O jogador de xadrez noruguês Magnus Carlsen está perto de quebrar um recorde mundial. O atual número um do rating poderá atingir mais de 2851 pontos caso tenha um bom desempenho num torneio que está sendo realizado em Londres. Esta pontuação é o valor máximo conseguido por um jogador, recorde de Kasparov de 1999.
Com 22 anos apenas, Carlsen tem até agora no torneio três vitórias e um empate. E faltam quatro jogos ainda. O rating provisório no torneio do jogador é de mais de 3 mil pontos. Os jogos acontecem diariamente, começando as 12 horas de Brasília.
06 dezembro 2012
SEC ainda indecisa
Durante a conferência da AICPA, a entidade que congrega os contadores certificados dos Estados Unidos, as divergências sobre a adoção das normas internacionais por parte dos Estados Unidos ficaram visíveis. O presidente do Iasb, Hans Hoogervorst, novamente insistiu neste ponto. Já a presidente do Fasb, Leslie Seidman, afirmou que os Estados Unidos necessitam de algo mais preciso do que as orientações gerais das normas do Iasb. Isto parece deixar claro que as duas entidades estão se afastando de um projeto conjunto.
Mas a decisão sobre o assunto cabe a SEC, a CVM dos Estados Unidos. Num relatório em julho a entidade não se pronunciou diretamente sobre o assunto, mas indicou os pontos negativos e positivos sobre o assunto. A SEC, também presente no evento, E a incerteza da SEC não tem ajudado a convergência. O contador chefe da SEC indicou que é necessário esperar por uma decisão da entidade. Mas ele reconhece que esta é a mais importante decisão contábil que entidade irá tomar desde sua criação, na década de trinta do século passado.
Leia mais sobre o assunto aqui e aqui
Mas a decisão sobre o assunto cabe a SEC, a CVM dos Estados Unidos. Num relatório em julho a entidade não se pronunciou diretamente sobre o assunto, mas indicou os pontos negativos e positivos sobre o assunto. A SEC, também presente no evento, E a incerteza da SEC não tem ajudado a convergência. O contador chefe da SEC indicou que é necessário esperar por uma decisão da entidade. Mas ele reconhece que esta é a mais importante decisão contábil que entidade irá tomar desde sua criação, na década de trinta do século passado.
Leia mais sobre o assunto aqui e aqui
05 dezembro 2012
Niemeyer
Amo Brasília. Então parece não ter como não gostar da obra de Oscar Niemeyer, que faleceu ontem. Adoro ver a Catedral, o Teatro Nacional, os Ministérios.
Não entendo de arquitetura, mas em 2008 postamos sobre um trabalho acadêmico sobre os mais importantes arquitetos do mundo:
David Galenson faz pesquisas com artes (música, pintura e agora arquitetura). Apesar de questionável, em The Greatest Architects of the 20th Century, ele aponta Le Corbusier como o maior arquiteto do século, seguido por Frank Wright e Ludwig Mies van der Robe. Frank Gehry e Renzo Piano são os maiores ainda vivos.
Apesar de questionável a metodologia de seleção dos arquitetos, o resultado indica que Oscar Niemeyer não está na lista final. Morando numa cidade onde a presença da arquitetura é enorme, a ausência de Niemeyer deixa-me surpreso. Qual a razão? O fato dele ser um discípulo de Corbusier, não um pioneiro? A sua associação com regimes totalitários? Ou ser um arquiteto do terceiro mundo? Ou a dificuldade de adaptação do ser humano que usa seus prédios (quem trabalha num prédio projetado por ele sabe como isso é um problema)? Ou talvez a falha da metodologia?
Não entendo de arquitetura, mas em 2008 postamos sobre um trabalho acadêmico sobre os mais importantes arquitetos do mundo:
David Galenson faz pesquisas com artes (música, pintura e agora arquitetura). Apesar de questionável, em The Greatest Architects of the 20th Century, ele aponta Le Corbusier como o maior arquiteto do século, seguido por Frank Wright e Ludwig Mies van der Robe. Frank Gehry e Renzo Piano são os maiores ainda vivos.
Apesar de questionável a metodologia de seleção dos arquitetos, o resultado indica que Oscar Niemeyer não está na lista final. Morando numa cidade onde a presença da arquitetura é enorme, a ausência de Niemeyer deixa-me surpreso. Qual a razão? O fato dele ser um discípulo de Corbusier, não um pioneiro? A sua associação com regimes totalitários? Ou ser um arquiteto do terceiro mundo? Ou a dificuldade de adaptação do ser humano que usa seus prédios (quem trabalha num prédio projetado por ele sabe como isso é um problema)? Ou talvez a falha da metodologia?
