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08 fevereiro 2012

Contador


O texto abaixo reflete o otimismo exarcebado do atual presidente do CRC-SP,Luiz Fernando Nóbrega, em relação a questões contábeis. Primeiro,antes de criticar a carga tributária que está em voga neste país, é necessário entender que, nos últimos anos , a sociedade brasileira demandou do governo federal mais gastos sociais que investimento público. Destarte, convivemos com alta carga tributária, baixo nível de desemprego, inflação elevada, pouco investimento público e crescimento dos gastos com transferência de renda (Bolsa Família, INSS, salário mínimo, abono salarial, seguro-desemprego etc). Este limita a diminuição substancial da carga de tributos. Em outras palavras, não há "espaço" fiscal para a redução dos tributos. Outrossim, é evidente que os serviços públicos prestados estão aquém do desejado. Quanto à burocracia deste sistema, é latente a necessidade de reformas.
Ademais, não creio que o Brasil esteja "entre os países mais avançados no setor de contabilidade", haja vista que nossa educação contábil é pífia; os profisionais não têm capacidade de editar os padrões contábeis; o contador é visto apenas como "bookkeeper", entre outros fatores já conhecidos pelos nobres leitores.

Além disso, o Brasil não é um dos líderes do processo de convergência contábil, pois não temos "voz" nas discussões contábeis nos organismos internacionais (IASB, FASB etc.). Acredito que isso seja válido para toda a América Latina. Em relação à consolidação das normas internacionais, na esfera privada o processo está avançando de forma tempestiva, no entanto, na pública ainda existem diversos entraves a serem solucionados.
Na reportagem,o foco do presidente do CRC-SP é a relação entre a profissão contábil e suas atribuições tributárias. Sabemos que o contador pode e deve exercer outras funções , não obstante, os próprios profissionais contábeis não enxergam que há várias alternativas de atuação, além da contabilidade societária e fiscal, como:consultoria, auditoria, perícia,controller, magistério, controle interno, contador internacional etc. Portanto, o conhecimento contábil é eclético.

Leia a matéria do DCI/SP:


São Paulo – 2012 promete ser um ano de mudanças dentro do setor de contabilidade. De acordo com Luiz Fernando Nóbrega, presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRC), o segmento contábil caminha à frente do de outros países da América no que diz respeito a organização e ferramentas de pagamento, e o que falta para o setor deslanchar é a contra partida do governo federal no que diz respeito a carga tributária e simplificação dos trâmites legais.

“Não há dúvida de que estamos entre os países mais avançados no setor de contabilidade. O que esperamos agora é que se desenvolva um processo mais fácil e menos burocrático, para que o contador tenha mais tempo para analisar separadamente cada ação, e agir melhor”, afirmou o executivo.

De acordo com Nóbrega o papel do contador no Brasil está um pouco distorcido. “Hoje o contador não trabalha para o cliente mas para o governo”, disse ele, e continuou: “Uma desburocratização por parte do governo eliminaria uma série de informações redundantes que são constantemente enviadas”.

A expectativa do executivo é de que este ano o setor cresça a cima do crescimento médio da economia – por volta de 5% – e o que puxará o segmento é a força do meio contábil, que se faz cada vez mais necessário. “A profissão contábil adentra 2012 com uma expectativa ainda maior do que a de 2011.Estamos sendo cada vez mais reconhecidos pela sociedade com um papel de destaque no auxílio efetivo aos nossos clientes. As normas internacionais estão se consolidando tanto na área privada quanto na pública”, diz.

E com a desburocratização também será importante para valorizar o profissional da área. “Quando o governo perceber que há uma necessidade de rever formas de tributação, nós mudaremos toda a cultura do segmento”, assevera Nóbrega, e explica: “Feito isso, o profissional irá escrever mais, pensar mais, e as tributações serão mais justas, e o crescimento será latente, teremos escritórios que contratarão ainda mais, universidades formarão ainda mais e empresas perceberão a necessidade de profissionalizar este setor”, disse.

De acordo com executivo um dos passos caminhados ano passado pelo mercado contabilista brasileiro, que resultará num cenário positivo para o setor, é o destaque do País na adequação de leis internacionais de tributação. “O Brasil se tornou um dos líderes mundiais do processo de convergência das normas contábeis, no ano passado.”

