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15 outubro 2012

Aquisição de empresas

as famílias e empreendedores que detêm as empresas cobiçadas estão pedindo preços mais razoáveis, depois de uma fase em que, com o Brasil no auge da moda, os preços foram às alturas. 
(Brasil sai de moda, e preços de empresas caem - Fernando Dantas, 14 de outubro de 2012, B3)

Segundo o texto este movimento deve-se a volatilidade da bolsa e ao crescimento fraco da economia. O primeiro aspecto aumenta a taxa de desconto, reduzindo o preço final. O crescimento reduz a expectativas de geração de riqueza futura.

Mas existe outro fator importante que deve ser levado em consideração: a crise financeira nos países desenvolvidos reduz o dinheiro disponível para aquisições em países emergentes.

Eike e Tributação

Duas empresas com sede no exterior concentram 72,5% do valor total da participação direta de Eike Batista em ações de suas controladas OGX, OSX, MMX, LLX, MPX e CCX. Levantamento feito pela consultoria Economática mostra que as ações mantidas nessas holdings offshore representam R$ 13,87 bilhões da fortuna do homem mais rico do País.

O Estado americano de Nevada foi a sede escolhida pelo bilionário para a Centennial Asset Mining Fund LLC, que, por sua vez, controla a Centennial Asset Brazilian Equity Fund LLC. Por meio dessas companhias Eike mantém a maior fatia de sua participação nas seis empresas brasileiras.

(...) Ao contrário de algumas companhias que se apoiam nesse artifício para ocultar quem é seu real controlador, Eike não esconde que é ele quem está por trás dessas holdings. (...)

A principal motivação apontada em casos semelhantes é a redução de gastos com tributos. "O objetivo mais latente da criação das empresas offshore é buscar um cenário mais positivo em termos de benefícios fiscais relacionados ao Imposto de Renda e à Contribuição Social Sobre o Lucro", explica o especialista em direito tributário Paulo Sigaud, da Aidar SBZ Advogados. (...)

Eike tem 72,5% do patrimônio nos EUA - Estadão - 14 out 2012 (via aqui)

Racionalidade, Suicídio e o Homem-bomba

A evidência sobre a racionalidade de suicídio é persuasivo. Por exemplo, no Estado do Oregon, o suicídio é legal. (...)a partir de uma perspectiva econômica este comportamento é racional, porque representa uma clara preferência expressa.

O que isso tem a ver com os homens-bomba? Se for racional cometer suicídio, então é certamente racional atingir um objetivo no processo. Eliminando os inimigos é - a partir da perspectiva da economia - uma meta racional. Além disso, a pesquisa moderna em terroristas suicidas (ver Kix [2010]) mostra que eles apresentam exatamente as mesmas características de isolamento e depressão, que leva em muitos casos, ao suicídio sem a bomba.


Leia mais aqui

14 outubro 2012

Rir é o melhor remédio


Adaptado daqui

Teste da Semana


Será que você está por dentro das principais notícias contábeis da semana? Tente responder as questões abaixo. O resultado está nos comentários

1 - A Venezuela, que recentemente reelegeu Chavez como presidente da República, possui uma característica rara nos dias de hoje, que traz consequências na contabilidade das empresas localizadas naquele país:
É um dos três países do mundo considerados hiperinflacionários
Não reconhece as normas internacionais do Iasb
Utiliza somente o custo de reposição nas demonstrações contábeis

2- Na semana tivemos um exemplo contábil do valor de liquidação. Trata-se de parte do espólio do Banco Santos, em particular do seu antigo controlador, que está indo a leilão. Os produtos que serão leiloados são:
Automóveis antigos
Obras de arte
Vinhos

3 – Um conhecido guru de finanças pessoais perdeu uma causa judicial e teve decretada falência. Ele é o autor de:
Casais inteligentes enriquecem juntos
Os Axiomas de Zurique
Pai rico, pai pobre

4 – Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos mostrou que 20% das empresas manipulam os resultados. Deste total, qual a percentagem que reduz o lucro?
40%
60%
80%

5 – Este setor perdeu 13 bilhões em valor de mercado em razão da redução de tarifas e competição:
Bancos
Energia elétrica
Telecomunicações

6 – Foi criado o SASB, uma entidade voltada para regulação de normas contábeis nos Estados Unidos
Governamental
Não financeiras e sustentabilidade
Vinculado ao terceiro setor

7 – Esta semana foi solicitada a falência deste importante varejista brasileiro. Por sinal, não é a primeira vez que esta empresa não paga seus fornecedores e tem falência decretada. No passado uma dívida de menos de R$300 tirou as ações de negociação da bolsa da
Lojas Americanas
Lojas Renner
Pão de Açúcar

8 – Nelson Tanure fez uma série de denúncias, como acionista minoritário da TIM. Tanure, no passado, ficou conhecido por estar à frente da (s)
Casas Pernambucanas
Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil
Lojas Arapuã

9 – Esta empresa de construção republicou seus balanços, com mudança no reconhecimento da receita:
Camargo Correa
MRV
Rossi

10 – A BMW do Brasil foi condenada a pagar 13 milhões de reais para uma ex-concessionária pela seguinte razão:
Concorrência desleal
Defeitos nos produtos vendidos
Lucros Cessantes

Fato da Semana

Fato da Semana: Normatização do Ebitda 

Qual a importância disto? O Ebitda é um índice de análise de balanço de empresas. As companhias com ações negociadas no mercado acionário gostam de divulgar este índice, pois o seu resultado é maior que o chamado “lucro operacional”. Ou seja, se uma empresa possui resultado operacional ruim, mesmo assim é possível que seu Ebitda seja positivo. O problema é que cada empresa estava calculando seu Ebitda de maneira diferente; alguns, como é o caso da empresa aérea Gol, que estavam sendo “criativas”, usando Ebitda realmente diferentes. Para acabar com esta confusão, a Comissão de Valores Mobiliários decidiu normatizar o cálculo deste índice.

