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27 setembro 2012

Investimento e retorno

Um artigo interessante (Teles perdem US$ 65 bi com investimentos malsucedidos, Valor Econômico, Juliana Colomba, 14 de set de 2012) comenta a importância de comparar o custo de captação com a rentabilidade de um investimento.

O levantamento mostrou que o crescimento expressivo dos recursos foi acompanhado por um baixo retorno sobre o investimento (ROI, na sigla em inglês), com média de 3 pontos percentuais abaixo dos custos para a obtenção do capital para o investimento. Assim, as operadoras gastaram 9% para captar o dinheiro para o investimento, sendo que o retorno obtido foi de 6%, em média.

A regra geral para criar valor é aplicar os recursos em projetos retornos com investimento superiores ao custo de captação.

Xadrez

Esta ocorrendo em São Paulo um grande torneio de xadrez, com a presença  dos maiores jogadores da atualidade: Carlsen, norueguês e maior  rating atual, Anad (campeão atual), Aronian (segundo do rating, armênio), Karjakin e Caruana, duas jovens promessas.

Caso o leitor queira acompanhar os jogos, basta usar o Chessbomb. Depois de entrar no site, clique  no torneio para assistir. Os jogos estão ocorrendo a partir das 15 horas e você poderá acompanhar na  tela do computador os movimentos dos jogadores.

Do lado esquerdo, a análise do computador, indicando quais os melhores lances que deveriam ser escolhidos. (Se o número estiver negativo isto indica que as pretas estão em vantagem; número positivo são as  brancas. Uma vantagem de "1" corresponde a uma diferença de um peão; "2" seria equivalente a dois peões  e assim por diante.) No centro, a posição atual do jogo, com o tempo que falta para cada jogador (são duas horas para 40 lances iniciais e um tempo adicional para os lances seguintes). No lado esquerdo os lances que já foram jogados: o computador destaca de "vermelho" as jogados "ruins". Como o jogo desenvolve lentamente - é um jogo onde as pessoas "pensam" ! - você pode entrar, por exemplo, as 17 horas e verificar como está cada um dos três jogos. E depois voltar meia hora depois para verificar o andamento.

Até o momento já se passaram três rodadas e o italiano Caruana está liderando, com duas vitórias  e um empate (2,5 pontos, já que vitória  vale um e empate meio).

Valor do Facebook

A questão do valor do Facebook tem despertado atenção dos analistas. Um aspecto importante foi destacado por Henry Blodget em Facebook Is Now Worth $58 Billion, Not The '$39 Billion' Everyone Thinks...

Blodget afirma que o valor da empresa é de 58 bilhões, não 39, como tem sido divulgado. Em sites como Yahoo Finance ou Google Finance aparece como sendo o valor da empresa os 39 bilhões. Onde está a "pegadinha"?

O valor da empresa é obtido pela multiplicação do valor da ação pelo número de ações. Blodget não questiona a primeira parcela da multiplicação, mas o número de ações que o Yahoo e o Google consideram. Ou não consideram, já que na fórmula dos sites não foram levados em conta as "ações restritas". Para os sites existiriam cerca de 1,9 bilhão de ação, que a 21 dólares cada apresenta um valor de 39 bilhões.

Mas com as ações restritas, o número de ações aumenta para 2,74 bilhões. O valor é dado por:

2,74 bilhões x 21 = 58 bilhões.

26 setembro 2012

Rir é o melhor remédio

Pagador de Impostos
- Estou ajudando a resolver a crise financeira em Wall Street.
- Então você é um gênio financeiro?
- Não, sou um pagador de impostos.

Fonte: USA Today

Olympus

Este blog acompanhou de perto dos problemas contábeis da empresa japonesa Olympus. Esta empresa apresentou fraude contábil, que foi descoberta no ano passado. Agora está começando o julgamento dos envolvidos. O ex-presidente Kikukawa assumiu a responsabilidade sobre a fraude. Mas além dele, a justiça irá analisar o antigo vice-presidente Mori e o ex-auditor Yamada.

