O trabalho de avaliação do banco BVA, que está sob intervenção do Banco Central (BC) desde 20 de outubro, terminou. A auditoria liderada pelo banco de investimentos BR Partners concluiu que o passivo a descoberto da instituição é de cerca de R$ 1,5 bilhão, conforme o "Estado" informou em dezembro. Com isso, o caminho está aberto para que eventuais interessados no BVA façam propostas de compra.
Segundo fontes que acompanhamo caso, ainda há possibilidade de o banco não ser liquidado. Se a hipótese se confirmar, será a primeira vez na história do sistema financeiro brasileiro que um banco privado sai de um regime de intervenção do BC. Nas outras ocasiões em que isso aconteceu, as instituições envolvidas eram públicas.
(...) O Estado apurou que, até agora, pelo menos três instituições teriam demonstrado interesse. O mais firme é Carlos Alberto de Oliveira Andrade, controlador do Grupo Caoa, que teria cerca de R$ 600 milhões retidos no BVA. A assessoria de Andrade confirma que o grupo está mesmo em negociações.
Ele já teria até feito uma proposta, mas antes de a avaliação do banco terminar. É provável que Andrade tenha de refazer a oferta, caso permaneça interessado após a apuração dos números pelo BR Partners. (...)
Auditoria termina e BVA pode receber propostas - 15 de Janeiro de 2013 - O Estado de São Paulo - Leandro Modé
16 janeiro 2013
Bastidores da ciência
Durante a semana passada, vários cientistas tiveram um surto de honestidade e usaram o Twitter para contar detalhes de suas pesquisas que jamais entrariam nos periódicos científicos. O resultado, além de divertido, é revelador
Os cientistas relataram métodos científicos pouco ortodoxos que não costumam ser divulgados junto com o resultado da pesquisas. (Thinkstock)
Um surto de sinceridade varreu a comunidade científica durante a semana passada. Normalmente, os periódicos científicos exigem uma postura impessoal, linguagem técnica e precisão absoluta para publicar um estudo. Por causa disso, dificilmente captam o que acontece de verdade nos laboratórios. Os trabalhos parecem ser feitos por seres geniais, incapazes de errar. Os cientistas, no entanto, resolveram quebrar esse véu de silêncio e mostrar as verdadeiras práticas por trás de suas pesquisas. No Twitter, eles criaram a hashtag #overlyhonestmethods (métodos honestos demais, em inglês) e começaram a postar mensagens revelando o que deveria estar escrito em muitas pesquisas científicas se elas exigissem honestidade absoluta.
Tudo começou com duas postagens de uma neurocientista e blogueira conhecida apenas como @dr_leigh, publicadas na segunda feira. "Nós fizemos o experimento número 2 porque não sabíamos o que fazer com o resultado do experimento número 1 #overlyhonestmethods", escreveu. Em seguida, postou: "A incubação durou três dias porque esse é o tempo pelo qual o estudante esqueceu o experimento na geladeira #overlyhonestmethods." Como se fosse uma verdade há muito tempo presa na garganta dos cientistas, o uso da hashtag explodiu, gerando milhares de mensagens na rede social.
Com isso, escancararam para o mundo o que antes era uma piada interna da comunidade científica. Algumas das postagens brincavam com a própria linguagem usada nas pesquisas, citando truques e macetes empregados para agradar os revisores e chamar atenção para a pesquisa.
"Dois dias para isolar a proteína, cinco semanas para pensar em um hilário nome de duplo sentido para o gene." @drugmonkeyblog
"Nós usamos jargão em vez de inglês simples para provar que uma década de pós-graduação e pós-doutorado nos tornou espertos." @eperlste
Imperfeições — Os tuítes serviram para mostrar que o trabalho científico nem sempre acontece de modo tão objetivo quanto o citado nos periódicos. Os experimentos, por exemplo, podem ter resultados diferentes do esperado, e a hipótese inicial tem de ser alterada. Os erros e os improvisos, muitas vezes, são mais importantes que os acertos. No entanto, as publicações costumam tratar o cientista como se ele tivesse domínio completo de todos os passos do experimento. "Ao publicar um artigo queremos parecer controladores totais do universo. Mas às vezes é o acaso que nos leva a descobrir algo que não estamos procurando", diz Leandro Tessler, professor do Instituto de Física da Unicamp.
