Translate

05 novembro 2012

Bancos Públicos

Segundo um estudo do instituto [Instituto dc Bancos Públicos, organismo internacional que estuda o setor], a participação dos bancos públicos é inversamente proporcional à maturidade de um sistema financeiro. Quando os bancos oficiais se sobressaem, o dinheiro da poupança nacional migra não necessariamente para os melhores projetos, mas para aqueles que o governo escolhe. No caso da Caixa, a interferência política é visível. A maior parte da cúpula é formada por profissionais colocados no cargo por indicação política — como o ex-deputado federal Geddel Vieira Lima, do PMDB, nomeado vice-presidente de empresas em 2011.

(...) Não foram poucos os bancos públicos que passaram por problemas financeiros por emprestar demais, aqui e no exterior. Em 2008, o Tesouro americano gastou cerca de 300 bilhões de dólares para resgatar as companhias hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac — que, viu-se depois, concediam financiamento imobiliário fazendo uma análise rasteirado histórico dos clientes. No Brasil, 32 bancos públicos, estaduais e federais, passaram por dificuldades na década de 90 e tiveram de ser socorridos pelo governo, a um custo estimado de 90 bilhões de reais. A própria Caixa e o BB viveram apuros. Eles só limparam seus balanços em 2001, depois de transferir carteiras de crédito de inadimplentes para uma empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Ninguém em sã consciência pode ter saudade disso. (...)

Caixa de Pandora - 4 de Novembro de 2012 - Revista Exame - MARIA LUÍZA FILGUEIRAS

Commodities agrícolas, câmbio e inflação

Não é segredo que o Banco Central trata o recente aumento do preço internacional de commodities agrícolas como um “choque de oferta”, com implicações fortes para a política monetária. Pressupõe-se que seja um fenômeno semelhante à elevação das tarifas de serviços públicos, ou dos preços de petróleo, que tendem a elevar a inflação e reduzir a renda, limitando a propagação do aumento inicial de preços.


[...] A questão é saber se podemos caracterizar a seca nos EUA, que contraiu a produção agrícola naquele país, como um choque de oferta do ponto de vista do Brasil? Tenho dito que não. Os preços se elevaram, mas, como o Brasil é exportador líquido destas commodities, o efeito sobre a renda nacional é positivo: não há plantador nacional de soja chorando pela quebra da safra americana. Na perspectiva deste fazendeiro o que houve foi um aumento na demanda por seu produto, levando a preços internacionais mais elevados.

Na verdade, na visão do fazendeiro brasileiro o motivo para alegria é ainda maior. Não houve apenas aumento dos preços em dólar, mas também um aumento dos preços medidos em reais, elevando adicionalmente sua renda às expensas dos consumidores nacionais, em particular a fração mais pobre da população, cujo gasto com alimentos compromete parcela maior do seu orçamento (argumento algo demagógico, sim, mas não menos verdadeiro).

Alguém poderia imaginar que isto é inevitável: se os preços aumentam lá fora devem também subir por aqui e que, portanto, nada poderia ser feito, mas a evidência sugere precisamente o contrário.

Começo notando que de 2006 a 2010, a despeito de uma elevação considerável dos preços internacionais de commodities (em torno de 35%), os preços em reais subiram consideravelmente menos (9%). O motivo é claro: a elevação dos preços das commoditiescorresponde a um aumento dos preços das exportações brasileiras relativamente às importações. Tal melhora de termos de troca tende a fortalecer a moeda, atenuando o impacto dos preços.

Em contraste, a recente elevação de preços internacionais de commodities se traduziu integralmente sobre preços domésticos porque a taxa de câmbio, ao contrário do ocorrido anteriormente, foi mantida fixa.

[...] Foi, portanto, a política brasileira de manipulação do câmbio que implicou a elevação dos preços domésticos de commodities. Caso a moeda flutuasse de verdade, o real provavelmente teria de apreciado em linha com as demais e estaria hoje entre R$ 1,70-1,80/US$. Neste caso os preços domésticos de commodities seriam em torno de 15% mais baratos e a inflação consideravelmente mais baixa.

Este resultado traz duas conclusões relevantes. Em primeiro lugar que, conforme argumentado, a elevação de preços domésticos de commodities nada tem de choque de oferta. Revela, além disso, os limites muito claros da possibilidade de manter a inflação na meta quando o BC tem como um de seus objetivos principais fixar a taxa de câmbio. Nada que não soubéssemos; apenas o que nossas autoridades resolveram ignorar.

04 novembro 2012

Rir é o melhor remédio


A compra da Lucas Film pela Disney. Fonte: Aqui e aqui|

Sistema Hidroeólico


Um sistema interligado hidroeólico para o Brasil 


Leia mais em:
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/515112-um-sistema-interligado-hidroeolico-para-o-brasil

O Brasil dispõe de potenciais hidrelétrico e eólico que lhe abrem a possibilidade de produzir, de forma renovável e sustentável, toda a energia elétrica que consome - e consumirá, quando a população estiver estabilizada em 215 milhões de habitantes, o que, segundo o IBGE, deverá acontecer por volta de 2050.

A interligação dos parques eólicos com a rede hidrelétrica, visando a estruturar um sistema hidroeólico, contribuirá para suavizar a intermitência dos ventos, pois isso permite que se firme a energia eólica mediante a sua "acumulação", por assim dizer, nos reservatórios hidrelétricos, nas épocas de ventos abundantes, para ser usada nas temporadas secas. A interligação dos parques eólicos entre si também contribui para contornar o problema da intermitência dos ventos, por meio do chamado "efeito portfólio", pelo qual, à semelhança de uma carteira de ações na bolsa de valores, a produção conjunta de todos os parques varia menos do que as produções individuais de cada um.

