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Bom, hoje é meu aniversário então posso publicar mais uma postagem com viés. Alguém comentou anteriormente que é difícil escolher postagens preferidas e tenho que concordar! Por isso escolhi, para esta retrospectiva, as que mais me marcaram (que acabam entrando para as mais preferidas também) – e que, adicionalmente, não fui eu que escrevi. ;) As minhas já foram na “retrospectiva pessoal”.
Quando eu comecei a seguir o blog (que hoje é unificado e faz parte do blogspot – mas já caminhou por várias estradas até chegar aqui) eu me apaixonei pela parte comportamental. Na época em que eu estava na graduação não havia muito espaço para matérias com esse foco, o que aumentou o meu deslumbramento. Eu me lembro que a postagem que mais me marcou foi uma sobre contabilidade criativa, que não mais está disponível nos arquivos.
De qualquer forma, um dos textos mais importantes, que se eu pudesse obrigaria a leitura (que os meus futuros alunos se preparem) é o “correlação espúria”. (Sempre que eu ouço algo sobre isso me lembro do professor César e dessa postagem). De forma simplificada e resumida: para saber se há associação entre as variáveis, realiza-se um teste de correlação – todavia, o coeficiente de correlação não mede a relação causa-efeito entre as variáveis, apesar de que possa estar presente. Uma correlação fortemente positiva entre X e Y não autoriza afirmar que variações em X provocam variações em Y, ou vice-versa (esta recente postagem ilustra bem – só porque existe correlação entre o aumento de usuários do Facebook e da dívida na Grécia, não significa que uma causa a outra. Alguém discorda?).
Outra linha surpreendente de postagens é a que envolve a contabilidade do tráfico brasileiro. Esta fala sobre como os cadernos são organizado. Há contabilização de conserto de armas, cestas básicas (quem diria), pagamento a presos, armas e munição. Já esta comenta sobre como sempre que um policial encontra a lista de clientes, afirma que é a contabilidade dos traficantes. Já aqui é apresentada uma estimativa do valor do “negócio” do tráfico no Rio de Janeiro – comparável a grandes empresas listadas na BMF&Bovespa.
Entretanto, a minha paixão maior recai sobre as postagens que envolvem dicas ou comentários sobre pesquisa. Cito algumas: “conselhos de um econometrista”, “conselhos para um orientando”, “evolução” (sobre a forma das apresentações em Power Point), “como achar um tema para a sua pesquisa?”, “o que deve conter um resumo?”, e várias outras mais *adusem dos mecanismos de busca disponibilizados pelo blog).
Acho que já relembrei muitas postagens para vocês lerem neste fim de ano né? Então hoje fico por aqui. Espero que gostem das indicações, das releituras, das lembranças.
Ah! E relembrando: hoje é meu aniversário. De presente? Espero boas energias e a sua presença constante por aqui.
29 dezembro 2011
28 dezembro 2011
Pesquisa
Três doutorandas (Rossana Guerra, Roberta Caneca e Adriana Fernandes) estão realizando uma pesquisa sobre a questão do regime de caixa versus competência no setor público. Pode ser respondido por usuários (internos e externos) e preparadores de informação.
Leva menos de dois minutos. Conforme as alunas, "O estudo é baseado em trabalho de Kober, Lee e Ng (2010), publicado na Financial Accountability & Management e conduzido na Austrália.".
Cliquem aqui para acessar o link da pesquisa.
Leva menos de dois minutos. Conforme as alunas, "O estudo é baseado em trabalho de Kober, Lee e Ng (2010), publicado na Financial Accountability & Management e conduzido na Austrália.".
Cliquem aqui para acessar o link da pesquisa.
Efeito de medida contra crise
É interessante observar o comportamento dos agentes econômicos diante das medidas contra a crise. Muitas vezes os reguladores "esquecem" disto.
Para evitar o agravamento da crise, os bancos europeus foram forçados a aumentar seu capital. O Banco Santander da Espanha informou necessitar de quase 7 bilhões de dólares para cumprir a normas de capital.
Diante desta medida, algumas alternativas possíveis e seus efeitos sobre estas instituições:
a) lançamento de ações no mercado - a captação de recursos no mercado acionário seria uma alternativa interessante em tempos normais. Entretanto, neste exato momento as ações dos bancos estão em baixa. Lançar ações agora significa aumentar muito o número de ações, sem um grande volume de recursos. Geralmente as empresas lançam ações quando o mercado está em alta, para aproveitar os momentos de euforia. Isto significa dizer que esta não é uma opção razoável para o momento;
b) vender os negócios não rentáveis - eis uma alternativa a princípio interessante. Exceto pela questão contábil. Os negócios não rentáveis provavelmente estão contabilizados nos bancos pelo valor de aquisição. A venda destas unidades de negócio será contabilizada pelo confronto entre o valor de aquisição e o valor de venda. Ou seja, será reconhecido um prejuízo nesta operação. Assim, apesar disto representar uma entrada de dinheiro na instituição financeira, o efeito sobre o resultado pode ser expressivo.
c) vender os negócios rentáveis - nesta alternativa não se tem o efeito contábil; pelo contrário, a operação poderá reforçar o resultado imediato da instituição financeira. Entretanto, vende-se aquilo que é rentável e saudável.
