Translate

04 janeiro 2012

Importação de têxteis

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, ontem, que o governo planeja alterar o regime de tributação para a importação de produtos têxteis. Em até três meses, ele pretende levar à Organização Mundial do Comércio (OMC) uma petição para permitir que os produtos têxteis importados sejam tributados com uma taxa fixa (modelo "ad rem") e não mais por uma tarifa que incide sobre o valor (sistema "ad valorem") como é hoje. O objetivo, segundo o ministro, é combater o subfaturamento de produtos importados.

Mais um vez, contudo, o anúncio de uma decisão que envolve outras áreas da administração pública parece ter sido feito antes de um consenso dentro do governo. Essa mudança já foi proposta pelo Ministério da Fazenda à Câmara de Comércio Exterior (Camex), mas ainda não foi apreciada pelos seus integrantes. O anúncio elevou inquietações dentro do próprio governo de que outros setores pressionem para o país transformar todo seu regime tarifário junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, os países parceiros podem pedir compensações se julgarem que a mudança afeta sua exportação de têxteis ao Brasil.

No regime atual é cobrada uma alíquota (percentual) sobre o valor do produto. "Mas se o preço é subfaturado o imposto não serve para nada. Já ouvi sobre ternos chegando ao Brasil por US$ 3. Isso não paga nem o botão", disse o ministro, que ontem recebeu, em São Paulo, uma medalha de honra ao mérito concedida pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). No regime de tributação conhecido como "ad rem", o governo adotaria uma classificação de mercadorias em que cada uma teria um tributo fixo de importação sobre o peso, provavelmente. De acordo com Mantega, o governo também estuda a alteração do regime para outros setores da economia, mas não quis especificar quais.

Mantega afirmou que esse sistema de tributação já é contemplado em lei e depende agora apenas de regulamentação e da autorização da OMC. "Queremos fazer essa operação dentro das regras", disse Mantega. O ministro não vê dificuldades na obtenção do aval da organização porque é possível, em sua avaliação, ver em números o prejuízo que o setor têxtil está sofrendo com a concorrência desleal. Em 2011, até outubro, segundo o IBGE, a produção do setor têxtil recuou 14,9% em relação a igual período do ano passado, enquanto a importação de têxteis aumentou 10,6% e a de vestuário, 48,3%, na mesma comparação.

O ministro da Fazenda espera que seja concedida pela OMC uma salvaguarda provisória em até três meses, que poderia tornar-se, após estudo interno na organização e consulta aos países membros, permanente, com prazo de até 10 anos, como ocorreu para o setor de brinquedos, disse ele.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Aguinaldo Diniz Filho, afirmou que já está trabalhando na petição que consolidará os números do setor e estima que em janeiro o documento estará nas mãos do Ministério da Fazenda. Diniz espera que as taxas fixas de importação sejam impostas principalmente para a confecção, porque a importação de peças prontas inibe a produção ao longo da cadeia.

O setor têxtil há algum tempo reclama da competição com importados e demanda medidas do governo para dar competitividade ao setor. De acordo com o presidente da Abit, foram os números de emprego, com a perspectiva de corte de 15 mil vagas no setor em 2011, ante criação de 80 mil vagas em 2010, que elevou o senso de urgência no ministério.

Embora afirme que para competir em situação igualitária outras medidas sejam necessárias, como desoneração de investimentos, o presidente da Abit afirma que a salvaguarda, "se colocado do jeito que imaginamos, garantirá um ano de 2012 muito melhor do que 2011", porém o empresário não quis fazer projeções. Em conjunto com ações de defesa comercial, fiscalização em parceria com a Receita Federal e apoio para reduzir o custo de financiamento, "em 2012 a indústria têxtil estará melhor do que em 2011", afirmou Mantega. "Não permitiremos que a indústria brasileira, particularmente a têxtil, saia diminuída da crise internacional", disse.

O anúncio do ministro Guido Mantega agradou a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Para o economista-geral da entidade, Pedro Jorge Viana, a intenção do governo em tributar o produto com um valor fixo, em vez de uma porcentagem em cima do preço de importação, como é feito atualmente, tem duas vantagens.

"É uma medida realista, pois evita o subfaturamento. Na prática, o que acontece muitas vezes é que um produto que custa US$ 20 é declarado com preço de US$ 10, pagando um imposto menor. Cobrando um valor fixo, acaba esse problema. Além disso, ajuda a proteger a indústria nacional contra a concorrência predatória dos chineses, que aumentaram muito a presença neste ano", afirmou o economista.

