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04 outubro 2011

Câmbio 2


Conhecida a taxa de câmbio que será base para os balanços no terceiro trimestre, as empresas começam a fazer as contas e ver o efeito da alta do dólar em seus resultados do período. A expectativa é que os números sejam impactados negativamente pela variação brusca do câmbio no final do trimestre.


O maior reflexo será no endividamento das empresas, que cresceu 20% na parcela de dívida em moeda estrangeira desde o fechamento dos balanços do segundo trimestre, em junho, segundo estudo da Economática com 241 companhias listadas na Bovespa. Essa dívida atingiu o equivalente a R$ 182,3 bilhões em setembro, tendo como base o dólar fechado nesta sexta-feira, 30, a R$ 1,8455.


Ter dívidas maiores em seus balanços pode representar também alta de custo. Com a alavancagem maior (relação da dívida líquida sobre o Ebitda), muitas empresas podem descumprir cláusulas de compromissos financeiros, conhecidas como covenants, e ter de pagar mais para renegociar a dívida.


Algumas empresas até já anteciparam o resgate de debêntures esta semana. A Providência, fabricante de não tecidos, fez o movimento exatamente para não ver seus covenants descumpridos. O mercado gostou da iniciativa acreditando que, com isso, a empresa se antecipou ao desgaste de renegociação com credores.


Fibria e Suzano, fabricantes de papel e celulose, são dois exemplos de companhias que devem ver suas alavancagens subirem. A relação dívida líquida/Ebitda da Fibria deverá se aproximar de 4 vezes. Já o indicador na Suzano pode se aproximar de 3,5 vezes, números considerados elevados para duas companhias cujas metas são manter essa relação abaixo de 3,5 vezes.


No caso da Fibria, a companhia tem cláusulas contratuais vinculadas a operações de financiamento que determinam que a alavancagem não poderá superar 4,25 vezes ao final do terceiro trimestre de 2011 e 4 vezes entre dezembro de 2011 e setembro de 2012. A Suzano não divulga as condições de cláusulas semelhantes feitas com as instituições financeiras.


Benefícios. Se o impacto da alta do dólar mostra efeitos negativos na dívida, empresas exportadoras, como as próprias Fibria e Suzano, podem se beneficiar com o aumento da receita. O setor de açúcar e álcool mostra bem isso. O impacto da valorização do dólar é minimizado pelo fato de que as dívidas em moeda estrangeira são vinculadas aos contratos de exportação.


"As dívidas são feitas em Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) ou pré-pagamentos de exportação, o que transforma a exportação em um hedge natural, não impactando o setor", explicou Alexandre Figliolino, diretor do Itaú BBA. Na Cosan, por exemplo, a valorização do dólar deve gerar saldo líquido positivo de R$ 758 milhões, segundo a analista do Itaú BBA Giovana Araujo.


Lógica parecida vale para a indústria de alimentos e bebida, que tem entre os seus representantes diversas companhias com grande peso nas exportações brasileiras. Luiz Fernando Furlan, membro do conselho de administração da BRF Brasil Foods, lembra que as exportações representam 40% das vendas do grupo. Isso proporciona um hedge natural da ordem de US$ 500 milhões por mês, suavizando os impactos da variação cambial na linha da dívida.


O risco cambial recai mesmo é sobre companhias que têm um descasamento entre despesas e receitas, por faturarem em reais e se endividarem e terem despesas em moeda estrangeira, como ocorre nos setores de saneamento e de aviação civil. Enquanto o primeiro setor tem como característica utilizar recursos de organismos multilaterais para financiar os seus projetos de expansão, o segundo tem parte de seus custos operacionais e financeiros em dólar.


Gol e TAM terão impacto negativo do câmbio nos resultados do terceiro trimestre, já que algo entre 50% e 60% dos custos estão direta ou indiretamente atrelados ao dólar. O que salva as empresas, segundo analistas ouvidos pela Agência Estado, é a queda do preço internacional do petróleo e o movimento, já iniciado, de aumento das passagens. Com isso, a expectativa é de melhora nos resultados no segundo semestre, apesar do câmbio.