A primeira alternativa mantem o peso da instituição financeira. Nas duas seguintes, opta-se por reduzir o ativo, sem alterar muito a base de capital próprio. Nada impede que uma mistura das três opções seja adotada. Entretanto, o movimento recente dos bancos mostra que existe uma escolha por negociar as área rentáveis. Recentemente o Santander vendeu sua unidade na Colômbia e os negócios de seguros no Brasil, assim como o Deutsche Bank está pensando em vender uma unidade de gestão de ativos. Existe uma previsão de redução de 950 bilhões de euros nestas instituições nos próximos dois anos, sendo que dois terços será de unidades lucrativas.
Para ler mais: Ao vender ativos, bancos europeus sacrificarão lucros - Anne-Sylvaine Chassany, Kevin Crowley e Charles Penty, Bloomberg - publicado no Valor Econômico de 19 de dezembro de 2011.
Para evitar o agravamento da crise, os bancos europeus foram forçados a aumentar seu capital. O Banco Santander da Espanha informou necessitar de quase 7 bilhões de dólares para cumprir a normas de capital.
Diante desta medida, algumas alternativas possíveis e seus efeitos sobre estas instituições:
a) lançamento de ações no mercado - a captação de recursos no mercado acionário seria uma alternativa interessante em tempos normais. Entretanto, neste exato momento as ações dos bancos estão em baixa. Lançar ações agora significa aumentar muito o número de ações, sem um grande volume de recursos. Geralmente as empresas lançam ações quando o mercado está em alta, para aproveitar os momentos de euforia. Isto significa dizer que esta não é uma opção razoável para o momento;
b) vender os negócios não rentáveis - eis uma alternativa a princípio interessante. Exceto pela questão contábil. Os negócios não rentáveis provavelmente estão contabilizados nos bancos pelo valor de aquisição. A venda destas unidades de negócio será contabilizada pelo confronto entre o valor de aquisição e o valor de venda. Ou seja, será reconhecido um prejuízo nesta operação. Assim, apesar disto representar uma entrada de dinheiro na instituição financeira, o efeito sobre o resultado pode ser expressivo.
c) vender os negócios rentáveis - nesta alternativa não se tem o efeito contábil; pelo contrário, a operação poderá reforçar o resultado imediato da instituição financeira. Entretanto, vende-se aquilo que é rentável e saudável.
A primeira alternativa mantem o peso da instituição financeira. Nas duas seguintes, opta-se por reduzir o ativo, sem alterar muito a base de capital próprio. Nada impede que uma mistura das três opções seja adotada. Entretanto, o movimento recente dos bancos mostra que existe uma escolha por negociar as área rentáveis. Recentemente o Santander vendeu sua unidade na Colômbia e os negócios de seguros no Brasil, assim como o Deutsche Bank está pensando em vender uma unidade de gestão de ativos. Existe uma previsão de redução de 950 bilhões de euros nestas instituições nos próximos dois anos, sendo que dois terços será de unidades lucrativas.
Para ler mais: Ao vender ativos, bancos europeus sacrificarão lucros - Anne-Sylvaine Chassany, Kevin Crowley e Charles Penty, Bloomberg - publicado no Valor Econômico de 19 de dezembro de 2011.
BC estimula grandes bancos a comprar carteiras de pequenos
O Banco Central (BC) decidiu prorrogar indefinidamente os atuais estímulos e ainda induzir os grandes bancos a melhorarem a liquidez das instituições financeiras menores, via aquisição de carteiras de crédito, depósitos interfinanceiros e, partir de agora, também por meio da compra de letras financeiras. Para tanto, deixará de remunerar 36% dos recolhimentos compulsórios sobre depósitos a prazo captados pelas instituições, o mesmo percentual que elas podem destinar a essas três finalidades.
Anunciada na noite de ontem, a medida será implementada em duas etapas até o dia 27 de abril de 2012 e tem potencial para elevar em cerca de R$ 30 bilhões o volume de recursos aplicado pelas grandes instituições em bancos menores, a partir dos estímulos criados na crise de 2008/2009.
Hoje, 100% dos recursos que ficam recolhidos no BC a título de compulsório sobre captações a prazo são remunerados pela Selic. Em 24 de fevereiro, esse percentual cairá para 73% e, em 27 de abril, para 64%.
Para resolver o problema de liquidez sofrido pelos pequenos, na crise financeira que se seguiu à quebra do Lehman Brothers, a autoridade monetária permitiu que até 36% do valor exigido em recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo fosse destinado à compra de carteiras e à depósitos financeiros de instituições com patrimônio de referência de até R$ 2,5 bilhões – limite que agora cai para R$ 2,2 bilhões. O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, informa que, em tese, essa regra permitiria usar atualmente perto de R$ 61 bilhões. Mas somente R$ 31 bilhões estão efetivamente aplicados dessa maneira pelos bancos grandes.
