Translate

27 junho 2012

Nortel


A Nortel era uma multinacional, com sede no Canadá, que atuava na área de equipamentos de telecomunicações. Era, pois desde 2009 a empresa decretou falência, tendo anunciado logo após que iria encerrar suas atividades.

Os problemas contábeis da empresa aconteceram a partir da crise da internet, que fez com que seu executivo principal comandasse uma reestruturação, incluindo a demissão de dois terços dos empregados, além de baixas contábeis. Em 2003 a empresa apresentou novamente lucro, o que contribuiu para remuneração dos administradores, incluindo o presidente, o diretor financeiro e o controller. Os problemas contábeis forçaram a demissão dos três executivos em 2004 e provocaram uma acusação de fraude.

Em 2007 a empresa precisou refazer suas demonstrações contábeis pela terceira vez desde 2003. Naquele ano a empresa tinha fechado um acordo com a SEC para pagar 35 milhões de dólares pela fraude. Anos mais tarde, a empresa consegue recuperar parte do dinheiro dos acionistas através de um leilão das suas patentes.

O que ocorreu com a empresa foi uma decepção para os investidores. Em 2000 a revista Forbes listava dez empresas que estavam preparadas para vencer na década que esta iniciando. A Nortel, ao lado da Enron e outros micos, estava nesta lista.

Agora os detalhes da fraude contábil ocorrida na empresa canadense estão sendo divulgadas, com o julgamento dos executivos da empresa. O antigo controller afirmou  que ameaçou demitir-se do cargo quando descobriu que seu chefe fez três registros contábeis, transformando o prejuízo do segundo trimestre de 2003 num lucro. Após esta ameaça, a empresa apresentou um prejuízo de 14 milhões de dólares. Mas o clima entre os executivos ficou muito tenso.

Resta entender a razão pela  qual o controller recebeu o bônus pelo resultado naquele ano.

Honestidade

Dan [Ariely] [foto] também é professor de psicologia e economia comportamental na Universidade Duke. Nesta entrevista ele fala sobre porque as pessoas mentem em algumas situações, mas não em outras, porque os estudantes colam nas provas quando eles sabem que podem sofrer mais tarde na vida, e muito mais.

O que faz alguém mentir às vezes e dizer a verdade outras vezes?

Quando as pessoas enfrentam essa questão sobre por que as pessoas as vezes mentem e outras vezes não, a resposta comum tem a ver com algo sobre o estado interno sobre a pessoa. A pessoa está com fome, está cansado, está esgotado e há alguma verdade nisso. 

(...) Então, voltando à pergunta sobre por que as pessoas as vezes mentem e outras vezes não, é evidente que existem mudanças que acontecem dentro de uma pessoa ao longo do tempo, mas o que vemos é que um efeito ainda maior tem a ver com as circunstâncias ambientais que estão ao nosso redor . Então, muitas vezes pensamos sobre as pessoas como agente, então nós decidimos e agimos, e agimos de acordo com nossas preferências e que é uma espécie de execução de nosso próprio estado interno, mas a realidade é que muitas vezes as decisões que as pessoas fazem são mais bem descritas pelo ambiente em que eles são colocados. Quando colocamos as pessoas em alguns ambientes eles são capazes de enganar a um grau mais elevado e quando eles são colocados em um ambiente diferente, essa mesma pessoa com a mesma mentalidade acaba traindo a um grau muito menor.

Então, quais são as influências ambientais?

Uma delas tem a ver com o grau ao qual se pode justificar a nossa desonestidade e, em particular, a distância do ato desonesto do dinheiro. Assim, por exemplo, em um de nossos experimentos, descobrimos que a experiência básica parecia isso; as pessoas tinham uma folha de papel com 20 problemas de matemática simples que podem resolver todos eles se eles tivessem tempo suficiente, mas nós não damos as pessoas o tempo suficiente. Damos às pessoas apenas cinco minutos, nós damos uma folha de papel, dizemos "trabalhe tanto quanto você puder" e quando passam os cinco minutos dizemos “por favor pare e conte quantas perguntas corretas você obteve, lembre-se deste número; vá lá trás e rasgue a folha de papel. Depois volte e diga-nos quantas perguntas você resolveu corretamente e nós vamos pagá-lo um dólar por questão [correta]. O que as pessoas não sabem é que nós mexemos com o triturador e o triturador apenas fragmenta um pedaço da página, mas não a página completa e podemos entrar e descobrir quantas perguntas as pessoas realmente resolveram corretamente.

