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05 janeiro 2012

Rir é o melhor remédio

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A importãncia da receita no processo de avaliação

Facebook não é uma boa ação

Lista 2011

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A lista dos melhores de 2011 (inclui filmes, livros, quadrinhos …)


Os melhores discos de 2011 (figura ao lado)

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Seleção Brasileira vale 422 milhões de euros. Vale mesmo?

Seleção vale menos que o Barcelona

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Despertador que foge

Vídeo de 1923: Explicando a teoria da relatividade de Einstein

Inflação

Logo na primeira oportunidade em que os países latino-americanos se organizaram para apresentar propostas para reformulação do padrão contábil internacional IFRS, apareceu entre as prioridades um tema que é mais do que conhecido na região: o efeito da inflação nos balanços. (Latinos querem corrigir balanços, Fernando Torres, Valor, via aqui)

Estes países são Brasil, México, Venezuela, Argentina, Chile, Colômbia, entre outros. Destes, Venezuela e Argentina possuem um nível inflacionário bastante elevado. Mas os índices que medem a inflação estão deturpados por pressão dos governos locais. Talvez esta solicitação seja ruim pois desacreditaria o próprio processo de correção.

Existe muita controvérsia sobre a necessidade de correção dos balanços, inclusive para o Brasil. Em geral as pessoas esquecem da relação custo benefício da informação (isto inclusive não foi citado pelo texto integral do jornal, que de forma enviesada defendeu a medida).

Eis um trecho interessante:
o CPC disse, a respeito desse tema, que "a experiência passada no Brasil revela que uma inflação em um nível muito menor (por exemplo, de 3% a 5% ao ano) produz impacto significante no retorno do investimento, na posição financeira e na performance de uma entidade".

O argumento carece de lógica. Neste nível de inflação temos muitos países do mundo. Nenhum deles, somente o Brasil, considera que a questão da correção seja o aspecto mais relevante para o Iasb tratar nas suas normas. Faz sentido?

(Foto: Nelson Rodrigues, autor brasileiro)

Crescimento em 2012

De acordo com as previsões da Economist Intelligence Unit, a economia da Líbia vai crescer mais rápido do que qualquer outra, em 2012,impulsionada pela reconstrução após a queda do regime de Muammar Kadafi. No Iraque, o caos pós-conflito tem atrasado a recuperação, mas o desempenho em 2012 pode marcar o início de algo novo. A Mongólia está vivendo um boom na mineração e se beneficiará de investimentos nesse setor; Angola e Níger vão ganhar com os preços das commodities relativamente altos. China vai continuar a ter um crescimento robusto, já que a demanda gerada pelas economias em desenvolvimento vai compensar a penúria no mundo rico. Por outro lado, as economias europeias permanecerão envolvidas na crise do Euro. Ademais, o Sudão vai sofrer a maior contração econômica, pois perdeu três quartos das reservas de petróleo ao sul , quando o país se separou em julho de 2011.




Fonte: aqui

Áries


A imagem mostra o número de acusados, por signo. Nascidos sob o signo de Áries são aqueles que possuem maior número de acusações.

Sistema de Custo

A agência Estado divulgou um texto interessante sobre o sistema de custos do governo federal.


Até o final deste mês, os ministérios e demais órgãos da administração direta da União terão de se adequar para participar do Sistema de Informação de Custos do Governo Federal (SIC). Será uma espécie de Big Brother das contas públicas que o Tesouro Nacional adotará para monitorar a qualidade dos gastos. Ainda que o governo não trabalhe com uma meta, a mudança visa a reduzir as despesas com a análise de cruzamento de dados e comparações sobre custos similares (1) nas diferentes áreas de atuação da máquina pública.

Por exemplo: há determinadas atividades nas Forças Armadas que existem no Exército, na Aeronáutica e na Marinha e, com a apresentação dos dados num único sistema e com a mesma metodologia, será possível identificar discrepâncias. O mesmo poderá ser feito, no futuro, com universidades e hospitais federais. "Nessa análise, vamos identificar onde os custos estão altos e vamos fazer a gestão dos custos para otimizar a utilização do recurso público", explicou o subsecretário de contabilidade pública do Tesouro, Gilvan Dantas.

O sistema não gerará informações novas (2). Apenas aglutinará em um só local os dados do Executivo e das demais esferas administrativas: o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi), o Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos (Siape) e o Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento do Governo Federal (Sigplan). (...)

Sem punição
Como a novidade está sendo vista como uma "mudança de cultura", não foram previstas penalidades (3) para quem não participar da empreitada. Caso o Tesouro detecte algum dado incompleto ou contraditório (4), o primeiro passo será entrar em contato com o órgão gerador da informação. "É mais um instrumento proativo, de direção. Não queremos tirar o incentivo da participação, por isso não há punição", alegou Dantas.


Meus comentários:
(1) Comparações sobre custos similares é muito difícil em razão das peculiaridades de cada um dos itens. E até mesmo em virtude do próprio sistema de custo, adoção de critérios de rateio, condições de aquisição etc.
(2) O sistema de custo só faz sentido se gerar informação nova. Com os sistemas existentes não se consegue desenvolver um sistema de custo.
(3) Provavelmente o próprio Tesouro sabe que não será possível cobrar em razões da fragilidade do processo de implantação de um sistema de custo.
(4) O principal item de custo na área pública é remuneração de pessoal. Num sistema de custo adequado, isto deveria incluir não somente salário, mas também os custos de aposentadoria e outros. Será que estamos prontos para isto?