O que não te ensinaram na pós-graduação IV
Notas: Os seus alunos aprendem de acordo com o retorno que recebem. Um trabalho com a devida nota e apontamentos é uma ferramenta de feedback importante. A prova é uma forma de comunicação entre você e o aluno. Essa é a forma pela qual você descobre o que os alunos realmente sabem e que princípios e conceitos eles não assimilaram. Não use apenas monitores ou assistentes para a correção das provas das suas turmas.
Figura Pública: Esteja atento. Como professor você é uma figura pública. Seus alunos passam 40 horas ou mais por semestre te olhando enquanto você fala. Essa experiência os marca de forma indelével. Você perceberá que anos depois, quando te abordarem e te chamarem pelo nome, esperarão que você se lembre deles. Você, claro, usualmente não se lembrará. A aparência e as vestimentas deles serão diferentes. O ponto é: o seu comportamento em locais públicos é notado quando você menos espera.
Eventos: Participe de palestras e congressos. Quando pessoas de primeira linha são convidadas a palestrar, seja na sua área ou não, tente ao máximo comparecer. Quando você era aluno, pessoas intelectualmente importantes apareciam no campus para palestrar ou passar um ou dois dias com professores e alunos. Frequentemente se tornaram eventos memoráveis para você. Você comparecia só para ver quem era aquela pessoa. Agora que você é um professor, não se sinta ocupado demais para estar presente em tais momentos. Mesmo que o assunto não pareça interessante para você, vá. O que você irá ouvir, se cuidadosamente prestar atenção, é como os palestrantes pensam sobre o mundo, como lidam com problemas, como trabalham neles. Constantemente você aprenderá coisas novas que alterarão a sua perspectiva sobre a sua área de ensino e pesquisa.
O que não te ensinaram na pós-graduação I, II, III
Bolha do Alicate
O Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul ofereceu denúncia na última sexta-feira (30) contra dez pessoas, pelos crimes de formação de quadrilha e manipulação do mercado, sendo duas dessas pessoas acusadas também de "insider trading" - uso de informação privilegiada - envolvendo as ações da Mundial (MNDL3).
Segundo informações da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) divulgadas na tarde desta terça-feira (4), além de penas de prisão, os denunciados poderão ser condenados a penas de multa que podem atingir até três vezes o lucro obtido com as irregularidades. Procurado pelo Portal InfoMoney, a assessoria de imprensa da CVM não soube especificar quem são os acusados.
"Bolha do alicate"
A fabricante de válvulas, talheres, alicates e produtos de beleza viu seu valor de mercado crescer artificialmente quase 3.000% de fevereiro a junho de 2011, despencando cerca de 85% em apenas uma semana após essa longa alta, indo da faixa dos R$ 7,00 para R$ 0,90, resultando em fortes perdas para diversos investidores - o que ficou conhecido como "bolha do alicate".
Atualmente, as ações MNDL3 são negociadas entre R$ 0,15 e R$ 0,17, com um fraco volume financeiro.
Ministério Público denuncia 10 por "bolha do alicate" - 4 de Dezembro de 2012 - BOL
Gostei do nome Bolha do Alicate.
Segundo informações da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) divulgadas na tarde desta terça-feira (4), além de penas de prisão, os denunciados poderão ser condenados a penas de multa que podem atingir até três vezes o lucro obtido com as irregularidades. Procurado pelo Portal InfoMoney, a assessoria de imprensa da CVM não soube especificar quem são os acusados.
"Bolha do alicate"
A fabricante de válvulas, talheres, alicates e produtos de beleza viu seu valor de mercado crescer artificialmente quase 3.000% de fevereiro a junho de 2011, despencando cerca de 85% em apenas uma semana após essa longa alta, indo da faixa dos R$ 7,00 para R$ 0,90, resultando em fortes perdas para diversos investidores - o que ficou conhecido como "bolha do alicate".
Atualmente, as ações MNDL3 são negociadas entre R$ 0,15 e R$ 0,17, com um fraco volume financeiro.
Ministério Público denuncia 10 por "bolha do alicate" - 4 de Dezembro de 2012 - BOL
Gostei do nome Bolha do Alicate.
Eletrobras
Com menos de 24 horas para analisar argumentações contra e a favor, a área técnica e o colegiado da CVM não conseguiram [1] concluir a priori que a União, controladora da Eletrobras, deveria ser impedida de votar a proposta de prorrogação dos contratos de concessão atingidos pela Medida Provisória 579, por conflito de interesses.
Mas a CVM “reconheceu a importância de evoluir na discussão acerca do conflito de interesses nas sociedades de economia mista”.
Entre os pontos que devem entrar em consideração, segundo a CVM, está o artigo 238 da Lei nº 6.404/76, que expressamente autoriza o controlador a “orientar as atividades da companhia de modo a atender ao interesse público que justificou a sua criação”.
