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04 janeiro 2013

Os mais populares How to...

O que as pessoas, de diferentes países, perguntam para o Google? "Como é que ...". Eis as perguntas mais comuns:

Argentina: how to update Facebook
Australia: how to love
Brazil: how to remove Facebook
Canada: how to rock
Chile: how to make a family tree
Colombia: how to make cupcakes
Czech Republic: how to lose weight
Denmark: how to kiss
Finland: how to get a fever [for the purposes of sick leave]
France: how to lose weight
Hungary: how to kiss
Ireland: how to draw
Israel: how to make money
Italy: how to have sex
Japan: how to save [battery] power
Kenya: how to abort
Mexico: how to vote
Netherlands: how to survive
New Zealand: how to screenshot
Nigeria: how to love
Norway: how to write
Poland: how to delete Facebook
Portugal: how to lose weight
Romanian: how to kiss
Russian: how to become nicer
Senegal: how to address an envelope
Singapore: how to rock
Slovakia: how to pick up babes [i.e., women]
South Africa: how to kiss
Spain: how to install WhatsApp
Sweden: how to make out [i.e., kiss]
Ukrainian: how to lose weight
United Kingdom: how to draw
United States: how to love


No Brasil é como remover seu nome do Facebook. Na Itália é como fazer sexo; na Dinamarca (e Romênia e África do Sul) é como beijar.

Prazo

As pequenas e médias empresas têm até o final deste mês para a aplicação do novo padrão contábil, o IFRS (International Financial Reporting Standards). Desde que o processo entrou em vigor em 2010, poucas empresas cumpriram a determinação e, em caso de fiscalização, aquelas que não se adequarem aos novos padrões poderão ser multadas. [1]

O processo de convergência obriga todas as empresas brasileiras e órgãos da Administração Pública a adequarem suas demonstrações financeiras para o padrão Internacional. [2]

Transparência
O IFRS é irreversível e todas as empresas deverão estar preparadas para produzir demonstrações financeiras e contábeis com números que retratarão com maior clareza e transparência a real situação financeira e patrimonial da empresa.[3]

“Vivemos um momento de amadurecimento na utilização das Normas Internacionais, as empresas estão trabalhando na melhoria da utilização dos conceitos inseridos nas IFRS’s e os Órgãos Reguladores estão acompanhando de perto a geração e publicação destes novos Demonstrativos, alguns como a CVM, já estão aplicando multas pela não entrega no prazo”, revela o executivo da FTI Consulting, Luís Fagundes.


Empresas têm até final de janeiro para se adequarem ao IFRS - BOL

[1] Não é bem isto. Os contadores serão multados.
[2] Mas os prazos são diferentes.
[3] Juízo de valor. O texto toma partido.

Evidenciação demais

Eu acho que o maior problema é que as regras de evidenciação transformaram as demonstrações financeiras em depósitos de dados. Para isto, dê uma olhada nos 10K de uma empresa de capital aberto, mesmo que pequena, e você vai ver um documento com dezenas ou mesmo centenas de páginas. Por exemplo, o 10K mais recente da Procter  Gamble possui 239 páginas e é magro ao lado do 10K mais recente do Citigroup que possui mais de 300 páginas. Se você está interessado em avaliar a Procter  Gamble ou o Citigroup, você terá que trabalhar através destas páginas, separando o trigo do joio, ou mais especificamente, a informação dos dados. Confrontado com a sobrecarga de informações, é fácil se distrair com clichês legal (assim como você pode jogar fora toda a seção que discute risco) e os detalhes triviais das evidenciações modernas. Na minha estimativa, menos de 10% (e estou sendo generoso) da divulgação financeira moderna tem algum valor para um investidor.

