08 julho 2012
Muito ou pouco?
Roberto Rodrigues - Muito ou pouco?
(...)E a agricultura? A versão final do documento em inglês tem 24.163 palavras. E a palavra "agricultura" aparece somente seis vezes (uma delas na digitação por extenso do nome da FAO). Só seis vezes! E todas elas acompanhadas do adjetivo "sustentável".
É muito pouco para um dos setores mais importantes do mundo para tratar do combate à pobreza, para resolver a segurança alimentar, para preservar recursos naturais, para se preocupar com a água etc.
Muito pouco. A palavra "rural" aparece mais vezes, 20 no total, mas sempre se referindo a algo ligado ao campo: mulher rural, comunidade rural, área rural, infraestrutura rural, desenvolvimento rural, pobreza rural. Tudo em tese, nada concreto.
E uma novidade: a palavra cooperativa aparece três vezes, embora apenas uma vez como cooperativa agrícola.
Esse é o documento da ONU, a mesma instituição que nomeou 2012 como o "Ano Internacional do Cooperativismo"? Muito ou pouco?
Bem, isso é página virada. Agora, vamos trabalhar para valer na construção de um moderno Código Agroambiental. Aí teremos nossa própria estratégia de desenvolvimento sustentável, a Brasil 21.
ROBERTO RODRIGUES, 69, é embaixador especial da FAO para o cooperativismo, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e professor de Economia Rural da Unesp - Jaboticabal.
(...)E a agricultura? A versão final do documento em inglês tem 24.163 palavras. E a palavra "agricultura" aparece somente seis vezes (uma delas na digitação por extenso do nome da FAO). Só seis vezes! E todas elas acompanhadas do adjetivo "sustentável".
É muito pouco para um dos setores mais importantes do mundo para tratar do combate à pobreza, para resolver a segurança alimentar, para preservar recursos naturais, para se preocupar com a água etc.
Muito pouco. A palavra "rural" aparece mais vezes, 20 no total, mas sempre se referindo a algo ligado ao campo: mulher rural, comunidade rural, área rural, infraestrutura rural, desenvolvimento rural, pobreza rural. Tudo em tese, nada concreto.
E uma novidade: a palavra cooperativa aparece três vezes, embora apenas uma vez como cooperativa agrícola.
Esse é o documento da ONU, a mesma instituição que nomeou 2012 como o "Ano Internacional do Cooperativismo"? Muito ou pouco?
Bem, isso é página virada. Agora, vamos trabalhar para valer na construção de um moderno Código Agroambiental. Aí teremos nossa própria estratégia de desenvolvimento sustentável, a Brasil 21.
ROBERTO RODRIGUES, 69, é embaixador especial da FAO para o cooperativismo, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e professor de Economia Rural da Unesp - Jaboticabal.
Links: Boson de Higgs
Existência confirmada (press release em português)
O guia não-nerd para a Partícula de Deus, o Santo Graal das partículas de física (em inglês)
O que é, o que faz, o que fazer com ele (em português)
Porque a Partícula de Deus dá sentido ao Universo (em português)
As mais loucas histótias sobre o Higgs (ex. a descoberta permitirá viagens na velocidade da luz; "será a partícula o primeiro passo para um teletransportador estilo "Jornada nas Estrelas"?) (em inglês)
Stephen Hawkins perdeu US$ 100 dólares em uma aposta por causa da Partícula de Deus (em inglês)
07 julho 2012
Rir é o melhor remédio
Fato da Semana
Fato da Semana: Indicação de Ana Dolores Moura Carneiro de Novaes para o cargo de diretora da CVM
Qual a importância disto? - Este cargo foi ocupado anteriormente por pessoas conhecidas do meio contábil, como Eliseu Martins e Alexsandro Broedel. É a área da CVM mais próxima da contabilidade. Pode-se dizer que Ana Novaes irá cuidar das normas contábeis das companhias abertas, que representa um grupo das maiores empresas brasileiras.
Positivo ou negativo? - Para contabilidade a indicação de Ana Novaes para um cargo que um dia foi ocupado por pessoas com grande entendimento técnico da área é uma notícia negativa. Ana Novaes tem um currículo acadêmico menos expressivo que Broedel e sua atuação é principalmente como conselheira na área de governança corporativa e como consultora. Isto talvez seja um sinal de que o processo de convergência estaria concluído.
