24 novembro 2012
Fato da Semana
Fato da Semana:
Fato: A baixa contábil da HP, levantando suspeita sobre o processo de aquisição realizada no passado de uma empresa inglesa, incluindo a empresa de auditoria.
Qual a relevância disto? Mais um escândalo contábil? Ou seria um escândalo da administração da HP, que não possuía um critério mais adequado de comprar empresas? Qualquer que seja a situação, ainda será notícia, pelos próximos dias, a baixa contábil da empresa e o efeito sobre o resultado.
Inicialmente a gestão da HP deixou uma dúvida no ar de que a aquisição da Autonomy foi realizada tendo por base os pareceres sem ressalvas da auditoria. O auditor resolveu não se pronuncia, alegando informações confidenciais. Existe a suspeita que a Autonomy tinha problemas de contabilização das receitas de vendas de software. E que as últimas demonstrações estavam infladas, o que entusiasmou a HP na aquisição.
Mas atitude da direção da HP não foi adequada, já que alguns analistas já tinham uma grande desconfiança sobre a qualidade dos números da Autonomy. Além disto, a aquisição foi aprovada num conselho do qual fazia parte a atual presidenta da empresa.
Em linhas gerais, o nome da HP pode estar ao lado de nomes como Enron, WorldCom, Samtyan, entre outros.
Positivo ou negativo? Ainda parece cedo, já que não sabemos qual o papel do auditor na história. Mas parece que novamente a contabilidade é notícia pelo envolvimento em um escândalo. Ou seja, negativo.
Desdobramento – Alguns aspectos ainda não esclarecidos serão divulgados nos próximos dias. Provavelmente existirá uma grande pressão sobre a atual direção da empresa, que não soube conduzir o processo. Mas também deverá existir uma investigação sobre as práticas contábeis da Autonomy.
Fato: A baixa contábil da HP, levantando suspeita sobre o processo de aquisição realizada no passado de uma empresa inglesa, incluindo a empresa de auditoria.
Qual a relevância disto? Mais um escândalo contábil? Ou seria um escândalo da administração da HP, que não possuía um critério mais adequado de comprar empresas? Qualquer que seja a situação, ainda será notícia, pelos próximos dias, a baixa contábil da empresa e o efeito sobre o resultado.
Inicialmente a gestão da HP deixou uma dúvida no ar de que a aquisição da Autonomy foi realizada tendo por base os pareceres sem ressalvas da auditoria. O auditor resolveu não se pronuncia, alegando informações confidenciais. Existe a suspeita que a Autonomy tinha problemas de contabilização das receitas de vendas de software. E que as últimas demonstrações estavam infladas, o que entusiasmou a HP na aquisição.
Mas atitude da direção da HP não foi adequada, já que alguns analistas já tinham uma grande desconfiança sobre a qualidade dos números da Autonomy. Além disto, a aquisição foi aprovada num conselho do qual fazia parte a atual presidenta da empresa.
Em linhas gerais, o nome da HP pode estar ao lado de nomes como Enron, WorldCom, Samtyan, entre outros.
Positivo ou negativo? Ainda parece cedo, já que não sabemos qual o papel do auditor na história. Mas parece que novamente a contabilidade é notícia pelo envolvimento em um escândalo. Ou seja, negativo.
Desdobramento – Alguns aspectos ainda não esclarecidos serão divulgados nos próximos dias. Provavelmente existirá uma grande pressão sobre a atual direção da empresa, que não soube conduzir o processo. Mas também deverá existir uma investigação sobre as práticas contábeis da Autonomy.
Teste da Semana
Este
é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do
mundo contábil. As respostas estão nos comentários.
1
– A Petrobras adotou uma medida que está permitindo economizar dinheiro nas
suas compras. É uma parceira com
Tribunal
de Contas da União
Senado
Federal
Instituições
financeiras
2
– Na semana passada a França apareceu nas notícias tentando cobrar impostos de
multinacionais como Amazon, Google e Starbucks. Esta semana outro país europeu também
começou a movimentar no mesmo sentido
Inglaterra
Alemanha
Espanha
3
– Stephen Cougle foi suspenso do seu trabalho como auditor por ter deixado
passar um “pequeno” erro de 2 bilhões de dólares
Um
passivo de curto prazo foi considerado como de longo prazo
Faltou
um lançamento da provisão de devedores duvidosos
Não
percebeu receitas adicionais na empresa auditada
4
– Uma pesquisa com investidores dos EUA revelou que
A
convergência poderá ser benéfica para o país
A
convergência poderá ser maléfica para o país
A
convergência não irá afetar a economia daquele país
5
– Um contador foi raptado e exigiu-se um resgate de 35 milhões de euros.