Damodaran 

Teoria dos Jogos: dilema de Eduardo Campos


Curiosamente, embora políticos e economistas, quando no exercício da autoridade, sejam vistos como pertencentes a esferas diversas e operando com lógicas diferenciadas, ambos podem encarar dilemas marcados pela presença de riscos relevantes, em que a escolha a ser feita dependerá do balanço que cada um fizer acerca das probabilidades de um ou de outro cenário. Tome-se o caso de Ben Bernanke, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Se sua política monetária for frouxa demais, o risco que corre é de gerar inflação daqui a alguns anos. Já se ela for apertada antes do tempo, pode lançar os EUA em nova recessão. Defrontadas com o mesmo quadro, pessoas diferentes podem tomar decisões diferentes entre si. São os riscos da vida.
Já na política, candidatos à Presidência também enfrentam escolhas relacionadas com a decisão acerca de dar ou não um grande salto. Barack Obama deu um passo arrojado há alguns anos, quando se lançou numa corrida vista por muitos como fadada ao insucesso e que, pouco depois, foi coroada de êxito.
No campo da economia, na teoria dos jogos aprende-se a pensar em termos estratégicos, entendendo que cada agente define o seu comportamento em função da opinião que ele tiver acerca da ocorrência de outros eventos. Um caso interessante para análise, nesse sentido, é a dúvida a ser enfrentada nos próximos meses pelo governador Eduardo Campos.
Para entender a questão, é conveniente pensar em termos de possibilidades. Num caso, tem-se o estado da economia em 2014, que pode ser definido como "bom" ou "ruim". No outro, tem-se a reflexão de Campos, no sentido de se postular ou não para a Presidência. A combinação de circunstâncias enseja um quadro de possibilidades em que, nas colunas, se tem o estado da economia e, nas linhas, a definição do governador entre ser candidato ou não. Isso gera um quadro com quatro cenários:
Cenário A: Economia em "bom" estado, com candidatura do governador. Trata-se de um contexto delicado para ele, uma vez que, neste caso, a presidente Dilma Rousseff seria uma forte candidata à reeleição. Assim, as chances de Eduardo Campos dependeriam de um fator não econômico ou semieconômico, associado à valorização do "novo" na política e, eventualmente, ao argumento de que ele poderia "tocar" mais rapidamente a agenda da competitividade, por exemplo;
Cenário B: Economia em estado "ruim", com candidatura presidencial de Campos. Pode ser uma situação politicamente boa para ele, uma vez que se desligaria do ônus associado à situação, com a possibilidade de capitalizar parte da eventual insatisfação com o rumo do País, reforçada pela imagem de político jovem e dinâmico;
Cenário C: Economia em "bom" estado, sem que o governador se lance candidato. Poderia ser um cenário interessante para ele, uma vez que teria boas chances de ocupar uma posição de destaque caso a presidente seja reeleita, ao mesmo tempo que almejaria a se credenciar, como aliado, a ser ungido como candidato da própria Dilma para a sucessão de 2018;
Cenário D: Economia em estado "ruim", sem candidatura de Campos à Presidência. Poderia ser uma situação negativa para o governador, que seria visto como alguém que permitiu "passar o cavalo selado" sem aproveitar a oportunidade, deixando a pista livre para que o possível desconforto com a economia seja monopolizado pela oposição, neste caso provavelmente liderada por Aécio Neves.
O problema para o governador é que a decisão acerca de ser candidato ou não terá de ser tomada antes de 2014, para ter condições de ser um candidato competitivo, caso decida concorrer. Isso significa que, para ele, é chave tentar perscrutar o futuro para antecipar qual deverá ser o quadro da economia nos próximos 18 meses. Isso porque, se julgar que a economia estará bem, terá fortes incentivos a manter o seu partido, o PSB, na coalizão oficial, ao passo que, se concluir que a economia entrará em crise, poderá ser induzido pelas circunstâncias a correr em raia própria nas eleições presidenciais.
Como hoje o cenário básico da maioria dos analistas é de que a economia está em recuperação moderada e que esta se estenderá durante 2014, pareceria que, ao governador, interessaria se manter no mesmo barco que o PT, ainda que preservando sua individualidade, para usufruir da popularidade associada à bonança e se perfilar como o candidato "natural" à sucessão da presidente Dilma, se Lula não concorrer em 2018.
Há dois senões a esse raciocínio. O primeiro é que Lula poderá ser candidato em 2018, pondo essa estratégia a perder. O segundo é que, mesmo com uma situação econômica boa, Campos pode ter chances se juntar, numa coalizão alternativa à coalizão oficial atual, partidos que estiverem insatisfeitos com o governo e mais o apoio da oposição, se esta se dispuser a mudar de estratégia.
Fazer política implica correr riscos e tudo indica que o governador está diante da decisão política mais importante da sua vida. Será interessante ver que caminho irá escolher.

Perda contábil versus caixa

Imagine que, depois de anos e anos de trabalho, você gaste R$ 1 milhão para comprar a casa dos seus sonhos - capriche na imaginação, já que com os preços atuais o desembolso teria que ser bem maior. Contabilmente, naquele ano, o dinheiro sai do seu caixa e vira um "ativo imobilizado".

No ano seguinte, cai uma bomba em cima da sua casa - sem você dentro. Como você não tem seguro contra bombas, sua querida casa passa a valer zero e bye-bye R$ 1 milhão.

Pense então que você está desolado na rua, olhando para aquele monte de entulho, e um vizinho te cutuca e diz: "Fique tranquilo, foi uma perda contábil, sem efeito caixa."

Ainda que ele tenha total razão, o que você responderia? Provavelmente algo impublicável.

Mas, quando isso se aplica ao mercado de capitais, por alguma razão difícil de entender, as reações são diferentes.

Executivos de empresas têm o hábito de minimizar perdas quando elas são "meramente contábeis" e não representam desembolso de caixa imediato. Analistas, investidores e imprensa costumam comprar esse argumento.

Como se nota no exemplo caricato acima, o fato de a bomba destruir sua casa não lhe obriga a desembolsar um centavo. Mas o R$ 1 milhão já tinha saído do seu caixa no ano anterior. Então, trata-se de uma perda efetiva de valor, e também de caixa.

