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07 dezembro 2012

EUA e China

O organismo regulador do mercado acionário norte-americano iniciou processo administrativo contra os braços chineses das grandes empresas mundiais de auditoria, sob a acusação de que elas se recusaram a entregar documentos exigidos em investigações de fraudes contábeis.

O caso revela divergências entre os governos dos dois países em relação ao grau de transparência de companhias abertas e poderá inviabilizar a negociação de ações de empresas da China em Bolsas dos Estados Unidos.

As auditoras sustentam que são impedidas pela legislação chinesa de apresentar a documentação exigida, que é classificada como "segredo de Estado" - um amplo e nebuloso conceito usado pelo governo como instrumento de controle político e econômico.

Patrick Chovanec, professor da Universidade Tsinghua, considera que o impasse entre a SEC e as autoridades de Pequim é um "Armageddon contábil", que poderá obrigar o cancelamento do registro em Bolsas norte-americanas de todas as companhias abertas chinesas, incluindo pesos pesados como Sinopec, China Unicom e China Life.

Anunciada anteontem, a ofensiva da Securities and Exchange Commission (SEC) atinge as operações chinesas da BDO e das quatro gigantes globais de autoria: Deloitte Touche Tohmatsu, Ernst & Young, KPMG e PricewaterhouseCoopers.

As cinco empresas são acusadas de violar legislação do mercado acionário, segundo a qual firmas estrangeiras de contabilidade devem atender às solicitações da SEC de papéis de auditoria relativos a qualquer companhia listada em Bolsas dos EUA.

Segundo nota publicada no site da SEC, os documentos foram requeridos na investigação de nove empresas chinesas que têm ações no mercado americano. As cinco auditoras se recusaram a atender à solicitação.

O diretor da Divisão de Sanções da SEC, Robert Khuzami, afirmou que o acesso aos papeis é essencial para o organismo cumprir sua função de proteger os investidores de fraudes contábeis. "Firmas que realizam auditorias sabendo que não podem cumprir as leis que exigem acesso a esses papeis de trabalho enfrentam sérias punições."

Ofensiva. Paul Gillis, professor de contabilidade da Universidade de Pequim, diz que a ofensiva da SEC marca o começo do processo de cancelamento dos registros dos braços chineses das empresas de auditoria junto aos órgãos reguladores norte-americanos, o que provavelmente também levará à saída das companhias chinesas das Bolsas dos Estados Unidos.

Chovanec e Gillis observaram que as restrições no acesso a documentos contábeis pode afetar companhias multinacionais que atuam na China e precisam auditar suas operações locais. Para fazer o trabalho, as firmas de autoria precisam estar registradas no Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), um organismo subordinado à SEC. Mas é pouco provável que obtenham ou mantenham esse status caso sejam condenadas sob a acusação de desrespeitarem a legislação norte-americana.

A PricewaterhouseCoopers divulgou nota na qual afirma que há um conflito entre as leis dos EUA e da China, que precisa ser resolvido pelos governos dos países. A Deloitte lamentou que os as autoridades não tenham conseguido chegar a um acordo sobre o assunto, mas se disse esperar que uma solução "diplomática" seja alcançada.

Segundo Chovanec, os gestores dos braços chineses das auditorias foram alertados pelas autoridades de Pequim de que poderão ser condenados à prisão perpétua caso entreguem documentos que obtiveram no exercício de seu trabalho.


CLÁUDIA TREVISAN, CORRESPONDENTE /PEQUIM - O Estado de S.Paulo - 5 de dez de 2012

HSBC

Acusou-se o HSBC nos Estados Unidos de lavagem de dinheiro e apoio ao terrorismo. Como consequência, sua nota de crédito foi cortada em meados do ano. Em novembro o HSBC anunciou uma provisão para a multa esperada.

Agora surgiu a informação que o HSBC deverá pagar uma multa de US$1,8 bilhão num acordo com as autoridades policiais. Este acordo deverá ser anunciado formalmente na semana que vem, segundo informou a Reuters. A provisão era de 1,5 bilhão.

Indústria


[...]Yet 3D printing is just one of many production technologies and trends which are transforming the way companies will be able to make things in the future. The old rules of manufacturing, such as “you must seek economies of scale” and “you must reduce unit-labour costs”, are being cast aside. New machines can print every item differently. More flexible robots are getting cheaper and better at doing all the boring and dirty stuff.
Add to that another 1.8 billion consumers who will join the global marketplace in the next 15 years and “Manufacturing the Future”, a new report by the McKinsey Global Institute, has good cause to be optimistic. Demand will grow not only for basic goods (which are typically made in developing countries) but also for the costly, innovative gadgets and high-tech products that rich countries make. McKinsey reckons that rich countries will keep making such products better than anyone else.
Developing countries will continue to increase their share of global production. Measured by nominal value added, by 2010 China had surpassed Japan to become the second-largest manufacturing nation, after America. A decade earlier it was in fourth place. In the same period, Brazil jumped from 12th to 6th and India from 14th to 10th. Britain slipped from 5th to 9th.
As countries get richer, manufacturing tends to account for a smaller share of their GDP. The point at which this decline starts varies (the share usually peaks at 20-35%), as does the rate of decline. In the 15 largest manufacturing economies, manufacturing’s share of GDP ranges from 33% in China to 10% in Britain (see chart).
Rich countries’ relative position may be slipping, but their absolute manufacturing output is rising quite fast. What has fallen is the number of workers needed on the factory floor. Even though some manufacturing is returning to America and Europe from places where it had been offshored, such as China, this trend will not recreate all the factory jobs that once existed.
[...]In the future, McKinsey predicts there will be more jobs for robots. Since 1990 the cost of automation has fallen relative to labour by 40-50% in the rich world, it says. The rise of the machines will continue in rich countries, and they will make inroads into developing ones. Wages in emerging markets are soaring. One Chinese manufacturer is talking of hiring 1m robots. Still, robots need people to build, program and maintain them. Humans have no cause to hold their heads in their hands.

