O International Federation of Accountants (IFAC) é uma entidade mundial da profissão contábil. Com 127 países associados e 167 membros, o IFAC representa mais de 2,5 milhões de contadores. O Brasil participa do IFAC através do Conselho Federal de Contabilidade e do Ibracon. Fundado em 1977, o IFAC possui quatro comitês: de auditoria e seguros, do setor público, de educação contábil e de padrões de ética.
O comitê do setor público tem a responsabilidade de promulgar normas contábeis do setor. A base destas normas, conhecidas como IPSAS, são as normas internacionais de contabilidade promulgadas pelo Iasb. O comitê faz adaptações nestas normas, mas procura, sempre que possível, manter o espírito da norma. Diversas entidades adotam estas normas, incluindo na lista a Interpol, a Otan, a OECD, entidades da ONU, além de diferentes países.
Atualmente o foco tem sido no desenvolvimento de uma estrutura conceitual para o setor público. Isto inclui os principais elementos e suas definições (ativo, passivo, receita, por exemplo), os critérios de reconhecimento que devem ser aplicados, a mensuração e evidenciação. Corresponderia, em linhas gerais, ao nosso CPC 00. O trabalho está em estudo e durante audiência pública diversos comentários foram feitos, incluindo do CFC e de uma brasileira, Denise Silva Ferreira Juvenal. Este último, por sinal, bem mais completo e detalhado que do órgão de classe.
21 novembro 2012
Transparência estadual
Pela segunda vez, o Estado de São Paulo lidera o ranking do Índice de Transparência da ONG Contas Abertas. O trabalho avalia o conteúdo, a atualização e a facilidade de uso dos portais de transparência orçamentária das 27 Unidades da Federação.
Depois de São Paulo, os Estados com orçamentos mais transparentes foram Espírito Santo, Pernambuco, Rio e Minas. Os cinco últimos colocados foram Roraima, Piauí, Sergipe, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
(...) O índice leva em conta a existência de informações sobre toda a execução orçamentária, desde a previsão de gastos até o efetivo pagamento. A pontuação também considera a existência ou não de informações sobre licitações, contratos e convênios, além de séries históricas e frequência de atualização. Um terço da nota é baseada na usabilidade dos portais - ganham mais pontos os Estados que oferecem download de sua base e, com isso, permitem a interação entre usuários e responsáveis pelos dados e dão opções de consulta e navegação. (...)
Em nota, o governo de Mato Grosso do Sul, último lugar no ranking, disse promover "mudanças e adaptações gradativas para melhorar a transparência e dar cumprimento à lei". (...)
Fonte Aqui. É interessante notar que a nota do MS era 4,44 em 2010 e 2,98 em 2012.
Depois de São Paulo, os Estados com orçamentos mais transparentes foram Espírito Santo, Pernambuco, Rio e Minas. Os cinco últimos colocados foram Roraima, Piauí, Sergipe, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
(...) O índice leva em conta a existência de informações sobre toda a execução orçamentária, desde a previsão de gastos até o efetivo pagamento. A pontuação também considera a existência ou não de informações sobre licitações, contratos e convênios, além de séries históricas e frequência de atualização. Um terço da nota é baseada na usabilidade dos portais - ganham mais pontos os Estados que oferecem download de sua base e, com isso, permitem a interação entre usuários e responsáveis pelos dados e dão opções de consulta e navegação. (...)
Em nota, o governo de Mato Grosso do Sul, último lugar no ranking, disse promover "mudanças e adaptações gradativas para melhorar a transparência e dar cumprimento à lei". (...)
Fonte Aqui. É interessante notar que a nota do MS era 4,44 em 2010 e 2,98 em 2012.
Novo membro do Iasb
O Iasb irá nomear Mary Tokar (foto), uma estadunidense, para o lugar de Paul Pacter, do mesmo país, cujo mandato está terminando agora. Esta indicação tem um grande caráter simbólico: após o relatório preparado pelo staff da SEC (entidade que regula o mercado de capitais dos EUA) indicando que a convergência às normas internacionais talvez não acontecesse, ameaçou-se a não condução de estadunidenses para o Board.
Tokar é uma contadora certificada (CPA) com mais de dez anos trabalhando na KPMG na área de convergência internacional. O seu mandato iniciará em 2013 e terá fim em 2017.
Tokar é uma contadora certificada (CPA) com mais de dez anos trabalhando na KPMG na área de convergência internacional. O seu mandato iniciará em 2013 e terá fim em 2017.
Neuromitos
Which of these statements is false?
1. We use only 10% of our brain.
2. Environments rich in stimuli improve the brains of preschool children.
3. Individuals learn better when they receive information in their preferred learning style, whether auditory, visual or kinesthetic.
