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07 julho 2012

Concursos com vagas para contadores

TST e ANATEL: Os dois com provas no mesmo dia.

Tribunal Superior do Trabalho: R$ 6.611,39
Organizadora: Fundação Carlos Chagas
Inscrições: Até 13/07/2012
Data da prova: 16/09/2012
Edital: Aqui

Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL: R$ 9.263,20
Organizador: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília
Inscrições: 9 à 30/07/2012
Data da prova: 16/09/2012
Edital: Aqui

06 julho 2012

Rir é o melhor remédio

Carona

Teste 568

A Microsoft anunciou uma baixa contábil de 6,2 bilhões de dólares referente a aquisição, em 2007, da empresa aQuantive, por 6,3 bilhões. Segundo a empresa, isto não terá efeito no caixa. Isto é verdade? Como seria o lançamento contábil?

Resposta do Anterior: o Borrador é tudo isto: um dos livros citados por Pacioli (juntamente com diário e razão), uma costaneira, um memorial e um esboço de um trabalho.

Baixa na Microsoft

A empresa de software Microsoft anunciou que irá fazer uma baixa contábil de 6,2 bilhões de dólares no valor da empresa aQuantive, adquirida em 2007. Esta baixa irá anular o lucro trimestral.

Em 2007 a Microsoft comprou a empresa de publicidade aQuantive por 6,3 bilhões. Como a diferença entre este valor e o montante da baixa é muito reduzido, isto significa dizer que a decisão de aquisição foi um grande erro da empresa no passado. A empresa estaria reconhecendo somente agora este erro.

É interessante notar que um mês antes de comprar a aQuantive, o Google, rival da Microsoft, tinha comprado a DoubleClick por 3,1 bilhões. Esta aquisição foi lucrativa para o Google e pressionou a Microsoft a agir de maneira similar. No mesmo período, outras empresas de publicidade digital também foram compradas.

Entretanto, enquanto o Google conseguiu absorver o melhor da DoubleClick, através do AdSense, um serviço da empresa, o mesmo não ocorreu com a Microsoft.

Segundo um analista da Chessburger, a aquisição foi um movimento reacionário da Microsoft. Só após a aquisição é que a empresa percebeu que a aQuantive não iria agregar muito valor ao negócio de publicidade da empresa.

05 julho 2012

Veduca

O Glauber Barbosa, amigo de mestrado, me falou sobre o “Veduca” há séculos e hoje, finalmente, consegui entrar e interagir com o que há lá. O site, como alguns outros (“Planeta Acadêmico”), disponibiliza vídeos de diversas universidades mundiais, com palestras interessantes e uma alternativa (ou complemento) à educação que temos no Brasil. O interessante é que o Veduca é grátis, tem mais conteúdo e vários são legendados (alguns são brasileiros, inclusive).


No gráfico de nuvens nota-se claramente que há uma maior quantidade de vídeos sobre Ciência da Computação. Engenharia, Medicina e Ciências da Saúde também se destacam. Para encontrar assuntos contábeis, há de se procurar em “Economia” ou “Administração e Negócios”.


Vamos explorar juntos?


Este (sem legenda) é com o professor Douglas Rae, de Yale, (com direito a gravata borboleta vermelha, fera!) é intitulado “Capitalismo: Sucesso, Crise, Reforma”. Rae deslancha: “O socialismo utiliza capital”. “Fascistas usam capital, esquilos e até aranhas também”. (Eu queria um professor assim!) O capitalismo é a subespécie na qual a riqueza acumulada é distribuída de forma a criar novas riquezas em um ambiente competitivo. O capitalismo não foi inventado por um cara esperto como o Adam Smith, mas sim evoluiu de forma orgânica em tentativas e experimentações. Por falhas. Interessante que se você observar a história do mercado ela é recheada de derrotas. [...]


Para quem quer aprender ou tentar gostar mais de estatística e probabilidade, há um vídeo (com legendas) da Universidade de Berkeley, com o professor Fletcher H. Ibser (notem os diversos quadros!). O esquema é tão educativo que é permitido a venda das anotações que são feitas em aula. Imagine o nível da turma...! E a organização dos alunos que anotam, organizam e comercializam o material. Simplesmente fascinante.


Olha que fantástico. Eu estava procurando algo bem diferente disso, mas me deparei com um curso do Dalai Lama sobre “centralidade da compaixão” (com legenda). A risadinha dele é uma graça!


Acho ótimos sites assim, especialmente os bem organizados e com funções diversas de pesquisa. Fica, ainda, a dica para aqueles tão sedentos quanto eu: nos vídeos mais assistidos, nas aulas mais agradáveis e estimulantes, você pode aprender também sobre didática e agregar ao seu perfil técnicas diferentes.


Ao escrever esse texto alguns dos mais vistos da semana foram: Origens da Crise Financeira (Princeton); A Psicologia da Felicidade (Fundação TED); Ciência, Misticismo e Religião (UCLA); Introdução à Ciência da Computação (Nova Gales do Sul).