Exemplo disso, explicou Nóbrega, foi a criação de um grupo do setor que representa a América Latina, e dá voz ao Brasil e países vizinhos sobre o setor. “Criamos ano passado o Grupo Latino-americano de Emisores de Normas de Información Financiera (Glenif), presidido por um brasileiro, Juarez Domingues Carneiro, que também é presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), dando voz efetiva aos países latinos dentro do International Accounting Standards Board (Iasb). Esta conquista permitirá uma transposição interna muito melhor para as normais internacionai, haja vista nossa interferência no processo de elaboração destas.”

Nóbrega afirmou ainda que o encaminhamento desta postura internacional resultará em promoção do profissional e da sociedade com relação ao setor. Ele explica ainda que para este ano, as mudanças pleiteadas pelo CRC estão em âmbito nacional são as mesmas feitas há algum tempo. “Nosso pleito acaba se tornando um clichê, mas esperamos uma redução e simplificação da carga tributária, além de uma desburocratização dos processos de constituição e licenciamento das empresas.”

“Isso se traduz, para nós, profissionais da contabilidade, em uma economia de tempo valiosa que nos permitirá atuar em áreas mais nobres para os nossos clientes, áreas estas que possam gerar um maior valor com nossos serviços”, analisa.

Mudanças

O executivo explica que há uma movimentação conjunta entre associações, empresas e contadores para pressionar o governo e mudar a realidade tributária do brasil. “É uma ação conjunta com pressão por parte dos órgãos que representam o setor, além de empresas que buscam melhorias.”

Um dos meios usados para isso, explica, é a Internet. “Já derrubamos algumas barreiras, mas ainda há muito que conquistar nesse meio ainda”, disse.

“Falamos de um futuro ainda mais promissor, de um setor que não cresce mais em razão de impasses do governo, então, percebemos cada vez mais a ciência do contador com relação a isso, e a busca por melhorias”, disse.

“Damos assistência a todos os setores da economia, crescemos junto com todos eles”, afirmou Nóbrega, que acrescentou: “Para crescermos acima da média, precisamos otimizar o trabalho do contador, precisamos que ele gaste mais tempo descrevendo, por escrito, a realidade de cada negócio, e assim a tributação será mais justa”, afirmou.

Solução requer paciência

Para driblar os problemas e manter o ritmo de crescimento a solução, de acordo com Nóbrega, está em um trabalho “de formiguinha”, em conjunto com todos os públicos. “Não podemos esperar uma mudança brusca de última hora. Não funciona assim”, disse.

O executivo afirma que o setor contábil no Brasil ainda pensa com uma cabeça às vezes antiquada com relação a tributação. “Não é possível, muitas vezes, usar a mesma base de comparação para todos os impostos, há casos que precisam ser pensados e analisados separadamente.”

A mudança, gradual, que já teve início, não tem prazo para ser resolvida, mas nem tudo está perdido. “O mercado está otimista, o Brasil já tem voz ativa nos padrões mundiais do setor, e é uma questão de tempo para que as coisas se resolvam. Precisamos apenas manter o ritmo e o empenho”, diz.

O cenário se mostra tão positivo que novas áreas começam a surgir dentro da contabilidade. “Temos informações de novas categorias dentro da contabilidade, contratação de profissionais focados em análise, coisa que nunca existiu e abre um leque de opções para o emprego no setor.”

07 fevereiro 2012

Vestibular UnB 01/2012

O resultado do vestibular da Universidade de Brasília saiu hoje. Assim como relatamos no resultado do PAS, a maioria é composta por... isso mesmo! Mulheres! \o/ De 69 aprovados, 37 são representantes da força feminina.

Vi que alguns candidatos já estavam na lista de aprovação do PAS, como a Naína Barbosa, irmã do mestre - e super leitor do blog - Glauber Barbosa. Dupla aprovação! Que belo!

Felicitações aos novos alunos. Que seja uma caminhada formidável e gratificante!