A medida anunciada acaba com o prazo para utilização do mecanismo de estímulo adotado na crise, que terminaria no fim deste ano. Não há mais prazo limite para compra de carteira nem para aquisição de letras financeiras com recursos do compulsório. Somente os depósitos interfinanceiros não poderão mais ser feitos como modo alternativo de cumprir a exigibilidade sobre recursos a prazo, mesmo assim depois de 29 de junho de 2012.
Aldo Mendes afirma que, diferentemente do que ocorreu em 2008 e 2009, hoje não há bancos com dificuldade de liquidez. O objetivo agora, diz, é estimular as operações de crédito dos bancos pequenos, aumentando o “funding” de longo prazo.
Com a medida anunciada na quinta-feira, as grandes instituições terão de escolher entre deixar o dinheiro parado no Banco Central sem um centavo de juro ou ganhar comprando carteiras de crédito ou aplicando em letras financeiras, modalidade que não estava prevista na regra anterior de estímulo.
“Essa é uma medida que otimiza a liquidez do sistema financeiro”, diz Aldo Mendes, explicando que enquanto os grandes bancos são “eminentemente captadores”, os pequenos são “eminentemente aplicadores” em operações de crédito.
Fonte: Mônica Izaguirre, Valor Economico
Anunciada na noite de ontem, a medida será implementada em duas etapas até o dia 27 de abril de 2012 e tem potencial para elevar em cerca de R$ 30 bilhões o volume de recursos aplicado pelas grandes instituições em bancos menores, a partir dos estímulos criados na crise de 2008/2009.
Hoje, 100% dos recursos que ficam recolhidos no BC a título de compulsório sobre captações a prazo são remunerados pela Selic. Em 24 de fevereiro, esse percentual cairá para 73% e, em 27 de abril, para 64%.
Para resolver o problema de liquidez sofrido pelos pequenos, na crise financeira que se seguiu à quebra do Lehman Brothers, a autoridade monetária permitiu que até 36% do valor exigido em recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo fosse destinado à compra de carteiras e à depósitos financeiros de instituições com patrimônio de referência de até R$ 2,5 bilhões – limite que agora cai para R$ 2,2 bilhões. O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, informa que, em tese, essa regra permitiria usar atualmente perto de R$ 61 bilhões. Mas somente R$ 31 bilhões estão efetivamente aplicados dessa maneira pelos bancos grandes.
A medida anunciada acaba com o prazo para utilização do mecanismo de estímulo adotado na crise, que terminaria no fim deste ano. Não há mais prazo limite para compra de carteira nem para aquisição de letras financeiras com recursos do compulsório. Somente os depósitos interfinanceiros não poderão mais ser feitos como modo alternativo de cumprir a exigibilidade sobre recursos a prazo, mesmo assim depois de 29 de junho de 2012.
Aldo Mendes afirma que, diferentemente do que ocorreu em 2008 e 2009, hoje não há bancos com dificuldade de liquidez. O objetivo agora, diz, é estimular as operações de crédito dos bancos pequenos, aumentando o “funding” de longo prazo.
Com a medida anunciada na quinta-feira, as grandes instituições terão de escolher entre deixar o dinheiro parado no Banco Central sem um centavo de juro ou ganhar comprando carteiras de crédito ou aplicando em letras financeiras, modalidade que não estava prevista na regra anterior de estímulo.
“Essa é uma medida que otimiza a liquidez do sistema financeiro”, diz Aldo Mendes, explicando que enquanto os grandes bancos são “eminentemente captadores”, os pequenos são “eminentemente aplicadores” em operações de crédito.
Fonte: Mônica Izaguirre, Valor Economico
Comitê de Auditoria da Fannie Mae
A Fannie Mae (Federal National Mortgage Association) é uma empresa de capital aberto que tem por finalidade conceder e garantir empréstimos. Líder do mercado secundário de hipotecas, a empresa foi muito afetada pela crise do mercado imobiliário dos Estados Unidos. Em razão disto, no final de 2008, o governo dos Estados Unidos decretou uma intervenção.
No período entre 2005 a 2008 a empresa esteve sob o comando de Daniel Mudd (foto). O jornalista Jonathan Weil, da Bloomberg, revela agora que Mudd era mais que o CEO da empresa. Além deste cargo, ele era membro do conselho de administração, do comitê de auditoria e participava do conselho de risco. Inclusive durante o período de fechamento das demonstrações contábeis.
Ou seja, ele fazia e auditava ao mesmo tempo.
No período entre 2005 a 2008 a empresa esteve sob o comando de Daniel Mudd (foto). O jornalista Jonathan Weil, da Bloomberg, revela agora que Mudd era mais que o CEO da empresa. Além deste cargo, ele era membro do conselho de administração, do comitê de auditoria e participava do conselho de risco. Inclusive durante o período de fechamento das demonstrações contábeis.
Ou seja, ele fazia e auditava ao mesmo tempo.
Computador
A fotografia mostra um computador da IBM em 1956. Pesava quase uma tonelada (907 kg) e tinha uma capacidade de memória de 5 MB.
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