15 dezembro 2011
Agências de rating
A tabela abaixo foi retirada da carta aos invetidores da Hayman Capital Management. Na segunda coluna, econtram-se as notas dada por uma das 3 agências de rating, Moody's, para o risco de calote de cada país.É bom ressaltar, que apesar das notas dadas variarem muito pouco entre as agências, diferentes critérios são utilizados na mensuração de credit rating.Por exemplo, a S&P calcula a probabilidade de default (calote), enquanto a Moody's calcula a expectativa (possibilidade)de perda para o investidor. A terceira coluna, mostra a precificação do risco de calote de acordo com os credit default swaps(CDS), que são derivativos que conectam bancos do mundo inteiro.Esses instrumentos financeiros protegem os credores no caso dos países não pagarem a dívida soberana. A última coluna mostra a diferença entre ,as notas da 2ª e 3ª coluna, de acordo com as escalas utilizadas pelas agências de classificação de risco. Desse modo, por exemplo, o mercado prefica o risco de default da Espanha equivalente a de um país com rating 7 graus menor (ex: El Salvador).
Será que o mercado ainda se importa com as agências de classificação de risco?
Não. Vide o recente rebaixamento da nota dos EUA.
Presentes e Renda Per Capita
O gráfico a seguir foi publicado na The Economist (via aqui). Apresenta a relação entre renda per capita (eixo x) e volume de gasto com presente de natal (eixo y).
A relação é forte, mas é interessante observar os casos fora do padrão normal (os “outliers”). Observe a Holanda (Netherlands, no gráfico), que possui elevada renda per capita, mas seus habitantes gastam pouco com os presentes. No outro extremo, a Irlanda se destaca. Países latinos (Portugal, Espanha e Itália) parecem que são mais consumistas. Estes quatro países citados anteriormente fazem parte dos PIGGS, países europeus com dificuldades financeiras.
A relação é forte, mas é interessante observar os casos fora do padrão normal (os “outliers”). Observe a Holanda (Netherlands, no gráfico), que possui elevada renda per capita, mas seus habitantes gastam pouco com os presentes. No outro extremo, a Irlanda se destaca. Países latinos (Portugal, Espanha e Itália) parecem que são mais consumistas. Estes quatro países citados anteriormente fazem parte dos PIGGS, países europeus com dificuldades financeiras.
Avaliação de Blogs
Aqui uma interessante postagem sobre avaliação de blogs dos Estados Unidos. Aplicou-se um método onde considera algumas variáveis que podem interferir no seu valor (os direcionadores de valor). Neste caso, o valor do blog refere-se ao preço potencial que pode ser obtido num processo de negociação.
Parece coisa pequena, mas é bom lembrar que recentemente o blog The Huffington Post foi adquirido pela AOL por 300 milhões.
As variáveis consideradas no processo de avaliação foram as seguintes:
a) Receita e lucro – um blog com elevado valor deve atrair receita de propaganda, por exemplo. Ou receita de produtos derivados (camisetas, assinaturas especiais etc). De qualquer forma, realmente a receita é uma variável fundamental no processo de valoração do blog. Além disto, é importante considerar que em alguns blogs o custo de operação pode ser elevado; nestes casos, a informação de lucro é mais importante;
b) Competição – existe competidor na mídia tradicional para o blog? Naturalmente que a existência de competição reduz o valor potencial do blog.
c) Risco do fundador – alguns blogs estão associados a fama do seu criador. O blog de Greg Mankiw está vinculado ao economista do mesmo nome. Isto reduz o valor, já que a aquisição de um blog como este poderá significar que seu criador irá se afastar, perdendo valor.
d) Tradição – apesar da atividade de blogar ser nova, alguns blogs já existem há mais de 15 anos. Em geral os blogs mais conhecidos são relativamente “velhos”.
e) Número de visitantes – consequência natural da receita e das outras variáveis.
Usando estes direcionadores, o WSJ determinou múltiplos de receita e, em alguns casos, do lucro operacional.
Eis a lista dos blogs mais valiosos:
1. Gawker = $318 milhões
2. Drudge = 93 milhões
3. PopSugar Media Network = 64 milhões
4. SBNation = 56 milhões
5. Macrumors = 52 milhões
6. Business Insider = 45 milhões
7. Seeking Alpha = 45 milhões
8. Cheezburger Network = 41 milhões
Parece coisa pequena, mas é bom lembrar que recentemente o blog The Huffington Post foi adquirido pela AOL por 300 milhões.
