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03 novembro 2012

Teste da Semana


Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão nos comentários.

1 – Esta empresa está rompendo o grande contrato de publicidade depois de surgirem notícias sobre pagamentos “pouco ortodoxos”. As notícias não foram comentadas num fato relevante ao mercado:
Anbev
Oi
TAM

2 – Com respeito a anterior, o contrato foi realizado com uma entidade sem fins lucrativos:
CBF
COI
UNICEF

3 – Por 4 bilhões de dólares a Disney comprou, nesta semana, um estúdio de cinema de um famoso diretor:
Garamont
Lucas Film
Universal Studios

4 – Esta empresa pagou, só neste ano, 75 milhões de reais para uma das famílias que possuem suas ações:
Globo
Grupo Pão de Açúcar
Via Varejo

5 – Algumas empresas brasileiras foram classificadas e pontuadas no Carbon Disclosure Project.  As empresas BM&FBovespa, Braskem, CPFL Energia, EDP - Energias do Brasil, Itaúsa, JBS, Marfrig, Petrobras, Santander Brasil e Vale foram consideradas:
Com altas notas na evidenciação ambiental
Com altas notas na prática de redução dos gases de efeito estufa
Como as mais poluentes entre as respondentes

6 – Uma análise comparativa entre o custo por assento, em dólares, dos estádios de futebol do Brasil que estão sendo construídos para Copa do Mundo e de outros países mostraram que:
O custo é muito mais elevado no caso brasileiro
O custo está dentro do padrão internacional
O custo está muito abaixo

7 – Em relação a adequação das normas internacionais com a questão fiscal, comentou-se esta semana que a Receita Federal estaria:
Adotando o Livro de Ajustes da Convergência
Desenvolvendo uma versão renovado do Lalur
Não adotaria nenhum ajuste no lucro contábil apurado pelas IFRS

8 – Este banco é conhecido por emprestar muito dinheiro para clubes de futebol. Uma estimativa pessimista contou 250 milhões de reais neste tipo de empréstimo
BMG
BVA
Cruzeiro do Sul

9 – A Via Varejo, empresa de comércio, reduziu seu resultado em razão:
Da redução da taxa de juros
Do aumento da inadimplência dos clientes
Do aumento de provisão e contingências

10 – A empresa INDG mudou o nome para Falconi Consultores de Resultado, indicando o nome do seu consultor mais famoso. Além da fama como consultor, Falconi estava no conselho de administração da seguinte empresa:
Aracruz
Banerj
Sadia

Fato da Semana


Fato: A adoção de normas internacionais para Pequenas e Médias Empresas

Qual a relevância disso? O número de pequenas e médias empresas é muito elevado em qualquer país do mundo. Para o profissional de contabilidade, representa um grande mercado de trabalho, principalmente para os escritórios de contabilidade. Quando da adoção das normas internacionais de contabilidade no Brasil para as grandes empresas imaginou-se ser possível que as empresas menores pudessem adotar uma versão simplificada da norma. Entretanto, o CPC para as pequenas e médias empresas parece não ser suficientemente simples para entusiasmar os empresários a adotarem, de livre e espontânea vontade, tal norma. Ou seja, a relação custo-benefício aparentemente é desfavorável. Textos publicados no blog durante esta semana mostram (aqui, aqui e aqui) que pouco foi feito neste sentido.

Um aspecto adicional é que as empresas não serão punidas, mas os profissionais contábeis sim.

Positivo ou negativo? – É negativo para os órgãos reguladores, para as empresas de consultorias e softwares que imaginavam ganhar dinheiro com a adoção e para os conselhos, que terão que decidir sobre o que fazer com os profissionais.

Desdobramentos – É difícil imaginar os conselhos regionais de contabilidade punindo os profissionais por não seguir a norma do CPC. Afinal, são seus eleitores; mais, os escritórios de contabilidade possuem muita influencia nos conselhos. É mais provável uma prorrogação de prazo para adoção ou a suspensão da norma do que ver milhares de contadores sendo multados pelos conselhos regionais. A forma para que a norma venha ser usada é: receita federal. 

