – melhor dizendo, a desobrigação de dizer a verdade – fique evidente, os participantes do mercado recorrem a uma imagem muito popular, a “Muralha da China” (em inglês, the Chinese Wall), atrás da qual põem a falar a figura do “economista-chefe”, alguém que tem uma opinião sincera que não tem nenhuma relação com a do pessoal que opera.
A “Muralha da China” designa a separação que deveria existir, por exemplo, entre quem faz pesquisa econômica e publica suas recomendações vagas e inofensivas para os clientes (“os analistas”) e a tesouraria. Os primeiros são os estudiosos, os que escrevem relatórios, os que respondem aos questionários do BCB (Banco Central do Brasil) e os que fazem declarações públicas inteligentes e espirituosas, normalmente otimistas e cautelosas. A tesouraria, onde estão os operadores que têm o talão de cheques, não aparece, não fala, ninguém sabe de quem se trata e, graças à figura da “Muralha da China”, em nada se associa ao que diz o economista-chefe ou mesmo o presidente do banco.

Entre os que falam e os que operam parece haver uma lógica muito assemelhada ao que se conhece nos Estados Unidos como plausible deniability, expressão cuja tradução ao pé da letra seria “a capacidade de negar envolvimento de forma plausível”. Esse tema foi extensamente discutido no mundo jurídico anglo-saxão quando se investigou a atuação da CIA (agência central de inteligência americana) em diversos episódios controversos nos quais as cadeias de comando eram estabelecidas de forma deliberadamente informal, a fim de que a Autoridade máxima sempre pudesse negar de forma plausível que tivesse conhecimento de qualquer operação mais polêmica que de fato ordenou. É a mesma lógica, segundo dizem os ufólogos, pela qual as Autoridades dizem desconhecer as evidências de vida extraterrestre ocultas nos arquivos militares.

O fato é que, no mercado, sempre, em qualquer ocasião, metade da munição está com os comprados e a outra metade com os vendidos, se o preço está dado. Repare que isso não tem nada a ver com esperteza, assunto de que tratamos logo acima (n. 3, Axioma de Malan), a propósito da ignomínia e da capacitação dos participantes do mercado, mas com o ânimo comprador. O que se procura estabelecer neste tópico é que o mercado não tem nenhum viés nesse assunto, a despeito do que as instituições falam através de seus porta-vozes. O pessimismo seria uma ocorrência rara, se a verdade do mercado estivesse refletida nas manifestações institucionais. Na prática, há sempre uma metade do mundo pessimista, mas quem realmente está comprado, ou vendido, nunca se sabe, até porque, no momento seguinte, as instituições trocam de posição, a dança das cadeiras recomeça e o preço muda, ou não, e sempre uma metade acredita e a outra duvida.

Franco, Gustavo H. B. (2012). As leis secretas da economia. Zahar-Brasil. Kindle Edition. Dica de Pedro Correia.

20 janeiro 2013

Rir é o melhor remédio


Cruzeiro do Sul

A Justiça encontrou aparentes erros numa das duas denúncias contra os executivos do Banco Cruzeiro do Sul e pediu ao Ministério Público Federal que esclareça as divergências. Se forem comprovados os erros, pode ser que o caso todo seja anulado.

(...) Os erros foram apontados pelo juiz federal Márcio Ferro Catapani em manifestação enviada ao Ministério Público Federal no último dia 11. No texto, de 16 linhas, o juiz aponta quatro erros na acusação apresentada em dezembro pela procuradora federal Karen Louise Khan.

Segundo o juiz, a procuradora errou o nome de uma empresa envolvida num negócio com cartões telefônicos. Ela afirma que era a Verax Serviços Financeiros, enquanto a investigação da Polícia Federal aponta que a companhia envolvida chama-se Vox.

A procuradora, ainda de acordo com o juiz, incluiu na denúncia o nome de dois acusados no caso dos cartões que não aparecem nesse episódio na investigação da PF.

Os acusados são Marcelo Xandó Baptista e Márcio Serra Dreher. Os dois executivos eram da Verax Serviços Financeiros, não da Vox. A procuradora incluiu o nome de Baptista e Dreher num caso de manipulação de ações do banco na Bolsa de Valores, embora eles não apareçam na investigação desse episódio.

