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07 dezembro 2011

Aparência

Uma pesquisa interessante sobre o papel da aparência no nosso julgamento é apresentada numa reportagem da revista Wired (The Psychology of Nakedness).

O estudo comparou a percepção das pessoas a uma série de fotografias. Um dos exemplos encontra-se a seguir. Numa das imagens existia uma mulher, Erin, onde aparecia somente seu rosto. Após olhar esta foto, foi informada aos alunos que participaram da pesquisa uma descrição de Erin. Após ler este perfil de Erin, os estudantes tinham que avaliar a capacidade dela em relação a diversas características.
Para outro grupo de estudantes mostrou outra foto de Erin, agora aparecendo parte do seu corpo (foto abaixo). O mesmo perfil foi apresentado a este grupo de alunos e também foi solicitado avaliar a capacidade dela. Observe que a fotografia é a mesma, mas o resultado foi totalmente diferente.

06 dezembro 2011

Rir é o melhor remédio

Desaparecido. Fonte: Aqui

Links

Ciência

A história dos números
Participação da mulher no cinema é exceção
Não faz sentido desligar os celulares numa viagem de avião

Crise

15 países da Europa, inclusive Alemanha, ameaçados de perder seu rating (aqui a reação e aqui o comunicado)

Contabilidade

Partner acusa E&Y de corrupção
Aniversário da Enron
Contador -chefe da SEC disse que é necessário mais tempo para a adoção da IFRS
Brasil para contadores estrangeiros

Videos
Desmontando e montando um jipe em 4 minutos
As piores propagandas de 2011
Estudantes explicam Belo Monte
O fantasma do plágio

Miscelânia

As fotos mais bonitas de 2011 (Reuters) (uma das fotos nesta postagem)
Perda dos EUA com o visto para turista

Pesquisas iludem

Uma extensa reportagem no Wall Street Journal comenta sobre os prejuízos que pesquisas acadêmicas na área de saúde trazem para as empresas comerciais (Pesquisas iludem farmacêuticas e pacientes, Gautam Naik, Wall Street Journal, 4 de dez 2011). Ao anunciarem descobertas em trabalhos acadêmicos, as empresas tentam aproveitar na sua área comercial, mas muitas vezes não conseguem reproduzir os resultados. Este foi o caso de um estudo sobre uma proteína que atacava tumores cancerígenos, descoberta anunciada há dois anos. A empresa Amgen tentou reproduzir os resultados e gastou tempo e dinheiro.

A base dos artigos científicos e a capacidade de temos para reproduzir os resultados. Geralmente os orientadores recomendam a seus orientandos que indiquem claramente na metodologia como os resultados foram obtidos, para que outros pesquisadores possam replicar a pesquisa e chegar a resultado idêntico. Por este motivo, podemos dizer que a possibilidade de reproduzir o experimento é base da pesquisa científica.

Na teoria seria de esperar que os artigos publicados em periódicos pudessem ser replicados pelos avaliadores. Na prática isto é muito difícil pelo tempo necessário para fazer esta tarefa. Assim, a análise é feita baseada na confiança com que o pesquisador deveria agir. Alguns periódicos exigem que aqueles que submetem artigos coloquem sua base de dados a disposição de qualquer leitor. Isto é uma prática boa que deveria ser seguida por todos os periódicos, mas é uma exceção. Apesar desta medida reduzir a chance de que pesquisas não sejam replicadas, isto não impede a fraude.

Para as empresas comerciais a confiabilidade de uma pesquisa pode representar desperdícios de recursos quando se verifica que os resultados anunciados não são confiáveis. Parte do problema pode estar na possibilidade de que os dados podem produzir "erros estatísticos" (os chamados Erro Tipo I e Tipo II). Outras possibilidades são apresentadas no texto do WSJ:

Os cientistas têm várias teorias sobre por que duplicar resultados pode ser tão difícil. Laboratórios diferentes podem usar equipamentos ou materiais ligeiramente diferentes, levando a resultados divergentes. Quanto mais variáveis há em um experimento, mais provável é que pequenos erros não intencionais acabem fazendo as conclusões se inclinarem de uma forma ou de outra. E é claro que dados que foram manipulados, inventados ou alterados fraudulentamente não resistirão a uma futura análise. (...)
"Entre as razões mais óbvias, porém não quantificáveis, há uma competição imensa entre os laboratórios e uma pressão para publicar", escreveu Asadullah e outros da Bayer, em seu artigo de setembro. "Há também uma propensão para publicar resultados positivos, já que é mais fácil conseguir que estes sejam aceitos em boas publicações."
As publicações científicas também estão sob pressão. O número dessas revistas saltou 23% entre 2001 e 2010, segundo a Elsevier, que analisou os dados. Essa proliferação aumentou a competição até mesmo entre as revistas de elite, que podem gerar atenção publicando artigos chamativos, em geral com resultados positivos, para atender à demanda incessante dos meios de comunicação noticiosos.