Rir é o melhor remédio




O segredo da beleza de Gwyneth Paltrow, Aniston e Madonna

Links


Bancos
As mudanças no sistema financeiro ao longo do tempo

HSBC é o banco mais valioso do mundo

Bradesco e Itau entre os 20 mais valiosos

Uma estranha nota explicativa do Morgan Stanley. Aqui a parte dois

Fraudes
Ex-executos do Pan Americano querem receber direitos trabalhistas

Eletrobrás aperta o cerco contra inadimplentes

Fraude do Azeite de Oliva (dica de Alexandre Alcantara)

Mercado
Transações de alta-frequência possuem intervenção humana

Comparando a lucratividade entre a Apple e a Amazon

Executivos e Recursos Humanos
Zuckerberg irá controlar o Facebook com menos de 10% do capital social

A dificuldade de recrutar mão de obra no Brasil: língua inglesa

Consultores sobre Remuneração de Executivos

Lei e Ordem
TJ DF gasta cinco vezes mais que o Supremo

Dobb-Frank em gráfico

Propagandas
Cuecas da Década de 70 (foto)

Comerciais do SuperBowl

Qual o valor do Facebook?

A emissão de ações por parte da empresa Facebook gerou uma discussão interessante sobre o real valor desta empresa. Esta postagem irá concentrar em dois textos recentes.

O primeiro foi publicado no Wall Street Journal e associa o investimento no Facebook ao paradoxo de São Petersburgo. Este paradoxo consiste num jogo, denominado de Loteria de São Petersburgo, e foi proposto por Nicolas Bernoulli.

O jogo é o seguinte: dois apostadores, Marcos e Lucas, jogam um “cara ou coroa” com as seguintes regras: a) se sair cara, o jogo acaba; b) se cara sair na primeira jogada, Marcos irá pagar duas moedas; caso só saia na segunda jogada (após uma cora na primeira), Marcos paga quatro moedas; se cara sair na terceira rodada, Marcos irá pagar oito moedas. A segunda regra do jogo pode ser resumida da seguinte forma: se a primeira cara sair na jogada “n”, Lucas irá receber dois elevado a “n” de moedas. (Antes de prosseguir uma observação: existem diferentes versões para o paradoxo; estamos usando aqui a versão mais interessante em termos do assunto que estamos tratando.)

A questão é: quanto você pagaria para ter o privilégio de jogar a Loteria de São Petersburgo? A solução do paradoxo é feita através do valor esperado. Existe 50% de chance de sair coroa no primeiro lançamento e ganhar duas moedas; as chances de saírem duas coroas seguidas é de ¼; três coroas é de 1/8 e assim por diante. Pode-se calcular o valor esperado dos ganhos da seguinte forma:

Valor Esperado = (1/2) x 2 + (1/4) x 4 + (1/8) x 8 + ...

Isto é matemática do ensino médio e o valor obtido é infinito. Ou seja, em situações de recursos ilimitados e tentativas ilimitadas, o valor que Lucas poderia pagar para entrar no jogo seria infinito. Este resultado é surpreendente e pesquisas práticas http://plato.stanford.edu/archives/fall2004/entries/paradox-stpetersburg/ mostram que dificilmente uma pessoa pagaria mais do que 25 moedas para entrar neste jogo.

Em Facebook and the St. Petersburg Paradox, Jason Zweig sugere que uma ação como a do Facebook parece com a loteria de São Petersburgo. Se esta suposição estiver correta, o valor justo da ação seria infinito. Um correto diria: compre.

Entretanto, é difícil acreditar nisto. Atualmente o Facebook possui 845 milhões de pessoas como usuários, segundo informa Zweig. Acreditar na aplicabilidade do paradoxo neste caso seria confiar que este número continuaria a aumentar. Mas provavelmente teremos aqui uma limitação, condicionada pelo número de pessoas e empresas existentes no nosso planeta. Assim, apesar da ideia ser tentadora, é difícil de acreditar que teríamos uma situação como esta.

Uma análise mais tradicional é realizada por Henry Blodget em Well, Now We Know what Facebook´s worth – and it´s not $100 billion. Usando a receita de 4 bilhões e o lucro de quase 1 bilhão, Blodget calcula o valor da empresa usando múltiplos. E o valor encontrado é bem inferior aos 100 bilhões que alguns estão estimando.