Para a Sabesp, do setor de saneamento, a alta do dólar tem impacto relevante, tendo em vista que a estatal recorre aos bancos multilaterais para financiar os seus projetos. Hoje, 30% da dívida são denominadas em moeda estrangeira. "Sob este aspecto, não tem como não sermos afetados. Como o dólar não recuou para o patamar antigo na virada do trimestre, é inevitável o impacto da variação cambial", afirma o superintendente de Captação de Recursos e Relações com Investidores da Sabesp, Mario Sampaio. Segundo o estudo da Economática, a empresa fechou setembro de 2011 com uma dívida em moeda estrangeira de R$ 2,89 bilhões, alta de 18,7%. A estratégia para minimizar esse problema é diluir os vencimentos das dívidas em moeda estrangeira no longo prazo, o que diminui a pressão sobre o caixa da companhia.


O levantamento produzido pela Economática não considera as estratégias de hedge adotadas pelas empresas para minimizar os efeitos da variação cambial em seus resultados, nem o hedge natural que companhias com receitas em dólares possuem, como as exportadoras e a holding federal Eletrobras. Além disso, 76 empresas não participaram do estudo por não publicarem em seus ITR as informações sobre as dívidas em moedas estrangeiras, entre elas a Vale, a CSN, a Gerdau, a CCR e a Usiminas. Nesses casos, os dados constam nas notas explicativas dos balanços, cujas informações não são processadas e acompanhadas pela Economática. (colaborou André Magnabosco, Eduardo Magossi e Silvana Mautone)


Empresas abertas fecham balanço com dívida em dólar 20% maior - Estado de S Paulo - 2 out 2011 - Wellington Bahnemann. Imagem, aqui

Câmbio 1


O inferno astral das ações da Petrobras, uma das favoritas dos investidores, continua longe de chegar a um fim. Estrela na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a companhia apresenta um tombo de R$ 120 bilhões em valor de mercado desde o fim de 2010, exatamente o tamanho de sua megacapitalização, que mobilizou investidores em outubro de 2010. Os analistas seguem extremamente pessimistas com a interferência do governo no reajuste do preço da gasolina vendida pela estatal. E agora começam a manifestar preocupação com a exposição da empresa ao câmbio, o que pode ter impacto sobre o resultado contábil da companhia no terceiro trimestre.


Segundo Oswaldo Telles Filho, analista de petróleo da Banif, a Petrobras tinha uma exposição cambial líquida de R$ 41,1 bilhões em 30 de junho deste ano. Esse valor considera dívidas em moeda estrangeira, ativos no exterior, operações de hedge (contratos no mercado futuro). Uma alta de 15% na moeda americana representaria, segundo ele, uma perda contábil de R$ 6 bilhões no balanço da Petrobras. Somente em setembro, o dólar comercial teve uma alta de 18,14%, para R$ 1,882.


- O impacto pode não ser desse tamanho porque os números da exposição cambial são de 30 de junho e a companhia pode ter percebido a alta da moeda e se protegido. Mas alguma perda ela terá. A Petrobras tem uma dívida grande em moeda estrangeira - explica o analista.


Mesmo com o cenário adverso, corretoras seguem com ações da Petrobras nas carteiras recomendadas aos clientes. Em agosto, a estatal aparecia em seis de dez carteiras para o mês levantadas pelo GLOBO. Mas isso teria mais relação com a necessidade de as carteiras acompanharem de perto o Índice Bovespa (Ibovespa), referência das aplicações, do que propriamente uma aposta no papel.


Fonte: O Globo. Imagem, aqui

Maior Empresa de Contabilidade

A PricewaterhouseCoopers tornou-se a maior empresa de contabilidade do mundo, com o crescimento da receita em 10%, para 29,2 bilhões de dólares para o exercício findo em 30 de junho.

No ano anterior, a Deloitte ocupava o primeiro lugar.

