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18 novembro 2012

Captação de recursos no ensino superior

Prática corriqueira no exterior ainda é rara no Brasil. Entre os motivos apontados por especialistas estão a inabilidade ao pedir contribuições, o não acompanhamento da carreira dos egressos e a falta de uma lei de incentivos fiscais para a educação.


Todos os meses, a cobrança de R$ 150 já está programada para ser debitada da conta corrente do economista Pedro Albuquerque, de 27 anos. O crédito vai direto para o Insper, a instituição de ensino onde ele se formou, em 2009. Mas não se trata de pagamento de mensalidade atrasada nem de ressarcimento de bolsa de estudo. É uma doação voluntária. Simples assim.

"Comecei contribuindo com R$ 50. E, na medida em que o meu salário cresce, aumento a minha participação", conta ele, que atualmente trabalha em Curitiba numa empresa da área de infraestrutura. Assim como Pedro, outros 115 ex-alunos doam para o Fundo de Bolsas da instituição - desde que foi criado, em 2009, já foram arrecadados R$ 850 mil.

Todo o dinheiro é utilizado para subsidiar os estudantes oriundos de escola pública e que não têm condições de arcar com as mensalidades de cerca de R$ 3 mil - atualmente, dos 1,5 mil alunos do Insper, 100 são bolsistas.

A motivação dos doadores não é simplesmente caridade. "Quando contribuo, colaboro para a perenidade da instituição e ajudo a escola a se manter no topo, com os melhores alunos que poderia ter, o que inclui, obviamente, aqueles que não teriam condições de arcar com a mensalidade", diz Franco Veludo. Ele se formou em 2007 e, em todo início de ano, doa R$ 3 mil.

A prática, bem incomum no Brasil, é corriqueira mundo afora. Em especial nos EUA, onde só Harvard arrecada US$ 30 bilhões por ano. Mas a prática se difundiu. "Na Europa, Oxford e Cambridge estão muito fortes e, na América Latina, o México tem sido muito bem-sucedido nisso", elenca Custódio Pereira, autor do livro Sustentabilidade e Captação de Recursos na Educação Superior no Brasil.

O especialista diz que, tecnicamente, há três explicações para o Brasil ter uma atuação incipiente. "Aqui, não há essa visão da filantropia para a educação, as instituições de ensino não têm pessoas especializadas no trabalho de captação e o governo não oferece incentivo fiscal." Apesar disso, ressalva, o principal motivo do insucesso brasileiro é a falta de habilidade de quem pede. "Nós não sabemos pedir".

Nesse cenário, sobressai-se quem tem bons relacionamentos e sabe valorizar o doador, afirma o pró-reitor de ensino e pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Antonio Freitas. "Muitas de nossas salas e laboratórios foram doados por ex-alunos. Para a FGV, já doaram José Ermírio de Moraes, Moreira Salles e Abílio Diniz. Mas, no Brasil, as doações são frutos de amizade. Nos EUA, não. Lá, se qualquer um doa US$ 1 mil, ganha o nome no ladrilho."

Aos que doam muito, o agradecimento é mais explícito. A Universidade Yale, por exemplo, tinha outro nome até, no século 18, ser rebatizada com o sobrenome de um judeu que doou parte de suas riquezas para a instituição. Harvard também leva o nome de um doador generoso.

[...]Acordadas - Longe das discussões ideológicas do Largo São Francisco, outra unidade da própria USP já tem passado o chapéu. A Escola Politécnica, que congrega os cursos de Engenharia, criou, neste ano, o Amigos da Poli, com a meta de arrecadar R$ 10 milhões nos primeiros 12 meses de atividade.

Dentre as privadas, a FGV tem uma assessoria com funcionários dedicados exclusivamente para captação de recursos. E a Universidade Mackenzie, a pioneira da prática no Brasil, vai ressuscitar, em 2013, seu programa de patrocínio. "Será uma campanha motivadora e providenciaremos aos doadores um fluxo de informação sobre o beneficiado, imprimindo o caráter mais pessoal possível ao programa", explica Solano Portela, diretor de finanças da instituição.

[...]'Nós brasileiros não sabemos pedir direito'
Entrevista com Custódio Pereira, especialista em captação de recursos

Diz-se que o brasileiro não tem tradição de doar. Você concorda?
Discordo. Não é apenas uma questão cultural ou de falta de incentivo fiscal. Nos EUA não havia incentivo nos anos 1600 e os fazendeiros doavam legumes, ovos e terrenos. As pessoas doam por acreditar que é um ato nobre, que com isso está ajudando a comunidade, colaborando com o País.