Os ex-executivos podem ser condenados a 10 anos de prisão e multas de 10 milhões de ienes (um pouco mais de 260 mil reais). A empresa deve ser multada em 2,5 milhões de reais. Uma pena relativamente branda quando comparada com a condenação de Madoff.

A notícia boa é que existem rumores que a Sony deverá investir na empresa, tornando a maior acionista.

Lição do Mestre

Uma postagem do blog do Lino:

- Gostaria de saber se estou, efetivamente, obrigado a fazer a reavaliação, a depreciação e a perda do valor dos 50.000 itens do patrimônio mobiliário tendo em vista que não faço isso para o dinheiro que possuo na Tesouraria: tenho disponíveis R$ 1.000 em notas de R$ 100, ainda que tais notas já estejam em circulação à mais de 10 anos?
Este tipo de pergunta revela como é importante o conhecimento da área do Direito Civil relacionada com o conceito de bens, mais especificamente, de bens fungíveis e infungíveis; consumíveis e não consumíveis.

(...) Assim, enquanto o dinheiro em caixa ou tesouraria tem a característica da fungibilidade, ou seja, podem ser substituídos por outros de mesmo gênero ou espécie, quantidade e qualidade, os bens do patrimônio mobiliário e imobiliário são infungíveis a partir da sua entrada na Entidade como bens de uso com a aposição das plaquetas de identificação e, por consequência, não podem ser substituídos por outros seja em qualidade ou em quantidade.

Essa individualização dos bens patrimoniais que decorre da característica de sua infugibilidade tem como resultado a necessidade do reconhecimento e avaliação periódica por se tratar de um ativo gerador de benefícios econômicos futuros.

Debêntures no balanço

O Banco Central decidiu acompanhar mais de perto o crescimento do volume de debêntures no balanço dos bancos. No início do mês, a autoridade monetária enviou correspondência às dez maiores instituições financeiras do país pedindo explicações sobre essas operações. O tema foi discutido na última reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), que aconteceu no dia 13, apurou o Valor.

As debêntures são títulos de dívida de empresas que podem ser adquiridos e negociados por investidores no mercado de capitais. Os bancos, porém, têm usado o instrumento como forma alternativa de concessão de crédito, ao ficar com a totalidade dos papéis emitidos pelas companhias e mantê-los em balanço até o vencimento da dívida.

Os quatro maiores bancos de capital aberto - Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander - registravam um total de R$ 86,6 bilhões de títulos privados em carteira, conforme os balanços mais recentes. Hoje, de cada R$ 100 em empréstimos para empresas, pelo menos R$ 10 são concedidos na forma de debêntures ou títulos similares, como notas promissórias.

Do ponto de vista das companhias que tomam recursos, a principal vantagem é que a emissão de debêntures conta com isenção de imposto sobre operações financeiras (IOF), ao contrário dos financiamentos tradicionais, o que garante taxas de juros mais atrativas.

(...) Outro ponto que mereceu atenção foi a chamada marcação a mercado dos títulos. Embora costumem manter os títulos até o vencimento no balanço, os bancos têm como prática contábil incluir a maior parte dos títulos privados como disponíveis para negociação. A grosso modo, isso significa que as instituições precisam apurar a variação no valor de mercado dos papéis e contabilizar eventuais lucros ou prejuízos.

A tarefa, no entanto, não é trivial, já que os papéis em geral não são negociados no mercado, ou seja, não há uma referência de preço, como acontece, por exemplo, com uma ação na bolsa. Assim, cada instituição pode usar uma forma diferente de apurar esse valor, o que pode provocar distorções.

(...) Embora defenda as debêntures no balanço, uma fonte ouvida pelo Valor reconhece que pode ter ocorrido "abusos" no uso do instrumento. Como exemplo, citou práticas como emissões sem relatório de classificação de risco (rating) e com valores unitários elevados, sinais de que as debêntures foram emitidas apenas para se valer do ganho tributário, sem a intenção de venda a investidores.


BC pede explicações sobre debêntures no balanço de bancos - 25 de Setembro de 2012 - Valor Econômico - Vinícius Pinheiro | De São Paulo