O exame da Unesp ficou marcado pela padronização de suas respostas. Em todas a versões da prova, composta por 90 questões de múltipla escolha, a cada grupo de cinco questões as respostas seguiam um padrão específico.
Se um grupo tivesse como primeira resposta a alternativa D, por exemplo, as quatro questões seguintes teriam como alternativas corretas as letras C, E, B, A, respectivamente. O padrão talvez tenha ajudado aqueles que perceberam as sequências ao preencher o gabarito. (Um Exame atrás do outro. Carlos Lordelo e Cristiane Nascimento, Estado de S Paulo, 27 nov 2012, p. 27 EDU)
Uma possível justificativa seria tornar mais rápida a correção. Mas isto não é relevante, já que o computador que faz a correção. Um efeito é que tornou-se mais fácil o uso do insider information.
28 novembro 2012
Ainda HP
A HP anunciou uma grande baixa contábil em razão de problemas descobertos numa empresa recentemente adquirida. Consideramos, aqui neste blog, como o fato da semana.
O antigo controlador da Autonomy, a empresa adquirida, questionou, numa carta aberta para a HP, as acusações. Ele insiste que está sendo acusado injustamente e quer evidências dos problemas contábeis na sua ex-empresa. A HP respondeu indicando que não irá trazer este assunto a público, deixando por conta dos reguladores ingleses a investigação. A resposta da HP também foi pública.
Cresce a impressão de que a HP precisa, urgentemente, de um novo conselho de administração. Além disto, ficamos sabendo hoje que o contador da HP vendeu suas ações da empresa após a aquisição da Autonomy e antes que os problemas fossem de conhecimento público. E que a Autonomy pagou 2,7 milhões para Deloitte em 2010, sendo 1,5 milhão para auditoria.
O antigo controlador da Autonomy, a empresa adquirida, questionou, numa carta aberta para a HP, as acusações. Ele insiste que está sendo acusado injustamente e quer evidências dos problemas contábeis na sua ex-empresa. A HP respondeu indicando que não irá trazer este assunto a público, deixando por conta dos reguladores ingleses a investigação. A resposta da HP também foi pública.
Cresce a impressão de que a HP precisa, urgentemente, de um novo conselho de administração. Além disto, ficamos sabendo hoje que o contador da HP vendeu suas ações da empresa após a aquisição da Autonomy e antes que os problemas fossem de conhecimento público. E que a Autonomy pagou 2,7 milhões para Deloitte em 2010, sendo 1,5 milhão para auditoria.
Governança Corporativa
A governança tem se mostrado um ponto de debate desde que os indivíduos começaram a se organizar com propósitos específicos. Como garantir o poder da organização, guiado por propósitos em comum (ao invés de desviado para propósitos distintos) é um tema sempre discutido. As instituições de governança fornecem uma estrutura dentro da qual a vida social e econômica dos países é conduzida. Desde o início dos tempos a governança corporativa tem sido um assunto controverso; embora o termo, em si, tenha surgido apenas recentemente.
A governança corporativa se interessa pelo exercício do poder nas entidades corporativas. A OECD (Organization for Economic Co-operation and Development) fornece uma definição funcional:
Todavia, a governança corporativa tem implicações mais amplas e é crítica para o bem estar econômico e social: (i) ao prover os incentivos e medidas de desempenho para atingir o sucesso empresarial, (ii) em fornecer accountability e transparência para garantir a distribuição igualitária da riqueza resultante. O significado da governança corporativa para fornecer a estabilidade e igualdade da sociedade é capturado na definição mais ampla de Adrian Cadbury (2004): “A governança corporativa se preocupa em garantir o balanço entre metas econômicas e sociais e entre metas individuais e públicas. A estrutura da governança está presente para encorajar o uso eficiente dos recursos e, igualmente, para exigir a accountability para a administração daqueles recursos. A meta é alinhar, da forma mais próxima possível, os interesses dos indivíduos, da corporação e da sociedade”.
Alinhar interesses diferentes em formas de produção colaborativa não é fácil e os diretores são “encarregados de balancear os interesses, por vezes competitivos, de uma variedade de grupos que participam de corporações públicas” (Blair e Stout, 2001, p. 409). A natureza incessante da governança corporativa é indicada na definição da Comissão de Governança Global (Commission on Global Governance, 1995, p. 2): “um processo contínuo através do qual interesses conflituosos ou distintos podem ser acomodados e ações cooperativas podem ser tomadas”. Os dilemas e contestações implícitos nessas definições são elaborados de forma mais completa nas teorias de governança corporativa que analisaremos posteriormente.
Do livro “Theories of Corporate Governance” [CLARK, THOMAS (ed.). Routledge: Reino Unido, 2008].