Petrobras: ativos à venda


A piora de seu desempenho operacional e a queda de sua produção devem tornar ainda mais complicada para a Petrobrás a venda de ativos no exterior, que a empresa considera essencial para assegurar o equilíbrio financeiro do plano de negócios dos próximos cinco anos, que envolvem investimentos vultosos em exploração, produção e refino. Mas as persistentes dificuldades financeiras e operacionais da Petrobrás, que, no segundo trimestre deste ano, registrou seu primeiro prejuízo em muitos anos, vêm sendo acompanhadas pelos investidores, e, muito provavelmente, os interessados na compra dos ativos colocados à venda pela empresa estão aguardando que, com o agravamento de seus problemas, seus preços caiam. O balanço do terceiro trimestre deve ter reforçado a resistência desses interessados, pois mostrou que a empresa continua com problemas de baixa eficiência, altos custos e dificuldades para obter recursos.
Entre os ativos à venda estão 175 blocos de exploração de petróleo no Golfo do México, refinarias nos EUA e no Japão e negócios na Argentina. Em alguns casos, como o da refinaria de Pasadena, no Texas, a venda poderá implicar pesadas perdas para a Petrobrás, que pagou US$ 1,18 bilhão (incluídos os US$ 820,5 milhões desembolsados em junho, na compra das ações que estavam em mãos de outros investidores) por uma unidade avaliada em menos de um décimo desse valor.
O Plano de Negócios 2012-2016 prevê receita de US$ 14,88 bilhões com a venda desses ativos, a maior parte da qual deveria entrar no caixa da empresa neste ano. O diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, prefere não fixar datas. Em encontro com investidores e analistas, Barbassa prevê que o plano de desinvestimento, como ele designa o programa de venda de ativos, será concluído na primeira metade do período 2012-2016. "Temos que ter um parceiro do outro lado e ele tem que ter seu tempo também", justificou.
O tempo tem ajudado os interessados nos ativos da Petrobrás, pois eles veem que os problemas persistem, quando não, se agravam. Embora tenha alcançado lucro líquido de R$ 5,567 bilhões no terceiro trimestre de 2012, que representa uma melhora substancial em relação ao trimestre anterior, quando teve prejuízo de R$ 1,346 bilhão, a empresa continua a mostrar ineficiências que corroem a já abalada confiança dos acionistas.
O lucro do terceiro trimestre é 12,1% menor do que o de igual período de 2011. O resultado acumulado nos nove primeiros meses de 2012, embora positivo (lucro de R$ 13,435 bilhões), é 52% menor do que o de janeiro a setembro de 2011. Num período em que o consumo interno de combustível cresce contínua e rapidamente, graças aos estímulos oferecidos pelo governo para a compra de automóveis, a produção da Petrobrás está estagnada - rigorosamente, há um declínio, pois a produção média diária de 2012 é de 2,592 milhões de barris, contra 2,605 milhões de barris em 2011. Sem conseguir aumentar a produção nem sua capacidade de refino, a empresa está importando cada vez mais, e exportando cada vez menos, derivados de petróleo para atender ao crescimento da demanda interna. As importações aumentaram 7% nos nove primeiros meses do ano, na comparação com 2011, e as exportações diminuíram 5%.
Por interesse político do governo, o preço interno dos combustíveis, especialmente gasolina e diesel, não acompanha o preço internacional. Assim, a Petrobrás importa derivados em volumes crescentes, a preços que variam constantemente, mas os vende a preços autorizados pelo governo. O reajuste concedido no primeiro semestre não foi suficiente para eliminar o problema. Quanto mais a Petrobrás importa derivados, mais cresce sua dívida, como reconheceu seu diretor financeiro. Sobre a defasagem de preços dos combustíveis, a presidente da empresa, Maria das Graças Foster, diz apenas que o aumento virá "certamente, em algum momento".
Até la, é inútil esperar resultados melhores da Petrobrás, mesmo que consiga conter seus custos - o que até agora não vem conseguindo, apesar das seguidas promessas de sua diretoria.

Cruzeiro do Sul

Eis um exemplo de valor de liquidação:

Em busca da recuperação pelo menos parcial do rombo de R$ 2,2 bilhões, uma série de bens do Cruzeiro do Sul está sendo colocada à venda. Liquidado pelo Banco Central em setembro, o banco vai fazer na próxima semana um leilão da sua plataforma de cartão pré-pago voltado para viagens ao exterior, batizada de Star Cash.

(...) Diversos outros bens do Cruzeiro do Sul já foram vendidos nas últimas duas semanas. Três helicópteros usados pela alta cúpula do banco - entre eles os controladores Luis Felippe e Luis Octavio Indio da Costa - já foram leiloados por R$ 25 milhões. É um preço mais baixo do que a instituição esperava levantar. Em um leilão feito em agosto, o lance mínimo estava em R$ 35,4 milhões, mas não houve interessados.

Sete veículos vendidos, entre eles carros das marcas Land Rover e Mercedes, também levantaram ontem outros R$ 800 mil. Os automóveis eram usados pela diretoria do banco.