As variáveis consideradas no processo de avaliação foram as seguintes:
a) Receita e lucro – um blog com elevado valor deve atrair receita de propaganda, por exemplo. Ou receita de produtos derivados (camisetas, assinaturas especiais etc). De qualquer forma, realmente a receita é uma variável fundamental no processo de valoração do blog. Além disto, é importante considerar que em alguns blogs o custo de operação pode ser elevado; nestes casos, a informação de lucro é mais importante;
b) Competição – existe competidor na mídia tradicional para o blog? Naturalmente que a existência de competição reduz o valor potencial do blog.
c) Risco do fundador – alguns blogs estão associados a fama do seu criador. O blog de Greg Mankiw está vinculado ao economista do mesmo nome. Isto reduz o valor, já que a aquisição de um blog como este poderá significar que seu criador irá se afastar, perdendo valor.
d) Tradição – apesar da atividade de blogar ser nova, alguns blogs já existem há mais de 15 anos. Em geral os blogs mais conhecidos são relativamente “velhos”.
e) Número de visitantes – consequência natural da receita e das outras variáveis.
Usando estes direcionadores, o WSJ determinou múltiplos de receita e, em alguns casos, do lucro operacional.
Eis a lista dos blogs mais valiosos:
1. Gawker = $318 milhões
2. Drudge = 93 milhões
3. PopSugar Media Network = 64 milhões
4. SBNation = 56 milhões
5. Macrumors = 52 milhões
6. Business Insider = 45 milhões
7. Seeking Alpha = 45 milhões
8. Cheezburger Network = 41 milhões
Mitos da economia chinesa
Ainda bem que existem indivíduos que enxergam o óbvio, um deles é Luis Stuhberger, que discorre sobre alguns mitos da economia chinesa. Como diria Nelson Rodrigues:"Só os profetas enxergam o óbvio."
A China, apesar de ser o maior comprador das exportações do Brasil, configura hoje um dos principais riscos estruturais para a economia brasileira, avalia o analista Luis Stuhberguer, da Credit Suisse Hedging Griffo. Em relatório intitulado “It´s the end of the world as we know it. And I feel fine!” (É o fim do mundo como o conhecemos. E eu me sinto bem!”, em referência à música de mesmo nome da banda REM, ele destaca os principais pontos de preocupação para o País, os problemas das economias europeias e comenta que os Estados Unidos, por sua vez, estão em recuperação.
Os principais riscos para a economia brasileira, na avaliação de Stulhberguer, estão relacionados a “mitos” da economia chinesa. Enquanto costuma-se prever que a China terá 1 bilhão de consumidores em 2030, o que significaria um gigantesco mercado consumidor não apenas para o Brasil, mas para todo o mundo, ele diz que, na verdade, o crescimento demográfico está se tornando negativo no país. No mesmo sentido, enquanto se previa que o país asiático passaria por uma mudança para uma economia de consumo, com redução da poupança, o que se observa é o aumento da poupança de empresas e a continuidade da dependência do comércio internacional e do investimento.
Outro mito citado por ele é o dos investimentos em infraestrutura. Se antes era comum ouvir que os recursos chineses são bem direcionados, a realidade é que o país está construindo “elefantes brancos” e fazendo uma má alocação de recursos, diz o analista. Ele cita ainda o mito das “forças das reservas internacionais” chinesas, afirmando que o excesso de reservas é, na realidade, um sinal dos “desequilíbrios globais”. Como é um grande comprador de commodities brasileiras, qualquer sinal de deterioração das estruturas econômicas da China acaba sendo uma notícia negativa para o Brasil.
O analista também diz que há um aumento excessivo do crédito e um super investimento no setor imobiliário chinês e rebate a tese de que as ações de empresas vão se beneficiar do forte crescimento da economia, afirmando que “o retorno das ações e o crescimento do PIB não são positivamente correlacionados.”
O analista pondera, entretanto, que “apesar dos temores, [a China] ainda tem uma história positiva,” o que pode favorecer o Brasil, ainda que não seja o suficiente para eliminar os riscos. Segundo ele, é difícil imaginar que o retorno do investimento chinês seja negativo a ponto de não "ser pago". Ele diz ainda que a urbanização ainda é um fator estrutural favorável, uma vez que apenas cerca de 45% da população chinesa vive em cidades. Além disso, Stuhlberger diz que o apetite chinês por commodities deve “se manter voraz”, com o país em crescimento. Ele destaca que 47,7% da demanda global por minério de ferro – um dos principais itens exportados pelo Brasil – é da China.
Fonte: aqui
Outro mito citado por ele é o dos investimentos em infraestrutura. Se antes era comum ouvir que os recursos chineses são bem direcionados, a realidade é que o país está construindo “elefantes brancos” e fazendo uma má alocação de recursos, diz o analista. Ele cita ainda o mito das “forças das reservas internacionais” chinesas, afirmando que o excesso de reservas é, na realidade, um sinal dos “desequilíbrios globais”. Como é um grande comprador de commodities brasileiras, qualquer sinal de deterioração das estruturas econômicas da China acaba sendo uma notícia negativa para o Brasil.
O analista também diz que há um aumento excessivo do crédito e um super investimento no setor imobiliário chinês e rebate a tese de que as ações de empresas vão se beneficiar do forte crescimento da economia, afirmando que “o retorno das ações e o crescimento do PIB não são positivamente correlacionados.”