Rodízio

O Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Abertas dos Estados Unidos (PCAOB, na sigla em inglês) vai enfrentar dificuldades se quiser implantar um sistema de rodízio obrigatório de firmas de auditoria, comentou hoje o membro do conselho Jay Hanson, segundo informações do “Journal of Accountancy”.

Questionado sobre o assunto em evento realizado em Washington, Hanson disse que a adoção da regra é improvável. “Não acho que vamos avançar nesse sentido”, avaliou. A conferência tratava de questões relacionadas ao PCAOB e à Comissão de Valores Mobiliários (SEC).

Segundo Hanson, para que o rodízio mandatório fosse aprovado, o comitê teria de provar estatisticamente que a solidez contábil de uma empresa é beneficiada pela troca de auditores — e que essas melhorias ultrapassariam os custos necessários para se mudar de firma.

Em agosto do ano passado, o PCAOB pediu para que as companhias comentassem sobre o assunto e opinassem sobre as possíveis melhorias em objetividade, independência e profissionalismo que o rodízio obrigatório poderia trazer às auditorias.

“Temos muito a fazer antes de realmente propor ou adotar o rodízio”, disse Hanson. “Sou cético, com todos os problemas que temos que enfrentar”, continuou. Porém, ele foi enfático ao dizer que apenas uma opinião, e não a posição do conselho.


Rodízio de auditores é improvável nos EUA, diz especialista - 6 de Dezembro de 2012 - Valor Online - Renato Róstas

Contratações 2

A ex-presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Maria Helena Santana, vai presidir o recém-criado Comitê de Governança Corporativa do Grupo Pão de Açúcar.

O comitê será responsável por garantir a aplicação de regras internas de transparência e de respeito aos acionistas minoritários, além da comunicação com o mercado financeiro e da solução de conflitos de interesses do grupo varejista.


Folha de S Paulo

Contratações 1

Em fevereiro deste ano o então contador da SEC, James Kroeker, fez uma declaração que pareceu que os Estados Unidos iriam aderir as IFRS. Na ocasião um dirigente da Deloitte acredita também nisto, conforme postamos:

Uma declaração de um executivo da Deloitte afirma que os termos usados por Kroeker, o contador chefe da SEC, confirma claramente que os EUA irão usar as IFRS.

Em junho Kroeker deixou seu cargo na SEC. Nesta época a SEC divulga um relatório com críticas as IFRS e sem um posicionamento formal quando a convergência.

Agora a Deloitte anunciou formalmente que o ex-contador chefe da SEC será seu funcionário a partir de janeiro.

Congestionamentos e pedágio urbano


Na economia, há, em geral, dois tipos de bens em que a alocação dos recursos não ocorre de forma eficiente: os bens públicos e os recursos comuns. O ar que respiramos é um bem público: ninguém pode ser impedido de usá-lo e o uso por um individuo não diminui a disponibilidade para outro. Como ninguém paga pelo ar que respira, o mercado não pode fornecê-lo de forma eficiente. Os peixes no mar são exemplo clássico de recurso comum: ninguém pode ser impedido de pescar, mas, quando alguém o faz, reduz a disponibilidade de peixes para outras pessoas. Como os indivíduos não pagam para usufruir de um recurso comum, há uma externalidade negativa -  excesso de pesca, neste caso, pois existe um desalinhamento entre os interesses privados e o ótimo social. Em ambos os casos, o mercado falha devido a ausência de direitos de propriedade; portanto, o governo pode, às vezes, melhorar o resultado.

A rua podem ser bem público ou recurso comum. Quando não está congestionada, é um bem público: o uso por alguém não afeta outras pessoas. Caso contrário, é um um recurso comum: o uso por indivíduo torna a rua mais congestionada, gerando externalidades negativas para outros motoristas- poluição, perda de tempo, etc. Para solucionar esse problema ,o governo pode aumentar os impostos sobre a gasolina (medida impopular e imperfeita) ou cobrar pedágio em áreas com trânsito mais caótico. Várias cidades já utilizam pedágio urbano, como é o caso de Londres, para reduzir os congestionamentos. Neste vídeo, Jonas Eliasson apresenta o resultado satisfatório do uso do pedágio urbano em Estocolmo na Suécia.

Para saber mais, leia este trabalho, que não li ,sobre o tema: Discussão Econômica sobre a Tarifação de Congestionamentos como Instrumento de Regulação do Tráfego Urbano