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13 dezembro 2012

Destruição criativa: livreiros x e-books

Mais um exemplo de destruição criativa:

Além de e-books e o Kindle, a Amazon trouxe para o Brasil preocupação para os donos de livrarias. Temendo a concorrência desleal e o futuro do negócio, a Associação Nacional de Livrarias (ANL) divulgou carta aberta propondo medidas que protejam a rentabilidade dos 3,4 mil pontos de venda de livros espalhados pelo país.

O documento apresenta quatro propostas: o estabelecimento de um intervalo de 120 dias entre o lançamento dos livros impressos e a liberação nas plataformas digitais; o mesmo desconto de revenda do livro digital para todas as livrarias; a implantação de um teto de 30% na diferença de preços entre livros físicos e digitais; e a limitação em 5% no desconto dos e-books.
— A indústria cinematográfica é assim. Primeiro sai no cinema, depois começa a ser vendido. No nosso mercado estão fazendo o contrário. Já existem editoras fazendo pré-lançamento no digital — reclama o vice-presidente da ANL, Augusto Kater.

Mais que proteção, a instituição pede respeito pelo trabalho que os livreiros desempenharam ao longo dos anos para o mercado editorial e difusão da cultura. Segundo Kater, não existe o temor de o mercado desaparecer, como aconteceu com as lojas de CDs e filme fotográfico, mas a entrada de grandes players internacionais em um mercado não regulamentado gera insegurança no investidor.
— Hoje, se uma pessoa tem dinheiro para abrir um negócio, não vai abrir uma livraria. Não existe a certeza que os fornecedores serão fiéis. Em média, o livreiro trabalha com uma margem de lucro de 40% sobre o preço de capa. Muitas vezes, os grandes varejistas negociam descontos maiores com as editoras e ainda trabalham com margens menores. É desigual — diz Kater.

[...]
Para o professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do laboratório de Economia do Livro, Fábio Sa Earp, o futuro das livrarias é duvidoso. Na opinião do pesquisador, elas vão conviver com o livro digital por um tempo, mas na medida que os leitores forem barateando, os livreiros terão que se especializar ou fechar as portas.



Hoje, elas não têm muito o que temer, mas só enquanto o produto for caro. No longo prazo, as livrarias vão sofrer. Elas devem seguir o modelo da Travessa, da Saraiva, que unem a venda de livros com cafés, venda de CDs e DVDs. Ou devem se especializar em um tema, servir turmas escolares. Terão que vender algo mais que um livro — avalia.

Leia mais sobre esse assunto aqui

Exportações fictícias


As exportações de três plataformas de petróleo estão ajudando a dar fôlego extra para a balança comercial. As operações representaram vendas externas de quase US$ 1,5 bilhão, mas, na prática, são apenas contábeis, porque as plataformas nunca deixaram o Brasil.
As plataformas de petróleo são adquiridas de fornecedores brasileiros pela subsidiária da Petrobrás na Holanda e depois internalizadas novamente no País como se estivessem sendo "alugadas" através do regime aduaneiro especial Repetro.
As operações são legais e obedecem a uma instrução normativa da Receita Federal. No jargão técnico, são exportações "fictas", que ocorrem apenas contabilmente. O objetivo é economizar no pagamento de impostos.
O Repetro permite que as petroleiras importem determinados bens livres de tributos por um determinado período de tempo. Ao utilizar o Repetro em vez de adquirir diretamente no Brasil, a Petrobrás economiza o pagamento de PIS, Cofins e IPI sobre as plataformas.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, foram exportadas plataformas nos meses de fevereiro, (US$ 405 milhões), outubro (US$ 382 milhões) e novembro (US$ 670 milhões). O valor total envolvido é de US$ 1,456 bilhão.
Não é a primeira vez que isso ocorre. No ano passado, também foram exportadas três plataformas de petróleo, que somaram US$ 1,043 bilhão. Em 2008, outras três entraram nas estatísticas por US$ 1,485 bilhão. Em 2009 e em 2010, não houve exportações desse tipo.
Por meio de nota, a Petrobrás diz que a exportação de plataformas para sua subsidiária na Holanda é "procedimento de rotina e uma condição para a aplicação do Repetro". A estatal diz que os valores "estão de acordo com os praticados pelo mercado".
O problema é que essas operações inflam o saldo da balança. As plataformas de petróleo são registradas como exportações, mas, como voltam ao País como "admissão temporária de bens", não aparecem nas estatísticas de importação.
Até a terceira semana de novembro, o País registrou superávit de US$ 17,31 bilhões, queda de 35,2% em relação ao mesmo período em 2011. Sem as plataformas de petróleo, esse valor cairia para US$ 15,85 bilhões. Se também for descontado o atraso no registro de importações de petróleo, o superávit ficaria em apenas US$ 9,85 bilhões.