Com um lucro de 1 bilhão pode-se calcular o valor do Facebook usando o índice Preço/Lucro. Este índice mostra a relação entre o lucro por ação e o preço da ação no mercado. Corresponde ao número de anos que o investidor deve esperar para receber de volta o total investido na empresa. Mas o P/L, como é conhecido, também pode ser usado para estimar o valor da empresa. Aqui usamos os valores já conhecidos de empresas que já estão no mercado. Por exemplo, a Google tem um P/L de 20 vezes. Se o Facebook atingir este valor isto significa dizer que seu preço no mercado seria de 20 bilhões. A Apple possui um P/L de 13; usando isto como parâmetro, o valor do Facebook seria de 13 bilhões. O problema de usar estes dois parâmetros é que o Facebook está crescendo mais rápido que estas duas empresas. Mas se usarmos um P/L de 50, o Facebook estaria avaliado em 50 bilhões.

Um problema do P/L é exatamente o fato de que a empresa está em crescimento rápido. Assim, o lucro de 1 bilhão reflete a realidade de 2011, não de 2012. Talvez os investidores considere mais plausível que o valor seja o lucro mais recente. Usando um lucro estimado para este ano de 2 bilhões e um P/L de 20, o valor do Facebook seria 40 bilhões.

Outra possibilidade é usar a receita como parâmetro. A Apple possui um valor de mercado de três vezes sua receita; o Google seria de cinco vezes; e o LinkedIn corresponde a 16 vezes. Se considerar um múltiplo da receita de 10 vezes para o Facebook, isto significa que o valor da empresa seria de 40 bilhões.
Observe que em todos os casos, dificilmente é possível encontrar um valor de $100 bilhões para o Facebook. Mas nada impede que o mercado precifique as ações desta empresa por este valor. Como sabemos, o mercado é muitas vezes irracional e geralmente o preço inicial de uma oferta de ações é superestimado. A conferir.

CADE e Auditorias

O Valor Econômico (via aqui) informa que a BDO esteve no CADE solicitando providências para evitar que as Big Four concentrem ainda mais o setor de auditoria.

Os problemas da BDO tiveram início há pouco menos de um ano, quando quase toda a equipe de auditores da Trevisan foi contratada pela KPMG. A empresa tinha 800 pessoas e hoje está com 200.

O objetivo é obrigar a KPMG a vender os ativos adquiridos da Trevisan, desfazendo o negócio.

O caso é considerado inédito no Cade, onde jamais uma firma de auditoria havia reclamado contra aquisições de equipes de pessoal por suas concorrentes. O órgão antitruste entrou em contato com a Office of Fair Trading (OFT) – uma agência britânica que regula a competição – para obter informações a respeito da atuação das “big four” (quatro grandes) naquele país. Fundamentalmente, o Cade quer verificar como as empresas que despontam como quintas colocadas têm equipes adquiridas por uma das quatro grandes no Reino Unido e em outros países.


Os conselheiros também querem responder a pelo menos duas grandes questões antes de decidir. A primeira é se o fato de a BDO ter informado que não encontra uma parceira no Brasil, como a Trevisan, pode ser interpretado como um efeito anticompetitivo no mercado local. Eles querem verificar se não existem condições para uma quinta competidora no Brasil.


A outra questão é que o caso envolve a compra de ativos intangíveis. “Não estamos falando de plantas industriais ou marcas, mas de capital intelectual”, admitiu um conselheiro. “Eu não me lembro de um caso semelhante no Brasil”, completou. Deloitte, PricewaterhouseCoppers e Ernst & Young Terco preferiram não comentar o assunto.

Mercado de Carbono

Um mercado de créditos de carbono realmente eficiente poderia diminuir em mais de 75% a perda de biodiversidade nas florestas tropicais. É o que mostra um estudo divulgado na última edição da revista Nature Climate Change. (...)

Mas o biólogo brasileiro José Maria Cardoso da Silva, vice-presidente global da Conservação Internacional, diz que o mercado ainda está muito imaturo. "Esbarramos em um duplo problema", explica. Em primeiro lugar, um mercado exige um arcabouço legal e institucional que dê segurança aos investidores. "Na maioria dos lugares, isso ainda não existe ainda", pondera Silva.

No Brasil, embora alguns Estados contem com boa legislação de compensação por serviços ambientais, falta uma estrutura legal federal - o que gera insegurança e desestimula investimentos.



Fonte: Estado de S Paulo, 6 de fevereiro de 2012


Mais sobre o assunto aqui