Em relação ao caso concreto da Eletrobras, a superintendência de relações com empresas da CVM seguirá analisando as circunstâncias e “de posse de mais elementos poderá formar seu juízo conclusivo quanto à matéria”.
Há pelo menos dois pontos em questão que poderiam ser analisados nessa operação específica.
Um é o plano do governo de reduzir a tarifa de energia em 20% e, como controlador da Eletrobras, votar para que a companhia aceite uma receita mais baixa por seus serviços daqui para frente.
Nesse caso, tal como faz com a Petrobras e o preço da gasolina, a União usa uma empresa de economia mista para atingir objetivos de política pública [2]. Mais especificamente, reduzir os custos de produção da indústria brasileira e manter os índices de preços em torno da meta de inflação. Do ponto de vista das empresas mistas, isso pode significar tanto uma perda efetiva como também um ganho menor do que o potencial caso a decisão fosse contrária à determinada pelo governo.
Um segundo ponto é a Eletrobras assinar um contrato com a União que lhe obrigará a registrar uma baixa contábil bilionária no valor de seus ativos — conta do balanço formada por bens e direitos [3], que foram constituídos por alguma razão e, normalmente, após um desembolso efetivo. A perda será inferior aos R$ 18 bilhões inicialmente anunciados porque o governo decidiu dar uma indenização maior para ativos de transmissão, mas não deixará de ser relevante.
Ao aceitar o valor definido pelo governo (que nem ela mesma conhece [4]), a Eletrobras abre mão de ser remunerada por esses ativos, que durante anos foram registrados na sua contabilidade e aceitos pelo governo - seja via Aneel, como reguladora, ou pela própria União, como controladora, ao aprovar as contas anuais da empresa [5].
Como na contabilidade não existe débito sem crédito [6], vale destacar que a própria União é a contraparte dessa perda bilionária. Assim, se a Eletrobras perde alguns bilhões, o governo ganha a mesma quantia do outro lado (ao reduzir um potencial desembolso) [7].
Dito de outra forma, se a União tivesse uma contabilidade baseada na competência, a indenização devida às concessionárias de energia pelos ativos não amortizados estaria há anos registrada no passivo — idealmente, pelos mesmos valores da contabilidade das empresas. Ao determinar um valor menor que o esperado pelas empresas para pagar como indenização, o governo reduz esse passivo e registra a diferença como ganho [8].
Não fica claro como essa receita contábil extraordinária do Tesouro atende o interesse público.
Se a Eletrobras resolvesse “vender” uma nota de R$ 100 para o governo por R$ 40, todo mundo ia achar estranho. Mas como não se trata de dinheiro vivo, mas de um ativo fixo, de valor mais controverso, o tratamento é outro.
A Eletrobras argumentou que os valores registrados eram estimativas, já que não se conhecia o critério que seria usado pelo governo para a indenização. A empresa também pontuou que essa perda (ou ganho do governo) será registrada com ou sem prorrogação dos contratos de forma antecipada, já que o Ministério de Minas e Energia disse que o critério para reembolso será o mesmo quando vencerem as concessões em 2015. Assim, a perda teria sido imposta à empresa pela União como governo (como ocorreria num caso hipotético de aumento de impostos) e não como acionista ao aceitar a prorrogação antecipada.
Mas a pouca disposição da Eletrobras em contestar o método de cálculo escolhido chamou a atenção [9]. Uma evidência de que havia espaço para discussão é que, após críticas e questionamentos administrativos apresentados por outras empresas (que não têm a União como controladora), o governo reviu valores e decidiu aumentar a indenização em alguns bilhões de reais - não sendo necessário nem mesmo entrar com uma ação judicial, cujo “desfecho seria desconhecido”, segundo a Eletrobras.
Conflito na Eletrobras? - 4 de Dezembro de 2012 - Valor Online
[1] A CVM é governo. Será que ela possui independência suficiente para analisar este caso?
[2] Esta é uma situação que um minoritário já sabe de antemão o risco envolvido. Investe numa empresa do governo quem deseja correr um risco.
[3] Ah, este conceito de ativo ... Nem um aluno de graduação usa mais. (Pelo menos não um aluno deste blogueiro)
[4] É interessante (?) que uma decisão deste nível não possui um valor.
[5] Não somente. Especialmente na escolha dos seus dirigentes.
[6] em igual valor.
[7] Mas perde também, já que não terá dividendos desta empresa.
[8] Novamente não é tão simples assim.
[9] É também uma empresa dominada por políticos.
Mas a CVM “reconheceu a importância de evoluir na discussão acerca do conflito de interesses nas sociedades de economia mista”.