Trata-se do
Contador
de Berlusconi, ex-primeiro ministro da Itália
Contador
do Banco Central da Europa
Contador
de Putin, chefão russo
6
– Mary Tokar acaba de ser nomeada para um cargo relevante da contabilidade
Membro
do Iasb
Membro
do Conselho de Contabilidade da Comunidade Europeia
Presidente
da KPMG
7
– O índice estadual de transparência das contas públicas mostrou como primeiro
lugar o estado de São Paulo e último
Mato
Grosso do Sul
Maranhão
Pará
8
– Especulações sobre a nomeação para este cargo, por parte do presidente Obama,
saiu no NY Times
Presidente
da SEC
Presidente
do Fasb
Coordenador
do PCAOB
9
– O investimento em controlada foi objeto de uma minuta por parte
Iasb
CPC
Fasb
10
– Empresa que perdeu 1/3 do valor de mercado esta semana:
Eletrobras
Petrobras
Ambev
Pré-sal
O mandado de segurança impetrado ano passado no Supremo Tribunal Federal (STF) por alguns parlamentares do Rio de Janeiro e Espírito Santo, para impedir a votação do projeto sobre divisão dos royalties do pré-sal, decaiu de seu objeto. Antes da decisão da corte sobre a questão, a matéria foi aprovada por deliberação final do Congresso.
Não está afastada, todavia, a hipótese de o STF ser provocado, ainda uma vez, para decidir sobre a distribuição dos royalties. A previsão concretizar-se-á caso persista a irresignação com o regime distributivo. O recurso ao STF tanto pode proceder dos estados ditos produtores, que exigem a quase totalidade da partilha dos lucros líquidos, quanto dos demais sujeitos a ganhos irrisórios. Há, contudo, questão anterior até agora ignorada, malgrado bastante visível e decisiva para romper o impasse.
Em razão da doutrina constitucionalista a que se filia o Estado brasileiro, há limites para a exploração de atividades estratégicas. Não por outra razão, a Constituição estabelece que "constituem monopólio da União: I — a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos" (art. 177). Diante de regra impositiva, insuscetível de interpretações oportunistas, parece despautério os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo se declararem donos do petróleo produzido nas suas latitudes litorâneas.
Já se disse neste espaço uma vez, mas as circunstâncias recomendam a repetição, que as insurgências de gás e petróleo em águas ultraprofundas situam-se na Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Trata-se de espaço marítimo localizado para além das águas territoriais de nações costeiras, onde lhes são facultados direitos à exploração de "recursos vivos e não vivos", entre os quais a lavra de hidrocarbonetos. A concessão restrita ao Estados Nacionais está assentada na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, celebrada em Montego Bay, Jamaica, em 1982.
[...]Não há, portanto, dúvida nenhuma de que a extração de óleo e gás nas províncias do pré-sal resulta de cessão feita com exclusividade ao Estado Nacional Brasileiro pelo Direito Internacional. Por conseguinte, carecem os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo de jurisdição sobre águas que pertencem ao Estado Nacional. Segue-se daí que, em obediência ao sistema federativo vigente no Brasil, é direito de todos os entes federados, em regime igualitário, participarem dos resultados do pré-sal.
Novas normas
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) editou hoje a deliberação nº 694/12, que atualiza as regras de divulgação de balanço das companhias no que se refere a negócios em conjunto promovidos por joint ventures.
A revisão do documento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) referente ao Pronunciamento CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto tem como objetivo atualizar o texto das regras brasileiras de divulgação de balanços de acordo com as normas do International Accounting Standards Board (Iasb) e produzir os mesmos reflexos da aplicação das normas internacionais de contabilidade IFRS, neste caso, da IFRS 11 – Joint Arrangements.
“A revisão do CPC 19 contempla ainda a alteração de seu nome original CPC 19 (R1) - Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) para CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto, e sua aplicação mandatória se dá a partir de 2013”, afirma a CVM no comunicado enviado ao mercado.
Audiência pública
A CVM colocou em audiência pública hoje duas minutas. A primeira é uma minuta de deliberação que aprova o Pronunciamento Técnico CPC 18 (R2) – Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto, enquanto a segunda é a minuta de deliberação que aprova o Pronunciamento Técnico CPC 33 (R1) – Benefícios a Empregados.