Desdobramentos? - A indicação foi realizada pela presidenta da república e deve ser aprovada pelo nosso legislativo sem sobressalto. Acredito que não haverá alteração na relação entre a CVM e o CPC.
Qual a importância disto? - Este cargo foi ocupado anteriormente por pessoas conhecidas do meio contábil, como Eliseu Martins e Alexsandro Broedel. É a área da CVM mais próxima da contabilidade. Pode-se dizer que Ana Novaes irá cuidar das normas contábeis das companhias abertas, que representa um grupo das maiores empresas brasileiras.
Positivo ou negativo? - Para contabilidade a indicação de Ana Novaes para um cargo que um dia foi ocupado por pessoas com grande entendimento técnico da área é uma notícia negativa. Ana Novaes tem um currículo acadêmico menos expressivo que Broedel e sua atuação é principalmente como conselheira na área de governança corporativa e como consultora. Isto talvez seja um sinal de que o processo de convergência estaria concluído.
Desdobramentos? - A indicação foi realizada pela presidenta da república e deve ser aprovada pelo nosso legislativo sem sobressalto. Acredito que não haverá alteração na relação entre a CVM e o CPC.
China:paranoia ou mistificação?
Fabiano Maisonnave, de Pequim
24/05/12 - 11:28
Blog Vista Chinesa
A edição desta quarta-feira (23) da Folha traz dois artigos sobre o “capitalismo oriental”. Apesar de um ser favorável e o outro, crítico, ambos revelam a pobreza do debate no Brasil sobre o papel da China no novo cenário mundial.
Os problemas mais óbvios estão no texto “As ameaças que vêm da Ásia” (aqui, para assinantes), do sociólogo da Unicamp Ricardo Antunes. Trata-se de uma compilação de clichês congelados no tempo, como o de que a China atual levou “a superexploração da classe trabalhadora ao limite”.
Usando a Foxconn como exemplo, Antunes, no melhor estilo vandreano (“pelos campos há fome em grandes plantações”), afirma que os operários da empresa em Shenzhen (sul da China, ao lado de Hong Kong) “produzem aparelhos aos milhões e, em geral, nem imaginam como funciona a mercadoria produzida, levando o fetichismo maquínico à forma mais fantasmagórica”.
Não é bem assim. Ocorre que a repisada crítica sobre os baixos salários na China está cada vez mais desatualizada, ou pelo menos matizada, depois de sucessivos aumentos reais nos últimos anos, uma tendência nacional. Em Shenzhen, o salário mínimo subiu 15,9% no início do ano, mais de duas vezes acima da inflação. Agora é de 1.500 yuan (US$ 237), significativamente acima do valor citado por Antunes (900 yuan). Shenzhen, aliás, tem o maior salário mínimo da China e já o havia aumentado em 20% no ano passado.
É pouco, claro, mas não tanto, já que a China é um país com custo de vida relativamente barato. Numa breve comparação com o Brasil: o salário mínimo tupiniquim é R$ 622 (US$ 305), e o modelo mais barato do iPhone, produzido pela Foxconn, custa R$ 1.999 (US$ 975). Ou seja, é preciso 3,2 meses de salários para comprar um.
Na China, o iPhone básico sai por 4.988 yuan (US$ 788), ou seja, 3,3 meses de salário em Shenzhen. A diferença é mínima (o custo da ligação na China é muito menor, mas isso é outra história). A poucos metros de um dos portões principais da Foxconn, há uma grande loja autorizada da Apple. O iPhone, claro, tem um preço proibitivo para a maioria dos funcionários. Mas vários com quem conversei usavam um confiável HTC, espécie de genérico da Apple, com tela sensível e outras funções bem parecidas.
Obviamente, há salários baixos em regiões mais pobres, e as condições de trabalho são muitas vezes degradantes, incluindo a Foxconn (reportagem mnha aqui, para assinantes). Mas isso está mudando, tanto que muitas fábricas de mão de obra barata estão deixando a China rumo a Vietnã, Bangladesh e outros lugares. Reforçar apenas a crítica da “superexploração” é uma enorme simplificação, ainda mais quando se trata de um universo de cerca de 750 milhões de trabalhadores.