Então, o que encontramos? Descobrimos que em média as pessoas fizeram em torno de quatro problemas e afirmaram ter resolvido seis. (...) Mas, em outra condição, o que fazemos é pedir às pessoas para triturar o pedaço de papel e quando elas chegam até nós para não dizer "Mr. Experimentador, eu resolvi X problemas, dá-me X dólares", mas dizer "Mr. Experimentador, eu resolvi X problemas no X, dá-me X fichas". Agora, as pessoas olham em nossos olhos e mentem por peças de plástico e não por dinheiro e o que encontramos foi que as pessoas basicamente duplicaram a sua trapaça. O que isto significa é que quando temos um ambiente no qual as pessoas podem distanciar-se do ato de traição, eles não estão enganando por dinheiro, eles estão enganando por um pedaço de plástico, de repente, este ambiente pode facilitar a uma grau muito mais elevado. Existem muitas outras influências como este e o que isso significa é que precisamos pensar sobre o meio ambiente, precisamos pensar sobre a regulamentação, precisamos pensar sobre as regras, precisamos pensar sobre a ética profissional, porque essas coisas eventualmente ter muito mais a ver com a forma como as pessoas se comportam do que a personalidade individual.

Por que os alunos colar nas provas, quando irá trará efeito mais tarde em suas vidas?

Primeiro de tudo eu acho que os alunos, e a maioria das pessoas em geral, não pensam muito sobre o que vai acontecer na vida mais tarde; temos este problema geral de pensar no curto prazo e não pensar no longo prazo e isso é em toda parte: é sobre comer em excesso e exercício físico, digitar um texto enquanto dirigimos, não tomar os remédios no momento correto, ter relações sexuais desprotegidas; todos esses comportamentos são devido ao fato de não se pensar no longo prazo.

No âmbito racional, é claro as pessoas sempre pensam sobre o longo prazo e no quadro racional da fraude as pessoas pensam no longo prazo, mas, na realidade, descobrimos que as pessoas não pensam muito sobre o longo prazo. E isso significa, a propósito, que as regras e regulamentos e leis que dependem do longo prazo, que dependem de penas de prisão e a probabilidade de que algum dia alguém pode te pegar são muito menos eficaz do que pensamos, porque quando estamos criando regras e regulamentos que temos em mente um agente racional que pensa nos seres de longo prazo; e os seres humanos não são assim.

(...) Com base em sua pesquisa, o que motiva as pessoas a se comportar de forma desonesta?

O que basicamente se encontra é que as pessoas são uma boa combinação de incentivos econômicos e incentivos psicológicos. Nosso lado econômico de nós quer se beneficiar de fazer um rolo porque os benefícios nos engana a curto prazo. Agora, ele pode não funcionar para nós no longo prazo, mas porque não pensamos no longo prazo, vamos nos concentrar no curto prazo. Por outro lado, temos o lado da psicologia, que nos faz querer sentir que somos pessoas honestas e morais. Queremos ser capazes de olhar para nós mesmos no espelho e se sentir bem sobre nós mesmos. (...)

O que seu livro nos ensina sobre como devemos gerir as nossas carreiras?

Bem, é sobre a gestão da nossa carreira e da carreira de outras pessoas. Você pode especular que existem basicamente maçãs podres lá fora, que algumas pessoas são más e algumas pessoas são boas. A única coisa que você quer fazer é certificar-se você é uma maçã boa e não uma maçã podre e que a sua empresa não contrata maçãs podres e que você não tem maçãs podres como amigos. Mas, a realidade o que mostra a pesquisa é que todos nós temos a capacidade de tornar maçãs podres. Claro, existem alguns psicopatas lá fora, mas fora esses indivíduos, todos nós, basicamente, têm a capacidade de começar a portar mal e com o tempo aumentar nosso mau comportamento passo a passo até que nos tornemos muito podre. (...)