A proposta de revisão do CPC 18 contempla substancialmente as alterações no texto da IAS 28 (Investments in Associates), emitida pelo International Accounting Standards Board (IASB), cuja vigência para fins do IFRS é requerida a partir de 2013.
“O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 18 é prescrever a contabilização de investimentos em coligadas e em controladas e definir os requisitos para a aplicação do método da equivalência patrimonial quando da contabilização de investimentos em coligadas, em controladas e em empreendimentos controlados em conjunto (joint ventures)”, diz a nota divulgada pela CVM.
A proposta de revisão do CPC 33 contempla substancialmente as alterações no texto da IAS 19 (Employee Benefits), emitida pelo Iasb, cuja vigência é requerida a partir de 2013.
“O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 33 é estabelecer a contabilização e a divulgação dos benefícios concedidos aos empregados”, diz a nota divulgada pela CVM, acrescentando que, para tanto, o pronunciamento requer que a entidade reconheça um passivo quando o empregado prestou o serviço em troca de benefícios a serem pagos no futuro e uma despesa quando a entidade se utiliza do benefício econômico proveniente do serviço recebido do empregado em troca de benefícios a esse empregado.
As sugestões e os comentários, por escrito, para ambas as minutas, deverão ser encaminhados, até o dia 5 de dezembro de 2012, à Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria.
CVM atualiza norma sobre negócios em conjunto de joint ventures - 23 de Novembro de 2012 - Valor Online - Luciana Bruno e Rafael Rosas | Valor
A revisão do documento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) referente ao Pronunciamento CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto tem como objetivo atualizar o texto das regras brasileiras de divulgação de balanços de acordo com as normas do International Accounting Standards Board (Iasb) e produzir os mesmos reflexos da aplicação das normas internacionais de contabilidade IFRS, neste caso, da IFRS 11 – Joint Arrangements.
“A revisão do CPC 19 contempla ainda a alteração de seu nome original CPC 19 (R1) - Investimento em Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture) para CPC 19 (R2) – Negócios em Conjunto, e sua aplicação mandatória se dá a partir de 2013”, afirma a CVM no comunicado enviado ao mercado.
Audiência pública
A CVM colocou em audiência pública hoje duas minutas. A primeira é uma minuta de deliberação que aprova o Pronunciamento Técnico CPC 18 (R2) – Investimento em Coligada, em Controlada e em Empreendimento Controlado em Conjunto, enquanto a segunda é a minuta de deliberação que aprova o Pronunciamento Técnico CPC 33 (R1) – Benefícios a Empregados.
A proposta de revisão do CPC 18 contempla substancialmente as alterações no texto da IAS 28 (Investments in Associates), emitida pelo International Accounting Standards Board (IASB), cuja vigência para fins do IFRS é requerida a partir de 2013.
“O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 18 é prescrever a contabilização de investimentos em coligadas e em controladas e definir os requisitos para a aplicação do método da equivalência patrimonial quando da contabilização de investimentos em coligadas, em controladas e em empreendimentos controlados em conjunto (joint ventures)”, diz a nota divulgada pela CVM.
A proposta de revisão do CPC 33 contempla substancialmente as alterações no texto da IAS 19 (Employee Benefits), emitida pelo Iasb, cuja vigência é requerida a partir de 2013.
“O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 33 é estabelecer a contabilização e a divulgação dos benefícios concedidos aos empregados”, diz a nota divulgada pela CVM, acrescentando que, para tanto, o pronunciamento requer que a entidade reconheça um passivo quando o empregado prestou o serviço em troca de benefícios a serem pagos no futuro e uma despesa quando a entidade se utiliza do benefício econômico proveniente do serviço recebido do empregado em troca de benefícios a esse empregado.
As sugestões e os comentários, por escrito, para ambas as minutas, deverão ser encaminhados, até o dia 5 de dezembro de 2012, à Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria.
CVM atualiza norma sobre negócios em conjunto de joint ventures - 23 de Novembro de 2012 - Valor Online - Luciana Bruno e Rafael Rosas | Valor
HP
Quando a Hewlett-Packard investiu aproximadamente US$ 10 bilhões na compra da empresa de software Autonomy, achava que estava comprando um pedaço do futuro - investindo na tendência dos grandes dados. Mas a aquisição acabou sendo um fracasso. E não só porque a HP amortizou US$ 5 bilhões da compra.