Antunes dá a impressão de que nunca pisou em Shenzhen ao chamá-la equivocadamente de Província, embora se trate de uma importante e moderna cidade de 13 milhões, mundialmente famosa por ter sido o berço das reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping. Mal comparando, é como dizer que Manaus é um Estado.
Já o outro artigo, “Aprendendo com os asiáticos” (aqui, para assinantes), do reitor da UFMG, Célio Diniz, e do coordenador da Capes Geraldo Nunes, acerta ao dizer que a Ásia precisa de uma abordagem “objetiva e urgente” por parte do Brasil. Mas, novamente, há uma redução da realidade. Não dá para falar de um “sistema acadêmico universitário de excelência” submetido a um regime autoritário. Basta lembrar que o Prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo, único vencedor desse prêmio encarcerado em todo o mundo, é um professor de literatura universitário e cumpre pena de 11 anos por suas ideias.
Nem mesmo a elite do Partido Comunista vê suas universidades com olhos tão bons e envia seus filhos ao exterior logo na graduação. É o caso da filha de Xi Jinping, que neste ano deve ser confirmado como a liderança máxima do país. Ela está em Harvard (EUA). Até o filho de Bo Xilai, o conservador líder neomaoísta recém-expurgado, foi para o Reino Unido ainda no ensino médio e nunca mais voltou.
O artigo menciona ainda que a Capes (com muito, mas muito atraso) negocia a implantação do programa “Ciência sem Fronteiras”, para trazer pós-graduandos em bolsas-sanduíche, como já existem para a Europa e para os EUA. Acho um erro conceitual. O formato da bolsa não permite um período de aprendizado do mandarim, que leva pelo menos dois anos. Com isso, o brasileiros que eventualmente quiserem vir à China estarão limitados aos programas em inglês e interagirão principalmente com outros estrangeiros. Ou seja, estudarão na China, mas não necessariamente estudarão a China. Pela distância geográfica e cultural, é preciso um programa à parte e com mais recursos, que o gesso burocrático brasileiro dificilmente permitirá.
Outro equívoco é a aposta das universidades brasileiras em atrair os controvertidos Institutos Confúcios, financiados pelo governo chinês para o ensino da língua e da cultura chinesa. A UFMG, do reitor Diniz, é uma delas (está ainda em negociação). O dinheiro é tentador, mas se trata de uma tentativa de Pequim de aumentar seu “soft power”, cujos objetivos propagandísticos são conflitantes com o mundo universitário. Dentro, são vários temas vetados. Não espere discutir ali os escritos de Liu Xiaobo.
Não se trata de proibir os institutos, pelo contrário. Sou partidário de que sejam tratados como centros culturais, assim como os de outros países Aliança Francesa, Goethe, Cervantes, mas não agraciados com status universitário.
Em alguns países, institutos mais antigos aos poucos tentam se converter numa espécie de centros de estudos chineses, gerando atritos, pois é uma iniciativa que claramente não tem os mesmo princípios de universidades de países democráticos. No caso brasileiro, há o agravante de que o país não tem (nem terá a médio prazo) um corpo docente capacitado sobre a China e a Ásia. E em terra de cego…
Aí voltamos ao primeiro artigo: é esse ambiente de indigência que estimula Antunes e outros tantos a escrever sobre a China sem nunca tê-la pesquisado com profundidade. Nos EUA ou no Reino Unido, nenhum professor universitário teria coragem de assinar um texto sobre relações trabalhistas chinesas sem um mínimo de especialização.
É preciso vir à China e investir tempo aqui para estudá-la. Vista de perto, não é nem uma enorme fábrica devoradora de trabalhadores nem a nova superpotência a um passo de dominar o mundo.
24/05/12 - 11:28
Blog Vista Chinesa
A edição desta quarta-feira (23) da Folha traz dois artigos sobre o “capitalismo oriental”. Apesar de um ser favorável e o outro, crítico, ambos revelam a pobreza do debate no Brasil sobre o papel da China no novo cenário mundial.
Os problemas mais óbvios estão no texto “As ameaças que vêm da Ásia” (aqui, para assinantes), do sociólogo da Unicamp Ricardo Antunes. Trata-se de uma compilação de clichês congelados no tempo, como o de que a China atual levou “a superexploração da classe trabalhadora ao limite”.