"Queríamos saber o que aconteceria se fizéssemos X, só pela diversão. Grande explosão! Nós criamos a hipótese depois." @BoraZ
"As fatias foram deixadas em um banho de formol por mais de 48 horas, porque eu as coloquei ali na sexta-feira e me recuso a trabalhar nos finais de semana." @aechase
"As amostras foram preparadas por nossos colegas do MIT. Nós assumimos que não havia nenhuma contaminação porque, bem... eles são do MIT." @paulcoxon
É claro que nem todas as histórias citadas aconteceram de verdade, mas são reveladoras das condições enfrentadas pelos pesquisadores em seu cotidiano. Os tuítes foram sintomáticos da falta de dinheiro para pesquisa, dos equipamentos defasados e do improviso generalizado — o que não impede o trabalho de ser feito. "Mesmo em laboratórios muito ricos, às vezes é mais prático usar material improvisado. As fitas dupla-face, por exemplo, são conhecidas como as melhores amigas do cientista ótico, pois ajudam a montar as diversas partes dos equipamentos", diz Tessler.
"Nós não lemos metade das pesquisas que citamos porque elas estão atrás de um paywall (sistema de assinatura de algumas publicações científicas)." @devillesylvain
"Deveríamos ter feito mais experimentos, mas nosso financiamento acabou e publicamos o estudo mesmo assim." @ScientistMags
"As amostras de sangue foram giradas a apenas 1.500 rotações por minuto porque a centrífuga fazia barulhos assustadores a velocidades maiores." @benosaka
Demasiado humano — As mensagens também foram reveladoras da personalidade de alguns pesquisadores. Em vez de ser movidos pelos propósitos científicos mais nobres, eles também podem ser guiados pela inveja, ambição e mesquinharia — como qualquer ser humano. Isso acaba dificultando o trabalho em equipe.
"Nós decidimos dividir o papel de autor principal do estudo porque essa é uma decisão menos sanguinária do que duelar." @eperlste
"Nós não demos a referência para determinada informação porque ela vem de uma pesquisa de nossos arquirrivais." @AkshatRathi
"Eu usei estudantes como objetos de pesquisa porque os ratos são caros e costumamos ficar muito ligados a eles." @oprfserious
Em vez de depor contra o método científico, o fenômeno #overlyhonestmethods pode ter ajudado o público a compreender o que, de fato, acontece nos laboratórios. Segundo Tessler, a cultura popular cultiva uma imagem equivocada dos pesquisadores. A ideia do cientista maluco, controlador, descabelado e genial surge da própria maneira de se ensinar ciência nas escolas. "Ao ler alguns livros didáticos de física, temos a impressão de que Isaac Newton formulou todas as suas teorias logo após sentir a maçã caindo em sua cabeça", afirma Tessler.
Com os tuítes, os cientistas mostraram que são pessoas comuns, passíveis de falhas, atos de egoísmo e até donos de algum sendo de humor. E essas características, ao invés de atrapalhar, podem ajudar a chegar a novas descobertas científicas. Não espere ver, porém, essa honestidade aparecer tão cedo nos periódicos científicos.
"Os cérebros foram removidos e dissecados, em média, em 58 segundos. Sabemos disso com essa precisão por causa de uma competição em nosso laboratório." @SciTriGrrl
"Não sabemos como os resultados foram obtidos. O aluno de pós-doutorado que fez todo o trabalho abandonou os estudos para abrir uma padaria." @MrEpid
"Não posso enviar os dados originais porque não me lembro o que significam os nomes dos meus arquivos no Excel." @mangoedwards
"Os locais onde colhemos amostras coincidiram com resorts tropicais porque o trabalho de campo não precisa ser somente lama e agonia." @Myrmecos
"Os dados usados estão velhos porque, no tempo entre escrever o trabalho e fazer a revisão, eu tive um filho." @researchremix
Nos bastidores da ciência - Guilherme Rosa - Veja
Segunda graduação
À medida que aprofunda e diversifica suas coletas de dados, o IBGE faz constatações surpreendentes. Com base no último Censo Demográfico, por exemplo, o órgão apurou que, em 2010, quase 11% dos estudantes universitários do País já eram formados ou estavam fazendo um segundo curso de graduação. A maior parte desse grupo de estudantes está no Sudeste. Por ser a região mais desenvolvida do Brasil, é nela que é oferecida a maior quantidade de empregos na economia formal.
