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09 outubro 2012

Contabilidade criativa e os repasses do BNDES

Editorial O Estado de S.Paulo
04 de outubro de 2012

O Tesouro Nacional deverá liberar entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões nos próximos dias para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a fim de que este possa prosseguir nas suas operações com empresas, inclusive do governo.

É um expediente que já foi denunciado, no passado, pela economista do Fundo Monetário Internacional (FMI) que acompanhava a economia brasileira. No entanto, é apresentado pelas autoridades monetárias brasileiras como "contabilidade criativa".

No fundo, trata-se de uma operação de triangulação em que o Tesouro empresta recursos ao BNDES sem que, pelas normas contábeis, isso represente aumento da dívida líquida, pois são recursos repassados pelo banco de desenvolvimento a empresas controladas direta ou indiretamente pelo governo, que pagam dividendos ao Tesouro e, portanto, ajudam a elevar de modo sensível o superávit primário.

Fugindo das normas da transparência, nunca se explicou com clareza o custo dessas operações para o Tesouro. Na realidade, este paga juros mais elevados pela dívida que contrai do que os praticados pelo BNDES, e os dividendos que recebe parecem inferiores aos juros que paga. Os repasses ao BNDES não aparecem como despesas do governo, enquanto os dividendos que o Tesouro recolhe são incluídos nas receitas - um dos pontos altamente criticados.

Num momento em que o governo reconhece que não poderá alcançar a meta cheia de superávit primário do governo central - e terá de emitir mais títulos da dívida pública, sobre os quais incidirão mais juros -, essa "contabilidade criativa" apresenta graves inconvenientes.

É somente por causa de convenções contábeis que a dívida pública não está aumentando. Na realidade, ela cresce e exige o pagamento de juros, que é feito com emissão de novos papéis da dívida. Serão juros sobre os quais incidirão mais juros.

Por outro lado, desde que começou a campanha eleitoral, os governos estaduais foram autorizados a aumentar seus empréstimos, o que representa nova fonte de juros a pagar.

Por enquanto, a dívida pública está num nível administrável, mas poderá chegar a um ponto em que o País será forçado a pagar juros mais altos por sua rolagem, especialmente se a liquidez internacional - que vem sendo objeto de alertas pela presidente Dilma Rousseff - voltar a se estreitar.

De qualquer maneira, o fato de a equipe econômica estar anunciando que o superávit primário não será atingido já deve levar a um aumento dos juros que o Brasil está pagando.

Que tipo de financiamento para a sua empresa?

"Em recente matéria, a revista Exame lista Seis motivos para desconfiar de um investidor-anjo. O texto tem ótimas dicas para quem considera atrair um sócio-investidor para o seu negócio, mas os alertas focam questões de cunho basicamente jurídico e societário. Não há uma análise sob a ótica estratégica.

Minha dica vem de The Innovator's Solution: Creating and Sustaining Successful Growth, (Harvard Business School Press, 2003), de Clayton Christensen. Segundo o professor de Harvard, há que se diferenciar o Dinheiro bom do Dinheiro ruim.

Para o autor, Dinheiro bom é impaciente por lucro e paciente por crescimento, ao passo que o Dinheiro ruim é o paciente por lucro e impaciente por crescimento.

A explicação é bem direta: nas start-ups, especialmente aquelas focadas em Inovações Disruptivas, o lucro da operação é o melhor indicador de que um modelo de negócio é viável e sustentável. Já o crescimento, por sua vez, não ocorre da noite para o dia quando se persegue novos mercados, ou quando o público-alvo é formado por não-consumidores.

Se a empresa demora a atingir seu break even - e ainda cresce rapidamente, acelerando o aumento do rombo - ela corre o risco de transformar-se numa máquina de moer dinheiro e esgotar seus recursos, antes mesmo de ter a chance de tornar-se efetivamente sólida.

Por este motivo, até, Christensen sugere que o preço de um produto inovador deve ser determinado antes mesmo de se saber seu custo - e não o contrário. Se o preço que seu cliente está disposto a pagar pelo seu produto (você pesquisou isso, certo?) não cobre seus custos, então esqueça, pois seu negócio não é viável. E não é cobrando mais caro que você vai consertar isto."