Empresas gostam de ressaltar aos investidores quando uma perda não tem efeito imediato no caixa porque os modelos usados por analistas para calcular o valor das companhias costumam se basear em expectativas de geração futura de caixa operacional. Tendo em conta o exemplo acima, o dinheiro gasto para a compra da casa não estaria mais nas previsões, uma vez que foi desembolsado no passado.

Mas, a não ser que as premissas usadas na modelagem estejam muito fora da realidade, esse fluxo de caixa futuro depende, em alguma medida, dos ativos detidos hoje pela companhia. Se um ativo relevante da empresa perde valor, é razoável imaginar que seu potencial de gerar recursos no futuro seja prejudicado.

Para ficar mais fácil de entender, basta substituir a casa do exemplo acima por uma fábrica. Uma bomba diminuiria a capacidade de produção e de venda da companhia dona da unidade fabril. E consequentemente seu valor. Para reequilibrar a equação, uma opção seria a empresa gastar mais R$ 1 milhão para construir uma nova fábrica idêntica, no mesmo lugar (com efeito caixa).

Investidores poderão dizer que a baixa contábil feita pela empresa já estava nas contas de seus modelos, porque, mais conservadores que as empresas, eles já teriam considerado que aqueles ativos não gerariam o valor previsto. Ainda que isso possa ser verdade (embora em muitos casos não seja), isso não esconde o fato de que a empresa perdeu dinheiro.

Pense então que, em vez de uma bomba, que é algo totalmente imprevisível, a casa (ou a fábrica) foi destruída por um incêndio causado por falta de manutenção da fiação elétrica, ou que ela simplesmente ruiu, por uma falha estrutural de engenharia.

A perda de valor é a mesma.

Mas nesse caso é possível também identificar os responsáveis pela baixa – que deixa de ser o acaso.

Podem ser o arquiteto e o engenheiro que construíram a casa. O antigo proprietário, que não fez a manutenção devida, ou você mesmo, que comprou o imóvel sem avaliar corretamente os riscos.

No caso das empresas, é a mesma coisa.

A não ser em caso de catástrofes, sejam elas naturais ou financeiras, a baixa contábil de ativos é um reconhecimento de que alguém, em algum momento, fez um mau negócio com o dinheiro dos investidores, mesmo que na melhor das intenções.


‘Foi só contábil, sem efeito caixa’ - Fernando Torres - Valor

Punições da CVM


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), xerife do mercado de capitais brasileiro, aplicou punições que somam ao todo R$ 134,6 milhões em 2012, três vezes mais do que em 2011, quando a soma foi de R$ 37,6 milhões. O valor se refere a 146 multas a executivos, empresas e investidores em processos administrativos, além de 38 termos de compromisso assinados entre a autarquia e acusados, de forma a encerrar o inquérito antes do julgamento, segundo balanço da CVM ao qual O GLOBO teve acesso.

Essas acusações e condenações variaram de insider trading — negociar de posse de informações privilegiadas — a falta de prestação de informações a acionistas, além de fraudes com derivativos, demonstrações financeiras e práticas desleais de corretoras.

Segundo o superintendente-geral da CVM, Alexandre dos Santos, a quantidade e valor de multas e acordos varia em função do aquecimento do mercado. Houve, ainda, casos específicos, com valores altos.

— Com mais participantes, mais operações e mercado, existe aumento dos desvios. É sempre um fator para afetar a quantidade de processos e de propostas de termos de compromisso — diz Santos, explicando que o mercado pouco movimentado fez com que poucas multas fossem aplicadas em 2011.

Existem basicamente dois caminhos para os investigados: tentar um acordo com a CVM para encerrar as investigações ou apresentar defesa e enfrentar um julgamento. No primeiro caso, os investigados aceitaram pagar em 2012, somados, R$ 53 milhões para evitar julgamento da CVM, 178% a mais frente a 2011. Já os que optaram por um acordo tiveram que desembolsar R$ 81 milhões, alta de 350% no ano.

A maior multa aplicada no ano foi sobre o Banco Schahin, no valor de R$ 6,3 milhões, o equivalente a duas vezes os ganhos obtidos com operações irregulares, no âmbito da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Segundo a CVM, a multa foi por “práticas não equitativas” no mercado financeiro. O Schahin foi comprado pelo banco BMG em abril de 2011, por R$ 230 milhões.

Entre os acordos, aparece o assinado por 16 dos 17 envolvidos no episódio de derivativos da Aracruz, que levou a uma perda de R$ 4,6 bilhões para a empresa. Luciano Soares, Valdir Roque, João Cesar de Queiroz Torinho, entre outros ex-executivos, aceitaram pagar R$ 13,2 milhões para encerrar o processo, um dos seis maiores termos de compromisso da história da autarquia.
O recebimento dos valores das multas, contudo, segue comprometido pelos recursos dos condenados ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN), o Conselhinho, ligado ao Ministério da Fazenda. Um recurso leva, em média, dois anos e cinco meses para ser julgado no Conselhinho, segundo o último balanço de atividades disponível no site do Ministério da Fazenda, de 2008.

Fonte: aqui