Usando a Foxconn como exemplo, Antunes, no melhor estilo vandreano (“pelos campos há fome em grandes plantações”), afirma que os operários da empresa em Shenzhen (sul da China, ao lado de Hong Kong) “produzem aparelhos aos milhões e, em geral, nem imaginam como funciona a mercadoria produzida, levando o fetichismo maquínico à forma mais fantasmagórica”.
Não é bem assim. Ocorre que a repisada crítica sobre os baixos salários na China está cada vez mais desatualizada, ou pelo menos matizada, depois de sucessivos aumentos reais nos últimos anos, uma tendência nacional. Em Shenzhen, o salário mínimo subiu 15,9% no início do ano, mais de duas vezes acima da inflação. Agora é de 1.500 yuan (US$ 237), significativamente acima do valor citado por Antunes (900 yuan). Shenzhen, aliás, tem o maior salário mínimo da China e já o havia aumentado em 20% no ano passado.
É pouco, claro, mas não tanto, já que a China é um país com custo de vida relativamente barato. Numa breve comparação com o Brasil: o salário mínimo tupiniquim é R$ 622 (US$ 305), e o modelo mais barato do iPhone, produzido pela Foxconn, custa R$ 1.999 (US$ 975). Ou seja, é preciso 3,2 meses de salários para comprar um.
Na China, o iPhone básico sai por 4.988 yuan (US$ 788), ou seja, 3,3 meses de salário em Shenzhen. A diferença é mínima (o custo da ligação na China é muito menor, mas isso é outra história). A poucos metros de um dos portões principais da Foxconn, há uma grande loja autorizada da Apple. O iPhone, claro, tem um preço proibitivo para a maioria dos funcionários. Mas vários com quem conversei usavam um confiável HTC, espécie de genérico da Apple, com tela sensível e outras funções bem parecidas.
Obviamente, há salários baixos em regiões mais pobres, e as condições de trabalho são muitas vezes degradantes, incluindo a Foxconn (reportagem mnha aqui, para assinantes). Mas isso está mudando, tanto que muitas fábricas de mão de obra barata estão deixando a China rumo a Vietnã, Bangladesh e outros lugares. Reforçar apenas a crítica da “superexploração” é uma enorme simplificação, ainda mais quando se trata de um universo de cerca de 750 milhões de trabalhadores.
Antunes dá a impressão de que nunca pisou em Shenzhen ao chamá-la equivocadamente de Província, embora se trate de uma importante e moderna cidade de 13 milhões, mundialmente famosa por ter sido o berço das reformas econômicas iniciadas por Deng Xiaoping. Mal comparando, é como dizer que Manaus é um Estado.
Já o outro artigo, “Aprendendo com os asiáticos” (aqui, para assinantes), do reitor da UFMG, Célio Diniz, e do coordenador da Capes Geraldo Nunes, acerta ao dizer que a Ásia precisa de uma abordagem “objetiva e urgente” por parte do Brasil. Mas, novamente, há uma redução da realidade. Não dá para falar de um “sistema acadêmico universitário de excelência” submetido a um regime autoritário. Basta lembrar que o Prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo, único vencedor desse prêmio encarcerado em todo o mundo, é um professor de literatura universitário e cumpre pena de 11 anos por suas ideias.
Nem mesmo a elite do Partido Comunista vê suas universidades com olhos tão bons e envia seus filhos ao exterior logo na graduação. É o caso da filha de Xi Jinping, que neste ano deve ser confirmado como a liderança máxima do país. Ela está em Harvard (EUA). Até o filho de Bo Xilai, o conservador líder neomaoísta recém-expurgado, foi para o Reino Unido ainda no ensino médio e nunca mais voltou.
O artigo menciona ainda que a Capes (com muito, mas muito atraso) negocia a implantação do programa “Ciência sem Fronteiras”, para trazer pós-graduandos em bolsas-sanduíche, como já existem para a Europa e para os EUA. Acho um erro conceitual. O formato da bolsa não permite um período de aprendizado do mandarim, que leva pelo menos dois anos. Com isso, o brasileiros que eventualmente quiserem vir à China estarão limitados aos programas em inglês e interagirão principalmente com outros estrangeiros. Ou seja, estudarão na China, mas não necessariamente estudarão a China. Pela distância geográfica e cultural, é preciso um programa à parte e com mais recursos, que o gesso burocrático brasileiro dificilmente permitirá.