A infeliz união das empresas é uma lição para a HP e outras gigantes do setor de tecnologia, que apostam bilhões de dólares na aquisição de empresas que aparentemente estão mudando o jogo, na tentativa de estabelecer uma base para o futuro.
Nesse futuro, os smartphones e os tablets, conectados a centros de dados de computação em nuvem, são instrumentos essenciais de trabalho. E vastos fluxos de dados são continuamente analisados para encontrar novos padrões e fazer previsões sobre consumidores e produtos. A Autonomy produz software que analisa padrões de marketing e orienta empresas em temas como onde ela deve aumentar seus recursos de marketing.
Essas forças ameaçam empreendimentos mais antigos, como os tradicionais produtos de armazenamento de dados e computação pessoal da HP. Companhias como Oracle, Microsoft e Cisco também enfrentam a pressão. Estão todas tentando comprar o futuro.
Em julho a Microsoft decidiu pagar US$ 1,2 bilhão pela Yammer, que fabrica uma espécie de Facebook para escritório. A Oracle pagou recentemente mais de US$ 3,4 bilhões por duas pequenas empresas que fornecem software para administração de vendas e recursos humanos. No domingo passado, a Cisco fez um acordo de compra, por US$ 1,2 bilhão, da Meraki, que administra o serviço de internet gratuito sem fio na Starbucks. Existem muitos acordos desse tipo.
O ritmo de mudanças é tão rápido que o Google - até recentemente visto como destruidor dos pequenos - pagou US$ 12,5 bilhões pela Motorola Mobility, para fortalecer os smartphones concorrentes da Apple. No início deste ano, o Facebook gastou US$ 750 milhões no Instagram para não perder o que virá em seguida na mídia social.
Mas identificar o que virá no futuro é difícil, disse Jeffrey Sonnenfeld, professor de administração na Yale University. "Aquisições como a da Autonomy têm 40% de chances de sucesso e 60% de fracasso", disse ele. O risco está no fato de que as empresas consideram tais aquisições "vitórias naturais, inevitáveis". Para o professor, elas devem ser vistas "a título de investimento, como no campo da pesquisa e desenvolvimento".
O ritmo de aquisições não chega ao nível observado durante a bolha da internet, nos anos 1990, quando a Cisco pagou US$ 9,6 bilhões por três empresas de rede que os executivos, à época, disseram que não renderiam nenhum benefício. Em 2002, a AOL Time Warner abateu US$ 54 bilhões a título de fundo de comércio relativos à sua atribulada fusão.
Mas houve também sucessos notáveis. A EMC, fabricante de equipamentos de armazenamento de dados, pagou em 2003 US$ 625 milhões pela VMWare, empresa de computação em nuvem. Hoje, a participação da EMC equivale a US$ 30 bilhões.
A Microsoft, que pagou US$ 5,5 bilhões pelo Skype em 2011, informou que a Yammer será incluída no software de produtividade e comunicações da versão premiada do Office sem nenhum custo. Mas não informou se, ou como, a Yammer propriamente dará lucro.
Na verdade, o problema da Autonomy tem a ver menos com as vendas, que são questionáveis, e mais com a sua tecnologia, disse Leslie Owens, que faz análises de dados na Forrester Research. "A HP achou que era uma plataforma inteiramente nova, mas os clientes da Autonomy disseram que ela não é tão boa quanto o produto de busca para empresas do Google", disse ela.
A Autonomy, que foi criada há 16 anos, "baseava-se no uso de algoritmos poderosos", disse Leslie. Mas o software não estava sintonizado com "os novos tipos de sinais de busca, o que seus amigos estão fazendo, que pessoas gostam do que você está fazendo, que outros dados você deve evitar".
Numa demonstração do produto da Autonomy no mês passado, a HP parecia ter resolvido alguns desses problemas, mas outros ficaram. Um aplicativo para ajudar a saber o que pagar por anúncios na internet inicialmente não funcionou, e depois apresentou resultados similares aos de vários outros produtos.
"Continuamos totalmente comprometidos com a Autonomy e sua tecnologia de vanguarda", informou a HP em comunicado. A empresa acusou a Autonomy de contabilizar inadequadamente grande parte das suas vendas nos anos anteriores à compra pela HP. A companhia amortizou a soma de US$ 5 bilhões relacionada ao preço de aquisição da Autonomy.
