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05 julho 2012

Veduca

O Glauber Barbosa, amigo de mestrado, me falou sobre o “Veduca” há séculos e hoje, finalmente, consegui entrar e interagir com o que há lá. O site, como alguns outros (“Planeta Acadêmico”), disponibiliza vídeos de diversas universidades mundiais, com palestras interessantes e uma alternativa (ou complemento) à educação que temos no Brasil. O interessante é que o Veduca é grátis, tem mais conteúdo e vários são legendados (alguns são brasileiros, inclusive).


No gráfico de nuvens nota-se claramente que há uma maior quantidade de vídeos sobre Ciência da Computação. Engenharia, Medicina e Ciências da Saúde também se destacam. Para encontrar assuntos contábeis, há de se procurar em “Economia” ou “Administração e Negócios”.


Vamos explorar juntos?


Este (sem legenda) é com o professor Douglas Rae, de Yale, (com direito a gravata borboleta vermelha, fera!) é intitulado “Capitalismo: Sucesso, Crise, Reforma”. Rae deslancha: “O socialismo utiliza capital”. “Fascistas usam capital, esquilos e até aranhas também”. (Eu queria um professor assim!) O capitalismo é a subespécie na qual a riqueza acumulada é distribuída de forma a criar novas riquezas em um ambiente competitivo. O capitalismo não foi inventado por um cara esperto como o Adam Smith, mas sim evoluiu de forma orgânica em tentativas e experimentações. Por falhas. Interessante que se você observar a história do mercado ela é recheada de derrotas. [...]


Para quem quer aprender ou tentar gostar mais de estatística e probabilidade, há um vídeo (com legendas) da Universidade de Berkeley, com o professor Fletcher H. Ibser (notem os diversos quadros!). O esquema é tão educativo que é permitido a venda das anotações que são feitas em aula. Imagine o nível da turma...! E a organização dos alunos que anotam, organizam e comercializam o material. Simplesmente fascinante.


Olha que fantástico. Eu estava procurando algo bem diferente disso, mas me deparei com um curso do Dalai Lama sobre “centralidade da compaixão” (com legenda). A risadinha dele é uma graça!


Acho ótimos sites assim, especialmente os bem organizados e com funções diversas de pesquisa. Fica, ainda, a dica para aqueles tão sedentos quanto eu: nos vídeos mais assistidos, nas aulas mais agradáveis e estimulantes, você pode aprender também sobre didática e agregar ao seu perfil técnicas diferentes.


Ao escrever esse texto alguns dos mais vistos da semana foram: Origens da Crise Financeira (Princeton); A Psicologia da Felicidade (Fundação TED); Ciência, Misticismo e Religião (UCLA); Introdução à Ciência da Computação (Nova Gales do Sul).


Na próxima postagem discutiremos o iTunesU. Até lá e bons estudos!

Rir é o melhor remédio

Mais uma sobre a "hipocrisia nossa de cada dia":

Cuba


Primavera em Cuba
Luiz Eduardo Vasconcelos e Odemiro Fonseca
O Globo, 25/05/2012
Luiz Eduardo Vasconcelos é engenheiro e Odemiro Fonseca é empresário.


Visitar Havana é ver que o tempo pode parar. A arquitetura de casas e prédios parou no modernismo dos anos cinquenta. Os carros pararam nos rabos de peixe. Os bares pararam nos mojitos e daiquiris. Nas pessoas, há languidez na forma de agir. E os costumes à mesa, nas roupas, na linguagem, no conhecimento e na forma de argumentar mostram que o longo isolamento criou um fosso comportamental entre a ilha e o mundo.

Essa ilha linda, habitada por um povo alegre e musical, nunca foi independente em economia. Primeiro os colonizadores espanhóis, com seus portos fechados e legitimando a escravidão, que somente acabou em 1886. As lutas anticoloniais devastaram os barões de açúcar e tabaco e entraram os americanos comprando tudo. Já se manifestava então o espírito antiamericano na aristocracia rural e entre os intelectuais.

Depois da revolução de 1959, vieram os russos, construindo usinas a óleo diesel e grandes obras. E autoestradas, até hoje vazias. Infraestrutura ajuda se for usada. Como no comunismo não existe custo de capital, é em tais países onde se veem os melhores exemplos de desperdício de capital. Agora Cuba vive de ajuda chinesa, do petróleo de Chaves e dos turistas — que este ano vão ser três milhões. Os canadenses patrocinaram o horrendo aeroporto internacional de Havana e o mundo patrocinou a restauração da bela Havana Velha, patrimônio da Humanidade.
Não se vê atividade agrícola, industrial, transporte nas estradas. A principal fonte cambial são os turistas, pelo uso do peso conversível, comprável em moeda estrangeira, cuja cotação fixada pelo governo força todos a usar tal moeda para pagar por tudo. Os preços ficam perto dos internacionais (o governo já aprendeu), mas quase tudo é da pior qualidade. O charme de Cuba atrai estranhas tribos de turistas, todas muito complacentes.

Os cubanos recebem salários em pesos nacionais, que consomem em produtos muito racionados, em mercados pessimamente mantidos e supridos, que abrem poucas horas por dia. Como acontecia na Rússia, há roubo nas fábricas, que alimentam mercados informais. Educação superior é dada como alta, mas observa-se que muitos universitários não trabalham ou trabalham fora das profissões. E a qualidade da medicina é impossível de ser verificada por um estrangeiro. Sem liberdade, as pessoas não têm como usar educação.