É como se, eu vou te dar um exemplo de um contador que eu falei que em algum momento, que foi o CFO de uma grande empresa e sua companhia estava fazendo dinheiro, mas um pouco abaixo da expectativa de Wall Street. O CEO veio e conversou com ele e disse: "oh, você sabe, nós estamos tão perto, estamos quase, você pode fazer os números um pouco melhor?" e sem pensar muito, sem pensar que eles estavam fazendo alguma coisa ruim, porque eles realmente estavam obtendo caixa, eles estavam ganhando dinheiro, eles estavam próximos, eles estavam quase lá, era apenas uma questão de como gerenciar as contas e pensar sobre isso. Claro, eles encontraram uma justificativa para isso, mas é claro que no próximo trimestre foi mais difícil de justificar, até as coisas se tornaram muito ruim. Ele acabou na cadeia. (...)

Adaptado daqui

Honestidade 2

Com respeito a questão da honestidade, discutida na entrevista de Ariely, participei como co-autor de uma pesquisa com profissionais e estudantes de contabilidade, através de um experimento, onde foi simulado um processo de contratação. [A pesquisa possui como co-autoria os professores Erivan Borges, da UFRN, e Eduardo Vieira, da UnB.] Eis um trecho relevante do artigo:

De modo geral, essas constatações evidenciam que para estudantes e profissionais de contabilidade, no contexto estudado, a decisão e o  ato moral sofrem influência direta dos incentivos financeiros, alterando-se a percepção das conseqüências do comportamento mais digno, mais elevado moralmente, uma vez que os indivíduos estariam dispostos, em níveis de intensidade calculados a partir indicador desenvolvido para o trabalho, a desobedecer regras e preceitos de natureza ética e fiscal, contrariando, de certa forma, o referencial utilizado. Estes achados também evidenciam três situações preocupantes: a) as atitudes profissionais têm impacto direto na sociedade, independentemente do nível de decisão tomada na sua atuação, além de refletir imagem, estereótipos negativos em relação  à classe e aos demais colegas, desobedecendo às exigências do código de ética da profissão; b) a maior representatividade dos indivíduos é de estudantes, o que presume a ausência de fundamento ético e social na formação desses indivíduos durante a realização do curso, seja pela ausência dos temas nas estruturas curriculares, seja pela falta de associação ou aprofundamento desses temas nas discussões de natureza técnica; e, c) o baixo nível de preparação técnica dos respondentes, pela eventual falta de entendimento das questões de varreduras propostas.   


O artigo completo está aqui

Sem auditoria

Há pouco mais que quatro anos, a legislação determina a obrigatoriedade da auditoria externa para empresas que têm capital aberto, atividades reguladas ou faturamento acima de R$ 300 milhões ou patrimônio maior que R$ 240 milhões. Mas um universo de companhias—notadamente do último grupo, as que são enquadradas na lei por faturamento ou patrimônio — não segue a norma. Parte delas, por desconhecimento. Outras tantas, porque não se sentem coagidas, já que a legislação não prevê punições.

Na ponta das que cumprem as determinações da lei, estão as empresas que têm papéis negociados na bolsa de valores ou que desejam se financiar por meio da emissão de debêntures ou notas promissórias. Também são muito cobradas as que têm atividades reguladas por Banco Central,Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Superintendência de Seguros Privados (Susep) ou Secretaria de Previdência Complementar (SPC).

As regras sobre auditoria externa levamo número de empresas obrigadas a se submeter ao serviço a algo entre 3.000 e 4.000, sem contar as 500 que são monitoradas pela CVM, diz Eduardo Augusto Rocha Pocetti, presidente do Instituto dos AuditoresIndependentes do Brasil (Ibracon). Além disso, diz, há muitas companhias que, surfando no crescimento econômico, estão passando a marca d’água da exigência legal e nem sabem que precisarão contratar auditores. Assim, esse mercado tem potencial de crescimento de até 20% ao ano no Brasil.