A governança corporativa se interessa pelo exercício do poder nas entidades corporativas. A OECD (Organization for Economic Co-operation and Development) fornece uma definição funcional:
Governança corporativa é o sistema pelo qual corporações são direcionadas e controladas. A estrutura da governança corporativa especifica a distribuição de direitos e responsabilidades entre diferentes participantes na entidade (diretores, administradores, acionistas e outros stakeholders) e soletra as regras e procedimentos para a tomada de decisões em questões corporativas. Ao fazer isso, também fornece a estrutura pela qual os objetivos das empresas são estabelecidos, assim como os meios para alcançar tais objetivos e monitorar o desempenho.
Todavia, a governança corporativa tem implicações mais amplas e é crítica para o bem estar econômico e social: (i) ao prover os incentivos e medidas de desempenho para atingir o sucesso empresarial, (ii) em fornecer accountability e transparência para garantir a distribuição igualitária da riqueza resultante. O significado da governança corporativa para fornecer a estabilidade e igualdade da sociedade é capturado na definição mais ampla de Adrian Cadbury (2004): “A governança corporativa se preocupa em garantir o balanço entre metas econômicas e sociais e entre metas individuais e públicas. A estrutura da governança está presente para encorajar o uso eficiente dos recursos e, igualmente, para exigir a accountability para a administração daqueles recursos. A meta é alinhar, da forma mais próxima possível, os interesses dos indivíduos, da corporação e da sociedade”.
Alinhar interesses diferentes em formas de produção colaborativa não é fácil e os diretores são “encarregados de balancear os interesses, por vezes competitivos, de uma variedade de grupos que participam de corporações públicas” (Blair e Stout, 2001, p. 409). A natureza incessante da governança corporativa é indicada na definição da Comissão de Governança Global (Commission on Global Governance, 1995, p. 2): “um processo contínuo através do qual interesses conflituosos ou distintos podem ser acomodados e ações cooperativas podem ser tomadas”. Os dilemas e contestações implícitos nessas definições são elaborados de forma mais completa nas teorias de governança corporativa que analisaremos posteriormente.
Do livro “Theories of Corporate Governance” [CLARK, THOMAS (ed.). Routledge: Reino Unido, 2008].
SEC
A SEC tem nova presidenta: Elisse Walter. Com um orçamento de 1,3 bilhão de dólares, Walter terá a responsabilidade de regulamentar e fiscalizar 35 mil entidades, incluindo consultores de investimentos, fundos e empresas com ações negociadas na bolsa. Somente estas empresas são 9,1 mil.
O dinheiro da SEC corresponde a cerca de três meses de custas judiciais do Bank of America. Muito poder, pouco dinheiro.
O dinheiro da SEC corresponde a cerca de três meses de custas judiciais do Bank of America. Muito poder, pouco dinheiro.
Argentina rebaixada
A agência de classificação financeira Fitch rebaixou a nota da dívida da Argentina nesta terça-feira em cinco escalões, para "CC", alegando que "o default do país é provável".
A Fitch assinala que a perspectiva da nota da dívida pública argentina se mantém "negativa" e que uma nova redução pode ocorrer nos próximos meses.
A nota atribuída pela Fitch está apenas dois degraus acima de "DDD", que corresponde a emissores em 'default'.
"Apenas um pagamento não realizado (...) poderá desencadear uma cascata de defaults sobre todos os títulos da dívida sob o regime do direito internacional", destacou a agência.
O rebaixamento ocorre após um juiz de Nova York determinar, em 21 de novembro, que a Argentina terá de reembolsar os detentores de 1,3 bilhão de dólares em títulos do país em default há 11 anos.
O juiz disse que a Argentina terá de reembolsar os detentores de bônus até 15 de dezembro, paralelamente à obrigação de o país honrar mais US$ 3 bilhões em dívidas reestruturadas anteriormente.
Segundo a Fitch, "a incerteza sobre o impacto da decisão da corte americana provavelmente abalará ainda mais a confiança e intensificará as tensões políticas e sociais no país, minando as perspectivas de crescimento".
O governo argentino solicitou na segunda-feira à Corte de Apelações de Nova York a suspensão da ordem emitida pelo juiz Thomas Griesa para o pagamento de uma dívida de 1,33 bilhão de dólares com fundos especulativos, informou o ministério da Economia.
Na apelação, o governo argentino denuncia o absurdo da decisão de Griesa, que "consiste em pagar aos fundos especulativos o total exigido em sua ação e em apenas uma cota, no dia 15 de dezembro, enquanto os detentores de bônus que aceitaram a troca da dívida sofreram abatimentos importantes e prazos que vão até 2038".
A decisão do juiz beneficiou os credores que não aceitaram a troça proposta pela Argentina e aceita por quase 93% dos proprietários de bônus em 2005 e 2010, após o default declarado em 2001 de quase 100 bilhões de dólares.
O juiz deu prazo até 15 de dezembro para o pagamento aos demandantes de 100% de seus bônus em apenas uma parcela, quando os 93% restantes aceitaram pagamentos próximos de 70% e prazos superiores a 20 anos.