Fonte: Using just 10% fo your brain? Thin again.- Wall Street Journal - 16/11/2012
Eletrobras perde 1/3 do valor
As ações da Eletrobrás despencaram ontem mais uma vez, fechando o pregão da BMFBovespa com a maior queda do Ibovespa: 15,43% para as preferenciais (sem direito a voto e com maior liquidez), seguida pelo recuo de 13,40% das ordinárias. Nos últimos três pregões, a ação preferencial perdeu um terço (28,96%) de seu valor de mercado. A ação preferencial encerrou o pregão de ontem na mínima do dia, cotada a R$ 9,81 - o mais baixo valor desde agosto de 2005.
Na semana passada, a empresa anunciou que terá perda de receita de R$ 9,629 bilhões em 2013 em suas operações de geração e transmissão com a renovação das concessões, o que corresponde a cerca de 47% do total previsto para o ano. Diante de um cenário tão nebuloso, o Barclays rebaixou a recomendação para as ações da empresa elétrica. O banco reduziu o preço-alvo de 12 meses para R$ 1, tanto para as ações ordinárias quanto para as preferenciais. A estimativa anterior era de R$ 20 e R$ 29, respectivamente.
A revisão leva em conta as condições desfavoráveis para a renovação das concessões e o plano da estatal de aceitar a proposta governamental de prorrogação dos contratos. Além disso, a empresa não vai pagar dividendos no fechamento de 2012 se o resultado financeiro no ano for negativo e ultrapassar a reserva de lucros, disse o diretor Financeiro, Armando Casado de Araújo.
O diretor-financeiro da Eletrobrás não só confirmou as estimativas do mercado, como destacou que a geração de caixa em 2013 deverá ser nula. A corrosão da reserva de lucro ainda neste ano será uma resposta contábil imediata da desvalorização dos ativos, imposta pelo governo. (...)
Fonte: Aqui
Na semana passada, a empresa anunciou que terá perda de receita de R$ 9,629 bilhões em 2013 em suas operações de geração e transmissão com a renovação das concessões, o que corresponde a cerca de 47% do total previsto para o ano. Diante de um cenário tão nebuloso, o Barclays rebaixou a recomendação para as ações da empresa elétrica. O banco reduziu o preço-alvo de 12 meses para R$ 1, tanto para as ações ordinárias quanto para as preferenciais. A estimativa anterior era de R$ 20 e R$ 29, respectivamente.
A revisão leva em conta as condições desfavoráveis para a renovação das concessões e o plano da estatal de aceitar a proposta governamental de prorrogação dos contratos. Além disso, a empresa não vai pagar dividendos no fechamento de 2012 se o resultado financeiro no ano for negativo e ultrapassar a reserva de lucros, disse o diretor Financeiro, Armando Casado de Araújo.
O diretor-financeiro da Eletrobrás não só confirmou as estimativas do mercado, como destacou que a geração de caixa em 2013 deverá ser nula. A corrosão da reserva de lucro ainda neste ano será uma resposta contábil imediata da desvalorização dos ativos, imposta pelo governo. (...)
Fonte: Aqui
Assimetria de informação e as características das empresas
Nós postamos sobre a defesa de tese do, hoje doutor, Orleans Silva Martins. O trabalho está finalmente disponível!
“Este trabalho investigou a assimetria de informação existente na negociação de ações no mercado acionário brasileiro e suas relações com as características econômico-financeiras das empresas que compõem esse mercado. Apoiado na Teoria dos Mercados Eficientes (FAMA, 1970) e na Teoria da Agência (JENSEN; MECKLING, 1976), foi levantado um referencial teórico acerca da relevância da informação contábil no mercado de capitais e das implicações que a assimetria de informação nesse mercado ocasiona, tendo como uma de suas referências o estudo de Akerlof (1970) sobre market for lemons. Nesse contexto, destaca-se o modelo EHO, de Easley, Hvidkjaer e O’Hara (2002), que busca mensurar a assimetria de informação existente no mercado de capitais a partir dos dados de microestrutura desse mercado, por meio da estimação da probabilidade de negociação com informação privilegiada (PIN), a partir dos volumes de negociação das ações. Nesse sentido, este estudo contou com uma pesquisa exploratória a partir dos dados de 229 ações negociadas na BM&FBOVESPA durante o biênio 2010/2011, perfazendo um total de 1.150 observações trimestrais, a partir das quais foram calculados os parâmetros do modelo EHO através de uma função de máxima verossimilhança e, em seguida, a PIN trimestral de cada ação, que foi segregada e analisada descritivamente. Após essa etapa, a PIN foi relacionada por meio de modelos de regressão Tobit, com dados em cross-section, às seguintes características econômico-financeiras: risco, retorno, retorno anormal, liquidez e volatilidade da ação, custo de capital próprio, estrutura de capital, tamanho, índices market-to-book e preço/lucro, política de dividendos, gerenciamento de resultados e governança corporativa da firma, e também a duas variáveis de controle para os efeitos tempo e divulgação. Em seus resultados, foi apurada uma PIN média de 24,9%, indicando que há evidências de que tenham ocorrido negociações baseadas em informação privilegiada no mercado acionário brasileiro durante os anos de 2010 e 2011. Por isso, suas evidências indicam que a Hipótese de Mercado Eficiente de Fama (1970), em sua forma forte, não é válida para este mercado, pelo menos durante o período investigado, uma vez que foi verificada a existência de assimetria de informação. Ademais, pode-se verificar que ações listadas no segmento de governança corporativa Novo Mercado apresentaram maior PIN que ações listadas no Nível 2 que, a priori, possui práticas de governança menos restritivas. Assim, no período investigado, é possível notar que nem sempre maior grau de governança é sinônimo de menor assimetria. Além disso, verifica-se que as características que estão significativamente relacionadas à maior PIN são o retorno, a liquidez, a volatilidade, o custo de capital próprio e o tamanho da firma. Por outro lado, estão relacionadas à menor PIN o retorno anormal e a política de dividendos. Por isso, pode-se considerar que é possível relacionar a assimetria de informação às características econômico-financeiras das empresas no mercado acionário brasileiro. Ainda, destaca-se que algumas dessas relações são diferentes daquelas observadas na literatura, devido, principalmente, às particularidades desse mercado, como o alto índice de emissão de ações preferenciais e a forte concentração de capital.”