A exigência legal, contudo, não é o único motivador de uma auditoria externa, frisa Pocetti. “Ela também serve para ajustar a contabilidade a padrões internacionais, que o Brasil segue, hoje emdia. Isso é essencial para atrair parceiros e participar de projetos de investimento.”

Edmar Facco, sócio da Deloitte, concorda: “Hoje, todos entendem que a auditoria aumenta a credibilidade junto a bancos e fornecedores, sem falar nas concorrências públicas e nas oportunidades de compra por empresas maiores.”

A auditoria também favorece o negócio por agregar uma visão externa sobre o setor, o modelo de gestão e a exposição ao risco da companhia, seja em virtude da estrutura de capital e da alavancagem, seja devido ao perfil dos executivos gestores. “Ao fim do trabalho, é apresentada uma carta de gerência, também chamada de carta de recomendações, que é para controle interno e tem o valor de uma consultoria, com um olhar independente, que ajuda a companhia a se tornar mais eficiente e a mitigar riscos”, diz Sérgio Romani, sócio-líder de auditoria da Ernst & Young Terco.

Para ter essa performance, os auditores tratam de conhecer a fundo a mercado em que a empresa auditada está inserida e seu negócio, concordam os auditores ouvidos pela reportagem.

Sem fins lucrativos

Entidades filantrópicas que arrecadam mais do que R$ 2,4 milhões também estão obrigadas a a contratar auditoria externa, lembra Márcio Iavelberg, sócio da consultoria Blue Numbers. “E outras tantas organizações não-governamentais se submetem ao escrutínio porque recebem verbas de exterior e precisam comprovar a aplicação e a adequação das contas.”

Além disso, afirma Iavelberg, fundações e sociedades que fazem rodízio de seus dirigentes contratam auditorias para evitar problemas com a avaliação que os gestores subsequentes farão de suas gestões.

Custos

As empresas de auditoria ficam tímidas quando se fala no custo de seus serviços. “A auditoria é cobrada por hora e seu preço depende do porte da empresa, e do seu histórico”, explica Pocetti. “Os 120 filiados do Ibracon cobram valores são muito parecidos.”

Iavelberg afirma que nas grandes firmas de auditoria, o serviço custa algo entre R$ 40 mil e R$ 60 mil para empresas que estão no piso da obrigatoriedade (faturamento acima de R$ 300 milhões ou patrimônio acima de R$ 240 milhões). Pode ser interessante para companhias que têm negócios nos Estados Unidos e França, onde as grandes firmas são reconhecidas.

Em firmas menores, como a própria Blue Numbers, o serviço pode sair por um terço ou até metade. “E o serviço é igualmente bom, pois seguimos as melhores práticas e temos pessoas oriundas das maiores firmas”, explica.



Empresas ignoram lei sobre auditoria externa - 13 de Junho de 2012 - Brasil Econômico - Juliana Garçon

Cortina de Burrice


Eis um trecho do texto " A má educação isola o país", mais conhecido como Cortina de Burrice, de autoria do economista Cláudio de Moura e Castro:


Revolução Russa propôs-se a criar o "paraíso socialista", cujo cardápio foi parido por intelectuais europeus. Na teoria, todos tinham direito a habitação, emprego, comida, escola e ópera. Mas a dieta era parca e o povão queria consumir mais. Daí a necessidade do que Churchill chamou de Cortina de Ferro, para não deixar que os russos bisbilhotassem o que consumia o mundo capitalista decadente. Para os xeretas, punições ferozes. Mas os seus líderes cometeram um erro, criaram também um estupendo sistema educativo para todos. Foi uma besteira, pois não houve maneiras de impedir um povo educado de ver o que acontecia do lado de fora. O resultado foi a estrepitosa queda do Muro de Berlim.


Os governantes brasileiros fizeram muito melhor. Abriram tudo, viaja-se à vontade. Mas não cometeram o erro dos russos. A garantia de isolamento do país está em uma educação de péssima qualidade e a conta-gotas. Assim nasceu uma Cortina de Burrice, muito mais eficaz, pois somos um país isolado do resto do mundo. Os que se aventuram ao exterior vão à Disneylândia, um mero parque de diversões, ou a Miami, uma sucursal do Brasil.


