Geralmente o contador é visto como uma figura sem sentimentos, “neutro”, que não ajuda o próximo. A Accounting for International Development (AfID) mostra que isto não é verdadeiro. Fundada em 2009, esta entidade procura oferecer serviços profissionais para aqueles que não possuem experiência ou tempo.
Se um hospital faz um bom trabalho numa região pobre, é necessário informar, através de demonstrações financeiras adequadas ao doador, o seu trabalho. Além dos profissionais voltados para atividades fins, as entidades em fins lucrativos também necessitam de apoio na área financeira.
A AfID auxilia mais de 150 entidades, com 300 voluntários enviados a países pobres do mundo. A entidade recebe apoio de diversas organizações, inclusive empresas de auditoria como KPMG, E&Y, Deloitte, BDO, Grant Thornton, PwC, entre outras.
Leia mais aqui
03 dezembro 2012
Por que cai o investimento?
Autor: Armando Castelar |
Correio Braziliense - 28/11/2012 |
O pífio desempenho do PIB em 2012 reflete em parte o menor crescimento do consumo das famílias, que deve fechar o ano na faixa de 3%, contra 4% em 2011. Essa perda de dinamismo ocorreu a despeito da significativa alta na massa salarial real, de quase 6%, fruto de um mercado de trabalho cada vez mais apertado, sendo explicada provavelmente pela expansão mais lenta do crédito às famílias.
O principal destaque negativo do ano será, porém, a queda no investimento, que pode superar 3%, contra alta de 5% em 2011. Essa queda é tão mais notável quando se leva em conta os inúmeros benefícios que o governo vem dando às empresas que se dispõem a investir: depreciação acelerada, empréstimos do BNDES com juros reais negativos, isenções tributárias, proteção tarifária, além, claro, da redução de 5,25 pontos percentuais na Selic. O que explica o investimento cair dessa forma?
Não há uma única explicação, mas um conjunto de fatores. Primeiro, o agravamento do quadro econômico internacional, com o aprofundamento da crise europeia e suas repercussões sobre os EUA e a China. Em particular, os exportadores de commodities sofrem com a redução da demanda por seus produtos e quedas nos seus preços e é natural que adiem projetos de expansão da capacidade de produção.
Não obstante, a crise está longe de explicar tudo ou possivelmente a maior parte dessa retração. Basta ver que outros países latino-americanos, em geral ainda mais dependentes da exportação de commodities que o Brasil, estão investindo mais este ano do que em 2011: Chile, mais 9%; Peru, mais 5%; Colômbia, mais 3%; por exemplo.
Segundo, a indústria segue com desempenho bastante fraco, devendo apresentar contração na sua produção de 2,3% este ano. Com capacidade ociosa relativamente alta, faz pouco sentido para as empresas industriais investirem, especialmente com o encarecimento dos bens de capital importados, a partir da desvalorização do real. Além disso, com a alta dos salários e a queda da produtividade, o custo unitário do trabalho aumentou acima da inflação, comprimindo as margens do setor e reduzindo o retorno a ser obtido de novos investimentos.
Terceiro, o setor de construção residencial deu uma parada de arrumação, por conta da alta pronunciada nos custos, em especial de mão de obra, que reduziram as margens.[...]
Quarto, problemas de gestão e o combate à corrupção fizeram com que o volume de investimento público fique bem aquém do que poderia ser se todos os recursos disponíveis fossem utilizados. Recentemente, o ministro dos Transportes anunciou, por exemplo, que o investimento da pasta deve cair este ano cerca de 14% em termos reais.
Quinto, o uso das estatais como instrumento de combate à inflação está comprimindo suas margens de lucro e, consequentemente, sua capacidade de investimento. A Petrobras é o melhor exemplo, mas as Companhias Docas também sofrem com tarifas defasadas; e com a queda das taxas de eletricidade, a Eletrobras igualmente deve ter sua capacidade de investimento comprometida.
Sexto, aumentou a incerteza regulatória na economia, a partir de um número grande de medidas pontuais e temporárias de estímulos, proteção, isenções tributárias etc. Além disso, o governo está promovendo mudanças significativas na regulação da infraestrutura, o que também reduz o ímpeto investidor das empresas. Não surpreende, assim, que a taxa de investimento no setor este ano deva ficar abaixo de 2% do PIB pela primeira vez em mais de década e meia.
Não é claro que esse quadro vá mudar significativamente em 2013. O cenário externo tende a permanecer desfavorável; os problemas de gestão no setor público não devem se resolver com rapidez e o impacto das mudanças regulatórias ainda deve se fazer sentir ano que vem.
A possibilidade de recuperação fica centrada, portanto, na retomada da produção industrial, que poderia estimular a expansão de capacidade; no crescimento da construção residencial, a partir do equacionamento de custos e margens; e no avanço do programa de privatização de rodovias e ferrovias, que vem associado a compromissos de investimento.
Parece pouco, especialmente dada a meta de elevar a taxa de investimento dos 18,5% projetados para 2012 para o patamar de 23%, como deseja o governo. Para atingir essa meta será imprescindível melhorar o clima de investimento e corrigir as distorções que hoje limitam as inversões do governo e suas empresas.
|
02 dezembro 2012
Frase
Se o objetivo da SEC é servir como defensor do investidor, não há muito para Ms Schapiro para se vangloriar.
