Abaixo, Mario Balotelli, jogador da Itália, durante a última Eurocopa:
A seguir, o mesmo Balotelli num parque de diversão:
16 julho 2012
Ducha de Água Fria na Convergência
A SEC, entidade que regula o mercado acionário dos
Estados Unidos, soltou na última sexta-feira um relatório de sua assessoria
sobre a convergência internacional. Sob a denominação de Work Plan
for the Consideration of IncorporatingInternational Financial Reporting
Standards intothe Financial Reporting System for U.S. Issuers este relatório era bastante aguardado pelo
mercado (veja aqui a
cópia do relatório).
Como é sabido, as normas internacionais de contabilidade, elaboradas e
aprovadas pelo Iasb, são aceitas, totalmente ou parcialmente, em dezenas de
países. Entretanto, em alguns países a adoção precisa avançar mais. A maior
economia do planeta, os Estados Unidos, permite que empresas estrangeiras
possam usar as normas internacionais, denominadas IFRS. Mas as empresas locais
não podem usar estas normas: é obrigatório o uso das normas dos Estados Unidos,
elaboradas pelo Fasb.
Em razão disto, a adoção das normas internacionais por empresas dos
Estados Unidos tem sido aguardada com ansiedade. O relatório, divulgado na
sexta, é uma das etapas neste processo. O relatório serve de base para
discussão, muito embora não signifique que exista uma decisão de incorporar as
normas internacionais, conforme destaca a nota introdutória do relatório.
Pelo contrário. As notícias não são boas para os defensores da IFRS.
Segundo Sean Lager, um especialista consultado pelo Journal of Accountancy , a decisão da SEC
não será tomada em 2012. Entretanto, existe uma grande pressão para que as
empresas abertas sejam obrigadas a usar as normas internacionais.
Para o Iasb, a adoção das normas pelos Estados
Unidos é crucial. Conforme comentou o seu ex-presidente, Sir David Tweedie, a
demora pode atrapalhar os esforços realizados até o momento em torno da
convergência internacional. Isto poderia gerar “variações regionais” da IFRS.
Um estudo da SEC, de 2011, mostrou que as
demonstrações contábeis com as normas internacionais possuem muitas
divergências, o que contraria seu objetivo de promover comparabilidade. Além
disto, existe sempre a preocupação com o custo da adoção das normas
internacionais. Isto pode ter influenciado bastante a mudança de rumo, em
relação ao otimismo de quatro anos atrás, sobre a
convergência.
A indefinição dos Estados Unidos quanto a adoção
das normas pode reduzir sua influência sobre as normas internacionais. Dois
membros dos Estados Unidos, que participam do Iasb, terão seu mandato
finalizado em 2012, com a possibilidade de outros países indicarem os
substitutos, conforme ameaçou David Tweedie recentemente.
Mas Dena Aubin, da Reuters, lembra que o relatório indica que existe
pouco apoio para adoção em grande escala das normas internacionais, tanto das
empresas quanto dos investidores. Apesar do relatório não ter nenhuma
recomendação, a listagem de desvantagens da IFRS é grande. Conforme lembra
Aubin, o texto não trouxe surpresas. Já se sabia que a SEC será muito
conservadora na adoção das normas e que não se sente confortável com a
convergência. Entretanto, como se trata de um relatório do staff, os
comissários da SEC podem tomar uma decisão diferente. Neste caso, os
comissários estariam, de certa forma, ignorando o relatório. De qualquer forma,
o relatório defende um papel ativo para o FASB.
É interessante notar que o relatório saiu depois que o contador chefe da
SEC, James Kroeker, deixou a entidade. Kroeker era, pretensamente, um defensor
das normas internacionais. Floyd Norris, do New York Times, destaca que o relatório
foi preparado durante a gestão de Kroeker.