Por fim, Louise Khan denunciou dois executivos no episódio da manipulação das ações (Álvaro Luís Alves de Lima Otero e Amadeu Simões Lopes Azambuja), mas os nomes deles não aparecem na descrição dos fatos sobre esse caso, ainda segundo o juiz federal.

O juiz pediu o esclarecimento sobre os eventuais erros depois que o advogado Arnaldo Malheiros Filho enviou uma petição em que questionava alguns pontos da denúncia, entre os quais as medidas cautelares que a procuradora pedia contra os executivos. Uma das medidas pedidas era que os executivos fossem proibidos de ficar na rua após as 20h.

ANULAÇÃO

Três advogados do caso, ouvidos pela Folha sob condição de que seus nomes não fossem citados, dizem que os supostos erros devem gerar nulidade da ação contra os controladores do banco --Luis Felipe Indio da Costa e Luis Octavio Azeredo Lopes Indio da Costa-- e mais 15 executivos.

Os advogados Roberto Podval, que defende Luiz Felipe e Luis Octavio, e Arnaldo Malheiros Filho, advogado de Baptista e Dreher, não quiseram se pronunciar sobre os supostos erros.

O Ministério Público Federal diz que analisará o pedido do juiz para se pronunciar.

Fonte: Aqui

Robôs em restaurantes

Notícia publicada no Marginal Revolution comenta a abertura de um restaurante na China com o uso intensivo de robôs. São 20 robôs, como garçons e cozinheiros. Os robôs são capazes de preparar mais de 30 pratos.

Cada robô custa entre US$31 500 e 47 mil. Além disto, o restaurante investiu 790 mil dólares. Uma refeição média custa 10 dólares. Assumindo um custo de cada robô sendo 40 mil, o custo total seria 40 mil x 20 + 790 mil = 1590 mil. Ou seja, seriam necessários servir quase 160 mil refeições para recuperar o investimento. Vale a pena?

Ricos

Publicação americana listou líderes evangélicos com maior patrimônio do Brasil; Macedo aparece na primeira posição com 1,9 bilhão de reais

O bispo Edir Macedo é o pastor mais rico do Brasil, com um patrimônio avaliado em 950 milhões de dólares (1,9 bilhão de reais), de acordo com a revista Forbes. A publicação americana trouxe em sua edição desta quinzena uma matéria em que lista os pregadores evangélicos mais ricos do país. Com uma fortuna superior da relacionada aos outros listados, o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, que possui templos também nos Estados Unidos, é apontado como o “símbolo do enriquecimento das igrejas evangélicas no Brasil”.

Em seguida, aparece um ex-discípulo de Macedo, o pastor Valdemiro Santiago. Ex-pregador da Igreja Universal do Reino de Deus, Valdomiro fundou a própria instituição, a Igreja Mundial do Poder de Deus, que, atualmente, conta com 900.000 seguidores e 4.000 templos. O patrimônio de Valdomiro é estimado em 220 milhões de dólares (440 milhões de reais). Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, maior igreja pentecostal brasileira, figura na terceira posição, com a fortuna avaliada em 150 milhões de dólares (300 milhões de reais).

O ranking aponta ainda RR Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus (patrimônio avaliado em 250 milhões de reais), e os fundadores da Igreja Renascer em Cristo, "apóstolo" Estevam Hernandes Filho e sua esposa, "Bispa" Sonia. Com 1.000 igrejas no Brasil e no exterior, o patrimônio dos dois é avaliado em 65 milhões de dólares (130 milhões de reais).

A reportagem afirma que, em virtude da rentabilidade, ser um pastor evangélico no Brasil é “o sonho de muitas pessoas”. De acordo com a Forbes, para os pregadores, “as chances de ganhar na loteria celestial são maiores”.


Fonte: Veja, via aqui

SEC: Mary Jo White, nova líder?

A ex-procuradora federal Mary Jo White, que ganhou destaque nos Estados Unidos por perseguir terroristas em Nova York, é apontada como a provável escolha do governo Obama para liderar a Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) do país, de acordo com pessoas familiarizadas ao governo.