E por qual razão o brasileiro doa pouco?
Porque não pedimos e, quando o fazemos, pedimos errado. Damos a impressão de que a pessoa está fazendo um favor, quando na verdade o tom deveria ser de que o ato é uma oportunidade de contribuir com a sociedade. Nos EUA, no primeiro dia de aula, o calouro já escuta: "Fulano, você está em uma das melhores universidades do mundo e sua responsabilidade é levá-la para frente". Depois de formado, a instituição não o esquece. Ela mantém contato, cria um vínculo perene. Isso, claro, faz com que esse aluno queira que seu filho estude na mesma instituição.

No Brasil, são raras as instituições que sabem o paradeiro de seus ex-alunos...
Vivemos em uma caverna de Platão. A instituição não sabe sua história. Isso tem de mudar. É preciso construir um banco de dados com contatos e trajetória profissional dos egressos e convidá-los para os eventos institucionais. Afinal, mesmo que inconscientemente, todos querem o melhor para sua universidade. Se ela está bem, isso agrega valor ao currículo.

17 novembro 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão nos comentários.

1 – Diante do que está ocorrendo no mercado acionário brasileiro nas últimas semanas, esta empresa deverá terminar o ano ocupando o primeiro lugar em termos de maior valor:

Ambev
JBS
Vale do Rio Doce

2 – A solução do problema societário entre o Grupo Pão de Açúcar, o ex-controlador Abílio Diniz e a família Klein pode ter um novo desfecho: Diniz entregaria suas ações no Grupo em troca do controle do:

Extra
Qualita
Via Varejo

3 – A França tenta aumentar a arrecadação de tributos de empresas multinacionais. Esta empresa, presente naquele país há oito anos, nunca pagou imposto de renda:

Amazon
Google
Starbucks

4 – O balanço da Petrobras permitiu uma constatação de manipulação de dados macroeconômicos no Brasil, mais especificamente com respeito aos dados de:

Arrecadação do CIDE
Comércio exterior
Número de empregos gerados

5 – Uma medida do governo poderá levar a um prejuízo nesta empresa de mais de 10 bilhões de reais em 2012:

Eletrobras
Petrobras
Vale do Rio Doce

6 – A divulgação das demonstrações contábeis dos Correios dos EUA revelou que aquela entidade, ao contrário do similar brasileiro,

Ainda consegue gerar caixa com as operações
Conseguiu conquistar novos clientes este ano
Possui sérios problemas de continuidade

7 – A empresa Wal-Mart está investigando problemas de corrupção em diversos mercados onde atua, entre os quais:

Brasil, China e Índia
Comunidade Européia
México, Estados Unidos e Canadá

8 – Algumas das razões para virada de mesa do governo no setor elétrico estão as seguintes, exceto:

Acumulo dos juros sobre os investimentos pré-operacionais
Falta de dinheiro no fundo que pagará as indenizações
Pouca participação como acionista minoritário

9 – Dia 10 de novembro é uma data importante para a contabilidade pois neste dia

A profissão foi reconhecida no Brasil
Foi organizada a primeira entidade de classe no mundo
Foi publicado a obra de Pacioli

10 – Esta empresa fez um acordo de 4 bilhões de dólares com respeito a um passivo ambiental

Apple
BP
Exxon

Fato da Semana


Fato: A proposta de evidenciação dos impostos pagos nos produtos e serviços adquiridos pelos brasileiros. 

Qual a relevância disso? A rigor não é um acontecimento contábil. Mas talvez tenha grandes implicações para a contabilidade. Aprovou-se uma proposta de que os produtos e serviços devem trazer evidenciados os tributos que estão sendo cobrados, assim como seu valor. A proposta ainda não é das melhores, pois exige também a evidenciação do imposto de renda.

Mas espera-se que isto desperte nas pessoas uma preocupação maior com o que se paga de imposto e o que os governos retribuem em termos de serviços públicos. Isto tornará mais difícil para os governos futuros aumentar as alíquotas cobradas de certos produtos. Uma possível consequência de longo prazo é uma maior justiça social, com a redução de tributos de certos produtos – como alimentação e bens essenciais – e uma ampliação da carga tributária. Em outras palavras, pessoas que hoje conseguem sonegar impostos serão “chamadas” a contribuir. Isto pode ter uma consequência sobre o mercado de trabalho dos contadores. Outro efeito é a possibilidade de redução da complexidade do sistema tributário, que também afeta diretamente o mercado de trabalho de contabilidade.

Positivo ou negativo? – Os efeitos serão positivos para sociedade.

Desdobramentos – Já existe uma pressão para que a lei não seja sancionada da forma como está. Realmente a inclusão do imposto de renda torna a implantação muito difícil e nisto teremos que concordar com o Ministro da Fazenda. Mas a questão do efeito sobre a nota fiscal eletrônica não deveria ser levado em conta: trata-se de custo perdido. 

