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09 agosto 2012

Valor das medalhas

Os países costumam dar bônus aos seus medalhistas olímpicos. Alguns dão dinheiro a quem vencer qualquer medalha, outros só quando ela é dourada. Também há países que não dão dinheiro. Veja abaixo quanto vale o ouro para alguns países:

Cingapura – R$1,6 milhão
Azerbaijão – R$1,5 milhão por medalha de ouro
Coréia do Sul – R$600.000 por medalha de ouro
Itália – R$370.000 por medalha de ouro
Estônia – R$300.000 por medalha de ouro
Rússia – R$270.000 por medalha de ouro
França – R$130.000 por medalha de ouro
Japão – R$72.000 por medalha de ouro
China – R$63.000 por medalha de ouro
Canadá – R$40.000 por medalha de ouro
Alemanha – R$39.000 por medalha de ouro
Grã-Bretanha – Zero de incentivo aos seus atletas medalhistas
EUA – R$50.000 por medalha de ouro (no país do Tio Sam, quem desembolsa o prêmio dos atletas é o Comitê Olímpico dos EUA, que também paga pelas medalhas de prata (R$30.000) e de bronze (R$20.000)
Brasil – O pagamento não é feito pelo país, mas por cada Confederação. Na natação e saltos ornamentais, cada ouro vale R$100.000, e a prata dá ao vencedor R$50.000; no judô, o ouro vale R$50.000; para o atletismo, o ouro vale R$30.000, a prata R$20.000 e o bronze R$15.000.

Fonte: Yahoo, via Polyana

Rir é o melhor remédio



Pawel Kuczynski

Teste 575

Desconfia-se que este político dos EUA talvez não tenha pago nada de imposto de renda em 2008 e 2009. Este político é:

Mitt Romey
John McCain
Bill Clinton

Deloitte e o Irã 2

Sobre a notícia, divulgada neste blog, referente a investigação de lavagem de dinheiro do banco Standard Chartered e a participação da empresa de auditoria Deloitte, o dia de ontem foi de reação às notícias. A Deloitte rejeitou a acusação de ter ajudado o banco a descumprir a lei.

As acusações realizadas pelo estado de Nova Iorque pegaram de surpresa o banco central dos EUA (Fed) e o Departamento de Justiça. Acredita-se  que a quantia seja muito menor (em termos de milhões, não bilhões) do que o anunciado anteriormente. O banco central tem dúvidas sobre a extensão do problema e por este motivo não tinha tomado nenhuma decisão até então. O Fed estava investigando o Standard desde 2010. Mas a ação do estado de Nova Iorque pode estabelecer uma nova forma de tratar os bancos estrangeiros.

Ainda Petrobrás

Sobre a questão da baixa contábil dos poços na última Demonstração Contábil a notícia continua:

O acúmulo de 41 poços secos ou subcomerciais em apenas três meses, como reportado pela Petrobrás em relação ao segundo trimestre do ano, é raro e demonstra, caso a quantidade seja confirmada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), um erro estratégico [1], avalia o geólogo Carlos Jorge Abreu, da Universidade de Brasília (UnB).

De acordo com o balanço trimestral divulgado na sexta-feira passada, os gastos de R$ 2,7 bilhões que a Petrobrás teve de abril a junho deste ano com os poços improdutivos contribuiu para o prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão no período. Desde o primeiro trimestre de 1999 que a empresa não tinha prejuízo.

Para o especialista da UnB, os resultados negativos dos 41 poços devem ter sido acumulados nos últimos anos [2]. A Petrobrás nega que isso tenha acontecido [3].

Na explanação a analistas, investidores e jornalistas realizada anteontem, a presidente Graça Foster e o diretor de Exploração e Produção, José Miranda Formigli, relataram que os poços foram perfurados entre 2009 e 2012, mas só no trimestre houve a conclusão de que a busca por óleo e gás deveria ser encerrada [4]. "41 é uma quantidade muito grande. Os poços vão sendo furados aos poucos. É estranho tanto poço seco assim. Se for isso mesmo, é ruim, porque demonstra uma falha de estratégia", afirmou Abreu, ex-geólogo da Petrobrás.

Um outro geólogo ouvido pelo Estado, que pediu para não ser identificado por trabalhar para empresa terceirizada pela Petrobrás, também fala da incredulidade dos especialistas em relação a tantos poços secos. Nunca, segundo ele, registraram-se tantos poços sem condições de comercialização. [5]

A ANP informou ontem que a comunicação por parte da petroleira sobre o fracasso na exploração deve ser feita em até 60 dias, no relatório de conclusão do poço. Já a descoberta tem de ser informada imediatamente pelos concessionários, conforme as normas da agência reguladora.

Como os funcionários da ANP estão em greve por tempo indeterminado, não foi possível, segundo a assessoria de comunicação social, verificar se os 41 poços malsucedidos já haviam sido registrados.

O balanço do segundo trimestre mostrou que a Petrobrás teve uma "concentração atípica" de poços secos, disse o diretor Formigli. As ocorrências estão vinculadas ao crescimento das explorações no que ele chamou de "novas fronteiras".

De acordo com o diretor de Exploração e Produção, esse patamar não deverá ser mantido nos próximos trimestres. Ele afirmou que não existe como baixar todos os poços em um determinado período.