A revolução cubana foi salva por um bônus populacional. Eram 7,1 milhões em 1960. Hoje são 11,1 milhões, com população declinante. A população em 1960 já crescia pouco e havia boa infraestrutura. Se a população cubana tivesse crescido como a mexicana ou a brasileira, Cuba seria hoje uma favela de 22 milhões de pessoas. Se a população cubana tivesse crescido como a do Equador ou da Venezuela, Cuba seria hoje uma favela de 30 milhões de pessoas. Mas mesmo com o bônus populacional, o resultado não é animador. As séries de Angus Maddison mostram que a renda per capita de Cuba em 1950 era a quinta entre os 22 maiores latino-americanos, depois de Venezuela, Argentina, Uruguai e Chile. Em 2001, Cuba estava entre os quatro piores, adiante de Honduras, Nicarágua e Haiti.

O importante porto de Havana definhou a partir de 1960. Mas agora Cuba tem um novo patrocinador — o Brasil. O BNDES financia (85% do investimento mais linhas de crédito para Cuba importar alimentos e máquinas agrícolas) e a Odebrecht constrói o porto de Mariel, para ser uma zona franca. Fomos detidos, longe do canteiro, por um guarda armado, por tirarmos fotos. Retiveram nossos documentos, e quando a novela terminou o nosso motorista, antes exaltando “o maior porto da América Latina”, estava muito silente e preocupado.

Vários destes episódios de controle social (paradas em postos policiais, ameaças aos guias dos turistas — “cuidado com o que falas”, lorotas incríveis), potencializados pela ridícula TV e imprensa estatal, ausência de livros e internet, impossibilidade de viajar e os ainda existentes CDRs (Comitês de Defesa da Revolução — que são por quarteirão e participação compulsória), mostram que a primavera cubana está longe de acontecer. Depois de 53 anos de ditadura, o povo cubano tem medo dele mesmo. A liderança cubana parece inerte e misteriosa. Ninguém sabe como e onde vivem e o que fazem. Mas fala-se à boca pequena sobre Chaves. Hospeda-se na antiga residência do embaixador brasileiro. Este palácio residencial foi expropriado quando as relações diplomáticas foram cortadas, e, depois de restabelecidas, o Brasil nunca solicitou a devolução.

Mapa da Disney

Fonte: aqui

China e a fraude

Um dos atritos entre os Estados Unidos e a China ocorre na área contábil. É isto mesmo. O assunto tem sido tratado discretamente, mas o problema pode ser explosivo.

Algumas empresas chinesas possuem ações cotadas nas bolsas dos EUA. Entretanto, a qualidade da informação contábil é ruim. As autoridades dos EUA estão tentando resolver este problema, seja através do fortalecimento das empresas de auditoria de renome (leia-se, especialmente, as big four) ou através de maior evidenciação contábil. A China não tem sido muito amistosa com estas empresas (vide aqui, uma postagem do blog sobre o assunto)

Contudo, algumas fraudes contábeis começaram a gera preocupação. Segundo Tindale, os problemas na area contábil encobre o enriquecimento de pessoas importantes ligadas ao poder central.

"Você confia em mim?"

Essa foi a pergunta que o Aladin fez à princesa Jasmine antes dela subir no tapete mágico dele. Histtória ultrapassada. Mágico mesmo é tapetinho projeto por Shin Yamashita, um estudante de Design no Instituto de Tecnologia de Kyoto. Babemos:




Manipulação da Libor

Bob Diamond, de 60 anos, renunciou ao cargo nesta semana após o Barclays ter concordado em pagar quase um bilhão de dólares em multas por manipular as taxas de juros que são referência no sistema global financeiro.


Políticos britânicos consideram o caso como um símbolo de uma cultura de cobiça que tem manchado todo o sistema financeiro. Jornais destacaram os e-mails revelados no caso, que mostram operadores se parabenizando por manipular números.


Pensativo e mostrando humildade perante o comitê parlamentar, o homem que até terça-feira era um dos executivos financeiros mais bem pagos e poderosos e dono de uma reputação agressiva, reconheceu o comportamento "indesculpável" de seu grupo de operadores.


"Quando leio os e-mails desses operadores, fico fisicamente doente", disse Diamond. "Esse comportamento foi repreensível, foi errado. Peço desculpas, estou decepcionado e muito bravo".


Ele disse que os envolvidos na manipulação das taxas de juros estariam sujeitos a investigação criminal e devem ser tratados com severidade. A contravenção "não representou a companhia que eu amo tanto", disse o executivo norte-americano.


Mas ele também insistiu que o Barclays estava sendo usado como bode espiatório por ter cooperado com as autoridades a ajudar a revelar suas infrações.


"O foco desta semana tem estado sobre o Barclays porque foi o primeiro", disse Diamond, descrevendo anos de cooperação com agências regulatórias para revelar a prática.


A decisão do banco de cooperar com reguladores aparentou ter sido feita para limitar os danos causados pela polêmica, mas o tiro saiu pela culatra, prejudicando a reputação do banco e custando a Diamond seu emprego, disseram analistas do setor.


O Barclays reconheceu que seus operadores agiram conjuntamente com outros a fim de manipular a London Interbank Offered Rate, ou Libor, a taxa que grandes bancos dizem emprestar uns dos outros e que serve de referência para trilhões de dólares em contratos globais.


Além dessa manipulação, que aconteceu de 2005 a 2009, o banco britânico também admitiu que suas contribuições para as taxas Libor no alto da crise financeira de 2008 fizeram seu balanço parecer mais robusto.


Fonte: Reuters