 O plano da PwC é contratar 20 mil "colaboradores" em todo o mundo em 2012. Atualmente ela possui 169 mil. O forte da PwC tem sido os serviços não vinculados a auditoria. Hoje a parte de consultoria possui receita de 7,5 bilhões (versus 14,1 bilhões de auditoria).

 Fonte: Telegraph

Importância da Controladoria

O trecho a seguir foi retirado do artigo Fraude no UBS revela fragilidade dos Bancos (Estado de S Paulo, Barry Ritholtz, The Washington Post, 2 out 2011). Ressalta a importância da controladoria no banco:


O UBS foi incapaz de acompanhar o destino do seu capital tempestivamente, porque o seu operador londrino ocultou prejuízos durante mais de três anos. A prisão de um trapaceiro deste calibre é um sinal vermelho.


A descoberta da fraude significa que a companhia admite que está sendo mal administrada. O conselho de direção deveria fazer com que a alta administração fosse responsabilizada pelos prejuízos tanto quanto o operador.


Compreenda o que isso significa no contexto mais amplo das fraquezas não tão inocentes do nosso setor financeiro: toda empresa que contrata "robôs" para decidir a concessão do crédito é tão incompetente quando uma empresa que tem operadores trapaceiros. Ambas as práticas são uma acusação, uma admissão de fracasso e de incompetência administrativa.


Cada ato ilegal representa um fracasso crucial da administração de risco, de obediência às leis, da capacidade de exercer as próprias funções de maneira segura e dentro da lei. Numa era de operações de ajuda que oneram indevidamente os contribuintes, esse ato aponta para uma realidade: as empresas devem decidir se vão sacrificar o lucro em busca de segurança, ou sacrificar a segurança na busca do lucro.

Corretores de ações têm atração pela destruição

(...) De acordo com um novo estudo da Universidade de St. Gallen, ao qual o Spiegel teve acesso, um dos fatores que contribuem para este padrão pode ser o fato de o comportamento dos corretores de ações ser mais irresponsável e manipulador do que aquele dos psicopatas.


Pesquisadores da universidade suíça mediram a disposição em cooperar e o egoísmo de 28 corretores profissionais que participaram de simulações de computador e testes de inteligência.


Os resultados, comparados ao comportamento dos psicopatas, excederam a expectativa dos coautores do estudo - o especialista forense Pascal Scherrer e Thomas Noll, um dos principais administradores da prisão de Pöschwies, ao norte de Zurique.


Fome de destruição. "Naturalmente, não se pode classificar os corretores como lunáticos", disse Noll ao Spiegel. "Mas eles se comportaram de maneira mais egoísta e se mostraram mais dispostos a assumir riscos do que um grupo de psicopatas que foram submetidos ao mesmo teste, por exemplo."


Para Noll, foi particularmente chocante o fato de os banqueiros não terem como objetivo um rendimento mais alto do que o seu grupo de comparação. Em vez disso, pareciam mais interessados em obter uma vantagem competitiva.


Em lugar de adotar uma abordagem sóbria, objetiva e profissional na busca pelo maior lucro, "era mais importante para os corretores obter um resultado superior ao de seus oponentes", explicou Noll. "E eles investiam muita energia na tentativa de prejudicar os adversários."


Usando uma metáfora para descrever o comportamento deles, Noll disse que os corretores se comportavam como se o vizinho deles tivesse um carro idêntico, "e eles então o atacassem com um bastão de beisebol só para poder dizer que tinham um carro melhor".


Os pesquisadores disseram que não sabiam como explicar esta atração pela destruição.


Corretores de ações têm atração pela destruição, diz estudo - Der Spiegel, publicado no Estado de S Paulo - 2 out 2011

Anuncie aqui – na escola

Crise econômica e cortes no orçamento do governo obrigam escolas americanas a buscar uma nova forma de conseguir dinheiro: vender espaço publicitário em livros, uniformes, ônibus e até no boletim.

