29 outubro 2012
Voo da Águia Real
Matias-Pereira é um autor conhecido da área de finanças
públicas. Com diversos livros publicados sobre o tema, o professor da
Universidade de Brasília, inclusive no Programa de Contabilidade, surpreende em
lançar um livro não técnico. Trata-se d´O Voo da Águia Real (editora Livronovo,
2012. Aqui um vídeo de divulgação).
Nesta obra ele descreve a busca do conhecimento interior de
um brasileiro que acabou de defender sua tese de doutorado. Para isto, o
personagem principal, Mateus, resolve fazer o caminho de Santiago de Compostela,
começando da França. O trajeto de Mateus mostra reflexões filosóficas e como
fazer para ser uma pessoa melhor. Afinal, Mateus sentia-se vazio após sua
defesa.
Ao começar a obra de Matias-Pereira, que possui uma grande
cultura geral que aparece no seu texto, parecia que estava escutando o autor,
que é meu colega de universidade. A profissão do autor como professor está
nítida na obra, quando descreve didaticamente as cidades, as igrejas e a
história do caminho. Isto pode às vezes prejudicar uma leitura mais rápida da
obra, mas é um atrativo para aqueles que gostam de caminhar e querem buscar o
sentido da vida, que por sinal é o subtítulo da obra.
A partir do capítulo 17 a obra ganha um dinamismo
interessante, que sofrerá uma reviravolta surpreendente no capítulo 45.
Custo de um Estádio
Observe a tabela a seguir:
São 16 estádios que foram construídos para competições esportivas. Ao lado de cada estádio tem-se o custo em milhões de dólares da sua construção. Logo após, a capacidade de cada arena.
A seguir, um índice de utilização, sendo quanto maior melhor. Este índice deveria ser de 50 ou mais. É possível notar que a maioria dos estádios é subutilizada, incluindo o famoso Allianz Arena, do Bayern de Munique. Este índice é calculado dividindo a quantidade de pessoas que frequentaram o estádio pela capacidade. O Turner Field teve, em 2010, um número de pessoas frequentando aquela arena que corresponde a 50 vezes sua capacidade.
A última coluna é a relação entre o custo e a capacidade. A média é de 7,04, indicando que cada assento custa 7,04 mil dólares.
O estádio do Maracanã terá uma capacidade de 76 mil lugares. Com base neste valor, o custo estimado para o estádio seria de 535 milhões de dólares, que corresponde a 1,1 bilhão de real (câmbio de 2,02). Este valor é bem próximo ao valor estimado do estádio. O Mané Garrincha, de Brasília, com 70 mil lugares, ficaria por 1 bilhão. A tabela a seguir faz o cálculo para os estádios da Copa:
Ou seja, os dez estádios teriam um custo estimado de 4,1 bilhões de dólares.
A análise acima mostra que talvez o custo da copa não esteja tão "superfaturado". Mas dois cuidados com esta conclusão: o custo realizado pode aumentar, igualando ou ultrapassando o valor estimado aqui; e o uso dos estádios deve estar bem abaixo dos valores de outros estádios após o término da Copa.
São 16 estádios que foram construídos para competições esportivas. Ao lado de cada estádio tem-se o custo em milhões de dólares da sua construção. Logo após, a capacidade de cada arena.
A seguir, um índice de utilização, sendo quanto maior melhor. Este índice deveria ser de 50 ou mais. É possível notar que a maioria dos estádios é subutilizada, incluindo o famoso Allianz Arena, do Bayern de Munique. Este índice é calculado dividindo a quantidade de pessoas que frequentaram o estádio pela capacidade. O Turner Field teve, em 2010, um número de pessoas frequentando aquela arena que corresponde a 50 vezes sua capacidade.
A última coluna é a relação entre o custo e a capacidade. A média é de 7,04, indicando que cada assento custa 7,04 mil dólares.
O estádio do Maracanã terá uma capacidade de 76 mil lugares. Com base neste valor, o custo estimado para o estádio seria de 535 milhões de dólares, que corresponde a 1,1 bilhão de real (câmbio de 2,02). Este valor é bem próximo ao valor estimado do estádio. O Mané Garrincha, de Brasília, com 70 mil lugares, ficaria por 1 bilhão. A tabela a seguir faz o cálculo para os estádios da Copa:
Ou seja, os dez estádios teriam um custo estimado de 4,1 bilhões de dólares.
A análise acima mostra que talvez o custo da copa não esteja tão "superfaturado". Mas dois cuidados com esta conclusão: o custo realizado pode aumentar, igualando ou ultrapassando o valor estimado aqui; e o uso dos estádios deve estar bem abaixo dos valores de outros estádios após o término da Copa.
Consultoria
A empresa INDG decidiu mudar o nome para Falconi Consultores de Resultado, segundo informa o Estado de S Paulo (Mudança de ares no INDG, 29/10/2012). A empresa de consultoria é um gigante: faturamento de 300 milhões de reais, com mil empregados. É conhecida por ter ajudado a Brahma, Gerdau, governo de Minas e outras entidades.