White foi a primeira mulher a atuar como procuradora dos Estados Unidos em Manhattan. Se nomeada pela Casa Branca e confirmada pelo Senado, ela também será a primeira procuradora a chefiar a SEC, o que pode significar uma gestão mais severa em uma instituição manchada por erros de execução e prejudicada por um contexto de crise financeira.


Fonte: Aqui

Microeconomistas


ON THE face of it, economics has had a dreadful decade: it offered no prediction of the subprime or euro crises, and only bitter arguments over how to solve them. But alongside these failures, a small group of the world’s top microeconomists are quietly revolutionising the discipline. Working for big technology firms such as Google, Microsoft and eBay, they are changing the way business decisions are made and markets work.
Take, for example, the challenge of keeping costs down. An important input for a company like Yahoo! is internet bandwidth, which is bought at group level and distributed via an internal market. Demand for bandwidth is quite lumpy, with peaks and troughs at different times of the day. This creates a problem: because spikes in demand must be met, firms run with costly spare capacity much of the time.
This was one of the first questions that Preston McAfee, a former California Institute of Technology professor, looked at when he arrived at Yahoo! in 2007. Mr McAfee, who now works for Google, found that uses of bandwidth fall into two categories: urgent (displaying a web page) and delayable (backups and archiving). He showed how a two-part tariff (high prices when demand peaks, low ones otherwise) could shift less time-sensitive tasks to night-time, allowing Yahoo! to use costly bandwidth more efficiently.
The solution—two types of task, two prices—has intuitive appeal. But economists’ ideas on how to design markets can seem puzzling at first. One example is the question of how much detail an online car auctioneer should reveal about the condition of the vehicles on offer. Common sense would suggest some information—a car’s age and mileage—is essential, but that total transparency about other things (precise details on subpar paintwork) might deter buyers, lowering the auctioneer’s commissions. Academic theory suggests otherwise: in some types of auction more information always raises revenues.
To test the idea, Steve Tadelis of the University of California at Berkeley (now also working for eBay) and Florian Zettelmeyer of Northwestern University set up a trial, randomly splitting 8,000 cars into two groups. The first group were auctioned with standard information, including age and mileage. The second had a detailed report on the car’s paintwork. The results were striking: cars in the second group had better chances of a sale and sold for higher prices. This effect was most pronounced for cars in poorer condition: the probability of a sale rose by 23%, with prices up by 5%. The extra information meant that buyers were able to spot the type of car they wanted. Competition for cars rose, even the scruffier ones.
But more information is not always better. Studies show that shoppers overwhelmed by choice may simply walk away. Mr Tadelis tested whether it would be better to tailor eBay’s auctions to users’ experience level. The options for new users were narrowed, by removing sellers who are more difficult to assess (for example those who had less-than-perfect feedback on things like shipping times). When new users had a simpler list of sellers to choose from, the number of successful auctions rose and buyers were more likely to use eBay again. Tailoring the market meant gains for buyers, sellers and eBay.
The desire to use theory to challenge conventional thinking is one reason economists are valuable to firms, says Susan Athey, of Stanford University and Microsoft. When Ms Athey arrived at the software giant in 2007 it faced what was seen as an unavoidable trade-off: online advertising was good for revenues, but too much would deter users. If advertisers gained, users would lose. But economic theory challenges this, showing that if firms are dealing with two groups (advertisers and users, say), making one better off often benefits the other too.
Ms Athey and Microsoft’s computer scientists put that theory to work. One idea was to toughen the algorithm that determines whether an ad is shown. This means ads are displayed fewer times, so advertisers lose out in the short-term. But in the longer run, other forces come into play. More relevant ads improve the user experience, so user numbers rise. And better-targeted ads mean more users click on the advert, even if it is shown less often. Empirical evidence showed that although advertisers would respond only after some time, the eventual gain was worth the wait. Microsoft made the change.
Microeconomists have their sights on problems outside their home turf too. At the moment the policies picked by central banks and finance ministries are based on old news, since things like GDP, inflation and unemployment are measured with long lags. A team at Google headed by its chief economist, Hal Varian, is using search-engine data to provide more timely measures. Search terms like “job”, “benefits” and “solitaire” are closely correlated with unemployment claims (see chart). These types of relationship help construct new indexes that offer a real-time picture of the economy. If policymakers start to use these in a systematic way, their decisions could be based on how the economy looked yesterday, rather than months ago.