Currículo, a Constituição da Educação

João Batista Araújo Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beto
O Estado de S.Paulo, 2 de janeiro de 2012 3h 06


O Ministério da Educação (MEC) anunciou, com atraso considerável, que vai apresentar sua proposta de currículo. A Constituição de 1988 promoveu avanços notáveis em várias áreas, apesar de inúmeras disfunções criadas. Mas faltou uma visão de futuro mais clara e pragmática. Resta assegurar que, da mesma forma, a iniciativa atual não aumente ainda mais o nosso atraso.

A última decisão nessa área resultou nos desastrados "parâmetros curriculares nacionais". A maioria das iniciativas do MEC que envolvem questões de mérito tem sido sistematicamente cativa de mecanismos e critérios corporativistas e de duvidosos consensos forjados em espúrios mecanismos de mobilização. Tradicionais aliados do ministério, inclusive internamente, têm aversão à ideia de currículo e mais ainda de um currículo nacional. Documentos desse tipo, produzidos por alguns Estados e municípios em anos recentes, continuam vítimas do pedagogismo. Isso é o melhor que temos.


O assunto é sério demais para ser deixado apenas para os educadores e especialistas. Nem pode ser apropriado pelo debate eleitoral. O Brasil - especialmente suas elites - precisa estar preparado para discutir abertamente a questão. Aqui esboçamos os contornos desse debate.
O que é um currículo? Um documento que diz o que o professor deve ensinar, o que o aluno deve aprender e quando isso deve ocorrer. Em outras palavras, conteúdo, objetivos (o termo da vez é expectativas de aprendizagem), estrutura e sequência. Para que serve um currículo? Primeiro, para assegurar direitos: o currículo especifica o que o aluno deve aprender. É um instrumento de cidadania fundamental para garantir equidade e os direitos das famílias. Segundo, para estabelecer padrões, ou seja, os níveis de aprendizagem para cada etapa do ensino: atingir esses níveis é o dever, que cabe ao aluno. Terceiro, para balizar outros instrumentos da política educativa, como avaliações, formação docente e produção de livros didáticos, instrumentos essenciais em qualquer sistema escolar.


Os currículos, sozinhos, não mudam a educação.Por que ser de âmbito nacional? A experiência dos países mais avançados em educação, sejam federativos ou não, indica a importância de uma convergência. Depois do advento do Pisa, mesmo países extremamente descentralizados, como Suíça, Alemanha ou EUA, têm promovido importantes convergências em seus programas de ensino, até em caráter de adesão. Num município, um currículo básico permitirá que alunos transitem por diferentes escolas sem que se instaure o caos a que hoje submetemos nossas crianças e seus professores.

Como saber se um currículo é bom? A condição é que seja claro. Se o cidadão médio ler e não entender, não serve. Deve ser parecido com edital de concursos: você lê, sabe o que cai no exame e sabe como precisa se preparar. O currículo não é exercício parnasiano ou malabarismo verbal.
Deve também levar em conta os benchmarks, as experiências dos países que, usando currículos robustos, avançaram na educação. É preciso cuidado para não confundir os currículos que os países adotam hoje, depois de atingido o nível atual, com os currículos que os levaram a esse patamar.


A proposta deve ser dinâmica e corresponder às condições gerais de um sistema. O currículo não pode ser avaliado isoladamente de outras políticas, em especial da condição dos professores. Hoje a Finlândia, com os professores que tem, pode ter currículos mais genéricos do que há 15 ou 20 anos. A análise dos benchmarks sugere quatro outros critérios para avaliar um currículo: foco, consistência, rigor e referentes externos.


Um currículo deve ter foco, concentrar-se no primordial e só em disciplinas essenciais, cuidando de poucos temas a cada ano, sedimentando a base disciplinar e evitando repetições. William Schmidt, que esteve recentemente no Brasil, desenvolveu escalas comparativas que permitem avaliar o grau de focalização de currículos de Matemática e Ciências.Deve ter consistência, isto é, respeitar a estrutura de cada disciplina. Isso se refere tanto aos conceitos essenciais que devem permear um currículo quanto à organização do que deve ser ensinado em cada etapa ou série.


Por exemplo, um currículo de Língua Portuguesa considerará as dimensões da leitura, escrita e expressão oral, levando em conta o equilíbrio entre a estrutura e as funções da linguagem e contemplando o estudo dos componentes da língua (ortografia, semântica, sintaxe, pragmática).
Um currículo deve ter rigor, ser organizado numa sequência que evite repetições e promova avanços a cada ano letivo. Esses avanços devem observar a relação entre disciplinas e a capacidade do aluno de estabelecer conexões entre elas. Interdisciplinaridade e contexto não são matérias de currículo, são consequência deste.


Um currículo deve ter referentes externos claros. Um currículo de pré-escola deve especificar tudo o que a criança precisa para enfrentar com sucesso os desafios posteriores do ensino fundamental. Isso não significa tornar o pré uma escola antes da escola: currículo não é proposta pedagógica.


Já o ensino fundamental deve preparar o indivíduo para operar numa sociedade urbana pós-industrial. O Pisa não é um currículo, mas contém sinalizações que sugerem o que é necessário para a formação básica do cidadão do século 21. É uma boa baliza para o ensino fundamental. Os currículos do ensino médio, por sua vez, devem ser diversificados, contemplando diferentes opções profissionais e acadêmicas. Pelo menos é assim que funciona no resto do mundo que cuida bem da educação e se preocupa com o futuro de sua juventude.


Finalmente, o que um currículo não deve ser? Um exercício de virtuose verbal, um manual de didática, a advocacia de teorias, métodos e técnicas de ensino, uma vingança dos excluídos e muito menos um panfleto ideológico ou uma camisa de força. Muito menos deve ser o resultado de consensos espúrios. O currículo definirá se queremos cidadãos voltados para a periferia ou o centro, para o particular ou para o universal.