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20 julho 2012

Mais Ducha 2

Na quarta-feira, o International Accounting Standards Board (IASB) e a sua congênere dos EUA, o Financial Accounting Standards Board (FASB), realizaram uma reunião conjunta para discutir o problema.

Vamos poupar o suspense. Ele terminou em lágrimas.

(...) IASB e FASB têm-se centrado no desenvolvimento de um modelo de perda esperada que forçaria os bancos a reservar o dinheiro para perdas antecipadas - ou seja, antes dos empréstimos realmente começam a piorar.

Mas a reunião de quarta-feira terminou com o FASB se afastando da proposta.


‘If this is going to unravel…’ - Tracy Alloway - Financial Times

Para o leitor do blog, apresento abaixo a transcrição do diálogo entre Seidman (do FASB) e Hoogervorst (do IASB) - também citado na postagem anterior:

HH: (...) I would also like to say that, if this is going to unravel, I find it for us as standard setters, not just us but also for you, I think it is deeply embarrassing. That in three efforts, in which we have looked at at least ten alternatives, in which we have left no stone unturned, that after three years we are still not able to come up with an answer. I would really find that unacceptable. So I would really hope that when your staff does this outreach they do it with an attitude of getting things fixed and not to let it unravel.


LS: Hans in response to that I would say that as standard setters our due process procedures are to discuss our evolving conclusions with stakeholders and make sure that they perceive it as an improvement in financial reporting, and that they can understand it… and the message I would send to those stakeholders is that we have heard the widespread confusion and questions and we plan to address them before we move forward with an exposure draft. I think the time we will take over the next couple of months to bring clarity to this situation will end up with a more efficient process than were we to go out with an ED now, as desirable as that might be, with a clear understanding now of the feedback that we expect to hear. Our desire here is very much still to try and reach as converged solution here as quickly as we can but in light of the very basic feedback we have heard we feel it is our responsibility to address this.


HH: Well I would just like to remind you that when our colleagues the prudential regulators, who created Basel 3 I think two years ago, when they came to their final conclusions they had the whole banking industry kicking and screaming telling them that the whole thing would go under. I don’t hear that now from our constituents. We still hear questions but none of them are such questions that we have a feeling that we are completely on a dead end street. All I want to say that at some point you have to come to conclusions, and if we are not able to come to conclusions after three attempts, and need yet another attempt in which I cannot think of any alternatives that we have not looked at yet, then we really have done our job very poorly.

Mais Ducha

Esta semana - dias depois que a Securities and Exchange Commission dos EUA deixou claro que não irá mover em breve na direção a adoção de padrões internacionais - as duas entidades se encontraram em desacordo sobre uma das questões mais controversas para sair da crise financeira: como os bancos devem contabilizar os empréstimos ruins.

As duas entidades fecharam acordos provisórios na primavera deste ano - eu vou chegar a alguns dos detalhes mais tarde - mas Leslie Seidman, presidente da SEC disse numa reunião conjunta das duas entidades que reguladores bancários e outros manifestaram preocupação com as regras e que ela queria mais tempo para trabalhar com orientações e detalhes.

"Isso é profundamente embaraçoso", respondeu Hans Hoogervorst, o presidente do conselho internacional, que se reunia em Londres e estava ligado por vídeo-conferência para a reunião do conselho da American em Norwalk, Connecticut. Ele disse temer que "essa coisa toda vai desandar" depois de três anos de esforço.


Accounting Détente Delayed - New York Times - Floyd Norris - 19 jul  2012

Teste 569

Esta cantora, muito popular em todo o mundo, teve recentemente um problema com seu contador. Eles foram contratados em 2005, quando ela era muito jovem e bobinha. Em 2010 foram demitidos, com um prejuízo para cantora de milhões de dólares. Seu nome é:

Adele
Lady Gaga
Rihana

Resposta do Anterior: É verdade, pois o efeito já ocorreu no passado. O lançamento seria um despesa contra o ativo.

A maioridade do Plano Real e os próximos 18 anos

Pedro Sampaio Malan
O Estado de S.Paulo, 8/07/2012

Há exatamente uma semana o Real completou os primeiros 18 anos do que espero seja a longa vida de uma moeda que veio para ficar como um dos símbolos do avanço institucional do País. Os brasileiros que tinham 18 anos em 1994 - e, portanto, todos os que estão hoje na faixa dos 36-40 anos - provavelmente não têm nenhuma lembrança pessoal significativa, isto é, vivida, da marcha da insensatez que foi a evolução do processo inflacionário no Brasil pré-Real.

Vale lembrar: no meio século que vai de meados dos anos 40 a meados dos anos 90, o Brasil só teve três anos de inflação inferior a 10% (nos anos 40). Entre 1950 e 1980 a taxa média de inflação foi da ordem de 25%-30% ao ano. Do início dos anos 80 (quando chegou a 100%) até o Real, a taxa média anual foi superior a 600%, passando dos 1.000% em 1989 e chegando a quase 2.500% em 1993. Na literatura econômica há uma palavra para isso: hiperinflação.