Dinheiro Bom e Dinheiro Ruim - Rodolfo Araújo em "O Líder Acidental".
Imagem: Yonil

Ebitda

A Comissão de valores mobiliários (CVM) editou ontem instrução que uniformiza (1) o cálculo do lucro operacional antes de juros, impostos, depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) entre as empresas abertas brasileiras. A medida foi bem recebida pelo mercado, e poderá facilitar a análise de investimento, já que atualmente cada companhia tem sua própria metodologia, afirmaram gestores ouvidos pelo Valor. (...)

"Existe um cálculo tradicional para o Ebitda, que está nos livros de finanças (2), e ele tem de ser atendido", explicou o superintendente. A empresa está autorizada a divulgar um Ebitda ajustado, calculado pela metodologia que achar mais adequada, desde que também publique o tradicional.

Ao escolher publicar os dois indicadores, a companhia também deve informar a metodologia. "Tem que divulgar tudo o que for necessário para que o investidor entenda como o Ebitda foi ajustado e possa refazer a conta se achar necessário", disse.

A instrução foi elogiada por gestores de investimentos (3), que consideraram a regra positiva e necessária para pôr fim à "bagunça" quando se refere ao cálculo usado pelas companhias para chegar a esse indicador.

Segundo André Querne, analista da Rio Gestão, o Ebitda é relevante para a análise de investimentos (4). "É coerente [a nova regra], pois se cada empresa fizer um ajuste diferente no Ebitda, acaba sendo um indicador não comparável", explicou.

O analista lembra que um dos métodos mais utilizados por gestores é o chamado "valor da firma", que é o FV/Ebitda - a soma do valor de mercado da companhia com sua dívida líquida sobre o Ebitda. Esse cálculo substituiu o P/L, a razão entre o patrimônio e o lucro líquido, indicador utilizado no mercado em meados dos anos 1990 (5).

Querne indica que, atualmente, cada empresa adiciona indicadores ao Ebitda para melhor refletir as características do negócio em que atua. "Existem ajustes inerentes de cada empresa e de cada setor. A maior parte das empresas só divulga o ajustado, e não o tradicional", disse.

"A medida é positiva, porque não impede a empresa de divulgar o ajuste. Por outro lado, mostra qual é o padrão", completou. Além disso, a padronização também facilita a comparação com empresas estrangeiras.

Para um analista de gestora que não quis se identificar, hoje o cálculo do Ebitda é "uma bagunça, pois cada empresa calcula da maneira que lhe convém".

Por outro lado, na opinião de Reno Azevedo, analista da JGP Gestão de Recursos, a instrução editada pela CVM não terá impactos. "Não faz muita diferença. O que importa são as informações divulgadas pela empresa, pois nós mesmos fazemos o cálculo do Ebitda, com a nossa própria metodologia (6)", disse.

A mudança passou por extenso debate no mercado. Segundo a CVM, a discussão foi bem recebida a colaboração dos interlocutores "influenciou muito a minuta final".

Fonte: Aqui

(1) É interessante que esta uniformização já era discutida desde 2006. Veja para isto o livro Teoria da Contabilidade, Niyama e este blogueiro, página 27, exercício 8.
(2) Livro de finanças decente não possui cálculo do Ebitda. Possui uma crítica feroz a este índice.
(3) É triste imaginar que estes gestores tomam decisão de investimento baseado nesta "coisa" chamada Ebitda. O leitor deveria aproveitar e anotar estas empresas para não ser clientes delas.
(4) Como este índice pode ser relevante para análise de investimento? Não faz sentido: não é caixa, não é lucro, não é nada.
(5) O P/L tem um suporte teórico, frágil é verdade, mas possui.
(6) Por um lado este gestor afirmou que acha isto tudo uma bobagem. E é. Mas afirmou que usa o índice.

Certificação Digital

Aos poucos, livros de centenas de páginas com a contabilidade das empresas são substituídos por arquivos digitais assinados e transmitidos digitalmente. Isso desde o início do Sped, (Sistema Público de Escrituração Digital), que começou em 2005 com a nota fiscal eletrônica.

Uma nova etapa de transição começa em outubro para cerca de 40 mil empresas paulistas. Elas terão de enviar arquivos digitais com informações de ICMS e IPI.

Não há uma regra para saber qual empresa está obrigada. A lista completa está disponível no site da Secretaria Estadual da Fazenda.