O levantamento do IBGE também revela que 30,1% dos universitários que fazem uma segunda graduação estão na faixa etária de 40 anos - ou seja, são bem mais velhos do que a média de estudantes do ensino superior e a maioria já tem uma colocação no mercado de trabalho. O levantamento do IBGE mostra ainda que 13,2% dos estudantes que estão na segunda graduação fizeram - ou fazem - a primeira graduação numa instituição pública federal ou estadual. Portanto, esse é um contingente de estudantes qualificados, uma vez que as universidades públicas estão entre as melhores do País.
O IBGE não indagou os motivos que levaram 11% dos universitários brasileiros a fazer um segundo curso de graduação. Os especialistas em pedagogia e em recursos humanos aventam três hipóteses para explicar essa decisão. A primeira seria o descontentamento com sua carreira profissional. Insatisfeitos com os baixos salários ou com a área do conhecimento de sua graduação, eles voltaram à faculdade buscando se reposicionar no mercado de trabalho. "A pessoa escolheu uma carreira e não se identificou com ela", diz Jacqueline Resch, especialista em recursos humanos. "Isso mostra a inadequação do sistema universitário brasileiro, em que o aluno tem de fazer escolhas prematuras sobre profissões eventualmente dissociadas do mercado de trabalho", afirma Antonio Freitas, professor da Fundação Getúlio Vargas, criticando o que chama de "profissionalização precoce".
A segunda hipótese explica a decisão como decorrente do avanço da tecnologia e seu impacto na divisão do trabalho intelectual, rompendo a tradicional classificação dos currículos do ensino superior em três áreas básicas - ciências humanas, exatas e biomédicas. Com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, essas áreas se entrecruzaram. Com isso, a economia formal passou a exigir profissionais com formação interdisciplinar. "Muitos estudantes se conscientizaram da necessidade de complementar sua formação com disciplinas que não dominam. As empresas exigem cada vez mais dos funcionários e as pessoas cada vez mais trabalham em equipes interdisciplinares", afirma Jacqueline Resch.
A terceira hipótese está associada à velocidade das mudanças científicas e tecnológicas - fenômeno que os economistas chamam de "processo de destruição criadora". Na dinâmica desse processo, o que hoje é novidade científica envelhece em curto período de tempo. Desse modo, o conhecimento tende a evoluir em ritmo cada vez mais rápido - e quem se formou num curso superior há cinco ou dez anos é obrigado a voltar a estudar, para se reciclar academicamente. Caso contrário, corre o risco de ser expulso do mercado de trabalho, por não dominar as novas técnicas de gestão e produção. Em outras palavras, voltar a estudar, como descobriram os estudantes que estão fazendo uma segunda graduação, é questão de sobrevivência profissional.
O aumento da escolaridade de 11% da população de universitários é uma informação importante, que mostra a necessidade de reestruturar o ensino superior do País. A divisão dos cursos em três áreas básicas já está superada e os currículos universitários orientam-se por matrizes profissionais desconectadas com a realidade social e econômica do País. E como o mercado de trabalho exige dos profissionais uma formação cada vez mais abrangente, um diploma superior já não é mais uma garantia de ascensão profissional.
A Universidade precisa ser repensada, para dar às novas gerações uma formação mais sólida e um conhecimento técnico mais próximo da realidade do mercado de trabalho.
Fonte: aqui
O levantamento do IBGE também revela que 30,1% dos universitários que fazem uma segunda graduação estão na faixa etária de 40 anos - ou seja, são bem mais velhos do que a média de estudantes do ensino superior e a maioria já tem uma colocação no mercado de trabalho. O levantamento do IBGE mostra ainda que 13,2% dos estudantes que estão na segunda graduação fizeram - ou fazem - a primeira graduação numa instituição pública federal ou estadual. Portanto, esse é um contingente de estudantes qualificados, uma vez que as universidades públicas estão entre as melhores do País.
