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27 abril 2012

Rir é o melhor remédio

Batman

Teste 551

Eis um trecho de uma reportagem da Veja:

Mas não há risco de uma repetição do caso Encol, de 1999, quando a cons­trutora quebrou e 40000 farm1ias perde­ram seus imóveis. Atualmente, a saúde financeira das empresas é muito mais sólida. Mesmo a Gafisa, que amargou o prejuízo bilionário, tem todas as condi­ções para reverter o quadro. Além disso, hoje, cada empreendimento tem um CNPJ próprio, justamente para não en­trar na massa falida em hipótese algu­ma. Desta vez, as chaves da casa nova podem demorar um pouco mais para chegar - mas chegarão. (Um Erro de Cálculo - 9 Abril 2012)

Qual o conceito contábil (princípio) usado pela revista neste trecho?

Resposta do Anterior: Doação condicional

FCO sobre Passivo

Definição – O fluxo de caixa das operações sobre o passivo mostra se o caixa gerado com as operações é suficiente para pagar as dívidas com terceiros. Seu inverso mostra em quanto tempo o passivo pode ser quitado com o caixa das operações.

Fórmulas – FC sobre Passivo = (Fluxo de Caixa das Operações / Passivo)
Fluxo de Caixa das Operações – corresponde ao caixa gerado nas atividades operacionais da empresa.
Passivo – representa as obrigações com o capital de terceiros.  

Unidade de Medida – Números absolutos. Se multiplicado por cem será em valores percentuais.

Intervalo da medida – O fluxo de caixa das operações pode assumir valores negativos ou positivos. Assim, o índice pode ser positivo ou negativo. Valores acima de -100% são raros, assim como valores superiores a 100%, que ocorrem em empresas com elevada geração de caixa e baixo endividamento.
Como calcular – Os valores são obtidos nas demonstrações dos fluxos de caixa e Balanço patrimonial.
Considere, a título de exemplo, as informações financeiras do Sport Club Corinthians para o ano de 2011.  Parte do balanço encontra-se na figura a seguir:

O passivo do Corinthians é a soma do passivo circulante mais o passivo não circulante. Neste caso corresponde a R$688,5 milhões para o final de 2011. O fluxo das operações encontra-se na figura a seguir:

O fluxo de caixa é de 120 milhões de reais para 2011 e 33 milhões para 2010. O índice é dado por:

FCO sobre Passivo = 120,3 / 688,5 = 0,175

Ou seja, o fluxo gerado nas operações em 2011 conseguiria quitar um pouco mais de um sexto da dívida com terceiros. No ano de 2010 este valor seria de 0,089, indicando um aumento na capacidade de pagamento das dívidas com o caixa das operações. Outra forma de analisar este índice é calcular seu inverso:

Passivo sobre FCO = 688,5 / 120,3 = 5,7 anos

O clube levaria 5,7 anos para quitar a dívida com o caixa gerado internamente. No ano anterior seria de 11,2 anos. Esta melhoria deveu-se ao aumento no fluxo das operações, de 266%. Entretanto, o passivo também aumentou, numa proporção menor, em 87%.

Grau de utilidade – Moderado. As dívidas de funcionamento, relacionadas com o ciclo operacional, geralmente não são objeto de pagamento por parte da empresa. Neste sentido, usar o passivo oneroso seria mais interessante.  

Controvérsia de Medida – Alguma. Existe a questão da utilização dos juros no FC das operações. Além disto, o uso do passivo talvez não seja a melhor opção, conforme discutido anteriormente.

Observações Adicionais
a)     O índice pode ser calculado usando o passivo médio ou o passivo inicial. Estas duas opções implicaria em perda de uma informação. Para o caso do Corinthians, cujo passivo aumentou mais que o FCO, as alternativas aumentaria o índice, para 0,227 e 0,326, nesta ordem.
b)     É importante verificar se o FCO está considerando ou não os juros (despesas financeiras). O correto é considerar os juros como parte do FC de financiamento.
c)     Uma alternativa ao índice é usar somente o passivo oneroso. Para o caso do exemplo, considerando somente Empréstimos e Financiamentos, o valor do passivo oneroso seria de 53,7 milhões de reais, aumentando bastante o índice, para 2,24, indicando que o caixa operacional consegue pagar os financiamentos. 

Banco Votorantim

O Valor apurou que os salários dos executivos do alto escalão, por exemplo, giravam entre R$ 30 mil e R$ 40 mil, mas os bônus superavam os milhões. Kuzuhara ganhou R$ 13 milhões num só ano. Os vice-presidentes ganharam um pouco menos, R$ 11 milhões. Mesmo em 2011, quando o BV teve prejuízo, os bônus individuais iriam alcançar R$ 4 milhões. Iriam. O Banco do Brasil proibiu a distribuição, dado o péssimo resultado do banco.

Em 2010, como comparação, a média paga pelo Bradesco aos diretores foi de R$ 3,7 milhões por executivo; no Itaú, R$ 8,1 milhões (R$ 5,2 milhões em bônus); e no Santander, R$ 4,7 milhões (R$ 2,8 milhões em bônus). Seguindo o que acontece nas empresas estatais, o Banco do Brasil tem uma remuneração mais baixa, de R$ 717 mil (R$ 246 mil em bônus).
(Fonte: Banco do Brasil promove reviravolta no Votorantim, Valor Econômico, 9 de abr 2012)

Contabilidade da construção civil

O ciclo de produção é longo, e a contabilidade, complicada e totalmente diferente — a receita é reconhecida conforme o percentual de execução das obras, distanciando o fluxo de caixa dos números contábeis. Além disso, são muitas as oportunidades de gerar lucro no curto prazo comprometendo a rentabilidade futura. Há quem defenda, por essas razões, que a figura do dono nesse segmento é essencial. "No setor de construção é importante ter alguém com o seu capital e sua reputação em risco", diz o analista sênior de um banco que acompanha o setor há muitos anos. (Conselho à prova - Revista Capital Aberto - 7 de Abril 2012 - via aqui)

Conflito de interesse

Sobre o acordo da CVM com a Bolsa para fiscalização do mercado, um argumento interessante e que levanta questionamento sobre sua validade:

Como qualquer outra empresa, a Bolsa visa a cortar custos para aumentar a lucratividade. Ao ser escolhida por um regulador para prestar um serviço público, ela tem sua credibilidade reforçada. Mas é inevitável questionar se isso será suficiente para justificar os custos com que terá de arcar para fiscalizar de forma eficiente, já que o convênio não prevê nenhum repasse de verbas. Assim, devem ser debatidas opções que conciliem custos e benefícios, tais como a definição de orçamento mínimo assumido para a tarefa.

Fonte: Falta de transparência - Revista Capital Aberto - 7 de abr 2012


Desvantagens de abrir o capital

É muito destacado na literatura as vantagens da abertura do capital da empresa. O trecho abaixo comenta algumas desvantagens:

Os principais ônus e transformações inerentes ao IPO referem-se a publicações de demonstrações financeiras em jornais de grande circulação, manutenção de auditoria externa para validar as demonstrações financeiras, exigência de uma diretoria de relações com investidores, taxas pagas à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), aumento dos controles internos, manutenção de departamento de custódia e, para alguns, a pior situação: novos acionistas (sócios), que receberão juros e dividendos. Portanto, o sonho pode virar um pesadelo. (grifo meu. O mito do IPO. Portal Fator Brasil - 11 de Abril de 2012).


Em negrito, aquilo relacionado com a contabilidade. Assim, dos sete itens citados, três dizem respeito a contabilidade.