Outro aspecto importante é que o relatório, de 127
páginas, não se preocupa com estabelecer prazos. Apesar de destacar a qualidade
das normas internacionais, o texto informa que existem áreas subdesenvolvidas,
que inclui seguros e setores regulados. Com respeito a questão do financiamento:
apesar de ser adotado em mais de 100 países, a fundação IFRS é financiada por
menos de 30 países. (Na América do Sul somente o Brasil participa deste esforço
financeiro).
Em resumo, o relatório representa uma ducha de água fria para a adoção
das normas internacionais nos Estados Unidos.
Ensinando Débito e Crédito
Escrevi, há anos, um texto introdutório de contabilidade. Minhas opções pedagógicas foram baseadas no que estava sendo ensinado em outros países, principalmente os Estados Unidos. A razão disto era que os livros brasileiros de então estavam defasados em termos de metodologia e conteúdo. Durante os anos seguintes, quando usei o livro Contabilidade Básica em sala de aula, esta impressão foi cada vez mais reforçada: somos responsáveis pelo ódio que as pessoas possuem da contabilidade por termos uma abordagem de ensino defasada e inapropriada. Os estudantes acham a contabilidade complicada demais, sem sentido com as coisas práticas, baseadas em regras sem fundamento, entre outros aspectos negativos.
O método de ensino das partidas dobradas deveria ser escolhido a partir de experiências realizadas nas instituições de ensino. Situações típicas relacionadas à forma de ensinar (como: devemos mostrar os efeitos na equação contábil dos lançamentos; as primeiras transações contábeis devem incluir os efeitos sobre o resultado e como isto deveria ser mostrado) têm sido objeto de pesquisa. Geralmente os pesquisadores confrontam duas possibilidades, com aplicação de verificação de aprendizagem aos grupos de estudantes que tiveram acesso aos métodos distintos. O resultado dos testes é determinante para a escolha de qual método é melhor para fazer com que os conhecimentos contábeis sejam absorvidos pelos alunos.
Isto é muito diferente do que ocorre no Brasil, onde os professores escolhem as obras didáticas pelo fato de terem estudados naqueles livros. Nunca pelo fato de serem os melhores livros para ensinar contabilidade.
Leia mais em:
PHILLIPS, F; HEISER, L. A Field Experiment Examining the Effects of Accounting Equation Emphasis and Transaction Scope on Students Learning to Journalize. Issues in Accounting Education. Vol. 26, n. 4, 2011, p. 681-699.
CVM
Sobre a gestão de Maria Helena Santana, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM):
Segundo ele, mais do que ter ajudado a aumentar o número de investidores, ela conseguiu enfrentar os empecilhos que surgiram durante sua gestão. “Um deles, sem sombra de dúvidas, foi dar ao País um padrão de contabilidade internacional,” afirmou, sobre o IFRS (sigla em inglês para International Financial Reporting Standards). “Ainda que não seja uma realidade, melhorou muito em agilidade às ofertas públicas,” completou.
Segundo ele, mais do que ter ajudado a aumentar o número de investidores, ela conseguiu enfrentar os empecilhos que surgiram durante sua gestão. “Um deles, sem sombra de dúvidas, foi dar ao País um padrão de contabilidade internacional,” afirmou, sobre o IFRS (sigla em inglês para International Financial Reporting Standards). “Ainda que não seja uma realidade, melhorou muito em agilidade às ofertas públicas,” completou.
Cruzeiro do Sul
O Cruzeiro do Sul tem um rombo de pelo menos R$ 2,5 bilhões - o dobro do que o Banco Central (BC) imaginava quando decretou intervenção na instituição, no dia 4 de junho. A conta pode aumentar porque a apuração do buraco ainda não terminou. O trabalho está sendo feito pelo próprio BC, pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e pela empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers.
Essa situação pode inviabilizar uma solução de mercado para o Cruzeiro do Sul. A intenção do BC e do FGC é recuperar o banco e achar um comprador para evitar a liquidação. A expectativa era de que, encerrado o pente-fino nas contas do banco, o buraco chegasse a R$ 1,8 bilhão. Inicialmente, o BC estimou o rombo em R$ 1,25 bilhão, resultado da descoberta de fraudes contábeis concentradas em empréstimos consignados falsos.