Ainda era muito precária, à época, a percepção, que hoje felizmente existe, de que a inflação é um imposto. E o mais injusto de todos, porque incide principalmente sobre os mais pobres. Não é por acaso que os indicadores de concentração de renda e riqueza no Brasil nas últimas décadas - sejam os índices de Gini, sejam as parcelas de renda apropriadas pelo 1% mais rico e pelos 20% mais pobres - mostram que os piores anos de desigualdade na concentração de renda no Brasil foram ao final dos anos 80 e início dos anos 90.

O povo brasileiro entendeu, muito rapidamente, que o controle da inflação propiciado pelo Real era algo que redundava em seu benefício. E hoje a inflação baixa é vista como um objetivo da sociedade e como obrigação de qualquer governo minimamente responsável. Não é um fim em si mesmo, como sempre afirmamos, mas uma condição indispensável para que outros objetivos econômicos e sociais possam ser alcançados. Afinal, com inflação alta, crônica e crescente não há possibilidade alguma de verdadeira inclusão social, tampouco de crescimento sustentado.
O que quero dizer com isso? Que a importância e o significado do Real, que ora atinge sua maioridade, transcende de muito a derrota da hiperinflação em 1994. E que a agenda do Brasil pós-hiperinflação se confundia com a própria agenda do desenvolvimento econômico e social do País, que pôde, sem a zoeira da inflação, começar a alargar seus horizontes e procurar tornar-se um país mais normal, mais previsível, mais confiável, mais competitivo. Um país talvez capaz de crescer de forma sustentada, com inflação sob controle, com maior justiça social, menos pobreza, com as finanças públicas em ordem, infraestrutura decente, melhor educação e maior eficiência nos setores público e privado.

Como sabemos, 18 anos são pouco para a magnitude dessa empreitada. Mas o Brasil não começou com o Real e já havia avançado muito em períodos anteriores, apesar de aparências em contrário. Agora é preciso contemplar os próximos 18 anos. Afinal, 2030 está logo ali adiante, quando os que chegaram à sua maioridade com o Real - como meu filho mais moço - terão dobrada sua idade.

Quem viver até lá acompanhará as tentativas do governo atual, e os labores dos governos que se lhe seguirão, de lidar com as urgências constantemente postas e repostas pelo sempre fugidio "momento presente" - que exigem respostas no curto prazo da parte dos responsáveis por políticas públicas. Respostas que serão tão mais adequadas quanto mais levem em conta objetivos de longo prazo: políticas de Estado, e não apenas do governo de turno; para a próxima geração, e não somente para a próxima eleição.

Como procurou fazer o governo FHC, nessa área de respostas a problemas que precisavam ser encarados com firmeza - e o foram. Exemplos: a resolução de problemas de liquidez e solvência no sistema bancário nacional, privado e público; a reestruturação das dívidas de Estados e municípios então insolventes do ponto de vista fiscal e desde então sem problemas mais sérios nessa área; a Lei de Responsabilidade Fiscal, de maio de 2000, marco de mudança histórica nas finanças públicas brasileiras; o reconhecimento de que as necessidades de investimentos do País (não do governo) superavam de muito a capacidade do setor público e de suas empresas, exigindo mudanças, até mesmo constitucionais, que abrissem espaço ao investimento privado, doméstico e internacional.

(...)A propósito, é importante reconhecer que o governo Dilma, à diferença de seu antecessor, que nem sequer tentou (ou porque não quis, ou porque não pôde, ou talvez porque o extraordinário vento a favor que pegou da economia mundial lhe permitiu evitar incorrer em custos políticos domésticos), está procurando enfrentar certas "urgências do gradualismo", para as quais deveria ter apoio de quem pensa no longo prazo, como a mudança do insustentável regime de previdência do setor público e as "inexoráveis" concessões ao setor privado em áreas de infraestrutura, por exemplo. Para não falar nas necessárias resistências do Executivo às insaciáveis demandas de sua vastíssima "base de apoio" por contínua expansão dos gastos públicos no curto, no médio e no longo prazos.

Debates desse tipo são fundamentais quando se olha à frente. Afinal, teremos nada menos que cinco eleições presidenciais nos próximos 18 anos.

PEDRO S. MALAN, ECONOMISTA, FOI MINISTRO DA FAZENDA NO GOVERNO FHC. E-MAIL: MALAN@ESTADAO.COM.BR

Roupa 2

Clique na imagem para ampliar: as roupas de Angela Merkel

Roupa


Arqueologistas descobriram num castelo da Áustria conjunto de roupas íntimas com mais de 600 anos de idade.

Favorável

Sobre o documento da SEC, segundo o Valor Econômico

A análise sugere uma tendência favorável à adoção do IFRS, mas apresenta pontos de preocupação que teriam que ser tratados caso os Estados Unidos decidam incorporar o padrão contábil internacional ao seu arcabouço regulatório.

Fundação IFRS lamenta indefinição da SEC sobre padrão contábil - 16 de Julho de 2012 - Fernando Torres

Não vi isto no documento. Pelo contrário, o documento da SEC é bastante contrário à adoção, em especial pelas limitações das IFRS e do Iasb.