A garantia de nosso isolamento do resto do mundo está na educação de péssima qualidade. Há pouco, em uma universidade de elite, pedi que levantassem as mãos os que confortavelmente liam inglês. Não vi nem um quinto das mãos do auditório. Eis a Cortina de Burrice em ação! Na Europa, a mesma pergunta levantaria todas as mãos. Os europeus passaram do bilingüismo para o trilinguismo, Na Islândia, são quatro idiomas. E o nosso controlador de vôo que não sabia inglês!


Nossas universidades estão fora das listas das melhores, resultado da Cortina de Bilinguitice, pois perdem pontos nos quesitos de internacionalização. Nas europeias, muitos cursos são oferecidos em inglês. Conheci um sueco que fez seu doutorado em Estocolmo, há quatro décadas. Quando entregou o primeiro trabalho, no seu idioma, foi interpelado pelo professor: "O senhor não terá futuro acadêmico, se continuar a escrever nesta língua!". Visitei a fábrica Seiko (japonesa) na China. A língua oficial era o inglês. O mesmo em Toulouse, na fábrica do Airbus.(...)


O que pode aprender um jovem que vai ao Primeiro Mundo, a fim de conviver com o povo, não com o guia nem com o motorista do ônibus do pacote turístico? Vejamos:


O valor do futuro, de pensar no amanhã, ao invés do hoje (a essência da sustentabilidade do meio ambiente).O sentido de economia, de não esbanjar, de não se exibir, à custa do magro orçamento.(...)

PMEs

O International Accounting Standards Board (IASB) está abrindo para discussão a possibilidade de fazer alterações na norma para pequena e média empresa. Até 30 de novembro deste ano as opiniões podem ser feitas.

Quando emitiu a norma, em meados de 2009, o Iasb já imaginava um período de avaliação nos dois primeiros anos de existência da mesa.

O bom senso indica que norma contábil para pequena e média empresa não pode ter 300 páginas, como é o caso da atual norma.

Stricto Sensu em contabilidade: formação de professores

Programas de pós-graduação Stricto Sensu em contabilidade: sua contribuição na formação de professores e pesquisadores

Os estudos sobre a formação de professores e pesquisadores em Contabilidade importam no processo de desenvolvimento do ensino. Com o aumento da demanda destes profissionais e da oferta de cursos de graduações, o docente e o pesquisador devem estar preparados para enfrentar novos desafios. Nesse sentido, o presente estudo foi desenvolvido com objetivo de verificar a contribuição dos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Contabilidade em nível de mestrado quanto à formação de professores e pesquisadores. A pesquisa foi desenvolvida sob as formas qualitativa e quantitativa, utilizando-se de dados secundários e de análise de conteúdo para atingir o objetivo proposto. A análise de dados pautou-se em 6 PPGs, contemplando 115 mestres em Contabilidade que concluíram o curso no ano de 2004. Foram analisadas as suas publicações e atuação profissional nos cinco anos subsequentes, ou seja, até 2009. Os resultados apontam que os PPGs no período em estudo estavam voltados basicamente para a formação de professores, pois 104 mestres atuam na docência. Ainda, demonstrou que o destino destes professores eram as instituições de ensino superior privadas e para o curso de Ciências Contábeis. No processo de formação pedagógica, todos os programas possuíam a disciplina de Metodologia do Ensino Superior, sendo alguns de forma obrigatória e outros, optativa. No entanto, os dados da pesquisa mostraram que no período estudado, os programas não contribuíram significativamente para a formação de pesquisadores, pois estes estavam centrados na formação de docentes, evidenciada pela baixa publicação dos egressos dos programas e pela concentração em determinados egressos.

André Luis Comunelo, Márcia Maria dos Santos Bortolocci Espejo, Simone Bernardes Voese, Emanoel Marcos Lima

Enfoque: Reflexão Contábil, v. 31, n. 1, 2012.