Na próxima postagem discutiremos o iTunesU. Até lá e bons estudos!

Rir é o melhor remédio

Mais uma sobre a "hipocrisia nossa de cada dia":

Cuba


Primavera em Cuba
Luiz Eduardo Vasconcelos e Odemiro Fonseca
O Globo, 25/05/2012
Luiz Eduardo Vasconcelos é engenheiro e Odemiro Fonseca é empresário.


Visitar Havana é ver que o tempo pode parar. A arquitetura de casas e prédios parou no modernismo dos anos cinquenta. Os carros pararam nos rabos de peixe. Os bares pararam nos mojitos e daiquiris. Nas pessoas, há languidez na forma de agir. E os costumes à mesa, nas roupas, na linguagem, no conhecimento e na forma de argumentar mostram que o longo isolamento criou um fosso comportamental entre a ilha e o mundo.

Essa ilha linda, habitada por um povo alegre e musical, nunca foi independente em economia. Primeiro os colonizadores espanhóis, com seus portos fechados e legitimando a escravidão, que somente acabou em 1886. As lutas anticoloniais devastaram os barões de açúcar e tabaco e entraram os americanos comprando tudo. Já se manifestava então o espírito antiamericano na aristocracia rural e entre os intelectuais.

Depois da revolução de 1959, vieram os russos, construindo usinas a óleo diesel e grandes obras. E autoestradas, até hoje vazias. Infraestrutura ajuda se for usada. Como no comunismo não existe custo de capital, é em tais países onde se veem os melhores exemplos de desperdício de capital. Agora Cuba vive de ajuda chinesa, do petróleo de Chaves e dos turistas — que este ano vão ser três milhões. Os canadenses patrocinaram o horrendo aeroporto internacional de Havana e o mundo patrocinou a restauração da bela Havana Velha, patrimônio da Humanidade.
Não se vê atividade agrícola, industrial, transporte nas estradas. A principal fonte cambial são os turistas, pelo uso do peso conversível, comprável em moeda estrangeira, cuja cotação fixada pelo governo força todos a usar tal moeda para pagar por tudo. Os preços ficam perto dos internacionais (o governo já aprendeu), mas quase tudo é da pior qualidade. O charme de Cuba atrai estranhas tribos de turistas, todas muito complacentes.

Os cubanos recebem salários em pesos nacionais, que consomem em produtos muito racionados, em mercados pessimamente mantidos e supridos, que abrem poucas horas por dia. Como acontecia na Rússia, há roubo nas fábricas, que alimentam mercados informais. Educação superior é dada como alta, mas observa-se que muitos universitários não trabalham ou trabalham fora das profissões. E a qualidade da medicina é impossível de ser verificada por um estrangeiro. Sem liberdade, as pessoas não têm como usar educação.

A revolução cubana foi salva por um bônus populacional. Eram 7,1 milhões em 1960. Hoje são 11,1 milhões, com população declinante. A população em 1960 já crescia pouco e havia boa infraestrutura. Se a população cubana tivesse crescido como a mexicana ou a brasileira, Cuba seria hoje uma favela de 22 milhões de pessoas. Se a população cubana tivesse crescido como a do Equador ou da Venezuela, Cuba seria hoje uma favela de 30 milhões de pessoas. Mas mesmo com o bônus populacional, o resultado não é animador. As séries de Angus Maddison mostram que a renda per capita de Cuba em 1950 era a quinta entre os 22 maiores latino-americanos, depois de Venezuela, Argentina, Uruguai e Chile. Em 2001, Cuba estava entre os quatro piores, adiante de Honduras, Nicarágua e Haiti.

O importante porto de Havana definhou a partir de 1960. Mas agora Cuba tem um novo patrocinador — o Brasil. O BNDES financia (85% do investimento mais linhas de crédito para Cuba importar alimentos e máquinas agrícolas) e a Odebrecht constrói o porto de Mariel, para ser uma zona franca. Fomos detidos, longe do canteiro, por um guarda armado, por tirarmos fotos. Retiveram nossos documentos, e quando a novela terminou o nosso motorista, antes exaltando “o maior porto da América Latina”, estava muito silente e preocupado.

Vários destes episódios de controle social (paradas em postos policiais, ameaças aos guias dos turistas — “cuidado com o que falas”, lorotas incríveis), potencializados pela ridícula TV e imprensa estatal, ausência de livros e internet, impossibilidade de viajar e os ainda existentes CDRs (Comitês de Defesa da Revolução — que são por quarteirão e participação compulsória), mostram que a primavera cubana está longe de acontecer. Depois de 53 anos de ditadura, o povo cubano tem medo dele mesmo. A liderança cubana parece inerte e misteriosa. Ninguém sabe como e onde vivem e o que fazem. Mas fala-se à boca pequena sobre Chaves. Hospeda-se na antiga residência do embaixador brasileiro. Este palácio residencial foi expropriado quando as relações diplomáticas foram cortadas, e, depois de restabelecidas, o Brasil nunca solicitou a devolução.