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02 fevereiro 2012

Novo Rating


A crise financeira despertou dúvidas sobre o papel das agências de ratings. Estas empresas são acusadas de serem lentas, de agirem de maneira política, de terem métodos questionáveis para atribuição de notas.

Apesar de todos estes problemas, estas agências ainda são usadas como parâmetro para medir o risco de um título de investimento.

A China lançou um sistema próprio de rating, mas que ainda não é muito usado. Uma proposta interessante é a Wikirating.

A principal vantagem da Wikirating é montar um índice que seja claro para qualquer pessoa. Ao contrário dos ratings das agências de risco, onde existe uma análise subjetiva, o Wikirating é totalmente objetivo. Veja o exemplo do índice dos títulos internacionais. A classificação é dada após levar em consideração a dívida pública sobre o PIB (50% do peso), balança comercial (20%), crescimento do PIB (10%), taxa de inflação (10%) e desemprego (10%). O valor é ajustado por uma escala que leva em consideração o índice de desenvolvimento humano (60%), a percepção da corrupção (20%) e a instabilidade política (20%).

O resultado para os diversos países do mundo estão na figura abaixo. Os países com maiores notas seriam Hong Kong (AAA+), Luxemburgo (AAA), Austrália (AA+), Noruega (AA), Omã (AA) Na América Latina, Chile leva uma nota A+, sendo seguido por Peru (BBB), Uruguai (BBB-), Equador (BBB-, a mesma nota dos Estados Unidos), Paraguai (BBB-), Venezuela (BB+), Argentina (BB+), Bolívia (BB+) e Colômbia (BB). O Brasil receberia nota BB-. Note que o Brasil é BBB na S&P e A- na agência Dagong (chinesa).

O resultado acima é realmente estranho. Quando se observa mais de perto os dados é possível notar alguns problemas: defasagem na estatística, informações oficiais, problemas metodológicos dos índices dos diferentes países e peso elevado para alguns aspectos podem explicar um pouco os resultados.

Vejamos o caso do Brasil, cuja nota não é muito elevada. A baixa taxa de crescimento (88º. Lugar), a inflação elevada (79º.), o elevado déficit público (89º.), além do fator de escala não muito bom (58º.) fazem com que o Brasil não tenha um bom desempenho.

Mas se observar a Argentina, por exemplo, informa-se que sua inflação foi de 7,43%; e sabemos dos problemas de cálculo da inflação naquele país.

Além deste ranking, a Wikirating faz uma pesquisa entre os usuários, que votam na nota dos diferentes países. Neste caso, o resultado para nosso país é um A+, bem maior que o valor obtido no critério objetivo. O gráfico abaixo mostra o desempenho dos diferentes países. Quanto mais próximo do verde, melhor a nota na pesquisa. Observe que na América Latina os destaques são Brasil, Chile (o gráfico está errado) e Colômbia.

Leia
Mais: AAA Rating or Not - Crowd Sourced Wikirating Values Your Input

O que motiva os cientistas?

As descobertas científicas, em menor ou maior grau, são possíveis graças a uma intrigante condição humana que os pesquisadores têm de sobra: a curiosidade. O NewScientist afirmou que muito já foi pesquisado sobre os objetos de estudo da ciência, mas pouco sobre o estímulo que move os experimentos. Esta é a chamada “psicologia da ciência”: um campo que se dedica a descobrir porque os cientistas querem sempre saber mais.

Um psicólogo americano, Greg Feist, desenvolveu um estudo comportamental. Esta análise não se aplica, conforme conta ele, apenas a cientistas. O conceito vale para todos aqueles que pensam no mundo cientificamente, ou seja, como um conjunto de condições que podem ser observadas e examinadas. Isso está embutido na personalidade humana, de acordo com Feist.

O americano explica que os seres humanos são compostos de duas condições básicas: seu próprio perfil psicológico e a influência do meio em que vivem. No quesito da personalidade, ele defende que realmente existem algumas mentes mais abertas que outras, mais dispostas a receber ideias novas. Isso não se relaciona necessariamente a nível cultural ou inteligência, é uma característica separada.

A respeito da influência, Feist explica que alguns grupos sociais podem estimular sua busca por respostas de maneira mais intensa que outros. Ele cita o exemplo da doutrina judaica: um dos princípios básicos do judaísmo afirma que não existe uma verdade absoluta, ninguém a detém. Dessa forma, todos devem buscar chegar o mais próximo dela através do debate, e não aceitar conceitos prontos. Isso explica, segundo ele, que 30% dos vencedores de Prêmio Nobel na história foram judeus.

Dessa maneira, é possível determinar psicologicamente quão interessada em descobertas uma pessoa é. Isso é importante principalmente na educação, conforme explica Feist, para identificar crianças com potencial investigativo, dentro das escolas. Muitos futuros cientistas brilhantes foram perdidos, segundo o psicólogo, devido à falta de estímulo na primeira infância.
Fonte: Aqui

PanAmericano

No dia 9 de novembro de 2010, um helicóptero decolava do alto do prédio localizado no número 2.240 da Avenida Paulista com R$ 10 milhões em dinheiro na bagagem. A quantia foi uma das últimas boladas levadas por ex-diretores do Banco PanAmericano antes de deixarem o comando da instituição, naquele mesmo dia. (...) O valor supostamente sacado pelos executivos em seu último dia de suntuosa paz é apenas um décimo do que estima-se que tenha sido desviado do PanAmericano ao longo dos últimos anos. Pelo menos R$ 100 milhões repassados pelo banco aos ex-diretores foram comprovados pela auditoria interna feita pela nova administração.