O BC tinha detectado 300 mil operações como essas. O número cresceu e a conta já alcança cerca de R$ 1,6 bilhão. Os R$ 900 milhões restantes (para totalizar os R$ 2,5 bilhões) são consequência de ativos super avaliados, passivos tributários e provisões contra perdas de crédito inferiores às regras do BC, entre outros problemas.
Fonte: Aqui
Essa situação pode inviabilizar uma solução de mercado para o Cruzeiro do Sul. A intenção do BC e do FGC é recuperar o banco e achar um comprador para evitar a liquidação. A expectativa era de que, encerrado o pente-fino nas contas do banco, o buraco chegasse a R$ 1,8 bilhão. Inicialmente, o BC estimou o rombo em R$ 1,25 bilhão, resultado da descoberta de fraudes contábeis concentradas em empréstimos consignados falsos.
O BC tinha detectado 300 mil operações como essas. O número cresceu e a conta já alcança cerca de R$ 1,6 bilhão. Os R$ 900 milhões restantes (para totalizar os R$ 2,5 bilhões) são consequência de ativos super avaliados, passivos tributários e provisões contra perdas de crédito inferiores às regras do BC, entre outros problemas.
Fonte: Aqui
Kama Sutra Macroeconômico
No artigo abaixo, o economista e professor Edmar Bacha reconta a trajetória econômica de décadas numa fábula erótica
Há tempos, vem a oferta (S) cruzando com a procura (D) nos compêndios de economia. No final do século XIX, o sábio AM lhes havia recomendado a posição da tesoura, com as hastes semiabertas, na busca de um equilíbrio natural entre a dor da verticalidade (P) e o prazer da horizontalidade (Q):
Nos anos 30, sofrendo de Grande Depressão, saíram a oferta e a procura em busca de posições mais estimulantes. Sugeriu-lhes, então, o doutor MK que a oferta se deitasse passivamente na horizontal, deixando à procura, revigorada por pílulas governamentais, assumir o papel ativo de estimular a atividade:
Por muitos anos viveram felizes assim, até que, nos anos 1970, padecendo com o Choque do Petróleo, a oferta se rebelou e assumiu a posição vertical. A prescrição de MK para obter maior Q-prazer através de estímulos da demanda tornou-se então fonte de pura P-dor:
Os doutores das águas salgadas seguidores de MK recomendaram então maiores controles do governo para diminuir a P-dor. Ressabiadas, a oferta e a procura saíram interior adentro, em busca de alternativas que mantivessem sua liberdade de movimentos.
Encontraram-se com o guru das águas doces, MF, que lhes deu uma receita diretamente oposta à de MK: devia a procura assumir uma posição horizontal passiva, mantendo assim a P-dor sob controle. A oferta ficaria na posição vertical, crescendo à taxa natural, sem amarras do governo:
Deu-se então a Grande Moderação, com a P-dor sob controle e o Q-prazer expandindo-se sob a égide dos cassinos financeiros desregulamentados.
Final feliz, entretanto, só nos contos de fadas. Desde o início do século XXI, a expansão da procura passou a depender cada vez mais do crédito facilitado pelos cassinos. Sobreveio a Crise Financeira em 2008. Sobrecarregada de dívidas, a procura encolheu-se, não mais conseguindo responder aos estímulos creditícios. Também endividados, os governos não conseguiram mais estimulá-la com suas pílulas. A procura verticalizou-se, encolhida como estava, deixando um vácuo entre sua posição e a da oferta:
Descasadas, a procura e a oferta padecem agora de uma Q-dor que não sentiam desde os anos 1930. Prazer com a queda de P também não têm, pois ela apenas aumenta o peso das dívidas acumuladas. Estão agora a lamentar não ter dado mais atenção a HM, o profeta esquecido, que há tempos lhes advertira sobre os perigos dos cassinos financeiros.