The Economist - sobre o legado de Mary Schapiro na SEC (via Business Insider)
The Economist - sobre o legado de Mary Schapiro na SEC (via Business Insider)
Responsabilidade Fiscal no mundo
Trabalho do FMI sobre leis de responsabilidade fiscal no mundo:
Fiscal Rules Dataset
1985 - 2012
IMF Fiscal Affairs Department
November, 2012
What are Fiscal Rules? A fiscal rule imposes a long-lasting constraint on fiscal policy through numerical limits on budgetary aggregates. Fiscal rules typically aim at correcting distorted incentives and containing pressures to overspend, particularly in good times, so as to ensure fiscal responsibility and debt sustainability.
About this Dataset: It provides systematic information on the use and design of fiscal rules covering national and supranational fiscal rules in 81 countries from 1985 to end-March 2012. The dataset covers four types of rules: budget balance rules (BBR), debt rules (DR), expenditure rules (ER), and revenue rules (RR), applying to the central or general government or the public sector. It also presents details on various characteristics of rules, such as their legal basis, coverage, escape clauses, as well as enforcement procedures, and takes stock of key supporting features that are in place, including independent monitoring bodies and fiscal responsibility laws.
Artigo: Fiscal Rules in Response to the Crisis—Toward the “Next-Generation” Rules. A New Dataset
O mapa abaixo é interativo e pode ser acessado aqui.
Fiscal Rules Dataset
1985 - 2012
IMF Fiscal Affairs Department
November, 2012
What are Fiscal Rules? A fiscal rule imposes a long-lasting constraint on fiscal policy through numerical limits on budgetary aggregates. Fiscal rules typically aim at correcting distorted incentives and containing pressures to overspend, particularly in good times, so as to ensure fiscal responsibility and debt sustainability.
About this Dataset: It provides systematic information on the use and design of fiscal rules covering national and supranational fiscal rules in 81 countries from 1985 to end-March 2012. The dataset covers four types of rules: budget balance rules (BBR), debt rules (DR), expenditure rules (ER), and revenue rules (RR), applying to the central or general government or the public sector. It also presents details on various characteristics of rules, such as their legal basis, coverage, escape clauses, as well as enforcement procedures, and takes stock of key supporting features that are in place, including independent monitoring bodies and fiscal responsibility laws.
Artigo: Fiscal Rules in Response to the Crisis—Toward the “Next-Generation” Rules. A New Dataset
O mapa abaixo é interativo e pode ser acessado aqui.
Usando Finanças Comportamentais para investir
Como a Mint escolhe os papéis para entrar na carteira?
A ideia das finanças comportamentais é se aproveitar dos vieses de mercado criado por emoções humanas, irracionais, para entrar na contramão - por exemplo, hoje estamos ‘aplicados’ em bancos e energia. Nós duvidamos das convicções dos gestores. Não casamos com ações. Trabalhamos com um grupo de 20 ações, distribuídas igualmente, e reavaliamos as carteiras após as divulgações de resultados trimestrais, se for o caso. Tudo o que acontece entre um resultado e outro é boato, emoções. Mas é preciso ter visão de longo prazo. Estudos recentes mostram que nenhuma crise financeira, por pior que seja, dura mais do que quatro anos. Não acreditamos em previsão de futuro, olhamos passado e presente. O que nos interessa é o preço. O princípio é simples, difícil é transformar o princípio em processo. Hoje, o processo é maior do que os gestores. Aplicamos a filosofia com muito rigor desde 2009. Fazemos uma alocação que pode ser chamada de anticrise. Vamos na direção oposta à manada.O segredo é separar as empresas puro-sangue das pangarés.
(Texto completo aqui)
01 dezembro 2012
Nova Campeã de Xadrez
Terminou hoje o torneio que apontaria a campeã mundial de xadrez. Anteriormente postamos sobre o efeito do nervosismo no desempenho das jogadoras: num dos jogos, entre Stefanova e Sebag, 10% das jogadas eram fracas. A mesma Stefanova chegou a final contra a ucraniana Ana Ushenina e perdeu no desempate - duas partidas rápidas.
O sistema de disputa foi o "mata-mata": quem perdia estava fora da disputa. Isto eliminou a ex-campeã, a jovem chinesa Hou Yifan, e a melhor no rating, a indiana Koneru Humpy, ambas na segunda rodada. A campeã é somente 37a. no rating de melhores jogadoras de xadrez, com 2452 pontos. Não é sequer a melhor jogadora da Ucrânia (é a terceira).
Anna é a 16a. campeã do mundo, a primeira da Ucrânia (segunda, se considerar Lyudmila Rudenko, campeã pela antiga URSS).
O sistema de disputa foi o "mata-mata": quem perdia estava fora da disputa. Isto eliminou a ex-campeã, a jovem chinesa Hou Yifan, e a melhor no rating, a indiana Koneru Humpy, ambas na segunda rodada. A campeã é somente 37a. no rating de melhores jogadoras de xadrez, com 2452 pontos. Não é sequer a melhor jogadora da Ucrânia (é a terceira).
Anna é a 16a. campeã do mundo, a primeira da Ucrânia (segunda, se considerar Lyudmila Rudenko, campeã pela antiga URSS).
Assinar:
Postagens (Atom)