Com o desmonte do banco, os móveis do Cruzeiro do Sul também estão sendo leiloados pelo site Sold, do grupo Zukerman. Em um anúncio, a empresa informa que são 1.500 itens à venda, entre mesas, cadeiras e armários. Um lance mínimo para a compra de um lote de dez cadeiras com rodinhas é de R$ 50. A mesa de reunião sai por R$ 20. O lance mínimo mais caro é de R$ 100, para uma estação de trabalho de 14 lugares.

"São produtos de qualidade, não é de madeira compensada, não. É maciça", diz Elaine de Castro, responsável pelo marketing do site de leilões Sold. Se todos os móveis do Cruzeiro do Sul fossem vendidos pelo lance mínimo, renderiam R$ 5.005.

Segundo o Valor apurou, os móveis estão saindo do escritório do banco na Vila Olímpia, em São Paulo. Lá, o Cruzeiro do Sul ocupava quatro andares e meio. Hoje, dois deles já foram desocupados. Dos 750 funcionários, restam pouco mais de 200.


Plataforma de cartão do Cruzeiro do Sul vai a leilão - 1 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Carolina Mandl

Lucro no Terceiro Setor

Quando fundou o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), em 1995, o engenheiro agrônomo Luís Fernando Guedes Pinto tinha como desejo trazer ao Brasil o universo das certificações socioambientais, um terreno inexplorado à época. Não demorou muito para que a sigla FSC (Forest Stewardship Council), que certifica produtos florestais com manejo sustentável, se tornasse conhecida por aqui. Hoje o selo verde estampa de lápis a papel higiênico, passando pela madeira extraída de forma controlada na Amazônia - e ajuda a fortalecer a renda de 30 mil trabalhadores em 500 comunidades, de pequenos agricultores a ribeirinhos e indígenas.

(...) O esforço de mostrar que é possível produzir com baixo impacto ambiental e alto ganho social rendeu ao engenheiro agrônomo e seu Imaflora um lugar na lista de seis finalistas do Prêmio Empreendedor Social, iniciativa promovida no Brasil pela Fundação Schwab - organização com sede na Suíça, criada por Klaus Schwab, idealizador do Fórum Econômico Mundial - em parceria com o jornal " Folha de S.Paulo ".

(...) Uma tendência, porém, se destaca: o aumento da participação dos negócios sociais, que visam o lucro como qualquer outro negócio, mas acreditam que sua função primordial é causar impactos positivos na sociedade. (...)

Para especialistas, a eclosão dos negócios sociais aponta uma nova etapa na gestão das questões socioambientais no mundo empresarial. Agora, a responsabilidade social e a filantropia corporativa deixam de ser os principais canais de atuação e as ações individuais ganham espaço. "É uma nova visão da responsabilidade socioambiental. Há um modernismo de atitude na criação dos negócios sociais, uma capacidade ímpar de gerir os recursos para gerar um benefício maior", afirma Sheila Villas Boas Pimentel, presidente do Instituto Humanitare, organização que busca aproximar a sociedade civil dos temas propostos pela ONU e fez parte júri do Prêmio Empreendedor Social.


Empresa social também pode lucrar - 1 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Andrea Vialli

Economia e Empresa Estatal

Um exemplo claro de como as empresas estatais são usadas pelo governo com finalidade de ajudar na política econômica:

O Orçamento da União - com a previsão de receita muito maior do que aquela que está se concretizando - e o ritmo fraco da economia fizeram de 2012 um ano difícil principalmente para as empresas estatais, que mesmo com este cenário tiveram que ajudar as contas públicas. O resultado disso é que essas companhias tiveram que procurar os bancos para ter de bancar o custeio de sua máquina pública e a do setor público consolidado.

(...) De acordo com os dados mais recentes, divulgados pelo Banco Central (BC), as estatais estaduais são as maiores devedoras aos bancos. Em setembro, esse valor era de R$ 11,719 bilhões. No caso das empresas federais (exceto Petrobras e Eletrobras), esse endividamento atingiu R$ 110 milhões. E nas municipais, R$ 244 milhões. "O endividamento dos estados e municípios aumentou devido à frustração da arrecadação de impostos por conta da desaceleração do PIB [Produto Interno Bruto]. Como o Orçamento previa uma receita maior do que realmente está sendo registrada, somando ao fato de que é ano de eleições, os gastos não poderiam ser cortados e a estatais também entraram nessa situação", explica o professor.


Estatais elevam dívida com bancos para salvar governo - 1 de Novembro de 2012 - DCI