Como fazer para acasalar novamente procura e oferta? Velhos receituários retornam em tempos de crise. Ultra-Ks só desejam mais estímulos, acreditando que a oferta vai atrás da procura onde ela for. Ultra-Fs só querem saber de menos controles, pois acreditam, ao contrário, que a oferta gera sua própria procura.
Melhor deixar os ultras com suas manias de lado e retornar ao ponto de partida do sábio AM. Reconhecer as individualidades da oferta e da procura, sabendo que uma não vive sem a outra, e almejam cruzar-se harmonicamente como se hastes fossem de uma mesma tesoura. Posições extremas são excitantes de tempos em tempos, mas somente o Caminho do Meio unifica e transcende a dualidade.
• ÁGUAS SALGADAS: Costas leste e oeste dos EUA, onde estão as universidades cujos economistas se aproximam do keynesianismo.
• AM: Alfred Marshall, economista inglês, autor de “Principles of Economics” (1890), considerada a bíblia da economia até a Segunda Guerra Mundial.
• D: Símbolo (de: demand) para a curva de procura por bens e serviços da economia. Ao longo da curva de demanda, quanto maior o preço (P), menor em geral a quantidade demandada (Q).
• MK: John Maynard Keynes, economista inglês, autor de “Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda” (1936), considerado o pai da macroeconomia moderna.
• HM: Hyman Minsky, economista americano, autor de “John Maynard Keynes” (1975), considerado o grande teórico das crises financeiras.
• MF: Milton Friedman, economista americano, co-autor de “A Monetary History of the United States, 1867-1960” (1963), considerado o pai do monetarismo.
• P: Nível dos preços (ou taxa de inflação) da economia. Medido no eixo vertical das figuras no texto.
• Q: PIB (ou nível de emprego) da economia. Medido no eixo horizontal das figuras no texto.
• S: Símbolo (de: supply) para a curva de oferta de bens e serviços da economia. Ao longo da curva de oferta, quanto maior o preço (P), maior em geral a quantidade ofertada (Q).
• Ultra-Fs: Ultra-monetaristas (ou chamados “neoliberais”).
• Ultra-Ks: Ultra-keynesianos (ou também chamados “desenvolvimentistas”).
Há tempos, vem a oferta (S) cruzando com a procura (D) nos compêndios de economia. No final do século XIX, o sábio AM lhes havia recomendado a posição da tesoura, com as hastes semiabertas, na busca de um equilíbrio natural entre a dor da verticalidade (P) e o prazer da horizontalidade (Q):
Nos anos 30, sofrendo de Grande Depressão, saíram a oferta e a procura em busca de posições mais estimulantes. Sugeriu-lhes, então, o doutor MK que a oferta se deitasse passivamente na horizontal, deixando à procura, revigorada por pílulas governamentais, assumir o papel ativo de estimular a atividade:
Por muitos anos viveram felizes assim, até que, nos anos 1970, padecendo com o Choque do Petróleo, a oferta se rebelou e assumiu a posição vertical. A prescrição de MK para obter maior Q-prazer através de estímulos da demanda tornou-se então fonte de pura P-dor:
Os doutores das águas salgadas seguidores de MK recomendaram então maiores controles do governo para diminuir a P-dor. Ressabiadas, a oferta e a procura saíram interior adentro, em busca de alternativas que mantivessem sua liberdade de movimentos.
Encontraram-se com o guru das águas doces, MF, que lhes deu uma receita diretamente oposta à de MK: devia a procura assumir uma posição horizontal passiva, mantendo assim a P-dor sob controle. A oferta ficaria na posição vertical, crescendo à taxa natural, sem amarras do governo:
Deu-se então a Grande Moderação, com a P-dor sob controle e o Q-prazer expandindo-se sob a égide dos cassinos financeiros desregulamentados.
