A economia que é atualmente apresentada nos livros didáticos e ensinada na sala de aula não tem muito a ver com a gestão de negócios, e menos ainda com o empreendedorismo. O grau com que a economia está isolada dos negócios comuns da vida é extraordinário e infeliz.
Que não era o caso no passado. Quando a economia moderna nasceu, Adam Smith imaginou-a como um estudo da "natureza e as causas da riqueza das nações." Seu trabalho seminal, A Riqueza das Nações, foi amplamente lido por empresários, embora Smith os menospreze muito por sua ganância, falta de visão e outros defeitos. (...)
Saving Economics from the Economists - Ronald Coase - Harvard Business Review
Fantástico. Coase, ganhador do Nobel por ideias que ainda hoje são debatidas, tem 102 anos.
22 novembro 2012
Produção de petróleo norte-americano
Sometimes the revolution politicians seek isn't the one they get. Consider the irony—and the opportunity—in Monday's report that the U.S. is likely to surpass Saudi Arabia as the world's largest oil producer as early as 2020.
In its annual world energy outlook, the Paris-based International Energy Agency (IEA) says the global energy map "is being redrawn by the resurgence in oil and gas production in the United States."
The U.S. will increase its production to about 23 million barrels a day in 10 years from about 18 million barrels a day now, the IEA predicts. That's more optimistic than current U.S. government estimates and a change from a year ago when the IEA said Russia and the Saudis would vie for number one.
As readers of these pages know, the key to this U.S. energy boom has been technological innovation and risk-taking funded by private capital. Specifically, the private oil and gas industry pioneered the use of horizontal drilling and hydraulic fracturing (or fracking) to tap unconventional deposits such as shale that once were technologically out of reach. It also wouldn't have happened if the industry wasn't able to drill on private land, free from federal regulation.
This is a real energy revolution, even if it's far from the renewable energy dreamland of so many government subsidies and mandates. In his 2007 State of the Union, George W. Bush—the Oil Man President of liberal myth—said America was "on the verge of technological breakthroughs that will enable us to live our lives less dependent on oil."
[...]New York state has imposed a moratorium on fracking, even while the economy of neighboring Pennsylvania is being transformed by the exploitation of the Marcellus Shale that lies under both states. The French, who import 98% of their natural gas, have also banned fracking, despite sitting on shale reserves estimated to be the second-largest in Europe. The British, unsure of what to do, are supposed to make a fracking announcement sometime next month.
[...] Historians will one day marvel that so much political and financial capital was invested in a green-energy revolution at the very moment a fossil fuel revolution was aborning. But politicians failing to spot the trend until they start taking credit for it is an old story. Let's hope they don't ruin it now that they've noticed.
Petróleo e vantagem comparativa
Your Nov. 13 editorial "Saudi America" notes that the U.S. has the "opportunity" to "surpass Saudi Arabia as the world's largest oil producer as early as 2020."
By this comparative-advantage ignoring of logic, the U.S. similarly has the "opportunity" to surpass Guatemala in the growing of bananas, Japan in television-set manufacturing and Italy in the design of luxury leather shoes.
Of course, none of the previously mentioned scenarios will reveal themselves, and they won't because our import of all three gives us time to pursue other work that is far more profitable.
Oil is no different, so while investors should be free to fund any activity deemed worthy, including pursuit of "scarce" oil only made to appear that way by a weak dollar, plentiful oil reserves within these 50 states do not on their own recommend a headlong rush into energy exploration.
In truth, low profit margins in the energy sector probably recommend the opposite, whereby we import crude, not to mention that it's far easier for politicians to tax energy profits, as this editorial page has plainly told readers for years and years.
21 novembro 2012
Valor das janelas
Um artigo de 1984, do prestigioso New York Times, critica o uso de janelos no software Windows. O texto sugere um programa integrado no lugar de inúmeras janelas. O texto conclui: o "Windows falhou".
Rir é o melhor remédio
Uma propaganda para convencer a investir em títulos do governo: "homens que possuem títulos do governo são populares entre as mulheres". Uma mulher (canto esquerdo no alto) afirma que olha para quem é "conservador com o dinheiro". Clique na imagem para ver melhor (observe a cara do rapaz, entre as duas mulheres, no canto inferior esquerdo)
Fraude contábil na HP
A empresa HP anunciou um prejuízo líquido de 12,7 bilhões de dólares. Em termos comparativos, no mesmo período do ano anterior a empresa teve um lucro de US$ 7,1 bilhões.
A razão do resultado está em baixas contábeis de 8,8 bilhões de dólares referentes a uma aquisição realizada em 2011 de uma empresa de software britânica chamada Autonomy. Segundo a HP a baixa estaria "ligada a sérias inexatidões contábeis, falhas na publicação de dados e distorções completas" que ocorreram na Autonomy antes da aquisição pela HP.