RELAÇÕES ENTRE A ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO E AS CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS NO MERCADO ACIONÁRIO BRASILEIRO
Tese 11 do Programa Multi-Institucional e Inter-Regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis – UnB, UFPB, UFRN
Autor: Orleans Silva Martins
Orientador: Prof. Edilson Paulo, Doutor
Download: Completa (1.802 Kb)
“Este trabalho investigou a assimetria de informação existente na negociação de ações no mercado acionário brasileiro e suas relações com as características econômico-financeiras das empresas que compõem esse mercado. Apoiado na Teoria dos Mercados Eficientes (FAMA, 1970) e na Teoria da Agência (JENSEN; MECKLING, 1976), foi levantado um referencial teórico acerca da relevância da informação contábil no mercado de capitais e das implicações que a assimetria de informação nesse mercado ocasiona, tendo como uma de suas referências o estudo de Akerlof (1970) sobre market for lemons. Nesse contexto, destaca-se o modelo EHO, de Easley, Hvidkjaer e O’Hara (2002), que busca mensurar a assimetria de informação existente no mercado de capitais a partir dos dados de microestrutura desse mercado, por meio da estimação da probabilidade de negociação com informação privilegiada (PIN), a partir dos volumes de negociação das ações. Nesse sentido, este estudo contou com uma pesquisa exploratória a partir dos dados de 229 ações negociadas na BM&FBOVESPA durante o biênio 2010/2011, perfazendo um total de 1.150 observações trimestrais, a partir das quais foram calculados os parâmetros do modelo EHO através de uma função de máxima verossimilhança e, em seguida, a PIN trimestral de cada ação, que foi segregada e analisada descritivamente. Após essa etapa, a PIN foi relacionada por meio de modelos de regressão Tobit, com dados em cross-section, às seguintes características econômico-financeiras: risco, retorno, retorno anormal, liquidez e volatilidade da ação, custo de capital próprio, estrutura de capital, tamanho, índices market-to-book e preço/lucro, política de dividendos, gerenciamento de resultados e governança corporativa da firma, e também a duas variáveis de controle para os efeitos tempo e divulgação. Em seus resultados, foi apurada uma PIN média de 24,9%, indicando que há evidências de que tenham ocorrido negociações baseadas em informação privilegiada no mercado acionário brasileiro durante os anos de 2010 e 2011. Por isso, suas evidências indicam que a Hipótese de Mercado Eficiente de Fama (1970), em sua forma forte, não é válida para este mercado, pelo menos durante o período investigado, uma vez que foi verificada a existência de assimetria de informação. Ademais, pode-se verificar que ações listadas no segmento de governança corporativa Novo Mercado apresentaram maior PIN que ações listadas no Nível 2 que, a priori, possui práticas de governança menos restritivas. Assim, no período investigado, é possível notar que nem sempre maior grau de governança é sinônimo de menor assimetria. Além disso, verifica-se que as características que estão significativamente relacionadas à maior PIN são o retorno, a liquidez, a volatilidade, o custo de capital próprio e o tamanho da firma. Por outro lado, estão relacionadas à menor PIN o retorno anormal e a política de dividendos. Por isso, pode-se considerar que é possível relacionar a assimetria de informação às características econômico-financeiras das empresas no mercado acionário brasileiro. Ainda, destaca-se que algumas dessas relações são diferentes daquelas observadas na literatura, devido, principalmente, às particularidades desse mercado, como o alto índice de emissão de ações preferenciais e a forte concentração de capital.”
RELAÇÕES ENTRE A ASSIMETRIA DE INFORMAÇÃO E AS CARACTERÍSTICAS DAS EMPRESAS NO MERCADO ACIONÁRIO BRASILEIRO
Tese 11 do Programa Multi-Institucional e Inter-Regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis – UnB, UFPB, UFRN
Autor: Orleans Silva Martins
Orientador: Prof. Edilson Paulo, Doutor
Download: Completa (1.802 Kb)
20 novembro 2012
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