Mesmo apoiando a iniciativa do governo, Viana disse que o ideal seria o estabelecimento de cotas de importação para aumentar a proteção à indústria nacional. No entanto, o desgaste político de uma medida como essa torna a opção inviável, além do prejuízo com retaliação na exportação de outros produtos não têxteis. "Seria o certo, até para a indústria trabalhar com uma margem de segurança. Mas outros países podem contestar a decisão na OMC e também tomar a mesma decisão na hora de comprar produtos brasileiros. Então, a única saída que vejo é a taxar o importado com um preço fixo", disse o economista-geral da Fiec. (Colaboraram Assis Moreira, de Genebra, e Rodrigo Pedroso, de São Paulo)


Fonte: aqui



Violinos


O violino Stradivarius é considerado o melhor instrumento já produzido pelo ser humano. Sua fama é tão grande que é considerado como um investimento. Um violino pode chegar a mais de 4 milhões de dólares. Existe também os violinos de Guarneri, não tão famosos, mas considerados por alguns como de igual qualidade.

Existem diversas teorias para explicar o fato desses violinos terem tal qualidade: a madeira empregada e os produtos químicos secretos empregados são as explicações mais racionais.

Uma pesquisa descobriu o segredo que faz o som de um Stradivarius. Claudia Fritz e Joseph Curtin pediram que violinistas profissionais tocassem com violinos novos e com os antigos (Stradivarius e Guarneri). O teste foi realizado às cegas, para não influenciar quem estivesse escutando. Além disto, os violinistas que tocaram os instrumentos não sabiam em qual violino, moderno ou antigo, estava tocando.

O estudo descobriu que as pessoas, que eram profissionais e conheciam música profundamente, não conseguiam distinguir um instrumento antigo, e portanto mais valioso, do violino novo. Ou seja, não existe segredo no som do Stradivarius.

Este estudo lembra um parecido com vinhos, bastante conhecido, onde se testava os vinhos da Califórnia, que tinham a fama de serem de pior qualidade, e os franceses, superiores. O resultado mostrou que os especialistas não conseguiam distinguir os dois.

Fonte:
Violinists can’t tell the difference between Stradivarius violins and new ones. Discover Magazine
O Gorila Invisível - C. Chabris e D. Simons, Rocco.

03 janeiro 2012

Rir é o melhor remédio

O apresentador Evaristo Costa é um dos assuntos mais comentados da internet no começo de tarde desta segunda-feira (2).
Tudo porque fez uma piada --mais velha que andar para a frente-- sobre mamão no "Jornal Hoje", da Rede Globo.

Antes de apresentar uma reportagem sobre a fruta, ele teve o seguinte diálogo com a colega de bancada, Sandra Annenberg.

"Gosta de mamão, Sandra?", perguntou.

"Gosto sim, Evaristo", respondeu a apresentadora.

"Então toma a minha mão!", ofereceu o jornalista.

Os dois, então, caem na gargalhada.

2011: O ano da volatilidade. Será?

De acordo com a análise de Ron Griess no The Chart Store, o ano de 2011 foi apenas o 17º mais volátil do índice S&P, desde 1928. De acordo com a metodologia utilizada, os anos de 2000,2002,2008 e 2009 foram mais voláteis que 2011.


There has been much discussion about the recent volatility in the stock market. We did a little study to see how 2011 stacked up against prior years. Our S&P data begins in 1928 and that is what we used for this study. We calculated each days point change, removed the minus sign on down days and summed the daily changes for each year. We then divided that summation by the prior year’s ending value. For instance, in 2011 the summation of the daily changes equaled 3,239.78 points. Dividing that by the ending value of 2010 gives us 257.61%. From the table below, you can see by this methodology that 2011 ranks as the seventeenth most volatile year of the period 1928 to 2011. In fact, four other years of the 21st century rank higher than last year: 2000, 2002, 2008 and 2009. Notice that every single year from 1929 to 1939 are included in the top 15.”




Fonte: How a volatile a year?

Por que tão poucas mulheres participam dos conselhos de administração?


A ex-diretora-presidente da Avon Products Inc., Andrea Jung, foi bastante criticada por servir no conselho de administração de duas outras grandes empresas. Mas a pergunta que não quer calar é: Por que tão poucas mulheres participam dos conselhos de administração?

Entre 2004 e 2008, grandes empresas americanas com três ou mais mulheres no conselho alcançaram resultados financeiros significativamente melhores do que as firmas que não tinham nenhuma mulher conselheira, segundo estudo de 2011 feito pelo Catalyst, uma organização sem fins lucrativos voltada a promover a participação de mulheres no mundo dos negócios. De modo geral elas superaram as empresas sem mulheres no conselho em 84% no quesito retorno sobre as vendas, em 60% no retorno sobre o capital investido e em 46% no retorno sobre o patrimônio.


- É bom lembrar que, correlação não é causalidade.

“Um conselho que tem pelo menos três mulheres ganha pontos de vista diversificados que podem melhorar os resultados”, diz Debbie Soon, vice-presidente sênior da Catalyst.