Durante a divulgação do resultado, a CEO da HP foi questionada sobre a responsabilidade. Meg Whitman afirmou que o conselho da empresa utilizou os dados auditados pela Deloitte, “não uma marca X de empresa contábil, mas a Deloitte”, que durante o processo de aquisição contratou a KPMG e ambas auditorias não viram os problemas recentemente revelados.
A resposta da executiva da HP não explica, no entanto, a razão da HP ter pago 11 bilhões de dólares pela Autonomy.
A HP teve recentemente uma troca no seu comando, quando em setembro Meg Whitman assumiu seu cargo após a demissão do executivo anterior, e está em processo de reestruturação, que inclui a demissão de 27 mil funcionários no mundo.
A compra da Autonomy ocorreu em 2011, quando a HP pagou 11 bilhões pela empresa de software com sede em Cambridge. A HP registrou 6,6 bilhões de goodwill e 4,6 de outros intangíveis, que foram os ativos baixados, parcialmente, nesta semana. Na época da compra, a CFO da HP, Cathie Lesjak, alertou o então CEO, Leo Apotheker, que o preço era muito alto. Seu apelo não foi considerado e o conselho da empresa, do qual fazia parte a atual CEO, Whitman, aprovou a operação.
A HP aparentemente descobriu que a Autonomy inflava números contábeis. Uma das fraudes era vender produtos com baixa margem e registrar para do custo como sendo despesa de marketing e não custo do produto vendido.
A descoberta do problema ocorreu somente em maio deste ano, quando o fundador da Autonomy, Mike Lynch, deixou a empresa - mas, rejeita as alegações de fraude. E acrescenta que estaria chocado
com as acusações. Relembra, ainda, que a empresa possui há dez anos ações negociadas na bolsa e que durante este tempo a Deloitte auditou a empresa. Para Lynch pode ser coincidência que os problemas tenham sido anunciados junto com o pior resultado dos setenta anos de vida da HP.
O parecer da Deloitte foi limpo, indicando que as demonstrações expressavam a situação da empresa. Apesar da complexidade do reconhecimento de operações em empresas de software, a Deloitte tem um roteiro para estas situações.
Fraude e outros termos
Toda vez que surge um escândalo termos como fraude,
contabilidade agressiva e outros são discutidos. A seguir uma tentativa de
diferenciar alguns destes termos.
Contabilidade criativa – este termo surgiu na década de
oitenta do século passado. Alguns autores consideram que a contabilidade
criativa inclui a fraude. Outros afirmam que a contabilidade criativa é aquela
que ocorre dentro da legalidade. Ou seja, dentro das normas contábeis aceitas. Nesta
concepção do termo não existe, a rigor, nada de errado já que as regras não são
quebradas. As empresas usariam a contabilidade criativa para seus interesses,
em especial dos gestores. A contabilidade criativa é resultado da existência de
flexibilidade nas normas contábeis; mas isto não significa dizer que normas
mais flexíveis (ou baseadas em princípios) apresentam maior ocorrência de "criatividade". É importante notar que a presença da
contabilidade criativa, mesmo que dentro das normas, contraria a noção do “true
and fair view”.
Fraude – a fraude ocorre fora do sistema regulatório.
Envolve quebrar as normas e regras e por isto pressupõe que seja provada numa
corte ou através da condenação do órgão regulador. Uma empresa pode cometer
fraude quando sua contabilidade não segue o que está nas normas contábeis.
Contabilidade agressiva – Este termo é quase igual a
contabilidade criativa. A principal distinção é que a contabilidade agressiva
é no sentido positivo de melhorar o resultado de uma empresa, enquanto a
contabilidade criativa pode ser para melhorar ou piorar o desempenho.
Administração do resultado – termo mais acadêmico. Ocorre
gerenciamento de resultado quando os administradores tem um objetivo
específico. Por exemplo, atingir certo grau de endividamento. As escolhas
contábeis realizadas podem conduzir a administração do resultado nas empresas
de diferentes formas. Por ser um termo mais neutro, pode incluir a fraude,
embora seja mais usual associar com a contabilidade criativa.
Administração das impressões – é a tentativa dos gestores de
influenciar o usuário da informação contábil. Não é uma fraude. Em geral está
associado a forma como a contabilidade é apresentada ao usuário. Assim, o uso
de gráficos, fotografias, cores, narrativas, entre outras estratégias, para
influenciar o usuário faz parte da administração das impressões. Quando o
gestor usa uma figura de um funcionário sorridente no relatório contábil isto
seria administração da impressão.
Suavização do lucro – o mercado penaliza as empresas com
grande variação nos lucros. Sabendo disto, a empresa pode fazer escolhas
contábeis para obter uma menor variância, ao longo do tempo, no lucro apurado.
Este é um caso específico de contabilidade criativa (e administração dos
resultados), onde a finalidade é impedir variações bruscas no lucro.
Leia mais
em JONES, Michael. Creative Accounting, fraud and international accounting
scandals. Wiley, 2011.
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