O texto só esquece que Falconi estava no conselho da Sadia.
O texto só esquece que Falconi estava no conselho da Sadia.
Valor de Mercado
Eis texto do Estado de S Paulo:
Para especialistas, Petrobrás e Vale estão sendo mais castigadas pelo mercado que as concorrentes globais como reflexo de fatores domésticos resumidos como "intervencionismo estatal" aos olhos do investidor.
No caso da Petrobrás, a política de reajuste de combustíveis, que impede a equiparação de seus preços ao patamar internacional, é a crítica mais óbvia. Mas a lista engloba também a operação de capitalização da companhia e o marco regulatório que a tornou operadora exclusiva dos campos do pré-sal.
Do lado da Vale, à queda da cotação do minério de ferro pela menor demanda externa e entraves em projetos internacionais como Simandou, na Guiné, se somam dificuldades com licenciamento ambiental no País. E também questões tributárias, como a briga bilionária com o governo pelos royalties da mineração.
Petrobrás e Vale são castigadas pelo mercado - 28 de Outubro de 2012 - Mariana Durão
Observe o gráfico com o valor de mercado da Vale do Rio Doce:
O gráfico com o valor de mercado da Petrobrás encontra-se a seguir:
O texto do jornal comenta a perda de valor das duas empresas. Mas é possível observar que o atual valor das empresas está no mesmo patamar do final de 2007. (É bem verdade que ocorreu uma grande capitalização da Petrobras no período).
Para especialistas, Petrobrás e Vale estão sendo mais castigadas pelo mercado que as concorrentes globais como reflexo de fatores domésticos resumidos como "intervencionismo estatal" aos olhos do investidor.
No caso da Petrobrás, a política de reajuste de combustíveis, que impede a equiparação de seus preços ao patamar internacional, é a crítica mais óbvia. Mas a lista engloba também a operação de capitalização da companhia e o marco regulatório que a tornou operadora exclusiva dos campos do pré-sal.
Do lado da Vale, à queda da cotação do minério de ferro pela menor demanda externa e entraves em projetos internacionais como Simandou, na Guiné, se somam dificuldades com licenciamento ambiental no País. E também questões tributárias, como a briga bilionária com o governo pelos royalties da mineração.
Petrobrás e Vale são castigadas pelo mercado - 28 de Outubro de 2012 - Mariana Durão
Observe o gráfico com o valor de mercado da Vale do Rio Doce:
O gráfico com o valor de mercado da Petrobrás encontra-se a seguir:
O texto do jornal comenta a perda de valor das duas empresas. Mas é possível observar que o atual valor das empresas está no mesmo patamar do final de 2007. (É bem verdade que ocorreu uma grande capitalização da Petrobras no período).
Contabilidade e Fisco
(...) Segundo fontes consultadas pela CAPITAL ABERTO, o Fisco abandonou o desenvolvimento do Livro de Ajustes da Convergência (LAC), que calcularia os tributos a serem pagos antes mesmo da confecção dos balanços societários. O RTT foi criado em 2008, logo após a Lei 11.638 introduzir na Lei das S.As. a adoção dos padrões contábeis internacionais (IFRS, na sigla em inglês). Seu objetivo era neutralizar os possíveis impactos fiscais decorrentes da mudança.
No lugar do LAC, a Receita desenvolve agora uma versão renovada do atual Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur). Nesse modelo, a companhia parte do balanço societário para calcular o lucro tributável. Na nova versão, o livro incorporaria algumas novidades da contabilidade internacional e teria um formato mínimo padrão para todas as empresas. "Se fosse adotado o LAC, teríamos uma contabilidade amarrada a uma lei fiscal, o que seria um retrocesso", comenta Roberto Haddad, sócio da KPMG no Brasil. Eliseu Martins, professor de contabilidade da Universidade de São Paulo (USP) e ex–diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é outro defensor do Lalur. O modelo, segundo ele, evita problemas decorrentes da adaptação de sistemas e impõe menos custos para as companhias.
Fonte: Revista Capital Aberto via aqui
No lugar do LAC, a Receita desenvolve agora uma versão renovada do atual Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur). Nesse modelo, a companhia parte do balanço societário para calcular o lucro tributável. Na nova versão, o livro incorporaria algumas novidades da contabilidade internacional e teria um formato mínimo padrão para todas as empresas. "Se fosse adotado o LAC, teríamos uma contabilidade amarrada a uma lei fiscal, o que seria um retrocesso", comenta Roberto Haddad, sócio da KPMG no Brasil. Eliseu Martins, professor de contabilidade da Universidade de São Paulo (USP) e ex–diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é outro defensor do Lalur. O modelo, segundo ele, evita problemas decorrentes da adaptação de sistemas e impõe menos custos para as companhias.
Fonte: Revista Capital Aberto via aqui
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