Economia brasileira: moribunda criatura

No dia 10 publicamos a postagem "Economia Brasileira". Abaixo trechos do mesmo texto por Silvio Guedes Crespo:

A The Economist levantou o tom contra a presidente Dilma Rousseff e engrossou o coro dos que pedem a cabeça do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A publicação disse que a economia brasileira é uma “moribunda criatura”, chamou a presidente de “intrometida-chefe” (em referência às intervenções do Estado no mercado) e acrescentou que, se ela fosse mesmo pragmática, “deveria demitir o senhor Mantega”.

[...] Mantega defendeu-se dizendo que a maior parte dos economistas do setor privado também errou a previsão [!!!] do PIB e lançou um pacote de estímulos à construção civil e disse que novas medidas estão por vir.

Para a Economist, o problema não está na falta de esforços do governo para fazer o País crescer e sim no que a revista avalia como uma “intromissão” excessiva do governo na economia.






Moribunda Criatura, você diz?

A presidente Dilma Rousseff não gostou de ver a revista britânica The Economist sugerir a saída de Guido Mantega do Ministério da Fazenda. [...] No final de 2009, quando a então ministra Dilma começava a esquentar seus tamborins para a campanha presidencial do ano seguinte, a mesma Economist colocou o Brasil na Lua. Ou quase lá. Com uma foto do Cristo Redentor sendo lançado aos céus como um foguete, a revista dizia em sua capa que o Brasil “decolava”. “Sua decolagem é ainda mais admirável porque foi conseguida por meio de reformas e da construção democrática do consenso”, escreveu a publicação britânica. Ninguém no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, muito menos Dilma, desqualificou na época as opiniões de “uma revista que não seja brasileira”. A liberal Economist, uma das mais importantes referências no mundo em economia e política internacional, dava seu selo de aprovação ao rumo que o Brasil tomava – e o governo brasileiro sorria. O caráter estrangeiro da sua opinião não a invalidou. Seu ponto de vista não foi julgado a partir de um nacionalismo estreito, mas apenas com base em seu mérito.

A Economist parece ter mudado de avaliação sobre o Brasil, o que evidencia umas de suas muitas qualidades: a capacidade de se adaptar, caso alterações significativas no tema analisado assim exijam. Não apenas isso. Quando tal mudança evidencia um erro anterior de avaliação, a Economist não foge do mea culpa. [...] A mesma voz da Economist que afaga e elogia pode ressurgir em forma de crítica, nem que seja contra eles mesmos. Se essa voz era importante no momento dos elogios, seu valor permanece o mesmo na discórdia.

Os comentários de Dilma Rousseff indicam que, pelo menos inicialmente, a presidente não dará ouvidos à sugestão da Economist sobre Guido Mantega. O ministro deverá ter pelo menos mais alguns meses para mostrar se consegue dar à economia brasileira uma taxa de crescimento mais expressiva do que a atual, de pouco mais de 1% ao ano. [...] O ano de 2013 mostrará quem tem razão. A Economist, ao pedir a cabeça do ministro brasileiro, poderá ser exposta em mais um erro de avaliação, como aquele cometido pouco antes da invasão do Iraque. Ou demonstrará mais uma vez sua capacidade visionária, aplicada de forma certeira no futuro de Donald Rumsfeld.

Fonte: Aqui

12 dezembro 2012

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Amamos a Contabilidade

O refrão:
"We all love accounting - it's the reason we come to school, dear old accounting, there's nothing else quite as cool"



Fonte: Boring is Optional

Convergência

Segundo Matt Kelly, num artigo para Compliance Week , “há sólidas, inteligentes e respeitáveis razões para que um país adote as IFRS, mas nenhuma delas se aplica aos Estados Unidos”. O texto de Kelly está baseado nas razões apresentadas recentemente por Julie Erhardt, da SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos.

Segundo Erhardt, alguns países podem adotar as normas internacionais para dar um “upgrade” na sua contabilidade. Apesar de não citar o Brasil, este seria o caso. Assim, em lugar de gastar energia desenvolvendo padrões contábeis sofisticados, a adoção das IFRS pode permitir o acesso rápido a padrões contábeis avançados. Entretanto, este não é o caso dos Estados Unidos, que possui um padrão contábil bastante avançado. Na prática, vários especialistas afirmam que as normas estadunidenses são mais avançadas que as normas baseadas em princípios do Iasb.

A segunda razão para adotar as normas internacionais é obter mais investimentos externos. De certa forma, as IFRS permitiram atrair capital ao tornar mais acessível e comparável as demonstrações contábeis. Obviamente este não é o caso do mercado de capital mais desenvolvido do mundo.

A terceira razão é simplificar o movimento de capital. A IFRS permite que uma empresa de um país emergente possa obter capital em outros mercados. Mas a maioria das empresas dos EUA fazem seus negócios no mercado interno.

Assim, nenhum dos três grande argumentos usados por Erhardt é válido para os Estados Unidos. Diante disto, Kelly conclui que a SEC não tem necessidade urgente de adotar IFRS rapidamente. E os Estados Unidos não quer.