"Foi muito decepcionante", afirmou a presidente da HP, Meg Whitman, referindo-se à amortização feita. "Nós integramos a tecnologia em vários lugares; e vamos integrá-la ainda mais."
Tropeço da HP mostra o risco de ‘comprar o futuro’ - 22 de Novembro de 2012 - Quentin Hardy, The New York Times
A infeliz união das empresas é uma lição para a HP e outras gigantes do setor de tecnologia, que apostam bilhões de dólares na aquisição de empresas que aparentemente estão mudando o jogo, na tentativa de estabelecer uma base para o futuro.
Nesse futuro, os smartphones e os tablets, conectados a centros de dados de computação em nuvem, são instrumentos essenciais de trabalho. E vastos fluxos de dados são continuamente analisados para encontrar novos padrões e fazer previsões sobre consumidores e produtos. A Autonomy produz software que analisa padrões de marketing e orienta empresas em temas como onde ela deve aumentar seus recursos de marketing.
Essas forças ameaçam empreendimentos mais antigos, como os tradicionais produtos de armazenamento de dados e computação pessoal da HP. Companhias como Oracle, Microsoft e Cisco também enfrentam a pressão. Estão todas tentando comprar o futuro.
Em julho a Microsoft decidiu pagar US$ 1,2 bilhão pela Yammer, que fabrica uma espécie de Facebook para escritório. A Oracle pagou recentemente mais de US$ 3,4 bilhões por duas pequenas empresas que fornecem software para administração de vendas e recursos humanos. No domingo passado, a Cisco fez um acordo de compra, por US$ 1,2 bilhão, da Meraki, que administra o serviço de internet gratuito sem fio na Starbucks. Existem muitos acordos desse tipo.
O ritmo de mudanças é tão rápido que o Google - até recentemente visto como destruidor dos pequenos - pagou US$ 12,5 bilhões pela Motorola Mobility, para fortalecer os smartphones concorrentes da Apple. No início deste ano, o Facebook gastou US$ 750 milhões no Instagram para não perder o que virá em seguida na mídia social.
Mas identificar o que virá no futuro é difícil, disse Jeffrey Sonnenfeld, professor de administração na Yale University. "Aquisições como a da Autonomy têm 40% de chances de sucesso e 60% de fracasso", disse ele. O risco está no fato de que as empresas consideram tais aquisições "vitórias naturais, inevitáveis". Para o professor, elas devem ser vistas "a título de investimento, como no campo da pesquisa e desenvolvimento".
O ritmo de aquisições não chega ao nível observado durante a bolha da internet, nos anos 1990, quando a Cisco pagou US$ 9,6 bilhões por três empresas de rede que os executivos, à época, disseram que não renderiam nenhum benefício. Em 2002, a AOL Time Warner abateu US$ 54 bilhões a título de fundo de comércio relativos à sua atribulada fusão.
Mas houve também sucessos notáveis. A EMC, fabricante de equipamentos de armazenamento de dados, pagou em 2003 US$ 625 milhões pela VMWare, empresa de computação em nuvem. Hoje, a participação da EMC equivale a US$ 30 bilhões.
A Microsoft, que pagou US$ 5,5 bilhões pelo Skype em 2011, informou que a Yammer será incluída no software de produtividade e comunicações da versão premiada do Office sem nenhum custo. Mas não informou se, ou como, a Yammer propriamente dará lucro.
Na verdade, o problema da Autonomy tem a ver menos com as vendas, que são questionáveis, e mais com a sua tecnologia, disse Leslie Owens, que faz análises de dados na Forrester Research. "A HP achou que era uma plataforma inteiramente nova, mas os clientes da Autonomy disseram que ela não é tão boa quanto o produto de busca para empresas do Google", disse ela.
A Autonomy, que foi criada há 16 anos, "baseava-se no uso de algoritmos poderosos", disse Leslie. Mas o software não estava sintonizado com "os novos tipos de sinais de busca, o que seus amigos estão fazendo, que pessoas gostam do que você está fazendo, que outros dados você deve evitar".
Numa demonstração do produto da Autonomy no mês passado, a HP parecia ter resolvido alguns desses problemas, mas outros ficaram. Um aplicativo para ajudar a saber o que pagar por anúncios na internet inicialmente não funcionou, e depois apresentou resultados similares aos de vários outros produtos.
"Continuamos totalmente comprometidos com a Autonomy e sua tecnologia de vanguarda", informou a HP em comunicado. A empresa acusou a Autonomy de contabilizar inadequadamente grande parte das suas vendas nos anos anteriores à compra pela HP. A companhia amortizou a soma de US$ 5 bilhões relacionada ao preço de aquisição da Autonomy.