Acumulo de 41 poços secos em 3 meses causa polêmica - Estado de S Paulo - 8 de agosto de 2012

[1] Não acho que tenha sido um erro estratégico. Parece que os poços já estavam secos e que somente agora a empresa efetuou a baixa contábil. Se isto for verdade, o nome para isto é fraude contábil
[2] Esta é a hipótese mais provável
[3] A empresa irá negar, pois isto caracterizaria fraude contábil.
[4] É muito estranho que isto tenha ocorrido de maneira acumulada. Geralmente a mudança de gestão de uma empresa tende a conduzir a um aumento nas baixas contábeis. Mas a atual gestão já está na empresa há meses.
[5] Se isto for verdadeiro indicaria que a empresa manipulou os dados contábeis

Foto: Aqui

Competitividade da Indústria Brasileira

Marcelo de Paiva Abreu*
O Estado de São Paulo, segunda-feira, 6.8.2012


O governo brasileiro vem insistindo na importância de que desalinhamentos cambiais sejam discutidos na Organização Mundial de Comércio (OMC). E mais, que sejam criados mecanismos na OMC que permitam ajuste das tarifas para levar em conta flutuações cambiais que distorcem a competitividade da produção doméstica em relação às importações. O diagnóstico que conduziu a essa iniciativa é incompleto e a escolha de foro para encaminhar a questão é pouco realista.

A preocupação com o aumento da penetração das importações em consequência da apreciação cambial é legítima, mas é preciso abandonar o hábito de transferir a culpa ao estrangeiro. Como ocorre quase sempre, não há só culpados ou inocentes.
Importações são determinadas pelo nível de atividade no Brasil e pela competitividade dos produtos brasileiros em relação aos importados. O custo das importações é resultado da interação dos preços internacionais, da taxa de câmbio e da taxação das importações. O custo da produção doméstica competitiva é o que atende pela alcunha de custo Brasil, tem a ver com salários, carga tributária, logística, em suma, os elementos de custo relevantes no Brasil.
Em circunstâncias normais, os preços das importações brasileiras denominados em moeda estrangeira poderiam ser considerados como dados, em vista do tamanho do mercado brasileiro em relação ao mercado mundial. No mundo atual, esses preços podem estar deprimidos pelas políticas macroeconômicas dos EUA e da China que levam à desvalorização "artificial" das respectivas moedas.


Além disso, o custo das importações em reais é definido pela taxação das importações e pela taxa cambial brasileira. Até as recentes decisões do governo, ao arrepio da OMC, quanto ao tratamento fiscal discriminatório das importações na incidência do IPI, a taxação relevante consistia nas tarifas efetivamente praticadas. Agora, enquanto a OMC não reclamar, deve ser levado também em conta o diferencial de IPI entre produtos importados e produtos competitivos produzidos domesticamente.

O nível da taxa cambial brasileira depende de políticas adotadas no Brasil e pelos principais parceiros do Brasil. A manutenção da taxa de juros num nível extremamente baixo, especialmente pelos EUA, quando combinada a taxa de juros alta, como no Brasil, atrai capitais e resulta em apreciação cambial no Brasil. A variável relevante é o diferencial de juros: se o Brasil pudesse continuar a reduzir a taxa de referência que remunera os títulos públicos, as pressões provocadas pelas distorções geradas pelas políticas macroeconômicas de seus parceiros seriam minoradas.

Em vez de insistir em estratégia com parcas possibilidades de influir nos processos decisórios relevantes, o governo brasileiro poderia minorar os danos causados por tais políticas com o uso de instrumentos sobre os quais, em princípio, tem controle. A pressão dos gastos públicos gera obstáculos à redução da taxa de juros de referência. O governo deveria contrariar a sua natureza e encontrar apetite para tratar prioritariamente da explosiva questão de gastos públicos.
A outra frente relevante é a redução do custo Brasil. O governo, paralisado na sua capacidade de investir, tem tentado remendar essa situação por meio de desonerações fiscais discricionárias. Mas trata das reformas estruturais que poderiam contribuir para reduzir tais custos em bases permanentes como se fossem parte de agenda "neoliberal" a ser exorcizada.
Economistas do Antigo Regime, que agora se destacam como assessores proeminentes, têm contribuído para semear a confusão quanto aos possíveis remédios para os males que assolam a competitividade da indústria brasileira, ao atrelar indevidamente o diagnóstico das distorções cambiais à proposta de remédios na OMC.


Poucos discordariam de que a perda de competitividade da indústria brasileira se deve, em parte, às manipulações cambiais de concorrentes. Mas disso não decorre que o assunto deva ser tratado na OMC. É claro que os grandes manipuladores cambiais têm forte resistência em tratar do tema em qualquer foro, pois pretendem manter graus de liberdade que consideram necessários para tentar transferir o ônus de ajuste ao exterior, "empobrecer o vizinho". Mas será a OMC o foro adequado para tratar do assunto de forma eficaz? O corifeu do Antigo Regime acha que sim, embora há poucas semanas tenha sido irônico com os que "levam a OMC a sério".

Nem só "a mulher é volúvel e muda de tom e de julgamento como a pluma ao vento", como no Rigoletto de Verdi. De meu lado, creio que a OMC deve ser levada a sério e exatamente por isso, acreditando-se em especialização, a sua agenda não deve ser tumultuada com questões cambiais. Pressionar para que o FMI tenha postura mais eficaz quanto ao tema parece menos esdrúxulo, embora seja razoável manter também grande ceticismo quanto à possibilidade de progresso concreto. Pelo menos o assunto é compatível com a agenda da instituição. O governo brasileiro deveria fazer o dever de casa quanto ao custo Brasil e o controle do gasto público. E depender menos de desonerações discricionárias e jogadas de efeito nos foros multilaterais.


*Doutor em Econonomia pela Universidade de Cambridge, é professor titular no Departamento de Economia da PUC-Rio.