No entanto, as mulheres ocupam apenas 16% dos assentos no conselho nas empresas listadas no ranking Fortune 500, segundo relato da Catalyst no início do mês. O centro de estudos do setor privado Conference Board concluiu em um estudo recente que, mesmo se 25% dos assentos nos conselhos das firmas da Fortune 500 que serão disponíveis anualmente nos próximos oito anos forem ocupados por mulheres, a porcentagem de mulheres conselheiras nessa amostra seria apenas de cerca de 23% até 2020.

Esse ritmo lento de mudança pode refletir a preferência dos conselhos por diretores-presidentes e diretores financeiros com mais experiência, e a maioria desses são homens. Esses executivos representaram quase 58% dos conselheiros nas firmas da Fortune 500 escolhidos no primeiro semestre de 2011; mas apenas 14 dos 92 recém-admitidos são mulheres, segundo a firma de recrutamento Heidrick & Struggles International Inc.

Muitos conselhos também encolheram de tamanho nos últimos tempos, ou aumentaram a idade da aposentadoria, limitando assim a necessidade de caras novas. E muitas vezes isso aconteceu por receio de trabalhar com recém-chegados ainda não testados durante a crise econômica.

Inúmeros esforços surgiram recentemente para aumentar a participação das mulheres nos conselhos. Inclui-se aí o grupo 2020 Mulheres nos Conselhos, que trabalha para aumentar a representação das mulheres nos conselhos para pelo menos 20% até 2020. No fim do próximo mês o grupo pretende publicar uma lista das empresas listadas no Fortune 1000 que não têm nenhuma mulher no conselho.

“Trata-se de boa governança corporativa”, diz Stephanie Sonnabend, diretora-presidente da Sonesta International Hotels Corp, empresa cofundadora da iniciativa. Ela e outras três mulheres detêm 40% dos assentos no conselho da Sonesta.

Ampliar a participação feminina nos conselhos é difícil porque o recrutamento “com frequência é muito limitado às redes de contatos dos próprios conselheiros”, diz Aditi Mohapatra, analista sênior de sustentabilidade da Calvert. E com muita frequência, isso significa que os escolhidos são homens brancos e mais velhos.

A Parceria por Nova York, grupo de desenvolvimento econômico composto de executivos da cidade, e o Fórum das Mulheres de Nova York, uma rede de líderes do sexo feminino, se uniram para criar um banco de dados de candidatas a conselheiras empresariais com patronos de alto nível.

Até agora, 31 diretores-presidentes que pertencem à Parceria já sugeriram 47 mulheres que eles recomendam pessoalmente como qualificadas para servir em um conselho. O Fórum da Mulher vai fornecer gratuitamente o banco de dados com os nomes para conselhos e firmas de pesquisa, a partir do fim de janeiro.

Algumas conselheiras esperam aumentar o número de mulheres fazendo o papel de “casamenteiras” em seus conselhos. “Essa é uma das minhas tarefas”, diz Beth Comstock, diretora de marketing da General Electric Co. e uma das duas mulheres no conselho de 11 membros da Nike Inc. “Posso ajudar a apresentar [os dirigentes da Nike] para outras mulheres executivas que fico conhecendo.”

Fonte: Joann S. Lublin, WSJ, Valor Economico

Frase

Em entrevista à Globo News, Jorge Gerdau aponta a importância do investimento em infraestrutura e educação para o real crescimento do país, que “precisa aprender a ser rico”. Para o empresário, a prosperidade momentânea que o país vive deve ser utilizada para “construir uma estrutura que potencialize uma prosperidade perpétua”.

Fonte: aqui

Cobrança de dívidas

A cobrança de dívidas está começando a se tornar um grande negócio no Brasil. Pode-se dizer que o aumento da cobrança de dívidas é o preço do crescimento. Depois de anos de instabilidade econômica e hiperinflação, o volume de crédito no Brasil quase dobrou nos últimos dez anos, e agora corresponde a quase 50% do PIB.

Mais recentemente, a inadimplência também tem estado em alta. Segundo a KPMG, o total das dívidas em atraso no Brasil pode alcançar R$ 330 bilhões; desse total, os bancos já disseram que não vão recuperar cerca de R$ 180 bilhões, tornando essa quantia potencialmente disponível para ser vendida aos cobradores de dívidas.

Os bancos costumavam vender carteiras de créditos com mais de cinco anos de atraso, mas com o crescimento do mercado de cobrança de dívidas, estão começando a vender carteiras mais recentes.

O Banco Santander Brasil S.A. vendeu cerca de R$ 16 bilhões em créditos inadimplentes em 2011, quase quatro vezes a quantia vendida em 2010. Esses empréstimos, equivalentes a cerca de 9% do total de empréstimos do Santander Brasil, são a pior parte da sua carteira – aqueles que não receberam nenhum pagamento por mais de um ano. O Santander afirma que “as condições atuais do mercado explicam a aceleração da venda de suas carteiras [de créditos inadimplentes], resultando em maior eficiência”.

Fonte: Rogerio Jelmayer The Wall Street Journal, Valor Economico