Corrupção e IDH

O gráfico mostra a relação entre o IDH e a menor percepção de corrupção em diversos países. Quanto maior o desenvolvimento humano, menor o índice de percepção de corrupção. Mas alguns países escapam da curva traçada no gráfico em vermelho. A Venezuela possui um IDH elevado (acima de 0,7) para a percepção de corrupção próxima de dois (quanto menor este índice, maior a corrupção no país). Já Ruanda possui níveis de corrupção melhor que o Brasil, mas seu IDH é um pouco acima de 0,4. O Brasil está próximo a curva, com IDH um pouco acima de 0,7 e uma nota abaixo de 4 para corrupção.

Fonte: Aqui

Padronização

Para que a norma internacional pudesse ser adotada em diversos países, o Iasb fez uma escolha política de permitir um leque razoável de opções em certos tratamentos contábeis. Isto permitiu vencer a resistência de certos países em adotar as normas internacionais. Entretanto isto possui um sério problema: reduz a comparabilidade.

Entretanto talvez seja o momento de começar a reduzir este número de alternativas. Este aspecto é tratado numa reportagem do Valor Econômico (Norma internacional deve ter menos opções, Fernando Torres e Marina Falcão, 5 de dez 2011):

O órgão que escreve as normas internacionais de contabilidade está disposto a discutir a redução de algumas opções que existem em seus pronunciamentos, disse Stephen Cooper, membro da diretoria do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês) (...)


Membro do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), o professor Eliseu Martins acredita que o mercado, em geral, sente-se mais confortável quando o modelo contábil possui uma regra específica para cada tipo de operação. Por isso, diz, há um constante risco de que a nova norma, baseada na natureza das transações, caia na "tentação" de se transformar num arcabouço de regrinhas. "Foi o que aconteceu com o US Gaap [norma americana] ao longo das décadas." (...)


Outros percalços apontados por Cooper para o processo de globalização contábil são as influências locais.


Segundo ele, os países começam em pontos diferentes do processo de convergência, conforme o grau de solidez da cultura contábil em vigência. (...)


O alerta de Eliseu Martins é bastante pertinente e acredito ser bastante possível que ocorra uma fasbização do Iasb, com criação de regras.

IFRS

Um texto do Valor Econômico de ontem comentava sobre a influência fiscal existente ainda nos balanços das empresas:

Passado praticamente um ano da adoção completa do padrão contábil internacional IFRS pelas companhias abertas do Brasil, prossegue a resistência de se aplicar o preceito da essência sobre a forma nos balanços. "Ainda se nota a influência fiscal nas práticas contábeis", diz Alexsandro Broedel, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), citando como exemplo o prazo de depreciação de máquinas e equipamentos das empresas.


Mesmo sendo explícito que a perda de valor desses bens deva ser registrada conforme sua vida útil econômica, a maior parte das empresas optou por manter as antigas taxas fornecidas pela Receita Federal. Veículos passam a valer zero no balanço após cinco anos, máquinas e equipamentos duram de cinco a dez anos e imóveis são depreciados a uma taxa anual de 4%. Broedel destaca que a prática foi mantida mesmo com o Fisco tendo deixado claro que as empresas poderiam seguir usando sua tabela só para fins tributários. (...)

Balanços (ainda) pro forma - Fernando Torres - Valor Econômico - 05/12/2011

Apesar do assunto ser interessante é importante ressalvar que o termo "pro forma", em contabilidade, está associado a um tipo de demonstração contábil que não se enquadra nos princípios contábeis geralmente aceitos (GAAP), mas que a empresa divulga por achar que reflete melhor seu desempenho. Entretanto, com o uso excessivo, as demonstrações pro forma passaram a ter um sentido negativo, próximo a manipulação.