O Brasil está cada vez mais longe da autossuficiência em petróleo e derivados. O reflexo é que a Petrobras terá neste ano o maior deficit comercial desde ao menos
1995, quando teve início a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento.
Até novembro, a diferença entre as importações e as exportações da empresa é de US$ 9,8 bilhões -aumento de 30% em relação a 2011 inteiro. A Petrobras exporta principalmente petróleo e óleo combustível e compra petróleo, diesel e gasolina.
O setor de petróleo e derivados do país como um todo também terá o maior deficit desde 1995: US$ 11,8 bilhões no ano, segundo a Tendências Consultoria.
Com o crescimento acelerado na demanda por combustíveis, as importações da Petrobras cresceram e as exportações caíram.
O aumento da renda real das pessoas e o controle dos preços da gasolina contribuem para aumento no consumo, que cresceu 11,8% para a gasolina até outubro e 7% para o diesel.
O consumo de etanol, que ficou menos competitivo com a gasolina barata, caiu 11%.
"A demanda por combustível vai continuar crescendo, e, enquanto não aumentar a capacidade de refino, será necessário comprar de fora", diz Walter de Vitto, analista da Tendências Consultoria.
O Brasil se tornou autossuficiente em petróleo em 2009, com exportações de US$ 9,2 bilhões e importações de US$ 9,1 bilhões. Hoje, em petróleo, país tem superavit de US$ 5,8 bilhões. Mas o Brasil exporta petróleo pesado e tem que importar petróleo leve.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
"O Brasil exporta o petróleo mais barato e importa o mais caro", explica Maurício Canêdo, economista da FGV.O refino do petróleo pesado é mais caro e exige mais tecnologia, e o Brasil não tem capacidade suficiente para esse refino.
Neste ano, pela primeira vez desde 1998, a exportação de gasolina vai ser insignificante, e a importação será recorde, de ao menos US$ 2,85 bilhões. O país não importava nada de gasolina até 2007.
[..] Fonte: aqui