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06 outubro 2011

Propaganda e Realidade

Fonte: aqui

Governo e Cozinha


O caderno Paladar, do Estado de São Paulo, publicou no dia 29 de setembro um conjunto de reportagens interessantes (veja aqui. Eu resumiria os textos em: “a intervenção do governo e seus efeitos sobre a cozinha brasileira”.

Os exemplos são interessantes:

a) como os produtores artesanais devem obedecer as mesmas regras dos outros produtores, o pequeno produtor de alimentos não consegue recursos para comercializar seus produtos. Produtos artesanais, como baunilha do cerrado, grumixama, arroz vermelho e outros deixam de ser descobertos pelos brasileiros

b) a tradicional galinha cabidela, prato que existe na culinária brasileira desde o Brasil Colônia, praticamente não pode ser feita legalmente pois o comércio de sangue fresco é quase proibido

c) o tradicional queijo mineiro não pode ser vendido em outro estado, só podendo ser comido em Minas. A lei não autoriza a circulação feitos a partir do leite cru, exigindo maturação mínima de 60 dias para consumo e a exigência de impureza é mais rigorosa que a existente na Europa

d) A comida feita com colher de pau também está vedada no Brasil, sob a justificativa que a madeira retem resíduos de alimentos.

e) O produto das abelhas indígenas não pode ser chamado de mel, pois a legislação brasileira se baseia nos padrões do mel produzido por abelhas estrangeiras. Assim, o mel de jataí, borás, uruçus e outros não são conhecidos e são clandestinos.

f) o tradicional doce de figo de Araxá mudou de sabor desde que o governo proibiu o uso de tacho de cobre (foto)

Convergência dos EUA


Segundo notícia da Reuters (via aqui), o presidente do Iasb (foto) disse que a SEC, a comissão que fiscaliza o mercado financeiro dos Estados Unidos, ainda teria a palavra final na adoção de qualquer norma do Iasb; isto, caso aquele país adotasse as normas internacionais.

Isto significaria que a SEC permanece com o controle.

"Então não há absolutamente nenhum perigo de importação de padrões diferentes de execução do exterior para os Estados Unidos", disse o ex-ministro das Finanças holandês

IFRS no Brasil

Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Controladoria e Contabilidade da FEA-RP/USP, de Ribeirão Preto (SP), mostrou que a adoção de normas internacionais de contabilidade no Brasil está incompleta. A pesquisa indica que a falta de definição de regras fiscais é o principal causador do problema. Insegurança quanto ao impacto na carga tributária e retrabalho para ajustes na apuração do lucro fiscal levam empresas a não adotarem aspectos da convergência dos balanços fiscal e contábil prevista na Lei nº 11.638/2007.


A dissertação "Avaliação da conexão entre as normas e práticas contábeis e fiscais no Brasil", defendida por Sérgio da Silva Ignacio sob a orientação do prof. dr. Silvio Hiroshi Nakao, venceu o II Prêmio Anefac PwC de Estudos Tributários na categoria pós-graduação.


O estudo avalia a mudança no grau de relação entre as normas contábeis e fiscais antes e depois da publicação da lei, que visa à convergência entre o balanço fiscal (utilizado na apuração de impostos) e o balanço contábil, que passa a seguir os padrões internacionais de contabilidade (IFRS - International Financial Reporting Standard).


Em vigor desde 2008, a lei indica não apenas mudanças nas demonstrações contábeis das empresas de acordo com os padrões internacionais, mas aponta que padrões de contabilidade não servem como base cálculo para tributação. Para resolver as diferenças entre normas fiscais e contábeis, foi instituída uma série de obrigações acessórias transitórias exigindo mais preparo e tempo de trabalho por parte dos contabilistas e aumentando o custo das empresas com sua área contábil.


A complexidade de tratar com duas informações no mesmo exercício, insegurança gerada pela demora na edição das normas fiscais definitivas aliadas à falta de familiaridade dos contabilistas com as novas normas também ampliam o risco de autuações da Receita.


“Enquanto o fisco não auxiliar empresas e contabilistas e mostrar um caminho mais fácil e definitivo não haverá interesse na implantação das normas. O custo será maior que o benefício”, afirma o pesquisador. “Como acontece na implantação de qualquer lei, a adoção do IFRS é institucional e passa pela mudança de comportamento. Estamos justamente neste estágio de sedimentação onde todos os envolvidos precisam captar o conceito, aplicar e aceitar as novas normas”, completa ele.

Adoção de normas internacionais de contabilidade no Brasil está incompleta, aponta estudo - 03-10-2011

05 outubro 2011

Rir é o melhor remédio

Crise do Euro e da Grécia

Links


Emergentes

Apple deve lançar o iPhone para os emergentes

Mercado brasileiro, segundo o Financial Times

Riscos dos BRIC

Bancos em países emergentes é bom, mas é perigoso

Financial Times: O Brasil é hipócrita em querer ensinar a Europa

Notas dos Desenvolvidos

Itália é rebaixada nos títulos da dívida (aqui o comunicado)

Portugal recebe BBB- e pode piorar

História

A história antiga das opções. Ou seja, não foram Black ou Scholes que inventaram

A história da regulação do mercado financeiro dos Estados Unidos

Os maiores impérios do mundo (português entre os dez)

Salesman, filme de 1969 sobre vendedores de bíblia

Listas

Entre as 25 melhores empresas para avançar na carreira (Facebook é primeira), Deloitte é a 25a, PwC é a 23a e KPMG é a 22a.

As melhores cidades da Europa para comer e beber (vinho)

Marcas

As maiores marcas: Coca em 1o

Marcas brasileiras não são destaques mundiais

Marcas: Apple tem maior crescimento

Finanças Comportamentais

Excesso de confiança e a evolução da espécie

Rosie Huntington-Whiteley (foto) tem o efeito de cocaína sobre os homens

A atividade física durante a recessão

No México, a roupa do traficante Barbie é a nova moda entre os jovens

O pequeno empresário não é (nem deseja) ser inovador e crescer, mas quer os benefícios não pecuniários

Citibank


Um artigo publicado no Wall Street Journal (Faxina do Citi fica mais complicada , 5 de outubro de 2011) discute os problemas financeiros do Citigroup. A questão são os créditos imobiliários, considerados de baixa qualidade. O termo crédito foi usado aqui como sinônimo de "ativo".

Tendo por base o custo histórico, maneira tradicional de mensuração dos ativos pela contabilidade, o valor dos "créditos" estariam superior ao valor de mercado. Como o valor contábil é muito superior ao valor de mercado, o "conservadorismo" (atualmente, prudência) recomendaria o uso de um valor menor em termos do balanço do Citi. Entretanto, a redução do ativo deve estar acompanhada pela redução do patrimônio líquido.

O texto prossegue com:

Mesmo encolhida, a Citi Holdings, que é separada do Citigroup, ainda seria o sétimo maior banco dos EUA em ativos, segundo a firma de pesquisa SNL Financial.


A analista Betsy Graseck, do Morgan Stanley, calcula que pode demorar até 2017 para liquidar inteiramente a Citi Holdings. Embora esse prazo seja dois anos antes do que ela previa inicialmente, significa que alguns dos ativos problemáticos do Citigroup continuarão no banco por anos.

É interessante notar que o Citi separou os ativos ruins numa holding. Assim, pela entidade, a contabilidade deve ser separada do banco. Caso os problemas da holding sejam graves, isto pode afetar a própria continuidade da instituição. Isto reduziria o valor do ativo e mereceria, no extremo, um alerta no parecer de auditoria.