Graças ao seu imenso potencial hidrelétrico - e à possibilidade, ainda existente, de se implantarem grandes reservatórios de acumulação - o Brasil tem uma extraordinária vantagem comparativa em relação à maioria dos países europeus e asiáticos, que são obrigados a apelar para as onerosas e poluentes usinas termelétricas convencionais ou para as antieconômicas centrais nucleares que, ademais, expõem as populações a inaceitáveis riscos de acidentes catastróficos.

Naturalmente - além de se orientar por critérios técnico-econômicos e ambientais - a implantação de parques eólicos e, principalmente, de novos reservatórios hidrelétricos deve respeitar o direito das populações regionais, particularmente as ribeirinhas, mediante a execução de programas de reassentamento, planejados em cooperação com as lideranças locais.

Entretanto, determinados segmentos da sociedade têm a percepção de que a geração hidrelétrica é invariavelmente deletéria, por causar a "artificialização das bacias hidrográficas". Devido a essa percepção equivocada, o Brasil corre o risco de ser obrigado a imitar países que, não dispondo de vantagens como as brasileiras, têm que apelar para usinas termelétricas convencionais ou nucleares.

Na verdade, os reservatórios hidrelétricos podem ser aproveitados para múltiplas finalidades, tais como regularização de vazões, transporte fluvial, irrigação de grandes áreas visando à produção agrícola, pesca interior, turismo ecológico, etc.

Todos esses usos requerem a preservação das matas ciliares e são ambientalmente benéficos, ao contrário do que supõem os adversários emocionais dos reservatórios hidrelétricos.[...]

Petrobras e controles

A revista Época traz uma reportagem sobre a distribuição de recursos da Petrobras para eventos culturais. Mais especificamente, sobre o hábito de um dos seus funcionários destinar recursos para amigos. (vide em O diretor da Petrobras que libera dinheiro público para amigos, 1 de Novembro de 2012, Época Negócios Online, Murilo Ramos)

Ao final do texto, publica-se uma resposta da Petrobras contestando a informação da revista. Eis um trecho da resposta da empresa:

Além de omitir de forma arbitrária as informações enviadas pela Petrobras, a reportagem ignorou o fato de a companhia ser submetida a instrumentos de controle interno e externo, como auditorias da Corregedoria-Geral da União, do Tribunal de Contas da União, da Comissão de Valores Mobiliários e da Securities and Exchange Comission, dos Estados Unidos.

Nem a CVM nem a SEC verificam a forma como a empresa distribui seus recursos para eventos culturais. A empresa usou o nome das duas entidades - de maneira incorreta - mas esqueceu dos auditores.

03 novembro 2012

Rir é o melhor remédio

Halloween

Teste da Semana


Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão nos comentários.

1 – Esta empresa está rompendo o grande contrato de publicidade depois de surgirem notícias sobre pagamentos “pouco ortodoxos”. As notícias não foram comentadas num fato relevante ao mercado:
Anbev
Oi
TAM

2 – Com respeito a anterior, o contrato foi realizado com uma entidade sem fins lucrativos:
CBF
COI
UNICEF

3 – Por 4 bilhões de dólares a Disney comprou, nesta semana, um estúdio de cinema de um famoso diretor:
Garamont
Lucas Film
Universal Studios

4 – Esta empresa pagou, só neste ano, 75 milhões de reais para uma das famílias que possuem suas ações:
Globo
Grupo Pão de Açúcar
Via Varejo

5 – Algumas empresas brasileiras foram classificadas e pontuadas no Carbon Disclosure Project.  As empresas BM&FBovespa, Braskem, CPFL Energia, EDP - Energias do Brasil, Itaúsa, JBS, Marfrig, Petrobras, Santander Brasil e Vale foram consideradas:
Com altas notas na evidenciação ambiental
Com altas notas na prática de redução dos gases de efeito estufa
Como as mais poluentes entre as respondentes

6 – Uma análise comparativa entre o custo por assento, em dólares, dos estádios de futebol do Brasil que estão sendo construídos para Copa do Mundo e de outros países mostraram que:
O custo é muito mais elevado no caso brasileiro
O custo está dentro do padrão internacional
O custo está muito abaixo

7 – Em relação a adequação das normas internacionais com a questão fiscal, comentou-se esta semana que a Receita Federal estaria:
Adotando o Livro de Ajustes da Convergência
Desenvolvendo uma versão renovado do Lalur
Não adotaria nenhum ajuste no lucro contábil apurado pelas IFRS

8 – Este banco é conhecido por emprestar muito dinheiro para clubes de futebol. Uma estimativa pessimista contou 250 milhões de reais neste tipo de empréstimo
BMG
BVA
Cruzeiro do Sul

9 – A Via Varejo, empresa de comércio, reduziu seu resultado em razão:
Da redução da taxa de juros
Do aumento da inadimplência dos clientes
Do aumento de provisão e contingências

10 – A empresa INDG mudou o nome para Falconi Consultores de Resultado, indicando o nome do seu consultor mais famoso. Além da fama como consultor, Falconi estava no conselho de administração da seguinte empresa:
Aracruz
Banerj
Sadia