Segundo a Fitch, "a economia da Argentina desacelerou acentuadamente em 2012, devido a maior intervenção do Estado. Esse processo ficou evidente pelo maior controle de capitais e pela nacionalização da YPF" (Fonte: aqui)
Para economia brasileira isto pode ser ruim, já que o país tem um grande comércio com os vizinhos.
A Fitch assinala que a perspectiva da nota da dívida pública argentina se mantém "negativa" e que uma nova redução pode ocorrer nos próximos meses.
A nota atribuída pela Fitch está apenas dois degraus acima de "DDD", que corresponde a emissores em 'default'.
"Apenas um pagamento não realizado (...) poderá desencadear uma cascata de defaults sobre todos os títulos da dívida sob o regime do direito internacional", destacou a agência.
O rebaixamento ocorre após um juiz de Nova York determinar, em 21 de novembro, que a Argentina terá de reembolsar os detentores de 1,3 bilhão de dólares em títulos do país em default há 11 anos.
O juiz disse que a Argentina terá de reembolsar os detentores de bônus até 15 de dezembro, paralelamente à obrigação de o país honrar mais US$ 3 bilhões em dívidas reestruturadas anteriormente.
Segundo a Fitch, "a incerteza sobre o impacto da decisão da corte americana provavelmente abalará ainda mais a confiança e intensificará as tensões políticas e sociais no país, minando as perspectivas de crescimento".
O governo argentino solicitou na segunda-feira à Corte de Apelações de Nova York a suspensão da ordem emitida pelo juiz Thomas Griesa para o pagamento de uma dívida de 1,33 bilhão de dólares com fundos especulativos, informou o ministério da Economia.
Na apelação, o governo argentino denuncia o absurdo da decisão de Griesa, que "consiste em pagar aos fundos especulativos o total exigido em sua ação e em apenas uma cota, no dia 15 de dezembro, enquanto os detentores de bônus que aceitaram a troca da dívida sofreram abatimentos importantes e prazos que vão até 2038".
A decisão do juiz beneficiou os credores que não aceitaram a troça proposta pela Argentina e aceita por quase 93% dos proprietários de bônus em 2005 e 2010, após o default declarado em 2001 de quase 100 bilhões de dólares.
O juiz deu prazo até 15 de dezembro para o pagamento aos demandantes de 100% de seus bônus em apenas uma parcela, quando os 93% restantes aceitaram pagamentos próximos de 70% e prazos superiores a 20 anos.
Segundo a Fitch, "a economia da Argentina desacelerou acentuadamente em 2012, devido a maior intervenção do Estado. Esse processo ficou evidente pelo maior controle de capitais e pela nacionalização da YPF" (Fonte: aqui)
Para economia brasileira isto pode ser ruim, já que o país tem um grande comércio com os vizinhos.
Percepção da Inflação:diferenças entre gêneros
Um excerto do artigo The curriosly different infaltion perspectives of men and women:
The data indicate that the public’s estimates and predictions of inflation are significantly and systematically related to the demographic characteristics of the respondents. People with high incomes perceive and anticipate much less inflation than people with low incomes, married people less than singles, whites less than nonwhites, and middle-aged people less than young people. This Commentary describes what is perhaps the most curious observation of all: Even after we hold constant income, age, education, race, and marital status, men and women hold very different views on the rate at which prices are changing.
In the roughly 20,000 responses we have received from our telephone survey since August 1998, the average rate at which respondents thought prices had risen over the previous 12 months was about 6.0 percent. This “perception” of inflation is more than twice the rise recorded by the Consumer Price Index (CPI) over the same period (2.7 percent). Further, if we separate our sample by gender, we find that the average inflation perceived by the nearly 8,500 men who answered our survey was 4.6 percent. While this response is higher than the official CPI inflation estimate, it pales in comparison to the 6.9 percent inflation perceived by the roughly 11,500 women who took our survey. What accounts for such a large discrepancy between the inflation rate perceived by the two sexes?
The data indicate that the public’s estimates and predictions of inflation are significantly and systematically related to the demographic characteristics of the respondents. People with high incomes perceive and anticipate much less inflation than people with low incomes, married people less than singles, whites less than nonwhites, and middle-aged people less than young people. This Commentary describes what is perhaps the most curious observation of all: Even after we hold constant income, age, education, race, and marital status, men and women hold very different views on the rate at which prices are changing.
In the roughly 20,000 responses we have received from our telephone survey since August 1998, the average rate at which respondents thought prices had risen over the previous 12 months was about 6.0 percent. This “perception” of inflation is more than twice the rise recorded by the Consumer Price Index (CPI) over the same period (2.7 percent). Further, if we separate our sample by gender, we find that the average inflation perceived by the nearly 8,500 men who answered our survey was 4.6 percent. While this response is higher than the official CPI inflation estimate, it pales in comparison to the 6.9 percent inflation perceived by the roughly 11,500 women who took our survey. What accounts for such a large discrepancy between the inflation rate perceived by the two sexes?
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