O analista pondera, entretanto, que “apesar dos temores, [a China] ainda tem uma história positiva,” o que pode favorecer o Brasil, ainda que não seja o suficiente para eliminar os riscos. Segundo ele, é difícil imaginar que o retorno do investimento chinês seja negativo a ponto de não "ser pago". Ele diz ainda que a urbanização ainda é um fator estrutural favorável, uma vez que apenas cerca de 45% da população chinesa vive em cidades. Além disso, Stuhlberger diz que o apetite chinês por commodities deve “se manter voraz”, com o país em crescimento. Ele destaca que 47,7% da demanda global por minério de ferro – um dos principais itens exportados pelo Brasil – é da China.
Fonte: aqui
Breve retrato do STJ
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é formado por 33 ministros. Foi criado pela Constituição de 1988. Poucos conhecem ou acompanham sua atuação, pois as atenções nacionais estão concentradas no Supremo Tribunal Federal. No site oficial está escrito que é o tribunal da cidadania. Será?
Um simples passeio pelo site permite obter algumas informações preocupantes.
O tribunal tem 160 veículos, dos quais 112 são automóveis e os restantes 48 são vans, furgões e ônibus. É difícil entender as razões de tantos veículos para um simples tribunal. Mais estranho é o número de funcionários. São 2.741 efetivos.
Muitos, é inegável. Mas o número total é maior ainda. Os terceirizados representam 1.018. Desta forma, um simples tribunal tem 3.759 funcionários, com a média aproximada de mais de uma centena de trabalhadores por ministro!! Mesmo assim, em um só contrato, sem licitação, foram destinados quase R$2 milhões para serviço de secretariado.
Não é por falta de recursos que os processos demoram tantos anos para serem julgados. Dinheiro sobra. Em 2010, a dotação orçamentária foi de R$940 milhões. O dinheiro foi mal gasto. Só para comunicação e divulgação institucional foram reservados R$11 milhões, para assistência médica a dotação foi de R$47 milhões e mais 45 milhões de auxílio-alimentação. Os funcionários devem viver com muita sede, pois foram destinados para compra de água mineral R$170 mil. E para reformar uma cozinha foram gastos R$114 mil. Em um acesso digno de Oswaldo Cruz, o STJ consumiu R$225 mil em vacinas. À conservação dos jardins — que, presumo, devem estar muito bem conservados — o tribunal reservou para um simples sistema de irrigação a módica quantia de R$286 mil.
Para ler na íntegra, clique aqui.
Olympus
A Olympus divulgou os números da companhia depois de 13 anos de fraudes e revelou uma redução de ativos de US$ 1,1 bilhão no balanço patrimonial, levantando especulações de que precisará fazer fusão, vender ativos ou levantar capital para reparar as finanças.
A fabricante de 92 anos de câmeras e equipamentos médicos publicou o equivalente a cinco anos de balanços revisados, além dos resultados do primeiro semestre fora do prazo, apenas algumas horas antes do prazo da Bolsa de Tóquio acabar e automaticamente a deslistar.
O mais recente balanço, para o fim de junho de 2011, mostrou uma diminuição de 84 bilhões de ienes (US$ 1,08 bilhão) em ativos líquidos. A Olympus acrescentou que no fim de setembro os ativos líquidos somavam 46 bilhões de ienes, contra os 225 bilhões de ienes em março de 2007.
Também revelou um prejuízo líquido de 32,33 bilhões de ienes nos seis meses até setembro, o que alimentou comentários de que precisará se mexer rapidamente para melhorar o balanço e afastar o risco de ser alvo de uma aquisição. (...)
Alguns investidores ficaram aliviados pelo menos porque a Olympus cumpriu o prazo para revisar os balanços, sem ter caído em insolvência técnica. A Olympus garantiu aos investidores que continuará a se financiar. (...)
Folha de S Paulo
Leia mais aqui e aqui
A fabricante de 92 anos de câmeras e equipamentos médicos publicou o equivalente a cinco anos de balanços revisados, além dos resultados do primeiro semestre fora do prazo, apenas algumas horas antes do prazo da Bolsa de Tóquio acabar e automaticamente a deslistar.
O mais recente balanço, para o fim de junho de 2011, mostrou uma diminuição de 84 bilhões de ienes (US$ 1,08 bilhão) em ativos líquidos. A Olympus acrescentou que no fim de setembro os ativos líquidos somavam 46 bilhões de ienes, contra os 225 bilhões de ienes em março de 2007.
Também revelou um prejuízo líquido de 32,33 bilhões de ienes nos seis meses até setembro, o que alimentou comentários de que precisará se mexer rapidamente para melhorar o balanço e afastar o risco de ser alvo de uma aquisição. (...)
Alguns investidores ficaram aliviados pelo menos porque a Olympus cumpriu o prazo para revisar os balanços, sem ter caído em insolvência técnica. A Olympus garantiu aos investidores que continuará a se financiar. (...)
Folha de S Paulo
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