A transição é complexa, mas aponta para resultados positivos, segundo Roberto Dias Duarte, professor de gestão contábil eletrônica na PUC-MG. O mais óbvio é a economia com impressões e encadernações.

"É como comparar um computador com uma máquina de escrever", diz Duarte. Porém, ele diz que nem sempre o computador é mais rápido, pois a pessoa tem de aprender a usá-lo, compara.

Entre as vantagens do Sped, Duarte aponta a obrigatoriedade de uma melhora na gestão que a digitalização obrigará. Na escrituração digital, informações como controle detalhado do estoque, cadastro de produtos e fornecedores --informações que ficavam em livros de contabilidade-- estarão à disposição do Fisco instantaneamente.

Geuma Nascimento, sócia da Trevisan Gestão Consultoria diz que o Sped é uma realidade irreversível, da qual não adianta reclamar. Pelo contrário, o importante é se preparar e perceber as vantagens futuras que podem vir da implantação, como a diminuição da sonegação.


Folha de S Paulo, 8 de outubro de 2012

Jogadores mais bem pagos

Eis a lista dos jogadores de futebol mais bem pagos do mundo:

10. Cristiano Ronaldo - Real Madrid - 12,9 milhões de dólares
9. Messi - Barcelona - 13,6 milhões
8. Conca - Guangzhou - 13,7 milhões
7. Torres - Chelsea - 14 milhões
6. Drogba - Shanghai Shenhua - 15,6 milhões
5. Aguero - Manchester City - 16,2 milhões
4. Yaya Toure - Manchester City - 16,8 milhões
3. Wayne Rooney - Manchester United - 17,9 milhões
2. Ibrahimovic - PSG - 18,8 milhões
1 - Eto´o - Anzhi Makhachkala - 25,9 milhões

É interessante que os dois melhores jogadores do mundo são 9o. e 10o. colocados. Parte da lista pode ser explicada por jogadores que atuam em países com pouco espaço na mídia internacional e abrem mão da fama pelo dinheiro. É o caso de Conca, Drogba e Eto´o. Aguero e Yaya vestem a  camisa do City, que pagou um bom dinheiro para reforçar o time para ganhar o campeonato inglês. O PSG, o clube que mais contratou na temporada, possui o segundo lugar, com o sueco Ibrahimovic.

Likes

Recentemente o Facebook deletou os Likes falsos na rede social, gerados por malwares e contas falsas. Eis a lista de quem mais perdeu:

1. Kit Kat perdeu 3,012,539 Likes em 1 dia
2. Facebook perdeu 124,919 Likes em 1 dia
3. Red Bull perdeu 117,780 Likes em 1 dia
4. MLB perdeu 116,119 Likes em 1 dia
5. Dell perdeu 107,889 Likes em 1 dia
6. Coca-Cola perdeu 96,445 Likes em 1 dia
7. Farmville perdeu 61,225 Likes em 1 dia
8. CityVille perdeu 58,214 Likes em 1 dia
9. Samsung Mobile perdeu 52,717 Likes em 1 dia
10. Twitter perdeu 51,123 Likes em 1 dia

Fonte: Business Insidere, via aqui

Lehman Brothers

O banco norte-americano Lehman Brothers anunciou na sexta-feira que chegou a um acordo de princípios que põe fim ao seu litígio com seu braço europeu, o Lehman Brothers International (Europe), por ações que somam US$38 bilhões.

"James Giddens, que supervisiona a liquidação do Lehman Brothers e Tony Lomas, o liquidador do Lehman Brothers International (Europa) anunciaram o acordo para resolver todos os conflitos entre suas respectivas entidades", diz o comunicado.

Falta agora a aprovação do juiz de falências dos Estados Unidos, James M. Peck, assim como da Alta Corte Inglesa.

"Caso (o acordo) seja aprovado, os ativos poderão ser distribuídos aos clientes e credores do Lehman", aos quais já foram distribuídos mais de US$90 bilhões, diz o comunicado.

As duas entidades disputam uma grande quantidade de ativos, que devem ser distribuídos aos investidores que perderam dinheiro com a maior quebra bancária na história dos Estados Unidos.

O Lehman Brothers declarou falência no dia 15 de setembro de 2008, dando início a uma crise mundial sem precedentes.


Fonte: aqui