NO SISTEMA DE SOM E TV
Onde tem:
Todo o país
Quem anuncia: Gillette, M&Ms, Cheetos.
Como é: 8 mil escolas americanas são associadas à Channel One, empresa que distribui gratuitamente aparelhos de TV e DVD – em troca de exibição de um programa de atualidades de 12 minutos, a que os estudantes tem que assistir (e inclui anúncios).

NO ÔNIBUS
Onde tem:
Nova Jersey, Arizona, Colorado, Novo México, Tennessee e Texas.
Quem anuncia: Academias de ginástica, dentistas e empresas financeiras.
Como é: A propaganda é colocada na lataria do ônibus e rende às escolas US$ 2 mil mensais por veículo. O mercado publicitário quer inserir anúncios também na parte de dentro do ônibus.

NO UNIFORME
Onde tem:
West Virginia, Ohio e Pensilvânia.
Quem anuncia: Nike e Adidas.
Como é: As empresas patrocinam os times e, em troca, colocam sua marca nos uniformes esportivos. A iniciativa não é muito bem-vista: apenas 36% dos pais acham a ideia boa – e 31% a consideram inadmissível.

NO ARMÁRIO
Onde tem:
Minnesotta, Califórnia.
Quem anuncia: Parques de diversão e canais infantis como o Nickelodeon.
Como é: O armário é coberto por um adesivo, que rende US$ 200 mil anuais à escola. A pioneira foi a Centennial School de Minneapolis, que teve de buscar essa solução ao perder US$ 3,6 milhões de orçamento.

NO BOLETIM
Onde tem:
Flórida.
Quem anunciou: Mc Donald’s e Pizza Hut.
Como foi: Em 2007, o Mc Donald’s pagou para aparecer nos boletins em Orlando. O anúncio prometia um Mc Lanche Feliz grátis aos estudantes com boas notas. A iniciativa gerou protestos e foi interrompida. A prefeitura se defendeu dizendo que, nos 10 anos anteriores, os boletins eram patrocinados pela Pizza Hut.

Postado por Isabel Sales. Fonte: Superinteressante, ed. 296.

Alibaba quer comprar Yahoo

A empresa chinesa de comércio eletrônico Alibaba pode comprar o seu principal investidor, o Yahoo, que é também o portal mais acessado dos Estados Unidos.

Na última sexta-feira (30), o presidente do Alibaba, Jack Ma, disse em uma conferência a alunos da Universidade Stanford (EUA) que está “muito interessado” em comprar o Yahoo. A informação foi difundida nos principais sites de tecnologia e de finanças, o que levou as ações da companhia americana a subir 5,8% na sexta. Nesta segunda, operavam em alta de 3,7% por volta das 17h.

Há seis anos, a situação era inversa, lembra a Bloomberg. O Yahoo pagou mais de US$ 1 bilhão para comprar 40% do Alibaba. Hoje, a empresa chinesa está avaliada em US$ 32 bilhões, enquanto a americana estaria valendo US$ 16 bilhões, informa o TechCrunch.

“Nós estamos muito interessados no Yahoo porque o nosso Alibaba é muito importante para o Yahoo e o Yahoo é muito importante para nós”, afirmou o presidente da chinesa. Segundo ele, questões políticas, mais do que financeiras, poderiam atrapalhar o negócio.

A compra do Yahoo por uma empresa chinesa não deve ter problemas nos órgãos de regulação da concorrência, mas pode encontrar barreiras na agência que avalia as implicações que fusões e aquisições têm para a segurança nacional dos EUA, segundo um analista ouvido pelo “Wall Street Journal”.

“Ainda que não seja óbvio que o Yahoo possa ser uma empresa crítica para os interesses nacionais americanos, algumas parte podem não querer que um site altamente usado nos EUA seja adquirido por uma parte não americana”, disse ao “Journal” o advogado de uma empresa americana com atuação em Hong Kong.

Segundo o diário americano, existe uma certa resistência nos EUA ao chamado “modelo chinês”, combinação de alguns valores da livre iniciativa com uma atuação forte do Estado. No entanto, o Alibaba, especificamente, não é controlado pelo governo chinês.

Fonte: Aqui.