O fato torna-se relevante em termos da discussão sobre a relevância de regular cálculo de índices. Isto torna-se mais grave quando se sabe que o Ebitda é um índice com pouca informação: é uma invenção de empresas com desempenho ruim. Além disto, que conhece realmente finanças não usa “isto”. Será que não existe assunto mais importante para atrair a atenção da CVM?

Positivo ou negativo? – Negativo. Perde-se tempo com um índice com pouca utilidade prática, exceto para remunerar executivos ruins (vide Vivendi, empresa francesa) ou justificar desempenho ruins das empresas (Gol). Além disto, cria um precedente perigoso: será que a CVM irá regular como calculamos a liquidez corrente ou o endividamento?

Desdobramentos – As empresas podem calcular sendo a normatização, mas isto não coíbe que “outros” Ebitdas sejam inventados pelo mercado substituir este índice na sua principal finalidade: esconder desempenhos ruins.

Facebook

Ao formalizar a proposta para a oferta pública de suas ações na Bolsa de Valores (IPO, em inglês), o Facebook, a maior rede social da internet, fundada por Mark Zuckerberg, destacou a eficácia de anúncios vinculados aos amigos de clientes, citando uma pesquisa da Nielsen, firma de medição de audiência.

Barbara Jacobs, diretora-assistente de Finança Corporativa da Securities and Exchange Commission (SEC, o xerife americano do mercado financeiro), duvidou, e ela e sua equipe vetaram o pedido para garantir que o Facebook divulgasse toda informação potencialmente relevante para os investidores. Segundo um memorando de Barbara, dirigido ao diretor-executivo de Finanças do Facebook, David Ebersman, a afirmação da rede social parecia mais anúncio publicitário do que uma pesquisa da Nielsen.

A diretora da SEC deu um ultimato: “apresente o estudo e o consentimento da Nielsen para usar seus dados ou simplesmente não o use”, escreveu ela a Ebersman, em 28 de fevereiro. Após resistir, o Facebook desistiu de usar a referência.

O incidente foi apenas parte de uma intensa troca de mensagens, que durou dois meses e meio, entre autoridades da SEC e a firma de advocacia do Facebook, Fenwick & West LLP. Uma dúzia de cartas, publicadas um mês após o IPO do Facebook, ocorrido em 17 de maio, revelam uma diretoria não apenas relutante em revelar informações, mas ainda especulando sobre aspectos rudimentares de seu negócio, a apenas algumas semanas de a companhia realizar o maior IPO do setor tecnológico. Muitos dos questionamentos levantados pela SEC, que hoje atormentam investidores, foram vislumbrados na troca de correspondência entre a SEC e o Facebook.

— Deram a eles o benefício da dúvida quando os deixaram ofertar publicamente suas ações, considerando que estavam preparados para o novo momento — disse uma fonte da Wedbush Securities. — Eles (o Facebook) ainda não conseguiram provar que estão.
Uma das questões cruciais para a SEC, envolvendo o futuro do Facebook como empresa com ações na Bolsa, era se a companhia conseguiria converter em receita o número crescente de usuários que acessam a rede a partir de plataformas móveis, pois estes veem menos anúncios que os demais clientes. E as cartas mostram os executivos retendo detalhes importantes, levando a SEC a pressioná-los.

Ao perceber que o Facebook estava contando o número de alguns usuários móveis duas vezes, Barbara escreveu em 22 de março: “Por favor explique-nos como vocês garantiram que seus números não estão exagerados.” A apenas oito dias do IPO, no dia 9 de maio, o Facebook deixou claro num documento que o número de usuários móveis crescia mais rapidamente do que os anúncios, o que prejudicava a receita e o lucro. Foi o primeiro sinal público de que o IPO poderia ficar aquém das altas expectativas que despertara.

Cada vez mais desconfiados

A questão dos usuários móveis é ainda mais relevante hoje, na medida em que o Facebook anunciou no início do mês que tem um bilhão de usuários em todo o mundo, frente aos 845 milhões do início do ano. Mais da metade deles (600 milhões) acessa a rede por dispositivos móveis, com crescimento de 41% neste ano.

— Estamos nos tornando cada vez mais desconfiados de alguns dos métodos de obtenção de lucro (do Facebook) — disse Richard Greenfield, analista da BTIG Research, à TV Bloomberg na última segunda-feira, ao se referir à luta da companhia de Zuckerberg para extrair receita dos usuários móveis. Ele está sugerindo a seus clientes que se desfaçam das ações.

Fonte: O Globo