Entre os pontos que devem entrar em consideração, segundo a CVM, está o artigo 238 da Lei nº 6.404/76, que expressamente autoriza o controlador a “orientar as atividades da companhia de modo a atender ao interesse público que justificou a sua criação”.
Em relação ao caso concreto da Eletrobras, a superintendência de relações com empresas da CVM seguirá analisando as circunstâncias e “de posse de mais elementos poderá formar seu juízo conclusivo quanto à matéria”.
Há pelo menos dois pontos em questão que poderiam ser analisados nessa operação específica.
Um é o plano do governo de reduzir a tarifa de energia em 20% e, como controlador da Eletrobras, votar para que a companhia aceite uma receita mais baixa por seus serviços daqui para frente.
Nesse caso, tal como faz com a Petrobras e o preço da gasolina, a União usa uma empresa de economia mista para atingir objetivos de política pública [2]. Mais especificamente, reduzir os custos de produção da indústria brasileira e manter os índices de preços em torno da meta de inflação. Do ponto de vista das empresas mistas, isso pode significar tanto uma perda efetiva como também um ganho menor do que o potencial caso a decisão fosse contrária à determinada pelo governo.
Um segundo ponto é a Eletrobras assinar um contrato com a União que lhe obrigará a registrar uma baixa contábil bilionária no valor de seus ativos — conta do balanço formada por bens e direitos [3], que foram constituídos por alguma razão e, normalmente, após um desembolso efetivo. A perda será inferior aos R$ 18 bilhões inicialmente anunciados porque o governo decidiu dar uma indenização maior para ativos de transmissão, mas não deixará de ser relevante.
Ao aceitar o valor definido pelo governo (que nem ela mesma conhece [4]), a Eletrobras abre mão de ser remunerada por esses ativos, que durante anos foram registrados na sua contabilidade e aceitos pelo governo - seja via Aneel, como reguladora, ou pela própria União, como controladora, ao aprovar as contas anuais da empresa [5].
Como na contabilidade não existe débito sem crédito [6], vale destacar que a própria União é a contraparte dessa perda bilionária. Assim, se a Eletrobras perde alguns bilhões, o governo ganha a mesma quantia do outro lado (ao reduzir um potencial desembolso) [7].
Dito de outra forma, se a União tivesse uma contabilidade baseada na competência, a indenização devida às concessionárias de energia pelos ativos não amortizados estaria há anos registrada no passivo — idealmente, pelos mesmos valores da contabilidade das empresas. Ao determinar um valor menor que o esperado pelas empresas para pagar como indenização, o governo reduz esse passivo e registra a diferença como ganho [8].
Não fica claro como essa receita contábil extraordinária do Tesouro atende o interesse público.
Se a Eletrobras resolvesse “vender” uma nota de R$ 100 para o governo por R$ 40, todo mundo ia achar estranho. Mas como não se trata de dinheiro vivo, mas de um ativo fixo, de valor mais controverso, o tratamento é outro.
A Eletrobras argumentou que os valores registrados eram estimativas, já que não se conhecia o critério que seria usado pelo governo para a indenização. A empresa também pontuou que essa perda (ou ganho do governo) será registrada com ou sem prorrogação dos contratos de forma antecipada, já que o Ministério de Minas e Energia disse que o critério para reembolso será o mesmo quando vencerem as concessões em 2015. Assim, a perda teria sido imposta à empresa pela União como governo (como ocorreria num caso hipotético de aumento de impostos) e não como acionista ao aceitar a prorrogação antecipada.
Mas a pouca disposição da Eletrobras em contestar o método de cálculo escolhido chamou a atenção [9]. Uma evidência de que havia espaço para discussão é que, após críticas e questionamentos administrativos apresentados por outras empresas (que não têm a União como controladora), o governo reviu valores e decidiu aumentar a indenização em alguns bilhões de reais - não sendo necessário nem mesmo entrar com uma ação judicial, cujo “desfecho seria desconhecido”, segundo a Eletrobras.
Conflito na Eletrobras? - 4 de Dezembro de 2012 - Valor Online
[1] A CVM é governo. Será que ela possui independência suficiente para analisar este caso?
[2] Esta é uma situação que um minoritário já sabe de antemão o risco envolvido. Investe numa empresa do governo quem deseja correr um risco.
[3] Ah, este conceito de ativo ... Nem um aluno de graduação usa mais. (Pelo menos não um aluno deste blogueiro)
[4] É interessante (?) que uma decisão deste nível não possui um valor.
[5] Não somente. Especialmente na escolha dos seus dirigentes.
[6] em igual valor.
[7] Mas perde também, já que não terá dividendos desta empresa.
[8] Novamente não é tão simples assim.
[9] É também uma empresa dominada por políticos.
Assinar:
Postagens (Atom)