O IBGE não indagou os motivos que levaram 11% dos universitários brasileiros a fazer um segundo curso de graduação. Os especialistas em pedagogia e em recursos humanos aventam três hipóteses para explicar essa decisão. A primeira seria o descontentamento com sua carreira profissional. Insatisfeitos com os baixos salários ou com a área do conhecimento de sua graduação, eles voltaram à faculdade buscando se reposicionar no mercado de trabalho. "A pessoa escolheu uma carreira e não se identificou com ela", diz Jacqueline Resch, especialista em recursos humanos. "Isso mostra a inadequação do sistema universitário brasileiro, em que o aluno tem de fazer escolhas prematuras sobre profissões eventualmente dissociadas do mercado de trabalho", afirma Antonio Freitas, professor da Fundação Getúlio Vargas, criticando o que chama de "profissionalização precoce".
A segunda hipótese explica a decisão como decorrente do avanço da tecnologia e seu impacto na divisão do trabalho intelectual, rompendo a tradicional classificação dos currículos do ensino superior em três áreas básicas - ciências humanas, exatas e biomédicas. Com o desenvolvimento da ciência e da tecnologia, essas áreas se entrecruzaram. Com isso, a economia formal passou a exigir profissionais com formação interdisciplinar. "Muitos estudantes se conscientizaram da necessidade de complementar sua formação com disciplinas que não dominam. As empresas exigem cada vez mais dos funcionários e as pessoas cada vez mais trabalham em equipes interdisciplinares", afirma Jacqueline Resch.
A terceira hipótese está associada à velocidade das mudanças científicas e tecnológicas - fenômeno que os economistas chamam de "processo de destruição criadora". Na dinâmica desse processo, o que hoje é novidade científica envelhece em curto período de tempo. Desse modo, o conhecimento tende a evoluir em ritmo cada vez mais rápido - e quem se formou num curso superior há cinco ou dez anos é obrigado a voltar a estudar, para se reciclar academicamente. Caso contrário, corre o risco de ser expulso do mercado de trabalho, por não dominar as novas técnicas de gestão e produção. Em outras palavras, voltar a estudar, como descobriram os estudantes que estão fazendo uma segunda graduação, é questão de sobrevivência profissional.
O aumento da escolaridade de 11% da população de universitários é uma informação importante, que mostra a necessidade de reestruturar o ensino superior do País. A divisão dos cursos em três áreas básicas já está superada e os currículos universitários orientam-se por matrizes profissionais desconectadas com a realidade social e econômica do País. E como o mercado de trabalho exige dos profissionais uma formação cada vez mais abrangente, um diploma superior já não é mais uma garantia de ascensão profissional.
A Universidade precisa ser repensada, para dar às novas gerações uma formação mais sólida e um conhecimento técnico mais próximo da realidade do mercado de trabalho.
Fonte: aqui
Facebook e mercado
O Facebook criou um grande suspense sobre um anúncio que seria feito no dia de hoje. Observe o comportamento das ações da empresa:
O mercado começou a derrubar as ações assim que começou o evento de divulgação da nova ferramenta do Facebook. Ao final do dia, as ações tinham recuado 2%. O comportamento das ações do Google foi no sentido oposto: assim que começou o evento, uma alta de quase 2%, para fechar o dia com pequena variação.
Mas as ações da Yelp sofreram uma queda de 8%.
Fonte: Aqui
O mercado começou a derrubar as ações assim que começou o evento de divulgação da nova ferramenta do Facebook. Ao final do dia, as ações tinham recuado 2%. O comportamento das ações do Google foi no sentido oposto: assim que começou o evento, uma alta de quase 2%, para fechar o dia com pequena variação.
Mas as ações da Yelp sofreram uma queda de 8%.
Fonte: Aqui
Frase
A irresponsabilidade fiscal praticada ganhou um nome irônico: contabilidade criativa. - Aécio Neves - O Globo - 15 de janeiro de 2013
Parece que o termo está sendo cada vez mais usado. Infelizmente.
Parece que o termo está sendo cada vez mais usado. Infelizmente.
15 janeiro 2013
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