Final feliz, entretanto, só nos contos de fadas. Desde o início do século XXI, a expansão da procura passou a depender cada vez mais do crédito facilitado pelos cassinos. Sobreveio a Crise Financeira em 2008. Sobrecarregada de dívidas, a procura encolheu-se, não mais conseguindo responder aos estímulos creditícios. Também endividados, os governos não conseguiram mais estimulá-la com suas pílulas. A procura verticalizou-se, encolhida como estava, deixando um vácuo entre sua posição e a da oferta:
Descasadas, a procura e a oferta padecem agora de uma Q-dor que não sentiam desde os anos 1930. Prazer com a queda de P também não têm, pois ela apenas aumenta o peso das dívidas acumuladas. Estão agora a lamentar não ter dado mais atenção a HM, o profeta esquecido, que há tempos lhes advertira sobre os perigos dos cassinos financeiros.
Como fazer para acasalar novamente procura e oferta? Velhos receituários retornam em tempos de crise. Ultra-Ks só desejam mais estímulos, acreditando que a oferta vai atrás da procura onde ela for. Ultra-Fs só querem saber de menos controles, pois acreditam, ao contrário, que a oferta gera sua própria procura.
Melhor deixar os ultras com suas manias de lado e retornar ao ponto de partida do sábio AM. Reconhecer as individualidades da oferta e da procura, sabendo que uma não vive sem a outra, e almejam cruzar-se harmonicamente como se hastes fossem de uma mesma tesoura. Posições extremas são excitantes de tempos em tempos, mas somente o Caminho do Meio unifica e transcende a dualidade.
Glossário para não iniciados
• ÁGUAS DOCES: Região dos Grandes Lagos, onde estão as universidades dos EUA cujos economistas são próximos ao monetarismo.• ÁGUAS SALGADAS: Costas leste e oeste dos EUA, onde estão as universidades cujos economistas se aproximam do keynesianismo.
• AM: Alfred Marshall, economista inglês, autor de “Principles of Economics” (1890), considerada a bíblia da economia até a Segunda Guerra Mundial.
• D: Símbolo (de: demand) para a curva de procura por bens e serviços da economia. Ao longo da curva de demanda, quanto maior o preço (P), menor em geral a quantidade demandada (Q).
• MK: John Maynard Keynes, economista inglês, autor de “Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda” (1936), considerado o pai da macroeconomia moderna.
• HM: Hyman Minsky, economista americano, autor de “John Maynard Keynes” (1975), considerado o grande teórico das crises financeiras.
• MF: Milton Friedman, economista americano, co-autor de “A Monetary History of the United States, 1867-1960” (1963), considerado o pai do monetarismo.
• P: Nível dos preços (ou taxa de inflação) da economia. Medido no eixo vertical das figuras no texto.
• Q: PIB (ou nível de emprego) da economia. Medido no eixo horizontal das figuras no texto.
• S: Símbolo (de: supply) para a curva de oferta de bens e serviços da economia. Ao longo da curva de oferta, quanto maior o preço (P), maior em geral a quantidade ofertada (Q).
• Ultra-Fs: Ultra-monetaristas (ou chamados “neoliberais”).
• Ultra-Ks: Ultra-keynesianos (ou também chamados “desenvolvimentistas”).
15 julho 2012
Rir é o melhor remédio
Ele estava em coma e já fazia algum tempo.
Sua esposa nunca se afastou da cabeceira da cama; noite e dia ela passou fazendo-lhe companhia; até que o homem acordou um dia; ao ver a mulher, fez-lhe um sinal para se aproximar e sussurrou-lhe no ouvido:
- Durante todos esses anos você esteve ao meu lado.
- Quando me licenciei você ficou comigo.
- Quando a minha empresa faliu, você continuou ao meu lado e me apoiou.
- Quando perdemos a casa, você não me abandonou, ficou perto de mim.
- Quando perdemos o carro, você também estava comigo.
- Agora são meus problemas de saúde, e desde o início você nunca me abandonou.
- Sabe de uma coisa?
A mulher ouviu tudo calada, depois, emocionada e com os olhos rasos d’água, murmurou:
- Diz, amor...
- Acho que você me dá azar!!!
(Encaminhado por Matias, grato)
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