"Foi muito decepcionante", afirmou a presidente da HP, Meg Whitman, referindo-se à amortização feita. "Nós integramos a tecnologia em vários lugares; e vamos integrá-la ainda mais."
Tropeço da HP mostra o risco de ‘comprar o futuro’ - 22 de Novembro de 2012 - Quentin Hardy, The New York Times
HP 2
No jogo de empurra entre a Hewlett-Packard e a Autonomy, a direção da empresa americana, até o momento, se distanciou muito da responsabilidade e jogou 'lama' sobre as práticas contábeis da Autonomy.
Mas analistas dizem que a HP deveria, em vez disso, se olhar no espelho - suas práticas de avaliação de contas anterior à compra (conhecidas em inglês como "due diligence") estão sendo examinadas de perto depois do anúncio de uma baixa contábil de US$ 8,8 bilhões sobre o valor da Autonomy, e o conselho que votou em favor do negócio ainda está, em grande medida, intacto.
(...) A atual direção pode continuar atuando, disse ela, mas haverá uma análise do processo de aquisição adotado pela HP. A principal executiva, em apuros, sugeriu também que as práticas de avaliação de contas anterior à compra empregadas pela HP antes de ela assumir o posto eram pouco comuns: "As avaliações de contas são agora de responsabilidade do nosso diretor financeiro. Na época, quando cheguei à empresa, fiquei surpresa ao descobrir que avaliações de compras e fusões e aquisições eram de responsabilidade da estratégia, e não do diretor financeiro".
"Nunca vi isso na minha carreira, e essa foi uma decisão que tomei de saída, antes de saber de nada disso."
Ela concluiu jogando a responsabilidade para os auditores: "Mas no final, temos que nos basear nos dados financeiros auditados, e fizemos isso".
Williams diz que o negócio pareceu um ato de desespero da parte da HP, de se reinvertar como uma empresa de software e serviços de crescimento mais acelerado.
"A empresa simplesmente não teve a agilidade suficiente - o mercado é um trem a 130 km por hora, e a HP vai a 50 km por hora - ela simplesmente não consegue alcançar, e continua a dar passos em falso."
Houve também sinais de alerta para a HP sobre as práticas e o potencial de receita da Autonomy antes do surgimento da denúncia sobre a equipe de direção da empresa, em maio. (...)
Problemas na Autonomy despertam críticas à HP - 22 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Chris Nuttall e Richard Waters | Financial Times
Mas analistas dizem que a HP deveria, em vez disso, se olhar no espelho - suas práticas de avaliação de contas anterior à compra (conhecidas em inglês como "due diligence") estão sendo examinadas de perto depois do anúncio de uma baixa contábil de US$ 8,8 bilhões sobre o valor da Autonomy, e o conselho que votou em favor do negócio ainda está, em grande medida, intacto.
(...) A atual direção pode continuar atuando, disse ela, mas haverá uma análise do processo de aquisição adotado pela HP. A principal executiva, em apuros, sugeriu também que as práticas de avaliação de contas anterior à compra empregadas pela HP antes de ela assumir o posto eram pouco comuns: "As avaliações de contas são agora de responsabilidade do nosso diretor financeiro. Na época, quando cheguei à empresa, fiquei surpresa ao descobrir que avaliações de compras e fusões e aquisições eram de responsabilidade da estratégia, e não do diretor financeiro".
"Nunca vi isso na minha carreira, e essa foi uma decisão que tomei de saída, antes de saber de nada disso."
Ela concluiu jogando a responsabilidade para os auditores: "Mas no final, temos que nos basear nos dados financeiros auditados, e fizemos isso".
Williams diz que o negócio pareceu um ato de desespero da parte da HP, de se reinvertar como uma empresa de software e serviços de crescimento mais acelerado.
"A empresa simplesmente não teve a agilidade suficiente - o mercado é um trem a 130 km por hora, e a HP vai a 50 km por hora - ela simplesmente não consegue alcançar, e continua a dar passos em falso."
Houve também sinais de alerta para a HP sobre as práticas e o potencial de receita da Autonomy antes do surgimento da denúncia sobre a equipe de direção da empresa, em maio. (...)
Problemas na Autonomy despertam críticas à HP - 22 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Chris Nuttall e Richard Waters | Financial Times
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