Outro equívoco é a aposta das universidades brasileiras em atrair os controvertidos Institutos Confúcios, financiados pelo governo chinês para o ensino da língua e da cultura chinesa. A UFMG, do reitor Diniz, é uma delas (está ainda em negociação). O dinheiro é tentador, mas se trata de uma tentativa de Pequim de aumentar seu “soft power”, cujos objetivos propagandísticos são conflitantes com o mundo universitário. Dentro, são vários temas vetados. Não espere discutir ali os escritos de Liu Xiaobo.
Não se trata de proibir os institutos, pelo contrário. Sou partidário de que sejam tratados como centros culturais, assim como os de outros países Aliança Francesa, Goethe, Cervantes, mas não agraciados com status universitário.
Em alguns países, institutos mais antigos aos poucos tentam se converter numa espécie de centros de estudos chineses, gerando atritos, pois é uma iniciativa que claramente não tem os mesmo princípios de universidades de países democráticos. No caso brasileiro, há o agravante de que o país não tem (nem terá a médio prazo) um corpo docente capacitado sobre a China e a Ásia. E em terra de cego…
Aí voltamos ao primeiro artigo: é esse ambiente de indigência que estimula Antunes e outros tantos a escrever sobre a China sem nunca tê-la pesquisado com profundidade. Nos EUA ou no Reino Unido, nenhum professor universitário teria coragem de assinar um texto sobre relações trabalhistas chinesas sem um mínimo de especialização.
É preciso vir à China e investir tempo aqui para estudá-la. Vista de perto, não é nem uma enorme fábrica devoradora de trabalhadores nem a nova superpotência a um passo de dominar o mundo.
A balada de Stephen Hawking
O Hyperscience publicou, com base em informações do DailyMail, uma reportagem super legal sobre uma festa secreta de Stephen Hawking. Vamos? Só participará quem puder voltar ao passado. (Quem aqui assiste a série "Dr. Who" pensará instantaneamente nela.)
'Os convites já foram enviados, estão por todos os cantos da internet. Coloque seu melhor terno, ajeite o cabelo, alinhe uma flor na lapela, e se prepare para uma agradável conversa com uma das mentes mais brilhantes, senão a mais brilhante, deste tempo. Você só precisa ajustar sua máquina do tempo para o dia 28 de junho de 2009, 12 horas. Apresente uma cópia deste convite e você já é um convidado oficial.
Eu falei 2009? A festa já aconteceu, e, segundo relatos do professor Hawking, ninguém apareceu. “Eu tenho a evidência experimental de que viagens no tempo não são possíveis”, fala a voz mecânica comandada pelos dedos do professor. “Eu dei uma festa para viajantes do tempo, mas não mandei convites senão depois da festa. Fiquei sentado lá por um bom tempo, mas ninguém apareceu”.
Excluindo a possibilidade que todo mundo no futuro seja avesso a festas ou que não goste de canapés e champanhe, o professor Hawking parece se consolar com o fato de que talvez seja uma boa ideia não viajar para o passado. Apesar das equações de Einstein a permitirem , fazê-lo “dispara um raio de radiação que destrói a nave e possivelmente o próprio espaço-tempo”.
Entre as desculpas para os viajantes do futuro não terem se dignado a aparecer na festa do professor, as mais “científicas” são: a) a viagem no tempo simplesmente não é possível; b) só é possível avançar no tempo, não retornar; c) a viagem no tempo é possível, mas você só pode voltar até o dia em que a máquina do tempo foi ligada; d) a viagem no tempo é possível, mas ninguém sabe como ou são muito responsáveis para viajar no tempo e e) nós estamos no universo “original”, como ele é ou era antes dos viajantes no tempo começarem a trolar os arqueólogos enterrando tênis Nike junto de tiranossauros mortos.
Enquanto nós todos viajamos lentamente para o futuro, o professor aponta que é relativamente simples acelerar esta viagem: basta entrar em um foguete e acelerar a velocidades próximas da luz, e quando você voltar, vai encontrar todo mundo bem mais velho ou até mesmo morto.'
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