Emulando Waren Buffet


É possível copiar a estratégia de investimento do lengendário Warren Buffet e usá-la num fundo mútuo?
A AQR Capital Management LLC, uma empresa que administra 16 fundos mútuos, publicou recentemente um artigo dizendo que criou um processo sistemático que seleciona ações como Warren Buffett. A publicação explica que o processo gerou retornos maiores que o da empresa de investimentos de Buffett, a Berkshire HathawayInc., entre 1976 e 2011. A firma de Greenwich, no Estado americano de Connecticut, não quis dizer se tem planos de lançar um fundo de investimento com base em seu simulador de Buffett.
Uma empresa britânica de investimentos, por sua vez, formou um fundo que segue os princípios de investimento de Buffett. Keith Ashworth-Lord é o gestor do fundo e encarregado de decifrar os segredos do investidor. "Eu sou o aprendiz e ele é o feiticeiro", diz Ashworth-Lord.
O Conbrio Sanford Deland UK Buffettology, fundo bastante ativo da Sanford DeLand Asset Management Ltd., do Reino Unido, peneira o mercado britânico em busca de ações baratas que normalmente atraem Buffett. Compras recentes incluem a Domino Pizza Group, empresa britânica que opera pizzarias da rede americana Domino na Grã-Bretanha e em alguns países europeus, e a gigante de bebidas Diageo PLC.
[...]Robert G. Hagstrom, autor de vários livros sobre Buffett, lançou em 1994 um fundo dedicado a investir como o guru. A Legg Mason Inc. comprou a operação em 1998. O fundo, chamado agora Legg Mason Capital Management Global Growth Trust, teve nos últimos anos desempenho inferior ao dos concorrentes e ao do índice Standard & Poor's de 500 ações. Este ano, a empresa cancelou a estratégia de investimento baseada no estilo de Buffett, e Hagstrom deixou o posto de gestor do fundo. Um porta-voz da Legg Mason disse que a empresa não comenta sobre "mudanças estruturais de seus portfólios". Hagstrom também não quis comentar.
[...]Apesar de pequeno, o Buffettology, com cerca de US$ 4,1 milhões em ativos, teve retorno de 29% de janeiro a outubro, em comparação com 6,1% de seu índice de referência, o FTSE All Share.
Ashworth-Lord, o gestor do fundo, diz que acompanha Buffett de perto no noticiário e que sua base operacional está localizada longe dos grandes grupos de investidores, como a de Buffett. "Eu trabalho em Manchester, não em Londres. É como ele, que trabalha em Omaha [no Estado de Nebraska], não em Wall Street. Você não é bombardeado com informação", diz ele.
O gestor tem um alerta Google intitulado "Warren Buffett" e lê o jornal Omaha World-Herald, de propriedade da Berkshire Hathaway, para ficar a par do que Buffett faz.
Fonte: aqui

Pronunciamentos

Três minutas em audiência pública:

CPC 36

A proposta de revisão do CPC 36 contempla substancialmente alterações no texto do IAS 27 – Consolidated and Saparate Financial Statements, que resultou na edição, pelo IASB - International Accounting Standards Board, do IFRS 10 – Consolidated Financial Statements, o qual para fins das IFRS tem sua adoção requerida a partir de 2013.

O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 36 é o de estabelecer princípios para apresentação e elaboração de demonstrações contábeis consolidadas quando uma entidade controla uma ou mais outras entidades.


CPC 45

A proposta de emissão do CPC 45 contempla substancialmente a convergência com o texto da IFRS 12 – Disclosure of Interests in Other Entities, emitida pelo IASB - International Accounting Standards Board, o qual para fins das IFRS tem sua adoção requerida a partir de 2013.

O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 45 é orientar quanto à divulgação de informações que permitam aos usuários das demonstrações contábeis avaliar as informações de uma entidade quanto à natureza da participação em outras entidades, os riscos associados a tais participações, os efeitos dessas participações sobre a sua posição patrimonial e financeira, o desempenho financeiro e respectivos fluxos de caixa.


CPC 46

A proposta de emissão do CPC 46 contempla substancialmente a convergência com o texto da IFRS 13 – Fair Value Measurement, emitida pelo IASB - International Accounting Standards Board, o qual para fins das IFRS tem sua adoção requerida a partir de 2013.

O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 46 é de : (a) definir valor justo; (b) estabelecer em um único Pronunciamento uma estrutura para a mensuração do valor justo; e (c) estabelecer divulgações sobre mensurações do valor justo.

Petrobras

Sobre a empresa, segundo a The Economist:

a Petrobras é um modelo de empresa estatal de petróleo e o governo do Brasil tem utilizado como uma ferramenta política para todos os fins, como manter os preços baixos e ajudar a economia, como construir refinarias no Nordeste pobre para promover o desenvolvimento regional.