Desses R$ 100 milhões, a maior parte entrou nos cofres das empresas mantidas pelos antigos executivos. Ao todo, R$ 76,27 milhões foram pagos a 12 ex-diretores do PanAmericano e de outras empresas do Grupo Silvio Santos entre janeiro de 2008 e novembro de 2010, quando foram descobertas as fraudes contábeis que levaram o banco a um rombo de R$ 4,3 bilhões em seu patrimônio. (...)

A "quadrilha" - como vem sendo chamado o grupo de ex-diretores do PanAmericano pelos novos funcionários do banco - teve algumas de suas operações financeiras sob a mira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Muitas delas escaparam aos olhos do órgão, responsável por identificar indícios de lavagem de dinheiro no sistema financeiro, pois a tarefa de informar saques elevados em espécie e operações suspeitas é dos próprios bancos. Testemunhas informaram à PF que os executivos os orientavam a não informar as operações ao Coaf.

Desvio no PanAmericano chegou a R$100 milhões - Valor Econômico - 2 fev 2012 - Cristine Prestes

Supersalários no Congresso

Quase 25% dos servidores efetivos do Congresso recebem supersalários, ou seja, acima do teto estabelecido pela Constituição Federal. Auditorias feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) revelaram que 1.588 dos 6.816 funcionários concursados têm seus vencimentos acima do limite do funcionalismo público, que é o subsídio pago aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente fixado em R$ 26.723,13.De acordo com as auditorias nas folhas de pagamento das duas Casas, são 1.112 servidores na Câmara e 476 no Senado que recebem mais que do que prevê a Constituição. Quase um terço (31%) da força de trabalho efetiva da Câmara está nessa situação, considerada ilegal por auditores da corte de contas. No Senado, são 15%. Ao todo, os 1.588 supersalários do Congresso representam 23% da força de trabalho efetiva das duas Casas, que recentemente tiveram aumentos salariais e buscam novos reajustes.


O Congresso em Foco apurou que as auditorias estão prestes a serem levadas ao plenário do tribunal. A expectativa na corte de contas é que entrem em pauta no próximo mês. O relator do caso, ministro Raimundo Carreiro, já preparou boa parte de seu voto em relação ao Senado e aguarda apenas uma resposta dos técnicos do TCU aos esclarecimentos prestados pela Câmara depois que a Casa foi avisada da quantidade de supersalários entre os servidores que trabalham para os deputados.

01 fevereiro 2012

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Links


Armas
Caça Rafale ganha concorrência na Índia. (Aqui também)

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Empresas
Vale recebe o título de pior empresa do mundo (e o mercado acionário não se importou com isto)

Santander: crescer na velocidade de cruzeiro. E o lucro caiu

Listas
As mulheres mais desejadas de 2011: Vergara (foto) em 1o, mas Lady Gaga está na lista !


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Coisas que você não sabe sobre nuvens

Ciência Honesta

Andrew, em Suggested resolution of the Bem paradox, discute a questão da proliferação de pesquisas de baixa qualidade na ciência moderna. Isto inclui plágio, mas também manipulação de dados e citações.

Talvez este problema não seja somente da ciência moderna, mas sempre existiu. A questão é que isto possui uma série de consequências: perda de tempo e dinheiro para quem tenta replicar os achados, desgaste com a divulgação dos problemas, atraso no progresso científico, etc.

Este é um problema sério que talvez não seja possível ter uma solução única. Baseado em Andrew e na minha experiência como professor e pesquisador, algumas sugestões são necessárias:

a) Colocar a disposição do leitor (e do avaliador do artigo) os dados primários das pesquisas. Isto ajudaria a inibir a invenção de informações e permitiria verificar a existência de erros de cálculos;
b) Mudar o sistema de mensuração dos programas de pesquisa e ensino de pós-graduação. O sistema de incentivo existente hoje premia o pesquisador pela quantidade, não pela qualidade;
c) Ser rigoroso com quem comete este tipo de erro. Isto deve ser feito para todos os estágios do processo de pesquisa e ensino. Um aluno que escreve um artigo com plágio deve ser reprovado; um artigo publicado num periódico e que posteriormente constatou a existência de plágio, deve ser retirado de circulação; um artigo submetido num periódico para publicação onde se constatou plágio, deve ser divulgado para os pares tal fato para impedir que o mesmo seja publicado num periódico desavisado;
d) Incentivar o uso de métodos mais relevantes de análise, para evitar a existência de fatos como correlações espúrias. Andrew sugere o uso de multilevel modeling .
e) Incentivar o uso de working paper
f) Mais importante: vivemos país onde a desonestidade não é punida (incentivada?) e a “esperteza” é valorizada, em grandes e pequenas situações (furar uma fila, ultrapassar pelo acostamento, usar energia sem pagar e muitos outros exemplos). Nunca conseguiremos fazer uma ciência “honesta” num ambiente destes.

figura, aqui